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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURICIO DE NASSAU CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO 3º PERÍODO – DIURNO EDUARDA KELLY DE LIMA GIDELSON GABRIEL GOMES JOSÉ FRANCISCO DA SILVA NETO LAIZA LIDYANE DA SILVA MARIA FERNANDA SANTOS ALBUQUERQUE AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE CARUARU-PE 2021 EDUARDA KELLY DE LIMA - 01284208 GIDELSON GABRIEL GOMES - 01437497 JOSÉ FRANCISCO DA SILVA NETO – 01365600 LAIZA LIDYANE DA SILVA - 01286895 MARIA FERNANDA SANTOS ALBUQUERQUE - 01390428 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Trabalho produzido e apresentado ao professor Armando Andrade como requisito parcial de complemento a nota da 2ª unidade da disciplina Entes Federativos e Seus Poderes. CARUARU-PE 2021 EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA, com fundamento no disposto no arts. 102, I, alinha a e p, 103, VI da CF/88, vem propor a AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR, contra o medida provisória 926/2020 do Presidente da República, no qual o referido decreto estabelece que as atividades empresarias estão liberadas para retomarem os seus trabalhos, em meio a pandemia do COVID- 19, infringido assim princípios e normas constitucionais, bem como, procedimentos relativos à competência da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. I- DO OBJETO DA AÇÃO O decreto presidencial em seu art. 3º determina: “Art. 3º Para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, as autoridades poderão adotar, no âmbito de suas competências, dentre outras, as seguintes medidas: VI - restrição excepcional e temporária, conforme recomendação técnica e fundamentada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por rodovias, portos ou aeroportos de: a) entrada e saída do País; e b) locomoção interestadual e intermunicipal; § 8º As medidas previstas neste artigo, quando adotadas, deverão resguardar o exercício e o funcionamento de serviços públicos e atividades essenciais. § 9º O Presidente da República disporá, mediante decreto, sobre os serviços públicos e atividades essenciais a que se referem o § 8º. § 10. As medidas a que se referem os incisos I, II e VI do caput, quando afetarem a execução de serviços públicos e atividades essenciais, inclusive as reguladas, concedidas ou autorizadas, somente poderão ser adotadas em ato específico e desde que em articulação prévia com o órgão regulador ou o Poder concedente ou autorizador. § 11. É vedada a restrição à circulação de trabalhadores que possa afetar o funcionamento de serviços públicos e atividades essenciais, definidas nos termos do disposto no § 9º, e cargas de qualquer espécie que possam acarretar desabastecimento de gêneros necessários à população.” II- DO MÉRITO DA AÇÃO A medida provisória quando passa a dispor sobre as medidas de saúde pública e as restrições de circulação a serem tomadas pelos Estados, Municípios e Distrito Federal, para o enfretamento da pandemia do COVID-19. Assim, a seguinte medida prevê: “Art. 3º Para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, as autoridades poderão adotar, no âmbito de suas competências, dentre outras, as seguintes medidas: VI - restrição excepcional e temporária, conforme recomendação técnica e fundamentada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por rodovias, portos ou aeroportos de: a) entrada e saída do País; e b) locomoção interestadual e intermunicipal; § 8º As medidas previstas neste artigo, quando adotadas, deverão resguardar o exercício e o funcionamento de serviços públicos e atividades essenciais. § 9º O Presidente da República disporá, mediante decreto, sobre os serviços públicos e atividades essenciais a que se referem o § 8º. § 10. As medidas a que se referem os incisos I, II e VI do caput, quando afetarem a execução de serviços públicos e atividades essenciais, inclusive as reguladas, concedidas ou autorizadas, somente poderão ser adotadas em ato específico e desde que em articulação prévia com o órgão regulador ou o Poder concedente ou autorizador. § 11. É vedada a restrição à circulação de trabalhadores que possa afetar o funcionamento de serviços públicos e atividades essenciais, definidas nos termos do disposto no § 9º, e cargas de qualquer espécie que possam acarretar desabastecimento de gêneros necessários à população.” Nesse sentido, a medida provisória 926/2020 não observa a competência que a constituição federal determina como sendo de competência concorrente da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência Outrossim, a medida provisória não observa o princípio da autonomia e da separação dos poderes, sendo esses conferidos pela constituição em seu artigo 18. Assim, estabelecendo que: Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Além disso, segundo o professor José Afonso da Silva, a competência é definida como a faculdade juridicamente atribuída a uma entidade ou a um órgão ou agente do Poder Público para tomar decisões. Vale pontuar também, o que se entende como sendo o princípio da autonomia e da separação dos poderes: A soberania é uma qualidade do Estado, ou segundo alguns autores, um dos elementos do Estado, que pode ser analisado sob a perspectiva interna - dando unidade à Federação - e externa, ao ser reconhecido e respeitado perante a comunidade jurídica internacional. A autonomia, entretanto, está alinhada apenas ao ambiente interno do país e se identifica pela capacidade política interna do ente federativo, caracterizada pela tríplice capacidade de: auto- organização (consistente no poder de elaborar as leis próprias), autogoverno (com manifestações de Legislativo, Executivo e Judiciário próprio) e autoadministração (com administração descentralizada e serviços públicos próprios). (BAHIA, 2017. p.258) Por fim, a medida afronta diretamente os arts. 23, II e 18 da Constituição Federal. III- PEDIDO DE CAUTELAR Os requisitos para concessão de medida cautelar estão presentes, ou seja, o fumus boni juris e o periculum in mora. Dessa forma, requer-se que seja decretada inconstitucionalidade da medida provisória, bem como a sua eficácia seja suspensa, uma vez que, a demora do judiciário em apreciar tal demanda, poderá acarretar em perdas de vida e em uma crise sanitária, ainda mais catastrófica. IV- DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer que: a) Seja concedida medida cautelar para a suspensão da eficácia da norma impugnada; b) Sejam colhidas as informações do Presidente da República, e que seja ouvido o Advogado-Geral da União e Procurador-Geral da República; c) Seja julgado procedente o pedido, para declarar a inconstitucionalidade dos arts. 3º, inciso VI, § 8º, § 9º, § 10 e § 11 da medida provisória nº 926/2020. Nesses termos, pede deferimento. Brasília, 04 de maio de 2021.
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