Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
STAPHYLOCOCCUS Os microrganismos (MO) Gram positivos de importância médica são: • Staphylococcus: catalase (+) • Streptococcus: catalase (-) Catalases são enzimas que convertem H2O2 em H2O + O2. Por isso quando se adiciona peróxido de hidrogênio em catalase positivos ocorre a formação de bolhas. CARACTERÍSITCAS DOS STAPHYLOCOCCUS Padrão: cacho de uvas, mas também podem ser encontrados na forma de células isoladas, aos pares ou cadeias curtas (cocos agrumados). Tamanho: entre 0,5 e 1,5 µm de diâmetro. Costumam ser imóveis e anaeróbios facultativos. Crescem em concentrações elevadas de sal (10% de NaCl) e temperaturas entre 18-40°C. Podem ser encontrados desde à pele às membranas mucosas dos seres humanos. São divididos em: Quando suspenso no plasma, S. aureus forma um complexo que converte fibrinogênio em fibrina e forma um coágulo. Staphylococcus aureus Nome devido à formação de colônias amarelo-ouro por conta da produção de pigmento carotenoide, estafiloxantina, quando incubado à temperatura ambiente. Apresenta em sua estrutura uma cápsula polissacarídica que inibe a fagocitose por leucócitos. Também é capaz de formar biofilmes, que possibilitam a ligação da bactéria aos tecidos, dispositivos médicos ou corpos estranhos. S. aureus Produtor de coagulase S. epidermidis S. saprophyticus Coagulase negativo Produzem camadas espessas de peptidoglicano por ligações cruzadas e as enzimas que catalisam a construção dessas camadas que são as proteínas ligadoras de penicilinas (PBPs), que são alvos de penicilinas e outros β-lactâmicos. A aquisição do gene mecA fez com que as PBPs fossem codificadas em PBP2A (proteínas ligadores de penicilinas alteradas), que apresentam baixa afinidade pela meticilina. Isso é o que acontece com S. aureus resistente à meticilina, vulgo MRSA, o que lhes confere resistência à penicilina e a β-lactâmicos. Atualmente os MRSA são tratados com vancomicina. O peptidoglicano apresenta atividades semelhantes a endotoxinas como estimular a produção de pirogênio (pus), ativação do sistema complemento, produção de IL-1. São compostos de ácidos teicoicos em sua parede que medeiam sua adesão às células da mucosa e são imunógenos fracos, que estimulam a resposta de anticorpos ao se ligarem ao peptidoglicano. Também apresentam várias proteínas de adesão à superfície: o Proteína A estafilocócica: se liga à porção Fc de IgG e impede que sirva de fator de opsonização para a fagocitose. o Proteína AB ligadora de fibronectina, o próprio nome já diz. o Fator de aglutinação: a coagulase, que se liga ao fibrinogênio convertendo-o em fibrina insolúvel o que leva aos estafilococos a se agregarem. TOXINAS ESTAFILOCÓCICAS Citotoxinas Alfa: rompe a musculatura lisa dos vasos sanguíneos e se integra às regiões hidrofóbicas das membranas formando poros. Isso causa desequilíbrio osmótico e a célula se rompe. Beta: esfingomielinase C, catalisa a hidrólise dos fosfolipídios de membrana, sendo esta lise proporcional à concentração de esfingomielina exposta na superfície celular. É termolábil e intoxica também animais. Delta: sugere-se que atua como surfactante rompendo as membranas celulares. É produzida pelas 3 espécies de Staphylococcus citadas. Gama e PVL: compostas por duas partes (S e L) e conseguem lisar macrófagos e neutrófilos. Também são formadoras de poros. PLV é leucotóxica, mas não possui atividade hemolítica. Toxinas esfoliativas Responsáveis pela Síndrome da pele escaldada estafilocócica (SSSS), caraterizada por dermatite esfoliativa. Prevalência <5%. Possui 2 formas: o ETA: termoestável e associada a bacteriófago; o ETB: termolábil e associada a um plasmídeo. Não estão associadas à citólise ou inflamação e assim os estafilococos não são encontrados na camada da epiderme atingida. É mais frequente em crianças. Enterotoxinas São superantígenos capazes de induzir ativação de células T e intensifica liberação de citocinas. São termoestáveis a 100°C por 30min e são resistentes à hidrólise pelas enzimas gástricas do jejuno. A: Intoxicação alimentar. B: enterocolite pseudomembranosa estafilocócica. C e D: contaminam produtos lácteos. Toxina-1 da Síndrome do Choque Tóxico É resistente ao calor e à proteólise, está associada à menstruação e uso de Absorvente interno (OB). As cepas produtoras de TSST-1 se multiplicam rapidamente em tampões hiperabsorventes e liberam a toxina. A morte dos pacientes é causada por choque hipovolêmico que leva à falência dos órgãos. DOENÇAS MEDIADAS POR TOXINAS Síndrome da pele escaldada (SSSS) Descamação disseminada do epitélio em crianças; forma bolhas sem MO ou leucócitos. Causada por toxinas esfoliativas. Intoxicação alimentar Após o consumo de alimento contaminado (presuntos, bolos, sorvetes e carne salgada) há início rápido de vômito, diarreia e espasmos abdominais. Causada por enterotoxinas termoestáveis (A). Síndrome do choque tóxico Multissistêmica, caracterizada por febre, hipotensão e erupção eritematosa macular difusa. Pode matar se não for tratada ou eliminado o foco da infecção. Causada pela toxina-1. INFECÇÕES CUTÂNEAS PIOGÊNICAS (PURULENTAS) o Impetigo: se forma uma pequena mácula, depois pústula e então crosta. Mais comum em crianças. o Foliculite: infecção dos folículos pilosos. o Furúnculo: nódulos grandes, doloridos e preenchidos de pus. o Carbúnculo: coalescência de furúnculos que se estende para o tecido subcutâneo com evidência de doença sistêmica (febre e calafrios). Pode ter regressão espontânea ou precisar de incisão cirúrgica. INFECÇÕES NÃO SUPURATIVAS Bacteremia e endocardite, pneumonia, osteomielite e artrite séptica. _ Os estafilococos coagulase negativa não produzem enterotoxinas. S. epidermidis está principalmente associado à infecção de cateter (relacionada com a formação de biofilmes). S. saprophyticus está relacionada à infecção do trato urinário (bacteremia) e infecções oportunistas.
Compartilhar