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ESTÁGIO OBRIGATÓRIO II – NPJ Título PETIÇÃO INICIAL Descrição Suzana trabalhou na residência da família Moraes de 15/06/2015 a 15/09/2015, data na qual teve baixa em sua CTPS. A família do ex-empregador vive em Natal/RN. Suzana foi contratada a título de experiência por 45 dias, findos os quais nada foi tratado e Suzana continuou trabalhando normalmente. Suzana realizava todas as atividades do lar, iniciando o trabalho às 7h e saindo às 16 h, de segunda à sexta-feira, com trinta minutos de intervalo. Suzana tinha descontado do seu salário 10% referente ao vale-transporte, além de sua cota-parte do INSS e 25% do valor da alimentação consumida no emprego. Suzana fazia a limpeza dos 3 banheiros existentes na residência mas não recebia qualquer adicional. Em determinada ocasião, Suzana viajou com a família por 4 dias úteis para Gramado/RS. Nessa ocasião, trabalhou como babá das 8h às 17h, desfrutando de uma hora de almoço. Na data da dispensa, Suzana recebeu as seguintes verbas: férias proporcionais de 3/12 avos acrescidas de 1/3 e 13º salário proporcional de 3/12 avos. Você foi procurado por Suzana para, na condição de advogado(a), redigir a peça prático-profissional pertinente em defesa dos interesses da trabalhadora, sem criar dados ou fatos não informados. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA AO JUÍZO DA … VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE NATAL/RN (espaço 10 linhas) SUZANA, nacionalidade …, estado civil … , empregada doméstica, inscrita no RG nº … e no CPF nº … , portadora da CPTS nº … , inscrita no PIS sob o nº … , residente e domiciliada na Rua … , nº … , bairro … , cidade/estado, por meio do seu advogado que esta subescreve, nos termos da procuração anexa, com escritório à Rua … , nº … , cidade/estado com fundamentação no artigo 287 do CPC, para que sejam remetidas notificações, com base no artigo 77, inciso V, do CPC e artigo 840, §1º, da CLT c/c art. 319 do CPC, vem, perante a Vossa Excelência propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, em face da FAMÍLIA MORAES , inscrita no CPF nº … , com endereço na rua … , nº … , bairro … , Natal/RN, pelos seguintes fatos e fundamentos jurídicos que se passa a expor: I. DAS PRELIMINARES I.II. DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA O Reclamante declara ser pobre no sentido legal, não tendo condições de arcar com as despesas familiares concomitantemente com as custas e despesas do processo, sem causar prejuízo a sua família, conforme declaração anexa. Dessa forma, requer os benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 2º, § único, da lei nº 1.060/50 c/c art. 790, §3º, da CLT, do artigo 98 do CPC e art. 5º, inc. LXXIV da CF/88. II. DOS FATOS A Reclamante foi contratada no dia 15/06/2015 pela família Moraes como empregada doméstica. No ato da contratação foi celebrado contrato de experiência com prazo de 45 dias por tempo indeterminado. Ao termino dos 45 dias a Reclamante continuou laborando normalmente à família sem que tenha havido qualquer prorrogação contratual. A jornada de trabalho da Reclamante era de segunda a sexta-feira, das 7h às 16hs com 30 minutos de intervalo intrajornada. Por 4 (quatro) dias em viagem com a família à Gramado/RS, realizando serviço de babá a jornada de trabalho da Reclamante foi das 8h às 17hs com 01 hora de intervalo intrajornada. A Reclamante sofreu descontos no salário, sendo 10% a título de vale transporte e 25% a título de alimentação consumida no emprego. O contrato de trabalho da Reclamante foi extinto em 15/09/2015 e na ocasião foram pagas as verbas rescisórias, quais sejam: férias proporcionais de 3/12 avos acrescidas de 1/3 e 13º salário proporcional de 4/12 avos. III. DOS FUNDAMENTOS III.I DA INEXISTÊNCIA DE PRORROGAÇÃO E CONVERSÃO DO CONTRATO POR TEMPO INDETERMINADO No ato da contratação da Reclamante foi estabelecido o prazo de experiência de 45 dias, contudo ao término do prazo a Reclamada não realizou a prorrogação do prazo do contrato, o que fez com que o mesmo se convertesse automaticamente em contrato por prazo indeterminado, tudo nos termos do art. 5º, §2º, da Lei Complementar nº 150/2015. A Reclamada desconsiderou a indeterminação do contrato de trabalho e realizou o pagamento das verbas rescisórias como se o contrato efetivamente estivesse regimentado por termo. Portanto, considerando que a Reclamada não realizou a prorrogação do contrato de trabalho da Reclamante, requer que o contrato seja considerado por tempo indeterminado, bem como que a Reclamada seja condenada ao pagamento das verbas inerentes a essa espécie de contrato, isto é, aviso prévio (30 dias) indenizado nos termos do art. 23, §1º, da LC 150/2015 e seus reflexos nas férias acrescidas do terço constitucional (1/12 avos) e 13º salário (1/12 avos). III.II. DAS VERBAS RESCISÓRIAS Na rescisão contratual a Reclamada não efetuou o pagamento do saldo de salário de 15 dias (art. 457 e 458 c/c art. 462 da CLT), razão pela qual requer sua condenação. III.III. DOS DESCONTOS INDEVIDOS A Reclamada realizava dois descontos indevidos no salário da Reclamante. O primeiro desconto contraria expressamente o previsto no art. 18, da LC 150/2015, isto é, mesmo com a vedação legal de descontos no salário da empregada doméstica a título de alimentação, a Reclamada procedia aos descontos de 25% no salário mensal. O outro desconto referia-se ao vale-transporte que em vez de se limitar a 6% legalmente previsto, a Reclamada descontava 10%, ou seja, a Reclamada violou o art. 4º, § único da Lei nº 7.418/85, e descontou indevidamente 4%. Desta feita, requer a condenação da Reclamada à devolução da alimentação equivalente a 25% do salário mensal da Reclamante, bem como a devolução de 4% referente ao excesso do vale-transporte descontado ilegalmente. III.IV. DA NÃO CONCESSÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA À exceção de 4 (quatro) dias em que a Reclamante viajou com a família empregadora e que o intervalo intrajornada foi de 1h/dia, todos os demais dias de prestação de serviços houve violação ao gozo de no mínimo uma hora de intervalo intrajornada art. 13, da LC nº 150/2015. Portanto, considerando que o intervalo intrajornada da Reclamante era de somente 30 minutos por dia, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de uma hora de intervalo intrajornada acrescido do adicional legal, tudo nos termos do dispositivo legal citado e da Súmula 437, inc. I, do TST, bem como o reflexo dessa rubrica no aviso prévio, férias acrescidas do terço constitucional, 13º salário proporcional e FGTS. III.V. DAS HORAS EXTRAORDINÁRIAS A jornada de trabalho da reclamante era das 7h às 16h com trinta minutos de intervalo para alimentação e descanso de segunda a sexta-feira. Pois bem, considerando a jornada efetivamente laborava diariamente, conclui-se que a Reclamante tem direito a 30 minutos extras, afinal laborava 8h30min por dia art. 2º, caput, da LC nº 150/2015. Desse modo, pugna pela condenação da Reclamada ao pagamento de 30 minutos extras por dia e que haja o reflexo dessa rubrica no aviso prévio, férias acrescidas do terço constitucional e 13º salário proporcional. III.VI. ADICIONAL DE 25% DURANTE O PERÍODO DE VIAGEM A Reclamante realizou viagem de 4 (quatro) dias com a Reclamada, contudo durante o período não recebeu o adicional de 25% previstos no art. 11, § 2º, da LC nº 150/2015. Requer, pois, a condenação da Reclamada ao pagamento do respectivo adicional que deverá incidir sobre as 32 horas de efetivo labor no período da viagem justiça. III.VII. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Deve ainda considerar-se que o art. 133, da CF/88 preceitua que o advogado é indispensável à administração da justiça. Prosseguindo, o art. 84, do CPC estabelece que a sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Por sua vez o art. 22, da Lei 8.906/94 que disciplina o Estatuto da Advocacia, dispõeque a prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência. IV. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: 1. A concessão do benefício da justiça gratuita por ser o reclamante pobre nos termos da lei; 2. A notificação do requerido para, querendo, em audiência a ser designada por este juízo, apresentar defesa sob pena de ser considerado revel e confesso; 3. A procedência do pedido de condenação da Reclamada ao pagamento das seguintes verbas: 3.1. Que o contrato seja considerado por tempo indeterminado, bem como que a Reclamada seja condenada ao pagamento das verbas inerentes a essa espécie de contrato, isto é, aviso prévio (30 dias) indenizado nos termos do art. 23, §1º, da LC 150/2015 e seu reflexo nas férias acrescidas do terço constitucional (1/12 avos) e 13º salário (1/12 avos); 3.2. Que seja a Reclamada condenada ao pagamento do saldo de salário de 15 dias; 3.3. condenação da Reclamada ao pagamento de 30 minutos extras por dia acrescido de 50% e que haja o reflexo dessa rubrica no aviso prévio, férias acrescidas do terço constitucional e 13º salário proporcional, como disposto no art. 2º, § 1º, da LC 150/15; 3.4. Uma hora extra pela supressão do intervalo intrajornada acrescido de 50%; 3.5. A condenação da Reclamada ao pagamento do adicional de 25% previsto na art. 11, § 2º, LC nº 150/2015 que deverá incidir sobre as 32 horas de efetivo labor no período da viagem; 4. A condenação da Reclamada à devolução do valor descontado a título de alimentação equivalente a 25% do salário mensal da Reclamante, bem como a devolução de 4% referente ao excesso do vale-transporte descontado ilegalmente. 5. A procedência do pedido de condenação ao pagamento de honorários advocatícios, conforme artigo 791-A da CLT. V. DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas admitidas em direito, em especial: documental, superveniente e o depoimento pessoal da Reclamada, sob pena de confissão, na amplitude do art. 369 do CPC. Dá-se à causa o valor de R$ … Nestes termos, Pede deferimento. Local e data. Advogado OAB/UF nº …
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