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Maria Beatriz Valença Saúde Mental 2 • Transtorno Dismórfico Corporal; • Transtorno de Acumulação; • Tricotilomania; • Transtorno de Escoriação (Skin-picking); • TOC; • Outros. • É representado por um grupo diverso de sintomas que incluem pensamentos intrusivos, rituais, preocupações e compulsões. Essas obsessões ou compulsões recorrentes causam sofrimento grave à pessoa. Elas consomem tempo e interferem significativamente em sua rotina normal, em seu funcionamento ocupacional, em atividades sociais ou nos relacionamentos; • Um indivíduo com TOC pode ter uma obsessão, uma compulsão ou ambos; • Obsessão: é um pensamento, um sentimento, uma ideia ou uma sensação recorrentes ou intrusivos; • Compulsão: é um comportamento consciente, padronizado e recorrente, como contar, verificar ou evitar; → Pode ser tanto comportamental quanto mental. • Um indivíduo com TOC percebe a irracionalidade da obsessão e sente que tanto ela quanto a compulsão são egodistônicas (i.e., comportamentos indesejados); • Apesar de poder ser realizado em uma tentativa de reduzir a ansiedade associada com a obsessão, o ato compulsivo nem sempre tem sucesso nisso. A conclusão do ato compulsivo pode não afetar a ansiedade e até aumentar sua intensidade. A ansiedade também é aumentada quando uma pessoa resiste em executar uma compulsão. EPIDEMIOLOGIA: • A prevalência na população geral é estimada em 2 a 3%; • É encontrado em até 10% dos pacientes ambulatoriais de clínicas psiquiátricas; • É o quarto diagnóstico psiquiátrico mais comum depois da fobia, de transtornos relacionados a substâncias e do transtorno depressivo maior; • Entre adultos, homens e mulheres são igualmente afetados, mas, entre adolescentes, os meninos costumam ser mais afetados do que as garotas; → Pouco mais no sexo feminino (aula) • Tabu: mais no homem; • Limpeza: mais na mulher (relatos no periparto); • A idade média de início é por volta dos 20 anos, apesar de os homens apresentarem uma idade um pouco menor de início (média de 19 anos, aproximadamente) do que as mulheres (média de 22 anos, aproximadamente); • Em geral, os sintomas de cerca de dois terços das pessoas afetadas têm início antes dos 25 anos, e os sintomas de menos de 15% têm início após os 35 anos; • O início do transtorno pode ocorrer na adolescência e na infância, em alguns casos até aos 2 anos de idade; • Pessoas solteiras costumam ser mais afetadas por TOC do que as casadas, apesar de esse achado provavelmente refletir a dificuldade de pessoas com o transtorno de manter um relacionamento; • Com insight bom ou razoável; • Insight pobre ou ausente → menos de 4%. ✓ Pior evolução; ✓ Relacionado a tique. COMORBIDADE: • 63% com transtorno do humor (41% com TDM); • Fobia social: 25%; • A incidência de transtorno de Tourette em pacientes com TOC é de 5 a 7%, e de 20 a 30% dos pacientes com TOC têm história de tiques (mais em homens com início na infância); • Transtorno por uso de álcool; • TAG; → 76% com transtorno de ansiedade • Fobia específica; Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Transtornos Relacionados Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) Maria Beatriz Valença Saúde Mental 2 • Transtorno do pânico; • 12% com esquizofrenia; • Transtornos alimentares; • Transtornos da personalidade. → 32% com TPOC Obs.: O TOC exibe uma semelhança superficial com o transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva, que é associado com uma preocupação obsessiva por detalhes, perfeccionismo e outros traços semelhantes de personalidade. A incidência de transtorno de Tourette em pacientes com TOC é de 5 a 7%, e de 20 a 30% dos pacientes com TOC têm história de tiques. FATORES DE RISCO: Temperamentais: • Afetividade negativa; • Inibição do comportamento na infância; • Sintomas internalizantes. Ambientais: • Abuso físico e sexual; • Agentes infecciosos. Genéticos: • Parentes em primeiro grau → 2 a 10 vezes maior; • Mais em gêmeos monozigóticos. Fisiológicos: • Cortéx orbitofrontal; • Cingulado anterior; • Núcleo estriado (gânglios basais – núcleo caudado). DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: • Pacientes com insight bom ou razoável reconhecem que suas ideias do TOC definitiva ou provavelmente não são verdadeiras, ou podem ou não ser verdadeiras. Os com insight pobre acreditam que suas ideias do TOC são provavelmente verdadeiras, e aqueles com insight ausente estão convencidos de que suas ideias são verdadeiras; • A maioria das pessoas com esse transtorno tem tanto obsessões quanto compulsões (aproximadamente 75%); • Obsessões e compulsões são as características essenciais do TOC. Uma ideia ou um impulso se impõem com insistência e de forma persistente na percepção consciente da pessoa; • Uma sensação de terrível ansiedade acompanha a manifestação central, e a característica-chave de uma compulsão é que ela reduz a ansiedade associada com a obsessão; • A obsessão ou a compulsão são estranhas ao ego; ou seja, são sentidas como algo fora da experiência pessoal do indivíduo como ser psicológico. Não importa o quão vívida ou persuasiva seja a obsessão ou a compulsão, a pessoa normalmente a reconhece como algo absurdo e irracional; • A pessoa que sofre das obsessões e compulsões, em geral, sente um forte desejo de resistir a elas. Ainda assim, quase metade de todos os pacientes oferece pouca resistência às compulsões, apesar de cerca de 80% acreditarem que elas sejam irracionais; • Às vezes, os pacientes supervalorizam as obsessões e as compulsões; por exemplo, podem insistir que limpeza compulsiva é moralmente correta, mesmo que tenham perdido seus empregos devido ao tempo em que passam se limpando; • Os atos aliviam o sofrimento; • Evitam situações temidas; • São excessivos (>1 hora/dia). Maria Beatriz Valença Saúde Mental 2 Padrões de sintomas: • Os sintomas individuais de um paciente podem se sobrepor e mudar com o tempo, mas o TOC tem quatro padrões principais de sintomas. CONTAMINAÇÃO • O padrão mais comum é uma obsessão de contaminação, seguida de lavagem ou acompanhada de evitação compulsiva do objeto que se presume contaminado; • O objeto temido costuma ser difícil de evitar (p. ex., fezes, urina, pó ou germes); • Apesar de a ansiedade ser a resposta emocional mais comum ao objeto temido, vergonha e nojo obsessivos também são frequentes. Indivíduos com obsessão por contaminação costumam acreditar que ela se espalha de objeto para objeto ou de pessoa para pessoa com mínimo contato. DÚVIDA PATOLÓGICA • Segundo padrão mais comum: obsessão de dúvida, seguida de uma compulsão por ficar verificando; • A obsessão costuma implicar algum perigo de violência (p. ex., esquecer de desligar o fogão ou de trancar uma porta); • Esses indivíduos têm dúvidas obsessivas sobre si mesmos e sempre se sentem culpados achando que esqueceram ou cometeram algo. PENSAMENTOS INTRUSIVOS • Terceiro padrão mais comum: pensamentos obsessivos intrusivos sem uma compulsão; • Tais obsessões costumam ser pensamentos repetitivos de um ato agressivo ou sexual repreensível para o paciente; • As ideias suicidas também podem ser obsessivas, mas uma avaliação cuidadosa sobre os riscos de suicídio deve sempre ser feita. SIMETRIA • Quarto padrão mais comum: necessidade de simetria ou precisão, que pode levar a uma compulsão de lentidão. OUTROS PADRÕES DE SINTOMAS • Obsessões religiosas e acúmulo compulsivo são comuns em pacientes com TOC; • Puxar o cabelo e roer as unhas de maneira compulsiva são padrões comportamentais relacionados ao TOC; • A masturbação também pode ser compulsiva. EXAME DO ESTADO MENTAL: • Podem exibir sintomas de transtornos depressivos.Tais sintomas estão presentes em cerca de 50% dos pacientes; • Alguns pcts com TOC têm traços de caráter que sugerem transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva, mas não são a maioria; • Indivíduos com TOC, especialmente os homens, têm maior índice de celibato; • Os casados têm maior incidência de desacordo matrimonial do que a norma. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Condições médicas: • Diversas condições médicas primárias podem produzir síndromes muito semelhantes ao TOC; • O conceito do TOC como transtorno dos gânglios da base é derivado da semelhança fenomenológica entre TOC idiopático e transtornos semelhantes ao TOC que se associam a doenças do gânglio da base, tais como coreia de Sydenham e doença de Huntington; • O TOC se desenvolve frequentemente antes dos 30 anos, e TOC com novo início em indivíduos mais velhos deve levantar perguntas quanto às possíveis contribuições neurológicas para o transtorno. Maria Beatriz Valença Saúde Mental 2 Transtorno de Tourette: • As duas condições com frequência coocorrem, ambas em indivíduos ao longo do tempo e nas famílias; • Cerca de 90% das pessoas com transtorno de Tourette apresentam sintomas compulsivos, e até dois terços enquadram-se nos critérios diagnósticos para TOC; • Em sua forma clássica, o transtorno de Tourette está associado com um padrão de tiques vocais e motores recorrentes que apresentam apenas uma leve semelhança com o TOC. Entretanto, os ímpetos premonitórios que precedem os tiques costumam se assemelhar enormemente às obsessões, e muitos dos tiques motores mais complicados são muito parecidos com as compulsões. Outros transtornos psiquiátricos: • Transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva: exibem semelhança superficial. Este transtorno está relacionado com uma preocupação obsessiva com detalhes, perfeccionismo e outros traços de personalidade semelhantes. As condições são facilmente diferenciadas, visto que o TOC está associado com uma verdadeira síndrome de obsessão e de compulsões; • Sintomas psicóticos: costumam levar a pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos que podem ser difíceis de diferenciar do TOC com insight pobre, no qual a obsessão se aproxima da psicose. As chaves para diferenciar o TOC da psicose são: 1. Pacientes com TOC quase sempre podem reconhecer a natureza insensata de seus sintomas; 2. Doenças psicóticas são, em geral, associadas com diversos outros atributos que não são característicos do TOC. • Depressão: os dois transtornos costumam ocorrer comorbidamente, e a depressão maior costuma estar associada com pensamentos obsessivos que, às vezes, beiram a verdadeiras obsessões, como as que caracterizam o TOC. As duas condições são mais fáceis de diferenciar por seus cursos. Os sintomas obsessivos associados com depressão só são encontrados na presença de um episódio depressivo, enquanto o TOC verdadeiro persiste apesar da remissão da depressão; • Transtornos alimentares; • Transtornos de ansiedade. CURSO E PROGNÓSTICO: • Idade média do início: 19,5 anos; • 25% antes dos 14 anos; • Mais precoce no homem; • Início na infância ou adolescência → pode remitir na fase adulta (40%), ou permanecer por toda vida; • Sem tratamento: taxa de remissão de 20%; • Mais de 50% dos indivíduos com TOC têm um início súbito dos sintomas. Esse início, para cerca de 50 a 70% deles, ocorre após um evento estressante, como uma gestação, um problema sexual ou a morte de um parente; • Como muitas pessoas conseguem manter seus sintomas em segredo, costumam demorar de 5 a 10 anos até chegar à atenção psiquiátrica, apesar de o atraso provavelmente estar mais reduzido devido à maior consciência que se tem sobre o transtorno; • O curso costuma ser longo e variável; alguns pacientes passam por um curso flutuante, e outros passam por um constante; • Cerca de 20 a 30% dos pacientes apresentam grande melhora dos sintomas, e 40 a 50% têm melhora moderada. Os 20 a 40% restantes continuam doentes, ou seus sintomas pioram; • Curso geralmente crônico, alguns episódicos, poucos deteriorantes; • Em torno de um terço dos pacientes com TOC tem transtorno depressivo maior, e o suicídio é um risco para todos os que apresentam TOC (até 25% tem tentativa de suicídio); • Prognóstico pobre: Maria Beatriz Valença Saúde Mental 2 1. Quando o indivíduo cede, em vez de resistir, às compulsões; 2. Início na infância; 3. Compulsões bizarras; 4. Necessidade de hospitalização; 5. Transtorno depressivo maior coexistente; → maior risco de suicídio 6. Crenças delirantes; 7. Presença de ideias supervalorizadas (isto é, alguma aceitação das obsessões e das compulsões); 8. Presença de um transtorno da personalidade (especialmente da esquizotípica). • Um bom prognóstico é indicado por bom ajuste social e ocupacional, presença de um evento precipitante e pela natureza episódica desses sintomas; • O conteúdo das obsessões não parece estar relacionado ao prognóstico. TRATAMENTO: Farmacológico: • Primeira escolha – Antidepressivos: ISRS (fluvoxamina, fluoxetina, paroxetina, citalopram, sertralina); Clomipramina (ADT); • Carbonato de lítio, antipsicóticos, clonazepam, outros. Psicoterápico: • TCC; • Apoio à família; • Outros. ECT. Cingulotomia. TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO OU TRANSTORNO RELACIONADO DEVIDO A OUTRA CONDIÇÃO MÉDICA: • Muitas condições médicas podem ser o resultado de sintomas obsessivo- compulsivos (i.e., puxar o cabelo, arranhar a pele); • O diagnóstico de transtorno obsessivo-compulsivo ou relacionado atribuídos a outras condições é usado quando os sintomas obsessivo-compulsivos se desenvolvem no contexto de uma condição médica identificável; • PANDA: Sintomas semelhantes a TOC foram relatados em crianças após infecção estreptocócica de grupo Abeta- hemolítico, tendo sido chamados de transtornos pediátricos neuropsiquiátricos autoimunes associados a estreptococo (PANDAS). Acredita-se que sejam o resultado de um processo autoimune que leva a inflamação dos gânglios da base que perturba o funcionamento do eixo córtico- estriatal-talâmico. TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO OU TRANSTORNO RELACIONADO INDUZIDO POR SUBSTÂNCIA: • Caracterizado pelo surgimento de sintomas obsessivo- compulsivos ou relacionados como resultado de uma substância, entre as quais drogas, medicamentos e álcool. Os sintomas apresentam-se ou durante o uso da substância ou no período de um mês após uso, intoxicação ou abstinência. OUTRO TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO OU TRANSTORNO RELACIONADO ESPECIFICADO: • Categoria reservada a pacientes que apresentam sintomas característicos do transtorno obsessivo- compulsivo ou transtorno relacionado, mas que não se encaixam em todos os critérios de nenhum transtorno obsessivo-compulsivo específico ou relacionado; • Esse diagnóstico é adequado em três situações: 1. Uma apresentação atípica; 2. Outra síndrome não listada no DSM-5; 3. As informações apresentadas são insuficientes para fazer um diagnóstico completo de transtorno obsessivo-compulsivo ou relacionado. • Síndrome de referência olfativa: caracterizada por uma falsa crença do indivíduo de que tem um odor corporal ruim que não é percebido pelos outros. A preocupação leva a comportamentos repetitivos, tais como lavar o corpo ou trocar de roupa. Ele pode ter insight bom, razoável, pobre ou ausente no comportamento. A síndrome é predominante entre homens solteiros. A idade média de início é 25 anos. Maria Beatriz Valença Saúde Mental 2 • Caracterizado pela preocupação com um defeito imaginado na aparência que causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo em importantes áreas do funcionamento. Se uma pequena anomaliafísica estiver de fato presente, a preocupação da pessoa com ela é excessiva e incômoda. EPIDEMIOLOGIA: • Acomete 2,4% da população; • A idade mais comum de início é entre os 15 e 30 anos; → Adolescência; 2/3 antes dos 18 anos. (Aula) • Mulheres costumam ser mais afetadas que os homens (comórbido com a TA); • Os indivíduos afetados tendem a ser solteiros; • Coexiste comumente com outros transtornos mentais. ✓ Mais de 90% apresentam algum episódio de TDM ao longo da vida; → Altas taxas de TDM comórbido e de suicídio ✓ Transtorno de ansiedade: aproximadamente 70%; ✓ Transtorno psicótico: cerca de 30%. CARACTERÍSTICAS: • Negligência e abuso infantil; • Parentes de 1° grau; • A alta comorbidade com transtornos depressivos, uma história familiar maior do que a esperada de transtornos do humor e TOC e a responsividade relatada da condição a drogas específicas de serotonérgicas indicam que, pelo menos em alguns pacientes, a fisiopatologia do transtorno pode envolver a serotonina e estar relacionada a outros transtornos mentais; • Em modelos psicodinâmicos, esse transtorno é visto como o reflexo do deslocamento de um conflito sexual ou emocional a uma parte do corpo relacionada. Tal associação ocorre por meio dos mecanismos de defesa de repressão, dissociação, distorção, simbolização e projeção; • Grande procura por dermatologistas e cirurgiões plásticos. DIAGNÓSTICO: • Preocupação com um defeito percebido na aparência ou ênfase excessiva em um pequeno defeito; • Em algum momento do curso do transtorno, o indivíduo realizará comportamentos compulsivos (i.e., olhar-se no espelho, arrumar-se em excesso) ou atos mentais (p.ex., comparar sua aparência à dos outros); • A preocupação causa sofrimento emocional significativo aos pacientes ou grande prejuízo em seu funcionamento em áreas importantes; → Pode ser muito incapacitante, inclusive levando o indivíduo a ficar confiado a sua casa. • Pode ser com dismorfia muscular; • Com insight bom a ausente. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: • As preocupações mais comuns envolvem defeitos faciais, em especial os relacionados a partes específicas (p. ex., o nariz). Às vezes, a preocupação é vaga e difícil de compreender; • Uma variante proposta do transtorno dismórfico entre homens é o desejo de “aumentar” e desenvolver grande massa muscular, o que pode interferir na vida cotidiana, na manutenção do emprego ou na saúde; • Sintomas associados comuns incluem ideias delirantes ou delírios de referência (em geral sobre as pessoas percebendo o tal defeito corporal), olhar-se no espelho constantemente ou evitar superfícies reflexivas e tentativas de esconder a deformidade presumida (com maquiagem ou roupas); • Os efeitos na vida da pessoa podem ser significativos; quase todos os pacientes afetados evitam exposição social e ocupacional. Até um terço dos pacientes pode se manter em casa por medo de ser ridicularizado pelas supostas deformidades, e aproximadamente um quinto deles tenta o suicídio; • Diagnósticos comórbidos de transtornos depressivos e de ansiedade são comuns, os pacientes também podem apresentar traços de TOC, transtorno esquizoide e transtorno da personalidade narcisista. Transtorno Dismórfico Corporal Maria Beatriz Valença Saúde Mental 2 CURSO E PROGNÓSTICO: • O transtorno dismórfico corporal normalmente começa durante a adolescência, apesar de poder começar mais tarde, após uma insatisfação prolongada com o corpo; • O início pode ser gradual ou súbito; • O transtorno em geral tem um curso longo e ondulante, com poucos intervalos sem sintomas. A parte do corpo em que a preocupação se foca pode permanecer a mesma ou mudar ao longo do tempo. TRATAMENTO: • ISRS ou Clomipramina em altas doses e por muito tempo; • Podem ser feitas associações; • Psicoterapia. • Acumulação compulsiva é um fenômeno comum e frequentemente debilitante associado com prejuízo em funções como alimentar-se, dormir e se arrumar; • A acumulação pode resultar em problemas de saúde e de higiene, em particular quando o acúmulo de animais está envolvido, e pode levar à morte, por incêndio ou queda; • O transtorno é caracterizado pela aquisição sem descarte de coisas que são consideradas de pouco valor, resultando no amontoamento excessivo dos espaços de moradia; • Ela costuma ser motivada por um medo obsessivo de perder itens importantes que a pessoa acredita poderem vir a ser úteis em algum momento futuro, por crenças distorcidas sobre a importância de posses e por um apego emocional extremo a elas; • É caracterizado por: 1. Aquisição e não descarte de uma grande quantidade de posses consideradas inúteis ou de pouco valor; 2. Áreas habitadas amontoadas de coisas, impedindo atividades normais; 3. Sofrimento significativo e prejuízo no funcionamento devido à acumulação. • É crônico e caracterizado por puxar o cabelo repetitivamente, levando a perdas de cabelo variadas que podem ser visíveis aos outros; • Ele é semelhante ao transtorno obsessivo-compulsivo e ao transtorno do controle de impulsos, porque há aumento da tensão antes de puxar o cabelo e alívio da tensão ou gratificação após tê-lo puxado. • É caracterizado pelo comportamento compulsivo e repetitivo de beliscar a pele. Ele pode causar danos graves à pele e resultar na necessidade de vários tratamentos dermatológicos; • Os critérios diagnósticos do DSM-5 para o transtorno de escoriação requerem arranhões recorrentes, que resultam em lesões de pele e tentativas repetidas de reduzir ou parar com os arranhões. Estes devem causar níveis significativos de sofrimento ou prejuízo funcional. O comportamento de beliscar a pele não pode ser atribuído a outra condição médica ou mental e não pode ser o resultado de um transtorno por uso de substâncias (p. ex., uso de cocaína ou de metanfetaminas). Transtorno de Acumulação Tricotilomania (Transtorno de arrancar o cabelo) Transtorno de Escoriação (skin-picking) Maria Beatriz Valença Saúde Mental 2
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