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AULA 05 - CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS

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Aula 5 – Classificação dos Solos 
 
MECÂNICA DOS SOLOS 
 
 
 
 
 
42 
 
 
Aula 5: Classificação dos Solos 
 
Por serem constituídos de um material de origem natural, os depósitos de solo nunca são 
estritamente homogêneos. Grandes variações nas suas propriedades e em seu 
comportamento são comumente observadas. Pode-se dizer contudo, que depósitos de solo 
que exibem propriedades básicas similares podem ser agrupados como classes, mediante o 
uso de critérios ou índices apropriados. 
 
1. Aspectos Gerais de Classificação 
Um sistema de classificação dos solos deve agrupar os solos de acordo com suas 
propriedades intrínsecas básicas. Do ponto de vista da engenharia, um sistema de 
classificação pode ser baseado no potencial de um determinado solo para uso em bases de 
pavimentos, fundações, ou como material de construção, por exemplo. Devido à natureza 
extremamente variável do solo, contudo, é inevitável que em qualquer classificação 
ocorram casos onde é difícil se enquadrar o solo em uma determinada e única categoria, em 
outras palavras, sempre vão existir casos em que um determinado solo poderá ser 
classificado como pertencente a dois ou mais grupos. Do mesmo modo, o mesmo solo pode 
mesmo ser colocado em grupos que pareçam radicalmente diferentes, em diferentes 
sistemas de classificação. 
Em vista disto, um sistema de classificação deve ser tomado como um guia preliminar 
para a previsão do comportamento de engenharia do solo, a qual não pode ser realizada 
utilizando-se somente sistemas de classificação. Testes para avaliação de importantes 
características do solo devem sempre ser realizados, levando-se sempre em consideração o 
uso do solo na obra, já que diferentes propriedades governam o comportamento do solo a 
depender de sua finalidade. Assim, deve-se usar um sistema de classificação do solo, dentre 
outras coisas, para se obter os dados necessários ao direcionamento de uma investigação 
mais minuciosa, quer seja na engenharia, geoquímica, geologia ou outros ramos da ciência. 
Implicitamente, nas aulas anteriores, utilizaram-se alguns sistemas de classificação dos 
solos. Estes sistemas de classificação, por serem bastante simplificados, não são capazes de 
fornecer, na maioria dos casos, uma resposta satisfatória do ponto de vista da engenharia, 
Aula 5 – Classificação dos Solos 
 
UNIDADE 2 – PROPRIEDADES DOS SOLOS 
 
 
 
 
 
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devendo ser usados como informações adicionais aos sistemas de classificação mais 
elaborados. São eles: 
a) Classificação genética dos solos (classificação do solo segundo a sua origem) - 
Classifica os solos em residuais e sedimentares, podendo apresentar subdivisões (ex. solo 
residual jovem, solo sedimentar eólico, etc.); 
b) Classificação pela NBR 6502 - Conforme apresentado anteriormente, esta 
classificação designa os solos de acordo com as suas frações granulométricas 
preponderantes, utilizando a curva granulométrica; 
c) Classificação pela estrutura - Essa classificação consta de dois tipos fundamentais de 
estruturas (agregada e isolada), que por sua vez, são subdivididas em vários outros subtipos 
(floculada, dispersa, orientada, aleatória), conforme foi visto na aula referente a estrutura 
dos solos. A estrutura do solo está interligada com propriedades como coesão, peso 
específico, sensibilidade, expansividade, resistência, anisotropia, permeabilidade, 
compressibilidade e outras mais. 
Nesta aula serão apresentados os dois sistemas de classificação dos solos mais 
difundidos no meio geotécnico, a saber, o Sistema Unificado de Classificação do Solos, SUCS 
(ou “Unified Soil Classification System”, USCS) e o sistema de classificação dos solos 
proposto pela AASHTO (“American Association of State Highway and Transportation 
Officials”). Deve-se salientar, contudo, que estes dois sistemas de classificação foram 
desenvolvidos para classificar solos de países de clima temperado, não apresentando 
resultados satisfatórios quando utilizados na classificação de solos tropicais (principalmente 
aqueles de natureza laterítica), cuja gênese é bastante diferenciada daquela dos solos para 
os quais estas classificações foram elaboradas. Por conta disto, e devido à grande 
ocorrência de solos lateríticos nas regiões Sul e Sudeste do país, recentemente foi elaborada 
uma classificação especialmente destinada a classificação de solos tropicais. Esta 
classificação, brasileira, denominada de Classificação MCT, começou a se desenvolver na 
década de 70, sendo apresentada oficialmente em 1980 (Nogami & Vilibor, 1980). 
2. Classificação Segundo o Sistema Unificado de Classificação de 
Solos (SUCS) 
Este sistema de classificação foi originalmente desenvolvido pelo professor A. 
Casagrande (Casagrande, 1948) para uso na construção de aterros em aeroportos durante a 
Segunda Guerra Mundial, sendo modificada posteriormente para uso em barragens, 
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MECÂNICA DOS SOLOS 
 
 
 
 
 
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fundações e outras construções. A idéia básica do Sistema Unificado de Classificação dos 
solos é que os solos grossos podem ser classificados de acordo com a sua curva 
granulométrica, ao passo que o comportamento de engenharia dos solos finos está 
intimamente relacionado com a sua plasticidade. Em outras palavras, os solos nos quais a 
fração fina não existe em quantidade suficiente para afetar o seu comportamento são 
classificados de acordo com a sua curva granulométrica, enquanto que os solos nos quais o 
comportamento de engenharia é controlado pelas suas frações finas (silte e argila), são 
classificados de acordo com as suas características de plasticidade. 
As quatro maiores divisões do Sistema Unificado de Classificação dos Solos, como visto 
nas aulas iniciais do curso, são as seguintes: 
• Solos grossos (pedregulho e areia), 
• Solos finos (silte e argila), 
• Solos orgânicos; 
• Turfa. 
A classificação é realizada na fração de solo que passa na peneira 75 mm, devendo-se 
anotar a quantidade de material eventualmente retida nesta peneira. São denominados 
solos grossos aqueles que possuem mais do que 50% de material retido na peneira 200 e 
solos finos aqueles que possuem mais do 50% de material passando na peneira 200. Os 
solos orgânicos e as turfas são geralmente identificados visualmente. Cada grupo é 
classificado por um símbolo, derivado dos nomes em inglês correspondentes: 
• Pedregulho (G), do inglês “gravel”; 
• Argila ©, do inglês “Clay”; 
• Areia (S), do inglês “Sand”; 
• Solos orgânicos (O), de “Organic soils” e 
• Turfa (Pt), do inglês “peat”. 
A única exceção para esta regra advém do grupo do silte, cuja letra representante, M, 
advém do Sueco “mjäla”. 
2.1. Solos Grossos 
Os solos grossos são classificados como pedregulho ou areia. São classificados como 
pedregulhos aqueles solos possuindo mais do que 50% de sua fração grossa retida na 
peneira 4 (4,75 mm) e como areias aqueles solos possuindo mais do que 50% de sua fração 
grossa passando na peneira 4. Cada grupo por sua vez é dividido em quatro subgrupos a 
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UNIDADE 2 – PROPRIEDADES DOS SOLOS 
 
 
 
 
 
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depender de sua curva granulométrica ou da natureza da fração fina eventualmente 
existente. São eles: 
• Material praticamente limpo de finos, bem graduado W, (SW e GW); 
• Material praticamente limpo de finos, mal graduado P, (SP e GP); 
• Material com quantidades apreciáveis de finos não plásticos, M, (GM e SM); 
• Material com quantidades apreciáveis de finos plásticos C, (GC ou SC). 
2.1.1. Grupos GW e SW 
Formados por um solo bem graduado com poucos finos. Em um solo bem graduado, os 
grãos menores podem ficar nos espaços vazios deixados pelos grãos maiores, de modo que 
os solos bem graduados tendem a apresentar altos valores de peso específico(ou menor 
quantidade de vazios) e boas características de resistência e deformabilidade. A presença de 
finos nestes grupos não deve produzir efeitos apreciáveis nas propriedades da fração 
grossa, nem interferir na sua capacidade de drenagem, sendo fixada como no máximo 5% 
do solo, em relação ao seu peso seco. O exame da curva granulométrica dos solos grossos 
se faz por meio dos coeficientes de uniformidade (Cu) e curvatura (Cc), já apresentados 
anteriormente. Para que o solo seja considerado bem graduado é necessário que seu 
coeficiente de uniformidade seja maior que 4, no caso de pedregulhos, ou maior que 6, no 
caso de areias, e que o seu coeficiente de curvatura esteja entre 1 e 3. 
2.1.2. Grupos GP e SP 
Formados por solos mal graduados (curvas granulométricas uniformes ou abertas). 
Como os subgrupos SW e GW, possuem no máximo 5% de partículas finas, mas suas curvas 
granulométricas não completam os requisitos de graduação indicados para serem 
considerados como bem graduados. Dentro destes grupos estão compreendidos as areias 
uniformes das dunas e os solos possuindo duas frações granulométricas predominantes, 
provenientes da deposição pela água de rios em períodos alternados de cheia/seca. 
2.1.3. Grupo GM e SM 
São classificados como pertencentes aos subgrupos GM e SM os solos grossos nos 
quais existe uma quantidade de finos suficiente para afetar as suas propriedades de 
engenharia: resistência ao cisalhamento, deformabilidade e permeabilidade. Convenciona-
se a quantidade de finos necessária para que isto ocorra em 12%, embora sabendo-se que a 
influência dos finos no comportamento de um solo depende não somente da sua 
quantidade mas também da atividade do argilo-mineral preponderante. Para os solos 
grossos possuindo mais do que 12% de finos, deve-se realizar ensaios com vistas a 
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determinação de seus limites de consistência WL e WP, utilizando-se para isto a fração de 
solo que passa na peneira #40. Para que o solo seja classificado como GM ou SM, a sua 
fração fina deve se situar abaixo da linha A da carta de plasticidade de Casagrande (vide 
figura da página 39). 
2.1.4. Grupo GC e SC 
São classificados como GC e SC os solos grossos que atendem aos critérios 
especificados no item acima, mas cuja fração fina possui representação na carta de 
plasticidade acima da linha A. Em outras palavras, são classificados como GC e SC os solos 
grossos possuindo mais que 12% de finos com comportamento predominante de argila. 
OBS: Os solos grossos possuindo percentagens de finos entre 5 e 12% devem possuir 
nomenclaturas duplas, como GW-GM, SP-SC, etc., atribuídas de acordo com o especificado 
anteriormente. De uma forma geral, sempre que um material não se encontra claramente 
dentro de um grupo, devemos utilizar símbolos duplos, correspondentes a casos de 
fronteira. Ex: GW-SW (material bem graduado com menos de 5% de finos e formado com 
fração de grossos com iguais proporções de pedregulho e areia) ou GM-GC (solos grossos 
com mais do que 12% de finos cuja representação na carta de plasticidade de Casagrande se 
situa muito próxima da linha A). 
A figura apresenta um fluxograma exibindo os passos básicos a serem seguidos na 
classificação de solos grossos pelo Sistema Unificado. 
 
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2.2. Solos Finos 
Os solos finos são classificados como argila e silte. A classificação dos solos finos é 
realizada tomando-se como base apenas os limites de plasticidade e liquidez do solo, 
plotados na forma da carta de plasticidade de Casagrande. Em outras palavras, o 
conhecimento da curva granulométrica de solos possuindo mais do que 50% de material 
passando na peneira 200, pouco ou muito pouco acrescenta acerca das expectativas sobre 
suas propriedades de engenharia. 
A Carta de plasticidade dos solos foi desenvolvida por A. Casagrande de modo a 
agrupar os solos finos em diversos subgrupos, a depender de suas características de 
plasticidade. Conforme é apresentado na figura abaixo, a carta de plasticidade possui três 
divisores principais: A linha A (de eq. IP = 0,73(wL - 20)), a linha B (wL = 50%) e a linha U (de 
eq. IP = 0,9(wL - 8). Deste modo, os solos finos, que são divididos em quatro subgrupos (CL, 
CH, ML e MH), são classificados de acordo com a sua posição em relação às linhas A e B, 
conforme apresentado a seguir: 
 
OBS: Solos cuja representação na carta de plasticidade se situe dentro da zona CL-ML devem ter 
nomenclatura dupla. 
Solos cuja representação na carta de plasticidade se situe próximo à linha LL = 50 % devem ter 
nomenclatura dupla: (MH-ML ou CH- 
Solos cuja representação na carta de plasticidade se situe próximo à linha A devem ter 
nomenclatura dupla: (MH-CH ou CL-ML). As argilas inorgânicas de média plasticidade possuem WL 
entre 30 e 50%. 
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2.2.1. Grupo CL e CH 
Os solos classificados como CL (argilas inorgânicas de baixa plasticidade) são aqueles 
os quais têm a sua representação na carta de plasticidade acima da linha A e à esquerda da 
linha B (conforme pode-se observar na figura acima, deve-se ter também um IP > 7%). O 
grupo CH (argilas inorgânicas de alta plasticidade), possuem a sua representação na carta de 
plasticidade acima da linha A e à direita da linha B (WL > 50%). São exemplos deste grupo as 
argilas formadas por decomposição química de cinzas vulcânicas, tais como a argila do vale 
do México, com WL de até 500%. 
2.2.2. Grupo ML e MH 
Os solos classificados como ML (siltes inorgânicos de baixa plasticidade) são aqueles os 
quais têm a sua representação na carta de plasticidade abaixo da linha A e à esquerda da 
linha B (conforme pode-se observar na figura acima, deve-se ter também um IP < 4%). O 
grupo MH (siltes inorgânicos de alta plasticidade), possuem a sua representação na carta de 
plasticidade abaixo da linha A e à direita da linha B (WL > 50%). 
2.2.3. Grupo OL e OH 
São classificados utilizando-se os mesmos critérios definidos para os subgrupos ML e 
MH. A presença de matéria orgânica é geralmente identificada visualmente e pelo seu odor 
característico. Em caso de dúvida a escolha entre os símbolos OL/ML ou OH/MH pode ser 
feita utilizando-se o seguinte critério: Se WLs/WLn < 0,75 então o solo é orgânico senão é 
inorgânico. Os símbolos WLs e WLn correspondem a limites de liquidez determinados em 
amostras que foram secas em estufa e ao ar livre, respectivamente. Neste caso, a diferença 
entre os valores de WL se deve ao fato de que a amostra seca em estufa a 105 oC terá a sua 
matéria orgânica queimada, tendo em consequência o seu valor de WL reduzido. 
2.3. Solos Pantanosos e Turfas 
São solos altamente orgânicos, geralmente fibrilares e extremamente compressíveis. 
As turfas são solos que incorporam florestas soterradas em estágio avançado de 
decomposição. Estes solos formam um grupo independente de símbolo (Pt). 
Na maioria dos solos turfosos os limites de consistência podem ser determinados após 
completo amolgamento do solo. O limite de liquidez destes solos varia entre 300 e 
500%permanecendo a sua posição na carta de plasticidade notavelmente acima da linha A. 
O Índice de plasticidade destes solos normalmente se situa entre 100 e 200. 
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A linha U apresentada na carta de plasticidade representa o limite superior das 
coordenadas (WL;IP) encontrado para a grande maioria dos solos (mesmo solos possuindo 
argilo-mineriais de alta atividade). Deste modo, sempre que em um processo de 
classificação o ponto representante do solo se situar acima da linhaU, os dados de 
laboratório devem ser checados e os ensaios refeitos. 
A carta de plasticidade de Casagrande pode ainda nos dar uma idéia acerca do tipo de 
argilo-mineral predominante na fração fina do solo. Solos possuindo argilo-minerais do tipo 
1:1 (como a caulinita) tem seus pontos de representação na carta de plasticidade próximo à 
linha A (parte superior à linha A), enquanto que solos possuindo argilo-minerais de alta 
atividade (como a montmorilonita) tendem a ter seus pontos de representação na carta de 
plasticidade próximos à linha U (parte imediatamente inferior à linha U). 
Apesar dos símbolos utilizados no SUCS serem de grande valia, eles não descrevem 
completamente um depósito de solo. Em todos os solos deve-se acrescentar informações 
como odor, cor e homogeneidade do material à classificação. Para o caso de solos grossos, 
informações como a forma dos grãos, tipo de mineral predominante, graus de 
intemperismo ou compacidade, presença ou não de finos são pertinentes. Para o caso dos 
solos finos, informações como a umidade natural e consistência (natural e amolgada) 
devem ser sempre que possível ser fornecidas. 
3. Classificação Segundo à AASHTO - HBR 
A sistema de classificação da AASHTO foi desenvolvido em 1920 pelo "Bureau of Public 
Roads", que realizou um extenso programa de pesquisa sobre o uso de solos na construção 
de vias secundárias ("farm to market roads"). O sistema original foi baseado nas 
características de estabilidade dos solos quando usados como a própria superfície da pista 
ou em conjunto com uma fina capa asfáltica. Diversas aplicações foram realizadas desde a 
sua concepção e a sua aplicabilidade foi estendida consideravelmente. Segundo a AASHTO 
(vide AASHTO, 1978), esta classificação pode ser utilizada para os casos de aterros, 
subleitos, bases e subbases de pavimentos flexíveis, mas deve-se ter sempre em mente o 
propósito original da classificação quando da sua utilização. 
O sistema da AASHTO classifica o solo em oito diferentes grupos: de A1 a A8 e inclui 
diversos subgrupos. Os solos dentro de cada grupo ou subgrupo são ainda avaliados de 
acordo com o seu índice de grupo, o qual é calculado por intermédio de uma fórmula 
empírica. 
 
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3.1. Solos Pertencentes aos Grupos A1 ao A3 
Os solos pertencentes ao grupo A1 são bem graduados, ao passo que os solos 
pertencentes ao grupo A3 são areias mal graduadas, sem presença de finos. Os materiais 
pertencentes ao grupo A2 apesar de granulares (35% ou menos passando na peneira 200), 
possuem uma quantia significativa de finos. 
3.2. Solos Pertencentes aos Grupos A4 ao A7 
Os solos pertencentes aos grupos A4 ao A7 são solos finos, materiais silto-argilosos. A 
diferenciação entre os diversos grupos é realizada com base nos limites de Atterberg. Solos 
altamente orgânicos (incluindo-se aí a turfa) devem ser colocados no grupo A8. Como no 
caso do SUCS, a classificação dos solos A8 é feita visualmente. 
O índice de grupo é utilizado para auxiliar na classificação do solo. Ele é baseado na 
performance de diversos solos, especialmente quando utilizados como subleitos. O índice 
de grupo é determinado utilizando-se a equação, apresentada adiante: 
IG = F – 35 . [0,2 + 0,005 . (WL – 40)] + 0,01 . (F – 15) . (IP – 10) 
Onde F é a percentagem de solo passando na peneira 200. 
Quando trabalhando com os grupos A-2-6 e A-2-7 o índice de grupo deve ser 
determinado utilizando-se somente o índice de plasticidade. 
No caso da obtenção de índices de grupo negativos, deve-se adotar um índice do 
grupo nulo. 
Usar o sistema de classificação da AASHTO não é difícil. Uma vez obtidos os dados 
necessários, deve-se seguir os passos indicados na figura abaixo, da esquerda para a direita, 
e encontrar o grupo correto por um processo de eliminação. O primeiro grupo à esquerda 
que atenda as exigências especificadas é a classificação correta da AASHTO. A classificação 
completa inclui o valor do índice de grupo (arredondado para o inteiro mais próximo), 
apresentado em parênteses, à direita do símbolo da AASHTO. Ex: A-2-6(3), A-6(12), A-7-
5(17), etc. 
Devido a sua ligação histórica com a classificação de solos para uso rodoviário, a 
classificação da AASHTO é bastante utilizada na seleção de solos para uso como base, sub-
bases e sub-leitos de pavimentos. 
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UNIDADE 2 – PROPRIEDADES DOS SOLOS 
 
 
 
 
 
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Baseado e adaptado de 
Sandro Lemos Machado e 
Miriam C. Machado. Edições 
sem prejuízo de conteúdo.

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