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concepções de loucura e história da loucura

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PSICOPATOLOGIA 
EXERCÍCIOS 
Profa. Dra. Rosana Sigler
1 – Caracterize a visão organicista da loucura, esclarecendo a razão dela ser uma perspectiva não-relacional.
A visão organicista é advinda de um sistema médico o qual a loucura é vista como doença e reduzida a um conglomerado de sintomas os quais a ciência médica julga como tratáveis, desta forma, a partir da “(...) constituição de uma sintomatologia, é elaborada uma nosografia na qual as formas específicas da doença, suas fases e variações são classificadas e descritas.” (FRAYZE-PEREIRA, 1982, p.15). A razão dela ser uma perspectiva não relacional é porque tem necessidade de afirmar que é um fato em si, para ser definida como realidade material (FRAYZE-PEREIRA, 1982) ou seja, para que a loucura vista seja patologizada, e que através disso, haja uma cura. 
2 – Formule um diálogo, em que um dos personagens expressa a visão organicista.
Em uma fila de mercado, uma mãe e uma criança autista estão passando as compras no caixa e a mais jovem começa a gritar devido a um som que a perturbou. Ao mesmo tempo, um casal na fila, sendo um deles com uma visão organicista, conversam sobre o ocorrido:
- Nossa, essa mulher não consegue cuidar do próprio filho. Que criança insuportável! 
- Acredito que ela possa ter algum problema mental, e isso não é da nossa conta. 
- Isso é coisa de má criação. 
- Eu acho que não, imagino que essa criança possa ter algum problema genético porque a forma como ela está se defendendo é muito clara, contando com os dedos e fazendo movimentos repetitivos para se acalmar. Talvez seja autista. 
- Não me importa, a mãe deve saber controlar seu filho, mas ao invés disso está fingindo que não está vendo.
- Bom, essa é a reação típica de uma criança com alteração genética, ela sempre será assim e nós, como pessoas racionais, devemos entender o espaço dela. 
3 – Caracterize a visão antropológica da loucura, esclarecendo a razão dela ser uma perspectiva relacional.
A visão antropológica da cultura traz a ideia de que “o que é normal na sociedade A poderá ser considerado patológico na sociedade B e vice-versa.” (FRAYZE-PEREIRA, 1982, p.24), ou seja, na nossa sociedade o louco é visto como anormal, no entanto, existem lugares no mundo em que a pessoa organizada mentalmente é vista como irregular. Esta visão não pode ser considerada relacional, como por exemplo a visão organicista e a psicofuncional, que é direcionada apenas para uma resposta, nesse caso, sendo um desvio da norma, e sendo um desvio da norma, não pode ser algo que transita entre o fisiológico e psicológico, portanto, não é relacional, e sim, relativista. 
4 – O que significa dizer que uma determinada visão da loucura a tem como “fato em si”?
O significado de uma visão da loucura ser determinada como um fato em si, como a organicista e a psicofuncional, traduz o fato de que elas têm apenas a visão de um lado da moeda, ou seja, “Ambas pressupõem logicamente uma norma objetiva de saúde que permita avaliar as doenças. No caso da primeira, essa norma estaria inscrita no bom funcionamento fisiológico do organismo. No caso da segunda, em uma harmonia natural das relações entre funções psíquicas.” (FRAYZE-PEREIRA, 1982, p.19).
5 - Formule um diálogo, em que um dos personagens expressa a visão psicofuncional.
Em uma fila de mercado, uma mãe e uma criança autista estão passando as compras no caixa e a mais jovem começa a gritar devido a um som que a perturbou. Ao mesmo tempo, um casal na fila, sendo um deles com uma visão organicista, conversam sobre o ocorrido:
- Nossa, essa mulher não consegue cuidar do próprio filho. Que criança insuportável! 
- Acredito que ela possa ter algum problema na estrutura do seu desenvolvimento psíquico, e isso não é da nossa conta. 
- Isso é coisa de má criação. 
- Eu acho que não, imagino que essa criança possa ter alguma alteração genética e a partir do ambiente em que ela foi criada, desenvolveu uma patologia... a forma como ela está se defendendo é muito clara, contando com os dedos e fazendo movimentos repetitivos para se acalmar. Talvez seja autista. 
- Não me importa, a mãe deve saber controlar seu filho, mas ao invés disso está fingindo que não está vendo.
- Bom, essa é a reação típica de uma criança com uma doença multifatorial, provavelmente ela nasceu com tendência ao autismo e devido ao seu ambiente, desenvolveu a patologia. Enfim, ela sempre será assim e nós, como pessoas racionais, devemos entender o espaço dela. 
6 – “Confinar os loucos num navio que os leva de uma cidade para outra” (p.50). Esse costume fazia parte qual período histórico? Comente a visão de loucura dessa época, comparando-a com a dos dias de hoje.
Esse costume fazia parte da Renascença (séculos XV e XVI). A loucura era tratada de uma forma não patológica, não era dominada por ninguém e não havia necessidade de explicação médica, porque era parte da vida cotidiana. Nem todos os loucos eram embarcados para longe, e muitas cidades os acolheram (FRAYZE-PEREIRA, 1982), portanto tinha um caráter não segregatício, e sim um ritual de purificação. Em outras palavras, os enviavam para lugares onde poderiam ser aceitos.
7 – No século XVII, a sociedade sofre uma grande transformação. Qual é ela e como isso repercute sobre a visão da loucura?
A partir do século XVII, ocorre o período da Grande Internação, o qual reflete a mudança de organização social-política, com o surgimento da burguesia e novos valores. Devido a valorização do homem e o enfraquecimento do Deus como fonte de todo o saber, os loucos passam a ser vistos como pessoas inválidas para a sociedade daquela época, pois não cumprem com o esperado de ter uma mente organizada para trabalhar, possibilitando a mudança de classes sociais de pessoas ditas como normais. “Excluída pelo sujeito que dúvida, a loucura é a condição de impossibilidade do pensamento. Ou seja, a partir do racionalismo moderno, sabedoria e loucura se separam.” (FRAYZE-PEREIRA, 1982, p.61), com esta separação, o louco se transforma em algo negativo e que precisa ser exilado. 
8 – Quando surge a Psiquiatria e a que demanda social ela responde?
A psiquiatria surge entre os séculos XIX e XX. Com o fato de que dentro dos Hospitais Gerais não eram frequentados apenas por loucos e sim todos àqueles que tinham um desvio da norma aceito no período histórico falado, como pobres, alquimistas, suicidas portadores de doenças venéreas, libertinos etc (FRAYZE-PEREIRA, 1982) e ainda, estes internos eram obrigados a cumprir com trabalhos forçados, num ambiente onde a função era reprimir e moralizar. Contudo, houve um pedido para que as pessoas “normais” fossem discriminadas dos loucos, e então nasce a psiquiatria como função de curar os loucos, que passam a serem vistos como doentes. 
9 – Caracterize os Hospitais Gerais e o Asilo (data e função).
Hospitais gerais (1656) – função repressiva, qualquer pessoa que era apontada como inválida perante a burguesia. 
Asilos (final do século XVIII) – assistência, cuidar das pessoas, o sofrimento mental é visto como doença e que precisa ser curada. 
REFERÊNCIAS 
FRAYZE-PEREIRA, J. O que é loucura. São Paulo: Brasiliense, 1982.

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