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i CARLA PEIXER Trabalho de Conclusão de Estágio CUSTOS AUXILIANDO A TOMADA DE DECISÃO Projeto desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí- UNIVALI – CES III – TIJUCAS TIJUCAS – SC, 2007 ii A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original. Albert Einstein iii Agradeço primeiramente a Deus pela vida. Ao meu esposo pela paciência e apoio nessa caminhada. A minha mãe pela dedicação. Ao meu sogro e minha sogra pelo incentivo. Às minhas cunhadas que serviram de inspiração por se tornarem pessoas bem sucedidas devido à dedicação ao trabalho e aos estudos. Aos meus colegas acadêmicos pelas experiências trocadas nessa longa jornada. A empresa por incentivar e contribuir na minha formação acadêmica e aos colegas de trabalho que contribuíram na execução deste trabalho, em especial a Joe Afonso Piazza e Carla Mirelli de Souza. A todos os professores pelo esforço em ensinar e em especial ao professor Frederico Sakamoto pelo apoio e incentivo na realização deste trabalho. iv DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA a) Razão social Indústria e Comércio de Calçados Tânia Ltda b) Endereço Rua José Marcelino Franco, 313 São João Batista – SC c) Setor de desenvolvimento do estágio Custos d) Duração do estágio 300 horas e) Nome e cargo do supervisor de campo Joe Afonso Piazza – Assessoria f) Carimbo e visto da empresa v EQUIPE TÉCNICA a) Nome da Estagiária Carla Peixer b) Área de Estágio Custos c) Coordenadora de Estágios Profª Jaqueline de Fátima Cardoso d) Supervisor de campo Joe Piazza e) Orientador de Estágio Profº Frederico Sakamoto f) Supervisor de Metodologia Profº Luciano Dalla Giacomassa vi AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA TIJUCAS, 18 de Junho de 2007. A Empresa INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE CALÇADOS TÂNIA LTDA, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pela acadêmica CARLA PEIXER. __________________________________ Cláudio César Booz vii LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 1 – Demonstrativo do custo fixo e variável.................................. 08 Figura 1 – Gráfico demostrativo do ponto de equilibrio……………….... 16 Figura 2 – Produto 307C.2006 Raphaella Booz........................................ 25 Gráfico 2 – Margen de contribuição unitária mensal................................. 36 Gráfico 3 – Ponto de equilibrio contábil mensal….................................... 37 Gráfico 4 – Ponto de equilibrio econômico mensal................................... 39 Gráfico 5 – Ponto de equilibrio financiero mensal……………................ 41 Gráfico 6 – Comparativo da produção efetiva com os pontos de equilibrio contábil, econômico, financiero mensal…................................ 41 viii LISTA DE TABELAS Quadro 1 – Demostrativo da margen de contribuição............................... 15 Quadro 2 – Número de funcionários da empresa por setor….................... 22 Tabela 1 – Ficha técnica de um produto da empresa……......................... 26 Tabela 2 – Demonstrativo de resultado do ano de 2006............................ 30 Tabela 3 – Divisão dos custos e despesas em fixo e variável……............ 31 Tabela 4 – Demonstrativo de resultado do ano 2006 proposto pela acadêmica……………………………………………………................... 32 Tabela 5 – Demonstrativo de resultado para cálculo da margen de contribuição total…………………………………………………............ 33 Tabela 6 – Margen de contribuição unitária por mês…….….................... 35 Tabela 7 – Ponto de equilibrio contábil mensal…….……........................ 37 Tabela 8 – Ponto de equilibrio econômico censal…….............................. 39 Tabela 9 – Ponto de equilibrio financiero mensal…………..……............ 40 ix RESUMO Devido à competitividade existente, as empresas devem buscar diferencial competitivo. O sistema de custos pode atuar como ferramenta fundamental de decisão e controle e determinação de lucro através da análise custo, volume e lucro. Através dessa análise é possível levantar informações como: margem de contribuição e ponto de equilíbrio. Por isso o objetivo geral deste trabalho consiste no desenvolvimento de uma análise custo, volume e lucro na Indústria e Comércio de Calçados Tânia Ltda. Para o levantamento dos dados para a execução do trabalho foram utilizados dados secundários obtidos do banco de dados da empresa e outros através de entrevistas informais com os participantes do trabalho. Após a coleta dos dados foi utilizada a abordagem qualitativa para suas análises. Os resultados obtidos foram de grande valia, pois permitiu a acadêmica separar os custos e despesas da empresa em fixos e variáveis, encontrando assim a margem de contribuição que possibilitou calcular o ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro e comparar com os resultados obtidos no ano de 2006. Nas observações da acadêmica constata-se que a empresa deve se ater ao seu mix de produto para aumentar a margem de contribuição e alcançar o ponto de equilíbrio, principalmente nos meses de Janeiro e Julho, pois são os meses em que a empresa não conseguiu atingir seu ponto de equilíbrio contábil. Conclui-se que os resultados registrados nesse trabalho permitem uma visão ampla do sistema de custos da organização evidenciando assim onde a empresa deve atuar proativamente para manter-se ainda mais competitiva no mercado que atua. PALAVRAS-CHAVE: determinação do lucro, decisão e controle. x SUMÁRIO EPÍGRAFE ...............................................................................................................ii AGRADECIMENTOS............................................................................................iii EQUIPE TÉCNICA................................................................................................iv DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA..................................................v AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA.........................................................................vi LISTA DE ILUSTRAÇÕES..................................................................................vii LISTA DE TABELAS...........................................................................................viii RESUMO .................................................................................................................ix SUMÁRIO.................................................................................................................x 1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................1 1.1 Objetivo geral e objetivos específicos ...............................................................1 1.2 Justificativa.........................................................................................................2 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................4 2.1 Origem do sistema de custo...............................................................................4 2.2 Importância de um sistema de custos...............................................................5 2.3 Conceitos básicos de custos ...............................................................................6 2.3.1 Custos ...............................................................................................................6 2.3.1.1 Custos quanto à Variabilidade............................................................................................. 7 2.3.1.2 Custos quanto à Facilidade de Alocação ............................................................................. 8 2.3.2 Despesas............................................................................................................9 2.3.3 Perdas .............................................................................................................10 2.3.4 Desperdícios...................................................................................................102.3.5 Custo de produção.........................................................................................10 2.3.6 Custo de produto acabado............................................................................11 2.3.7 Custo dos produtos vendidos .......................................................................11 xi 2.4 Métodos de custeio.............................................................................................12 2.4.1 Método de custeio por absorção......................................................................12 2.4.2 Método de custeio direto ou variável..............................................................13 2.4.3 Método ABC ...................................................................................................13 2.5 Custo auxiliando a tomada de decisão ...........................................................13 2.5.1 Análise Custo, Volume e Lucro......................................................................14 2.5.2 Margem de Contribuição.................................................................................14 2.5.3 Ponto de Equilíbrio..........................................................................................15 2.5.3.1 Ponto de Equilíbrio Contábil .................................................................................16 2.5.3.2 Ponto de Equilíbrio Econômico .............................................................................17 2.5.3.3 Ponto de Equilíbrio Financeiro ..............................................................................17 3 MÉTODO.............................................................................................................18 3.1 Caracterização do Estágio ..............................................................................18 3.2 População e coleta de dados ............................................................................18 3.3 Tratamento e coleta de dados..........................................................................18 4 EMPRESA ...........................................................................................................20 4.1 Histórico ............................................................................................................20 4.2 Estrutura Organizacional................................................................................21 5 PESQUISA ..........................................................................................................24 5.1 Verificação dos controles e registros utilizados.............................................24 5.1.1 Ficha Técnica ..................................................................................................24 5.1.2 Demonstrativo de Resultados - DRE ..............................................................27 5.2 Classificação quanto a variabilidade no processo produtivo.......................31 5.3 Calculo da margem de contribuição unitária e total ....................................32 5.4 Ponto de Equilíbrio Contabil, Econômico e Financeiro ...............................35 5.4.1 Ponto de Equilíbrio Contábil...........................................................................35 5.4.2 Ponto de Equilíbrio Econômico ......................................................................37 xii 5.4.2 Ponto de Equilíbrio Financeiro .......................................................................39 5.5 Proposta de melhorias......................................................................................41 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................42 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................43 ANEXOS .................................................................................................................44 ASSINATURAS DOS RESPONSÁVEIS.............................................................45 1 1 INTRODUÇÃO O cenário de atuação das empresas torna-se a cada dia mais competitivo e exigente, tornando assim as informações um grande diferencial competitivo. Para se adaptarem as turbulências do mercado e para vencer a concorrência as empresas não cansam de buscar alternativas, e a gestão de custos pode servir de ferramenta para gerar informações úteis que possam se tornar uma vantagem competitiva através da análise de custo, volume e lucro. Nesse contexto precisa ser considerado que as empresas precisam conhecer de forma clara e objetiva como funciona o seu sistema de custos, para poder extrair informações que são de grande importância para o bom desempenho da empresa. O uso adequado das ferramentas da gestão de custos auxiliando a tomada de decisão propicia informações que possibilitam decidir o futuro da organização e que direção ela deve tomar, sendo que os objetivos principais do sistema de custo são: determinação do lucro, controle e decisão. Com dados estruturados e valores bem definidos como os da margem de contribuição e o ponto de equilíbrio as empresas podem definir que direção podem ou devem seguir para se tornarem mais competitivas. Outras informações como que mix de produtos é mais rentável para a empresa, como diluir o custo fixo, quantas unidades devem ser produzidas e a que preço deve ser vendido são outros dados levantados pela análise e gerenciamento de custos. Portanto uma boa gestão de custos pode constituir-se em um recurso para as empresas que querem ser cada vez mais competitivas e necessitam tomar decisões assertivas e não ao acaso, decisões proativas e não reativas. Diante desse contexto será analisado todo o sistema de custos da Indústria e Comércio de Calçados Tânia Ltda, a fim de gerar informações necessárias que auxiliem na tomada de decisão. 1.1 Objetivo geral e objetivos específicos O objetivo geral do trabalho consiste no desenvolvimento de uma análise custo, volume e lucro. Para que o objetivo geral seja alcançado deverão ser abordados alguns pontos gerais que originarão os objetivos específicos: 2 Verificar os registros e controles utilizados; Classificar o custo quanto à variabilidade no processo produtivo; Calcular a margem de contribuição unitária e total; Determinar os itens que compõe o ponto de equilíbrio contábil, econômico, financeiro; Propor melhorias para o setor. 1.2 Justificativa A Indústria e Comércio de Calçados Tânia atua a 40 anos no mercado calçadista, e durante todo esse tempo vem buscando maneiras novas de se manter competitiva num mercado turbulento e disputado. No intuito de melhorar seu desempenho a empresa pretende avaliar seu sistema de custo atual, sabendo-se que em bom sistema de gestão de custo consiste em uma arma poderosa, pois a partir dele é possível gerar informações para controle e tomada de decisão mais assertiva. Se a empresa não souber de forma clara quanto custa um determinado bem ou serviço, ela não saberá se está ganhando ou perdendo dinheiro. Através do entendimento do ponto de equilíbrio e demais teoria relacionada a ele é possível fazer análises e simulações dos diversos resultados que podem ser apresentados por um empreendimento. O trabalho é viável e importante, pois há facilidade de acesso da acadêmica as informações bem como uma necessidade por informações que auxiliem no processo de tomada de decisão. A empresa será beneficiada com as análises que serão desenvolvidas, sendo que o mesmo deve auxiliar a tomada de decisão da empresa, no entendimento da relação custo, volume de produção e lucro, consequentemente dando condições mais sólidas para questões como: Se aumentar o custo variável em 3% quanto a mais necessitamos vender? Com a queda de preço em 5% quantas unidades a mais precisam ser vendidas? Com o aumento de 6% das despesas fixas em função da abertura de um novo ponto de venda, qual o incremento de receita necessário para manter minha lucratividade? Qual é a margem de contribuição média?3 Questões como essas citadas anteriormente poderão ser mais facilmente compreendidas. 4 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para um melhor entendimento referente ao assunto relacionado à gestão de custo, neste capítulo serão apresentados alguns fundamentos sobre o assunto: Origem do sistema de custo; Importância de um sistema de custos; Conceitos básicos de custos; Métodos de custeio; Análise Custo, Volume e Lucro. 2.1 Origem do sistema de custo O Custo faz parte da vida do ser humano desde o seu nascimento até a sua morte, sendo que todos os bens necessários a sua sobrevivência têm um custo, o consumo de bens e a utilização de serviços são necessidades inerentes à própria condição humana (DUTRA, 1995). O parágrafo a seguir mostra a partir de quando e como nasceu a contabilidade de custos. A Contabilidade de Custos nasceu da Contabilidade Financeira, quando da necessidade de avaliar estoques na indústria, tarefa essa que era fácil na empresa típica da era do mercantilismo. Seus princípios derivam dessa finalidade primeira e, por isso nem sempre conseguem atender completamente a suas outras duas mais recentes e provavelmente mais importantes tarefas: controle e decisão. Esses novos campos deram nova vida a essa área que, por sua vez, apesar de já ter criado técnicas e métodos específicos para tal missão, não conseguiu ainda explorar todo o seu potencial; não conseguiu talvez sequer mostrar a seus profissionais e usuários que possui três facetas distintas que precisam ser trabalhadas diferentemente, apesar de não serem incompatíveis entre si (MARTINS, 2000 p.23). As três facetas citadas por Martins são: Determinação do lucro Controle Decisão 5 2.2 Importância de um sistema de Custos Com o desenvolvimento das Indústrias e do comércio cresceu a competição interna e externa. Além de competir com produtos fabricados no Brasil as empresas também competem com produtos externos. Por isso é importante que os gestores estejam atento as mudanças para adotar estratégias que tornem a organização mais competitiva. As empresas estão diante de muitos desafios e sob esse aspecto, Beuren (1988) afirma que a globalização da economia tem estimulado a competitividade e em conseqüência disso mudanças significativas são visualizadas nos paradigmas de gestão, no desenvolvimento tecnológico, e na qualidade dos processos e produtos, visando sempre satisfazer o cliente. Diante desse contexto, há uma grande valorização da informação como um recurso econômico e diferencial competitivo para a sobrevivência da empresa. O sistema de custos segundo Dutra (1995), é uma técnica desenvolvida para tornar mais seguro e racional o processo de produção. É através do sistema de custos que o proprietário sabe quanto custa produzir cada um dos bens ou serviços da sua empresa e qual a sua margem de lucro. Pode-se afirmar que é dele que se originam informações para auxiliar na gestão da empresa. Segundo Leone (1997, p.14) “a contabilidade de custos, quando acumula os custos e os organiza em informações relevantes, pretende atingir três objetivos principais: a determinação do lucro, o controle das operações, e a tomada de decisões”. De acordo com Hernandes (1999, p.13) “na guerra pela sobrevivência no mundo dos negócios, é imprescindível o perfeito gerenciamento dos ganhos, em uma extremidade, e dos custos e despesas na outra”. Já que na grande maioria das empresas de bens de consumo, é no custo que se concentra o grande montante de recursos alocados. “O conhecimento dos custos é vital para saber se, dado o preço, o produto é rentável; ou, se não rentável, se é possível reduzi-los” (MARTINS, 2000, p.22). O sistema de custos bem elaborado é fundamental para as tomadas de decisão. Assim para iniciar a caminhada no entendimento do assunto relacionado a custo serão abordados alguns conceitos básicos. 6 2.3 Conceitos básicos de custos Muitas vezes são utilizadas de forma errônea algumas terminologias. Sendo assim importante definir os termos a fim de evitar erros. Para maior entendimento do assunto algumas terminologias serão definidas: Custos Despesas Perdas Desperdícios Investimento 2.3.1 Custos Custos são os gastos se agregam a certa mercadoria, durante o seu fluxo de produção. Podemos dizer ainda que, Custo ou Custo Total compreende o somatório de todos os gastos existentes que compõe um produto, desde sua entrada no sistema produtivo até sua saída. Segundo Hernandes (1999, p.16) “custos são gastos relativos aos bens e serviços (recursos) consumidos na produção de outros bens e serviços”. Para Dutra (1995, p.28) “é a parcela do gasto que foi aplicada na produção, ou em qualquer outra função de custo, gasto esse desembolso ou não. Custo é o valor aceito pelo comprador para adquirir um bem, ou ainda, custo é a soma de todos os valores agregados ao bem desde a sua aquisição até a sua comercialização”. A matéria prima no momento de sua compra é um gasto que imediatamente se tornou investimento, e assim ficou durante a sua estocagem e quando é utilizado na fabricação de um bem surge o custo de matéria-prima (MARTINS, 2000). Há duas classificações que auxiliarão na compreensão do comportamento dos custos: quanto à variabilidade e quanto à facilidade de alocação. Em função do objetivo deste trabalho, a classificação a ser mais utilizada na análise será o custo quanto à variabilidade. Porém neste momento será dada uma visão geral da teoria que embasará o que se pretende dizer. 7 2.3.1.1 Custo quanto à Variabilidade A divisão entre Custo Fixo e Custo Variável é feita levando em consideração a relação entre custo e o volume de atividade numa unidade de tempo. De acordo com Bornia (2002), a classificação de custos se divide em fixo e variável, o primeiro não se altera em relação ao aumento ou redução de um volume de produção como, por exemplo, aluguel de prédio, já o custo variável está totalmente ligado a volume de produção como a matéria-prima. Custo fixo para Dutra (1995, p.37) “são os custos de estrutura que ocorrem período após período sem variações ou cujas variações não ocorrem em conseqüência de variação no volume de atividade em períodos iguais”. Um custo é fixo se o valor dele permanece inalterável mesmo havendo variação de produção. Alguns exemplos são descritos a seguir: Salário de gerentes; Aluguel de prédio; Depreciação do prédio ou máquinas. Segundo Dutra (1995), custos variáveis variam de acordo com o volume de produção, quanto maior o volume de produção no período maior será o custo variável e se o volume de produção diminuir o custo variável também diminui. Um custo é variável quando mantém uma estreita relação com o volume de produção. Seguem-se abaixo alguns exemplos: Custo de matéria-prima Mão-de-obra direta 8 Custos quanto a variabilidade 0 5 10 15 20 25 30 35 1 2 3 4 5 6 7 Peças R e ai s Custo Variável Custo Fixo O gráfico a seguir procura esclarecer através de exemplos o conceito citado anteriormente. Gráfico1: Demonstrativo do Custo Fixo e Variável Fonte: Elaborado pela acadêmica O custo variável como mostra o gráfico se altera de acordo com a variação do volume de produção, para produzir uma peça o custo de produção (custo variável) é R$ 5,00 para produzir duas peças o custo de produção é R$ 10,00. Já o custo fixo permanece inalterável independente do volume de produção ser uma, duas ou sete peças. Por isso é tão importante as empresas utilizarem toda a sua capacidade produtiva para diluir o custo fixo. 2.3.1.2 Custo quanto à facilidade de alocação Como afirma Bornia (2002), os custos se dividem em diretos e indiretos, de acordo com a facilidade de identificação dos mesmos com um produto, processo, centro de trabalho ou qualquer outro objeto. Os custos diretos são aqueles que podem ser diretamente apropriados aos produtos, bastando haver uma medida de consumo como: quilogramas, metros de materiais consumidos, horas de mão-de-obra direta, etc. 0 1 2 3 4 5 69 Conforme explica Hernandes (1999, p.23) “custos diretos são os custos que podem ser quantificados e identificados no produto ou serviço e valorizados com relativa facilidade”. Os custos diretos na grande maioria compõem-se em: Mão-de-obra direta; Materiais diretos como caixa, matéria-prima, enfeites. Os custos indiretos são aqueles de difícil identificação no produto final, pois não oferecem uma medida objetiva, necessitando assim de um processo de identificação arbitrário, sendo alguns exemplos: aluguel, seguro, pessoal de manutenção entre outros. Custo indireto para Dutra (1995, p.26) “é aquele que não pode se apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de custo no momento de sua ocorrência, atribui-se parcela dele a cada tipo de bem ou função de custo através de um critério de rateio”. Sendo assim seguem alguns exemplos: Mão-de-obra indireta; Depreciação de máquinas; Materiais indiretos utilizados no processo de fabricação. 2.3.2 Despesas Despesa para Martins (1996, p.26) “é o bem ou serviço consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas”. As despesas também podem ser classificadas como o custo: fixo e variável, direto e indireto. De acordo com Hernandes (1999), despesas fixas independentemente do volume de vendas ou de prestações de serviço às despesas permanecem constantes, uma alteração para mais ou para menos no volume de receitas não altera o valor total da despesa como, por exemplo: salários da administração, despesas com aluguéis, seguros e outros. Para Martins (1996, p.267) “sabidamente não existe Custo ou Despesa eternamente fixos; são, isso sim, fixos dentro de certos limites de oscilação da atividade a que se refere, sendo que, após tais limites, aumentam, mas não de forma exatamente proporcional, tendendo a subir em “degraus””. Segundo Hernandes (1999), as despesas variáveis de venda se alteram na proporção às variações no volume de receitas como comissões sobre as vendas do período. 10 Conforme explica Hernandes (1999), as despesas diretas assim como os custos diretos também podem ser facilmente quantificadas e apropriadas em relação às receitas de vendas e prestações de serviços. De acordo com Hernandes (1999 p.26) as despesas indiretas “são os gastos que não podem ser identificados com precisão com as receitas geradas. Geralmente, são consideradas como despesas do período e que não são distribuídas por tipo de receita”. 2.3.3 Perdas De acordo com Martins (1996 p.26), “é o bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária”. Seguem abaixo alguns exemplos: Incêndios; Obsoletismo de estoques. 2.3.4 Desperdícios Eliminar desperdícios é também eliminar prejuízos, sendo que os mesmos não podem repassados para os preços. Como afirma Hernandes (1999 p.17), “desperdícios são gastos incorridos nos processos produtivos ou de geração de receitas e que possam ser eliminados sem prejuízo da qualidade ou quantidade dos bens, serviços ou receitas geradas”. 2.3.5 Custo de produção Os custos de produção de acordo com Santos (2000, p.34) “são formados por matérias-primas, mão-de-obra direta e custos indiretos de produção”. Segue abaixo alguns exemplos do custo de produção conforme o autor cita acima: Matérias-primas ou materiais diretos: são materiais que estão diretamente aplicados ao processo de fabricação do produto final, como por exemplo, na produção de calçado, couro, forro, enfeites, etc. Mão-de-obra direta: é o recurso utilizado na produção pra transformação das matérias-primas em produto final. Exemplo: homens-hora. 11 Custos indiretos de produção: são insumos utilizados na produção de bens, mas que possuem uma relação indireta, como por exemplo, supervisão geral da fábrica, limpeza, segurança, depreciação, energia elétrica, peças de reposição de equipamentos entre outros. Seque abaixo a fórmula do custo de produção: CP = MP + MOD + CIP Onde: CP: Custo de Produção MP: Matéria-Prima CIP: Custo Indireto de Produção. 2.3.6 Custo dos Produtos acabados (CPA) Custo de produtos acabados é a somatória do total do estoque de produtos em elaboração, sendo que ainda estão dentro da empresa com o custo de produção do período diminuindo-se do valor do estoque dos produtos elaborados; Segue abaixo a fórmula de custo de produto acabado: CPa = EiPE+CP-EfPE Onde: CPa: Custo do Produto acabado EiPE: Estoque inicial de Produtos Elaborados CP: Custo de Produção EFPE: estoque final de Produtos em Elaboração 2.3.7 Custo dos produtos vendidos (CPV) Custo dos produtos vendidos, para Martins (1996 p.26) seria, “despesa que é o somatório dos itens que compuseram o custo de fabricação do produto ora vendido”. 12 Para Hernandes (1999 p.18), “é o valor dos gastos incorridos no processo de produção dos bens que foram sacrificados para que a empresa gerasse receita de vendas de produtos”. Segue abaixo a fórmula de custo do produto vendido: CPV = (EiPA+CPA-EfPA) Onde: CPV: Custo do Produto Vendido EiPA: Estoque inicial do Produto Acabado CPA: Custo do Produto Acabado EfPA: Estoque final do Produto Acabado 2.4 Métodos de custeio O principal assunto a ser tratado neste trabalho é a Análise do Custo, Volume e Lucro, sendo que a análise dos Princípios e Métodos de Custeio não são foco principal, porém serão apresentados alguns conceitos sobre o respectivo assunto no intuito de dar uma breve noção. As empresas que concorrem agressivamente em custos deveriam considerar a conveniência de adotar um programa de gestão de custos integrada que abranja todo o ciclo do produto (KAPLAN, 2005). É através do método de custeio que a empresa apropria os seus custos. Há vários sistemas que representam conjuntos de critérios, convenções, registros que atendem a determinadas finalidades de forma coordenada. Os métodos existentes para auxiliar o custeamento dos produtos são: custeio por absorção, custeio direto ou variável, e custeio baseado em atividades (ABC). 2.4.1 Método de custeio por absorção Custeio por absorção para Hernandes (1999 p.63), “é o método derivado da aplicação dos princípios contábeis geralmente aceitos e é, no Brasil, adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal”. 13 De acordo com Padoveze (1997), é o método mais tradicional para se obter os custos dos produtos, sendo que nesse método de custeamento consideram-se todos os gastos industriais, diretos ou indiretos, fixos ou variáveis. 2.4.2 Método de custeio direto ou variável No custeio direto conforme Martins (1996 p.216), “só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas no período, indo diretamente para o Resultado; para os estoques só vão, como conseqüência, custos variáveis”. 2.4.3 Método ABC O método ABC é uma poderosa ferramenta a ser utilizada na gestão de custos. Esse método procura dar tratamento adequado aos custos indiretos de fabricação e diminuir as distorções provocadas pela taxas de rateio, sendo que com o avanço tecnológico os sistemas produtivos passaram a ficar mais complexos aumentando assim os custos indiretos, e a diferença do método ABC em relação aos demais é que o mesmo preocupa-se fundamentalmente com o tratamento dado aos custos indiretos, conforme explica Martins (1996). 2.5 Custo auxiliando a tomada de decisão. Como o próprio título sugere, custo auxiliando a tomada de decisão será estudado a relação de custo, volume e lucro, sendo que é essa relação que possibilita os administradores tomarem uma série de decisões, como por exemplo, o que produzir, como produzir, o que comprar, o que vender, que recursos são necessários ou dispensáveis, etc. O foco de estudo será Margem de Contribuição e Ponto de Equilíbrio. 14 2.5.1 Análise Custo, Volume e Lucro. De acordo com Welsch (1996) a análise de custo, volume e lucro podem fornecer informações muito úteis à administração, possuindo assim valor considerável em muitas áreas de decisão, se sua análise puder ser feita com precisão razoável.“Um conjunto de procedimentos, denominado análise de custo, volume e lucro, determina a influência do lucro provocada por alterações nas quantidades vendidas e nos custos” (BORNIA, 2002, p.71). “Essa análise preocupa-se diretamente com o efeito sobre os resultados de alterações de custos fixos, alterações de custos variáveis, alterações do volume físico de vendas, alterações de preço de venda e alterações da distribuição relativa de linhas de produtos vendidos, como explica” (WELSCH, 1996, p.280). Para melhor entendimento do assunto será abordado o conceito de margem de contribuição e ponto de equilíbrio. 2.5.2 Margem de contribuição O objetivo é saber a contribuição em termos monetários quanto cada produto traz ou não para a empresa e com isso escolher o mix de venda. De acordo com Bornia (2002 p.72), “a margem de contribuição é o montante das vendas diminuídas dos custos variáveis. E a margem de contribuição unitária, analogamente, é o preço de venda menos os custos variáveis unitários dos produtos”. Segue a seguir as fórmulas da Margem de Contribuição unitária (MCu) e Margem de Contribuição total (MCt): MCu = PV – (CVu+DVu) Onde: MCu: Margem de Contribuição unitária PV: Preço de Venda CVu: Custos variáveis unitários DVu: Despesas variáveis unitárias 15 MCt = R – (CVt + DVt) Onde: R: Receitas CVt: Custos Variáveis totais DVt: Despesas variáveis totais O quadro a seguir demonstra a margem de contribuição unitária de cada produto e através de uma análise pode-se saber qual produto contribui mais com sua margem de contribuição. Custo Direto Variável Custo Indireto Variável Custo Variável Total Preço de Venda Margem de Contribuição Produto L Produto M Produto N $ 700 $1.000 $750 $80 $100 $90 $780 $1.100 $840 $1.550 $2.000 $1.700 $770/u $900/u $860/u Quadro 1: Demonstrativo da margem de contribuição Fonte: Martins 2000, p.195 Cada unidade de L contribui com $770; não se pode dizer que isso seja Lucro, já que faltam os Custos Fixos; trata-se de uma margem de contribuição unitária, para que, multiplicada pelas quantidades vendidas e somada à dos demais, perfaça a Margem de Contribuição Total. Desse montante, deduzindo os Custos Fixos e Despesas Fixas chega-se ao resultado, que é o Lucro (Martins, 2000). 2.5.3 Ponto de Equilíbrio Através do ponto de equilíbrio a empresa pode saber quando o seu lucro é nulo, ou seja, quanto à empresa tem que produzir para não ganhar nem ter prejuízos. Como afirma Santos (2000, p.167) “a análise do equilíbrio entre receitas de vendas e custos é muito importante como instrumento de decisão gerencial. O sucesso financeiro de qualquer empreendimento empresarial está condicionado à existência da melhor informação gerencial”. (+) (+) (=) (-) (=) 16 O ponto de equilíbrio pode ser definido como o volume ao qual a receita total é exatamente igual ao custo total (WELSCH, 1996). O ponto de equilíbrio pode ser representado através do gráfico a seguir: Figura 1: Gráfico demonstrativo do ponto de equilíbrio Fonte: HOJI (2000, p. 317) O ponto de equilíbrio se classifica em Contábil, Econômico e Financeiro. De acordo com Bornia (2000, p.79) “a diferença fundamental entre os três pontos de equilíbrio são os custos e despesas fixos a serem considerados em cada caso” Conforme será explanado em seguida. 2.5.3.1 Ponto de Equilíbrio Contábil Como afirma Bornia (2002, p.79) “no ponto de equilíbrio contábil, são levados em conta todos os custos e despesas contábeis relacionados com o funcionamento da empresa”. Segue a seguir a fórmula do ponto de equilíbrio contábil PEC = (Custos fixos + Despesas Fixas) (Preço – (Custos Variáveis + Despesas Variáveis)) 17 2.5.3.2 Ponto de equilibro Econômico De acordo com Bornia (2002, p.79) “no ponto de equilíbrio econômico, são também incluídos nos custos e despesas fixos considerados todos os custos de oportunidade referentes ao capital próprio, ao possível aluguel das edificações (caso empresa seja proprietária), e outros itens do gênero”. Nesse PE é incluído no seu cálculo um lucro mínimo desejado. Segue a seguir a fórmula do ponto de equilíbrio econômico: PEE = (Custos Fixos + Despesas Fixas) + (Valor obtido da aplicação da taxa) (Preço – (Custos Variáveis + Despesas Variáveis)) 2.5.3.3 Ponto de equilíbrio Financeiro Como explica Bornia (2002, p.79) “no caso do ponto de equilíbrio financeiro, os custos considerados são apenas os custos desembolsados que realmente oneram financeiramente a empresa”. O PE financeiro retira da análise os valores que não representam efetivo desembolso, tais como depreciações de máquinas e equipamentos. Segue abaixo a fórmula do ponto de equilíbrio financeiro: PEF = ((Custos e despesas fixas) – Valores desembolsados efetivamente) (Preço de venda – Custo e desp. Variáveis) 18 3 MÉTODO Para um melhor entendimento esta seção será dividida em: delineamento, coleta de dados e análise de dados. “Em seu sentido mais geral, o método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir certo fim ou um resultado desejado. Nas ciências entende- se por método o conjunto de processos empregados na investigação e na demonstração da verdade” (CERVO, 2002, p.24). 3.1 Delineamento Para confrontar a visão teórica do problema, com dados da realidade torna-se necessário definir o delineamento da pesquisa (GIL, 1994). O trabalho realizado caracteriza-se como uma pesquisa diagnóstico, que para Roesch (1999), tem o propósito de identificar problemas e propor soluções. Este trabalho também se caracteriza como um estudo de caso que para Gil (1994, p.78) “é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir conhecimento amplo e detalhamento do mesmo”. Este trabalho utilizou a abordagem qualitativa. 3.2 Coleta de dados Os Dados coletados nesse trabalho serão de fontes primárias, através de perguntas e por observação direta, e de fontes secundárias, através de consultas aos registros da empresa. Segundo Patmore (1998), “as principais fontes de pesquisa histórica são os documentos”. E os mesmos serão de grande valia para o bom andamento do projeto. 3.3 Análise de dados Os dados serão coletados qualitativamente, a fim de que a estagiária possa recomendar e orientar no processo de custos que seja condizente com a realidade da empresa. Os dados analisados de forma qualitativa segundo Roesch (1999) tem o propósito de analisar determinada situação e propor melhorias. 19 Os dados foram interpretados com auxílio da fundamentação teórica apresentado no capítulo 2. E foram apresentados na forma de gráfico e tabela no decorrer da análise feita no capítulo 5 20 4 EMPRESA Este capítulo tem como propósito apresentar a empresa e sua estrutura organizacional. 4.1 Histórico Em 1959 foi fundada a Calçados Booz, que na época produzia calçados masculinos. Mas os homens pouco sabiam de moda e era difícil comercializar esse produto, e esta dificuldade levou a decisão de tomar um rumo novo. Foi assim que em 26 de abril de 1966, Ary Booz associou-se com Artur Albanaz para fundar a Indústria e Comércio de Calçados Tânia. O calçado agora era feminino, Ary Booz comprava a matéria-prima, coordenava a produção e ia vender para os lojistas de Florianópolis e do Vale do Itajaí. Muito diferente de hoje, o desenvolvimento dos produtos não seguia nenhuma pesquisa, eram os próprios lojistas que mostravam alguns sapatos de suas lojas e pediam para que fossem produzidos iguais ou similares. Isto acontecia principalmente pela falta de recursos por parte da empresa para investir em pesquisa e pela ausência de mão- de-obra especializada na região. Nessa época também começaram as viagens para Novo Hamburgo – centro produtor de calçados do Rio Grande do Sul e referência nacional - com o objetivo de buscar matéria- prima necessária à produção de 100 pares por dia e acompanhar o que estava acontecendo no mercado calçadista. Nessas idas e vindas conheceu o modelista Luiz HelenoMuller, que passou a desenvolver os produtos da empresa por 16 anos, não dependendo mais exclusivamente dos “palpites” dos lojistas. Artur Albanaz tomou rumo próprio na vida, num ano em que a crise bateu à porta do setor calçadista brasileiro. Em 1969, Ary Booz não sabia o que fazer. Estava disposto a fechar as portas e se distanciar do segmento produtivo do calçado. Todavia, ele não contava com o incentivo e apoio do então representante comercial Mario Cardoso, que mesmo com a crise, acreditava num crescimento do negócio. Esse era responsável pelas vendas dos calçados Tânia em todo oeste catarinense e encorajou o empresário comprar a parte do seu antigo sócio se comprometendo a não deixar faltar serviço para a empresa. 21 Daquele dia em diante a Calçados Tânia se manteve firme, aumentou sua produção, ampliou seus mercados e investiu em tecnologia. Então veio a era moderna do calçado, e máquinas promoveram aumento na produção, a profissionalização das relações comerciais e as necessidades de mudar a cada minuto trouxeram novas exigências. Nos anos 70 e 80 a fábrica produzia 150 (cento e cinqüenta) pares por dia e praticamente a produção se resumia ao modelo Luiz XV em couro, mas a carteira de clientes já incluía os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, além de Santa Catarina. No início dos anos 90, Ary percebeu que já estava na hora de promover a entrada da segunda geração administrativa na empresa, o seu filho Cláudio Booz. Logo no início de sua gestão, Cláudio Booz e o gerente financeiro Ancelmo da Silva, com mais de 26 anos “de casa”, enfrentaram o maior problema da história da empresa. Foi o pagamento de uma dívida pública referente a uma não adequação do recolhimento de ICMS, que resultou numa descapitalização quase total da empresa. Foi nessa época também que a empresa perdeu a marca que a caracterizara por mais de 20 anos, pois o registro da Calçados Tânia não fora renovado no INPI, o que deveria ser efetuado periodicamente, e outra empresa acabou por registrar a marca Tânia. Dessa forma, a empresa viu-se obrigada a adotar um novo nome para a comercialização de seus calçados, foi então que surgiu a marca Raphaella Booz. Com essa mudança houve um redirecionamento na estratégia da empresa, que em 1995 passou a desenvolver um produto totalmente diferenciado, com materiais italianos, os quais despontaram no cenário nacional e internacional. A empresa produz hoje em média 4.000 pares por dia na coleção de inverno e 6.000 pares por dia na coleção de verão. 4.2 Estrutura organizacional A empresa, com 266 funcionários diretos é classificada como de porte médio, segundo os critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) por número de empregados. Como peculiar na indústria calçadista, a maioria dos empregados atua na área de produção, totalizando 226 funcionários. A área de gestão é composta por três níveis hierárquicos: presidência, diretoria e gerência. Cabe ressaltar que na área de comercialização 22 a empresa mantém um quadro de 17 representantes comerciais autônomos contratados, responsáveis pelas vendas dos produtos no mercado interno. O Quadro a seguir ajuda a visualizar o número de funcionários por setor: Setor Nº de funcionários Presidência 1 Produção 226 Comercial 2 Financeiro 4 PCP (planejamento e controle de produção) 5 Engenharia de produtos 14 RH 2 Marketing 1 Compras 2 Outros (recepcionista, pessoal de limpeza e manutenção) 9 Total 266 Quadro 2: Número de funcionários da empresa por setor Fonte: Dados secundários obtidos do banco de dados da Indústria e Comércio de Calçados Tânia Ltda A fábrica está localizada, segundo a Associação Brasileira do Calçados (ABICALÇADOS), no maior pólo calçadista catarinense, São João Batista, e comercializa seus produtos em todo país e em vários lugares do mundo, como Oriente Médio, Europa, Estados Unidos e América Latina. O objetivo geral da Calçados Tânia é desenvolver, produzir e comercializar calçados femininos, atendendo as necessidades e desejos de seus clientes, oferecendo produtos diferenciados e com qualidade, da forma mais rentável possível. Vale ressaltar que esses parâmetros de qualidades são estabelecidos pelo mercado. 23 Como visto anteriormente, a maior parte dos colaboradores estão diretamente envolvidos com a produção, mas, para o fluxo sistêmico de todos os processos, existe na Calçados Tânia cinco departamentos consolidados: financeiro; comercial; compras produção e recursos humanos. Estes departamentos estão diretamente ligados aos processos de planejamento, organização e controle das atividades, buscando atingir aos objetivos da empresa. A empresa Calçados Tânia usa o critério de departamentalização funcional. No primeiro nível está a diretoria financeira, administrativa e de produto. No segundo nível se encontram as outras funções básicas: comercial, produção, compras, marketing, recursos humanos e PCP. Cada diretoria ou gerência ainda pode ser desmembrada e ter responsabilidades sobre outros pontos, por exemplo, a diretoria financeira administra a área de sistemas de informação por ainda se apresentar numa forma muito simples. O organograma do Calçados Tânia está representado na figura abaixo: Presidente Diretoria Financeira Diretoria Administrativa Diretoria de Produtos Assessoria Comercial Produção Recursos Humanos Marketing Compras PCP 24 5 PESQUISA Será apresentado nesse capítulo os resultados obtidos através do estudo realizado na empresa Indústria e Comércio de Calçados Tânia no setor de custos. 5.1 Verificação dos controles e registros utilizados A Indústria e Comércio de Calçados Tânia trabalha sempre numa busca incessante pelo aperfeiçoamento dos custos. A ficha técnica e o DRE são formas de controle e registro utilizadas pela empresa. Para tornar esse capítulo mais objetivo será apresentado a ficha técnica e o DRE separadamente. 5.1.1 Ficha Técnica A Ficha Técnica termo utilizado pela empresa, é um planilha no excel onde consta todos os materiais utilizados para compor cada produto no seu processo produtivo. É utilizada para cadastrar os produtos no sistema utilizado pela empresa e para fazer o preço no setor de custo. A ficha técnica deve conter números exatos no que se refere à quantidade utilizada em cada produto, sendo que a partir dela é feito o cadastramento no PCP e consequentemente a compra dos materiais a serem utilizados. Um erro para mais ou para menos pode trazer graves conseqüências como a falta de materiais ou a sobra dos mesmos. Os números utilizados na ficha técnica também devem ser exatos no que se refere o preço de cada material utilizado, pois um erro para menos pode trazer prejuízos para empresa como pagar um preço maior do que estava no custo por determinada mercadoria. O setor de custo é responsável pela atualização da ficha técnica, principalmente quando o produto solicitado pelo cliente está fora de venda há algum tempo e seus custos não estão atualizados. A Ficha Técnica mostra a estrutura, materiais e demais gastos envolvidos na produção: 25 O primeiro grupo é formado por: Materiais diretos e variáveis como: materiais que compõem o cabedal, forro, fivelas, solado, caixa, embalagem. E mão de obra terceirizada (ateliê) como: ateliê de costura, pré, palmilha entre outros. O segundo grupo é formado por: Produção mensal, o custo fixo, prazo solicitado e margem de lucro. Para um melhor entendimento segue a foto e a ficha técnica de um produto com a marca Raphaella Booz. Figura 2: Produto 307C.2006 Raphaella Booz Fonte: Coletado do banco de dados da Indústria e Comércio de Calçados Tânia Ltda 26 Ficha Técnica LINHA: 307 Modelo: 307.2006 Material Consumo Unid. R$ V.Total Napa 0,0501 M2 45,22 2,266 Forro 0,0410 M2 12,113 0,497 Capa sola Cortiça 0,1151 M2 39,971 4,601 Deb/Biq. Cortiça 0,0443 M2 39,971 1,771 Gota Verniz 0,0076 M2 68,638 0,522 Taloneira forro 0,0204 M2 12,113 0,247 Linha 1 PR 0,04 0,04 Carimbo 1 PR 0,020,02 Fita Reforço 1 PR 0,06 0,06 Sola PU 1 PR 4,10 4,10 Palmilha plantex 1 PR 0,31 0,31 Soleta TR 1 PR 1,283 1,283 Papel Seda 1 PR 0,05 0,05 Caixa 21x30 1 CX 0,538 0,538 Corrugado 1 CX 0,23 0,23 Fita Embalagem 1 PR 0,02 0,02 Ateliê corte 1 PR 1,10 1,10 Ateliê Deb/Biq. 1 PR 0,40 0,40 Ateliê Pré 1 PR 1,90 1,90 Total 20,38 27 Prod. Mensal 80.000 Unitário Total Gasto Fixo 500.000 6,25 26,634 Desp. Variáveis % Preço a Vista 51,90 ICMS 12% Preço 60 dias 54,52 Devolução 1% Margem% 10% Fretes 3,50% Margem R$ 5,45 Marketing 3% Comissões 8,67% Margem 10% CPMF 0,68% PIS 1,65% COFINS 7,60% I.Renda 0,88% Total 48,68% Custo Financ. 2,50% Tabela 1: Ficha Técnica de um produto da empresa Fonte: Dados secundários coletados do banco de dados da Indústria e Comércio de Calçados Tânia Ltda Na elaboração do preço de cada produto é feito uma avaliação de quantos pares a empresa tem capacidade de produzir de determinado produto, daí então se tem a produção mensal. Os gastos variáveis se dividem em dois, o primeiro grupo é formado pelo custo variável. E o segundo grupo é formado por impostos, devolução de mercadoria, fretes e comissões. O gasto fixo que consta na elaboração do custo é composto por: despesas com pessoal, despesas com vendas, despesas administrativas, despesas com viagens, despesas com água, energia elétrica. 5.1.2 Demonstrativo de Resultados - DRE O Demonstrativo de Resultados DRE tem como objetivo principal apresentar de forma vertical e resumida o resultado apurado em relação a um conjunto de operações realizadas num determinado período. 28 O DRE utilizado neste estudo é o gerencial e não o contábil. O agrupamento das contas no formato a ser apresentado facilita o controle e tomada de decisão, pois tem como foco principal as contas mais significativas. No DRE constam as seguintes contas: Receita Operacional Bruta, onde o valor é o resultado da quantidade faturada durante o mês. Sendo que o valor é proveniente das vendas de mercado interno e externo. Deduções da receita, nessa conta são deduzidas os impostos e as devoluções. Receita líquida é o valor resultante da receita líquida menos as deduções da receita. Custo do Produto Vendido (CPV), onde o valor é resultado de toda matéria- prima utilizadas nos produtos vendidos do período correspondente. Por utilizar somente itens variáveis o custo no CPV é utilizado diretamente para cálculo do Ponto de Equilíbrio. Lucro Bruto corresponde à diferença entre a receita líquida e o CPV. Despesas Operacionais são os valores gastos com prolabore, salários e ordenados, INSS, FGTS, 13º salário, FGTS sobre 13º salário, aviso prévio e rescisão de contratos. Despesa com Produção, onde o valor é a soma das despesas com manutenção de máquinas e equipamentos, peças de máquinas, serviços de ateliê, despesas com festas, combustíveis, manutenção de veículo, refeição e lanches. Despesas com Desenvolvimento é o montante gasto com fotos, revistas, viagens, assessoria em desenvolvimento, e desenvolvimentos como navalhas, formas, matrizes e escalas. Despesas com Vendas é o valor gasto com comissões, propaganda e publicidade, feiras e convenções, fretes, consultas no SCI Serasa, gastos com exportação. Despesas Administrativas, nessa conta são somados os valores gastos com correio, honorários contábeis, cartório, materiais de consumo administrativo, IPTU, despesa com sindicato dos trabalhadores, coleta de lixo terceirizada, suporte técnico, telefone, supermercado, donativos e contribuições, aluguéis, seguros, sindicato da indústria, manutenção do prédio. 29 Existem outras aberturas, pois apresentam valores significativos para controle, tais como: Despesas com viagens e estadias, com água e energia elétrica. Resultado Operacional é o valor obtido através da diferença entre o Lucro Bruto e as despesas. Despesas financeiras são decorrentes dos valores gastos com a movimentação financeira como, despesas com cobrança, descontos concedidos, juros sobre duplicatas, CPM F e despesas bancárias. Receitas financeiras são ganhos com juros concebidos e descontos obtidos nas negociações. Resultado do Exercício é o resultado obtido através da diferença entre resultado operacional e despesas financeiras somando com as receitas financeiras. Através do DRE, Demonstrativo de resultados, é possível saber como a empresa está financeiramente posicionada. 30 Para melhor visualização do DRE gerencial utilizado pela empresa segue tabela abaixo: Ano 2006 Contas Valor R$ Percentual (%) Receita Operacional Bruta 33.400.703,00 Deduções da Receita 4.296.569,00 12,86% Receita Líquida 29.104.134,00 CPV 15.332.872,00 45,90% Lucro Bruto 13.771.264,00 Despesas c/ pessoal 4.300.390,00 12,87% Despesas de Produção 2.596.866,00 7,77% Despesas com Desenvolvimento 139.082,00 0,42% Despesas com Vendas 4.240.489,00 12,69% Despesas Administrativas 367.034,00 1,10% Despesas com Viagens 112.619,00 0,34% Despesa com Água 7.079,00 0,02% Despesa com Energia Elétrica 144.582,00 0,43% Total das Despesas 11.908.141,00 Resultado Operacional 1.863.121,00 Despesas Financeiras 529.267,00 1,58% Receitas Financeiras 101.486,00 Resultado Exercício 1.435.340,00 4,30% Tabela 2: Demonstrativo de Resultado do ano de 2006 Fonte: Dados secundários coletados do banco de dados da Indústria e Comércio de Calçados Tânia Ltda. O DRE apresentado anteriormente contém todas as informações necessárias para a análise gerencial, mas essas informações podem ser separadas de modo que seja identificado que contas representam custos e despesas variáveis e despesas fixas, sendo que a partir dessas informações têm-se outros dados importantes como, estruturação da margem de contribuição e ponto de equilíbrio. 31 5.2 Classificação quanto à variabilidade no processo produtivo Os custos e despesas necessários à operação da empresa se classificam em custos e despesas fixas e custos e despesas variáveis. Os custos e as despesas fixas são gastos para obtenção de receita que independentemente do volume de produção permanecem constantes dentro de certo intervalo de tempo. Já os custos e despesas variáveis estão diretamente ligados às variações ocorridas no volume de produção e vendas. A seguir a tabela separando os custos e despesas em fixos e variáveis: Contas Custo Fixo Despesa Fixa Custo Variável Despesa Variável Deduções da Receita X CPV X Despesas Operacionais X Despesas de Produção X Serviços Terceirizados Atelier X Despesas com Desenvolvimento X Despesas com Vendas X Despesas com Comissão X Despesas com Fretes X Despesas Administrativas X Despesas com Viagens X Despesas com Água X Despesas com Energia Elétrica X Despesas Financeiras X CPMF X Tabela 3: Divisão dos custos e despesas em fixo e variável Fonte: Elaborado pela acadêmica Essa tabela foi elaborada para facilitar a visualização dos custos e despesas variáveis e custos e despesas fixas para melhor classificação das contas no DRE. 32 Após entendido e classificado os custos e despesas conforme suas características de variabilidade no processo produtivo procedeu-se reestruturação do DRE. O resultado é apresentado na tabela 4. Essa nova estrutura visa auxiliar as análises custo, volume lucro, objetivo principal deste estudo. Percebe-se que a apresentação do resultado já agrupa os gastos conforme a classificação evidenciada na tabela 3. Ano – 2006 R$ Receita Bruta 33.400.703 (-) Custo e despesas variáveis (25.424.266) Devoluções de Vendas 664.539 ICMS 1.831.827 Cofins 1.160.157 PIS 268.667 IR 232.112 C.Social 139.267 CPV 15.332.872 Serviços Terceirizados Atelier 2.314.297 Comissões c/ vendas 2.260.083 Fretes 1.220.445 (=) Margem de contribuição 7.976.437 Custos e despesas fixas (6.118.316) (-) Total Despesas c/ Pessoal (4.300.390) (-) Total Despesas c/ Produção (287.569) Depreciação 5.000 (-) Total Despesas c/ Desenvolvimento (139.082) (-) Total Despesas c/ Vendas (759.961) (-) Total Despesas Administrativas(367.034) (-) Total Despesas Viagens (112.619) (-) Total Despesas Água (7.079) (-) Total Despesas Energia Elétrica (144.582) (=) Resultado Operacional 1.858.121 Tabela 4: Demonstrativo de resultado do ano de 2006 proposto pela acadêmica Fonte: Dados secundários coletados do banco de dados da Indústria e Comércio de Calçados Tânia Ltda 5.3 Cálculo da margem de contribuição unitária e total Neste tópico será apresentado o cálculo que resultará na margem de contribuição total e unitária. 33 Sendo que a margem de contribuição total é R$ 7.976.437,00 conforme tabela abaixo: Contas – Ano 2006 Valor R$ Receita Bruta 33.400.703,00 (-) Devolução 664.539,00 (-) ICMS 1.831.827,00 (-) COFINS 1.160.157,00 (-) PIS 268.667,00 (-) IR 232.112,00 (-) Contribuição Social 139.267,00 (-) Frete 1.220.445,00 (-) Comissão 2.260.083,00 Receita Líquida 25.623.606,00 (-) CPV 15.332.872,00 (-) Serviços Terceirizados Atelier 2.314.297,00 Margem de Contribuição Total 7.976.437,00 (-) Despesas de Pessoal 4.300.390,00 (-) Despesas com Produção 287.569,00 (-) Despesas com Desenvolvimento 139.082,00 (-) Despesas com Vendas 759.961,00 (-) Despesas Administrativas 367.034,00 (-) Despesas com Viagens 112.619,00 (-) Despesas com Água 7.079,00 (-) Despesas com Energia Elétrica 144.582,00 Resultado Operacional 1.858.121,00 (-) Despesas Financeiras 529.267,00 (+) Receitas Financeiras 101.486,00 Lucro Líquido 1.435.340,00 Tabela 5: Demonstrativo de resultado para cálculo da margem de contribuição total. Fonte: Dados secundários coletados no banco de dados da Indústria e Comércio de Calçados Tânia Ltda. 34 Com base nos dados anteriores será calculada a margem de contribuição unitária anual: Fórmula: MCu = PV – ( CVu + DVu ) PV = Receita Bruta = R$ 33.400.703,00 = R$ 32,24 / par Pares Faturados 1.035.875 prs CVu = Custo Variáveis = R$ 17.647.169,00 = R$ 17,04 / par Pares Faturados 1.035.875 prs DVu = Despesas Variáveis = R$ 7.777.097,00 = R$ 7,51 / par Pares Faturados 1.035.875 prs MCu = 32,24 – ( 17,04 + 7,51 ) MCu = 32,24 – 24,55 MCu = R$ 7,70 / par Com base no cálculo da margem de contribuição unitária pode-se concluir que cada par de calçado produzido contribui com R$ 7,70 para cobrir os custos e despesas fixas e obtenção do lucro. Esse cálculo foi efetuado através de informação anual de 2006. Devido à dificuldade em alcançar o número de vendas em determinados meses do ano a empresa concede certos descontos para atrair os clientes diminuindo assim a margem de lucro da empresa. As oscilações na margem de contribuição são provocadas também pela variação do preço de venda. Qualquer oscilação na quantidade vendida ou no preço de cada produto vendido pode levar a margem de contribuição para baixo ou para cima. Meses Preço médio Custo e despesa variável MCu Janeiro R$ 19,15 R$ 14,28 R$ 4,88 Fevereiro R$ 27,65 R$ 20,82 R$ 6,83 Março R$ 37,88 R$ 28,52 R$ 9,36 Abril R$ 40,77 R$ 29,81 R$ 10,97 Maio R$ 38,11 R$ 29,42 R$ 8,70 Junho R$ 34,72 R$ 26,94 R$ 7,79 Julho R$ 27,03 R$ 21,16 R$ 5,87 Agosto R$ 33,01 R$ 25,41 R$ 7,60 Setembro R$ 36,45 R$ 27,83 R$ 8,62 Outubro R$ 29,06 R$ 21,71 R$ 7,35 Novembro R$ 28,75 R$ 21,90 R$ 6,84 Dezembro R$ 39,50 R$ 30,76 R$ 8,74 Tabela 6: Margem de contribuição unitária por mês Fonte: Elaborado com base nos dados secundários 35 Margem de contribuição unitária 4,88 6,83 9,36 10,97 8,70 7,79 5,87 7,60 8,62 7,35 6,84 8,74 - 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set O ut Nov Dez MCu Série1 Gráfico 2: Margem de contribuição unitária mensal Fonte: Elaborado com base nos dados secundários Os dados representados no gráfico 2 mostram com clareza a oscilação da margem de contribuição unitária. Os meses que obtiveram margem de contribuição maior foram: Abril, março, dezembro, maio e setembro. 5.4 Ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro O ponto de equilíbrio pode ser definido como o ponto em que a empresa possue um nível de vendas onde todos os custos fixos e variáveis são cobertos. A seguir será apresentado os três pontos de equilíbrio através dos números coletados e apresentados anteriormente. 5.4.1 Ponto de equilíbrio contábil No ponto de equilíbrio contábil são levados em conta todos os custos e despesas relacionados ao funcionamento da empresa. Para alcançar o ponto de equilíbrio contábil é necessário que a margem de contribuição cubra os custos e despesas fixas sem obter lucro ou prejuízo. Com a variação da margem de contribuição unitária apresentado na tabela 6, houve uma variação no ponto de equilíbrio conforme tabela 7. O preço médio varia muito ocasionando a imperfeição do ponto de equilíbrio. 36 Fórmula: PEC = CF + DF = R$ 6.118.316,00 / ano MCu R$ 7,70 / par PEC = 794.567 prs/ano Para alcançar o ponto de equilíbrio contábil a empresa deve produzir 794.567 pares de calçados por ano com um faturamento anual de R$ 25.619.967,00. Meses Produção efetiva Custo e despesa fixa MCu PEC Jan 78.590 R$ 471.335,00 R$ 4,88 96.662 Fev 73.716 R$ 421.384,00 R$ 6,83 61.673 Mar 76.058 R$ 476.250,00 R$ 9,36 50.864 Abr 68.767 R$ 502.722,00 R$ 10,97 45.840 Mai 77.789 R$ 519.396,00 R$ 8,70 59.723 Jun 70.628 R$ 520.880,00 R$ 7,79 66.904 Jul 81.293 R$ 534.388,00 R$ 5,87 91.043 Ago 91.674 R$ 530.517,00 R$ 7,60 69.813 Set 96.225 R$ 520.858,00 R$ 8,62 60.438 Out 124.037 R$ 554.627,00 R$ 7,35 75.470 Nov 126.975 R$ 505.472,00 R$ 6,84 73.848 Dez 70.123 R$ 560.491,00 R$ 8,74 64.103 Tabela 7: Ponto de equilíbrio contábil mensal Fonte: Elaborado com base nos dados secundários Ponto de equilíbrio contábil 0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 Ja n Fe v M ar Ab r M ai Ju n Ju l Ag o Se t Ou t No v De z Pa re s Pares produzidos PEC Gráfico 3: Ponto de equilíbrio contábil mensal Fonte: Elaborado com base nos dados secundários 37 Conforme dados da tabela 7 fica claro que a empresa não atingiu seu ponto de equilíbrio contábil nos meses de janeiro e julho de 2006, sendo que os demais meses o ponto de equilíbrio contábil foi atingido com ênfase no segundo semestre do ano. Para atingir o Ponto de equilíbrio contábil anual era necessário produzir 794.567 pares com um faturamento de R$ 25.619.968,00. Esse ponto de equilíbrio foi superado, pois a empresa produziu no ano de 2006 1.035.875 pares com um faturamento de R$ 33.400.703,00. Cabe salientar que conforme dados da tabela 7 fica claro que é no segundo semestre que a empresa obtém um melhor desempenho. 5.4.2 Ponto de equilíbrio econômico A empresa deseja obter um percentual de retorno sobre o Resultado Operacional de 10%. Para alcançar o ponto de equilíbrio econômico é necessário acrescentar o percentual de retorno que a empresa deseja obter. Sendo o Resultado Operacional de R$ 1.858.121,00 e o percentual desejado de 10% o crescimento será de R$ 185.812,00 Fórmula: PEE = ( CF + DF ) + ( Taxa ) = ( R$ 6.118.316,00) + ( 10% ) MCu R$ 7,70 / par PEE = ( R$ 6.118.316,00) + ( R$ 1.858.121,00 + 185.812,00 ) R$ 7,70 / par PEE = R$ 8.162.249,00 R$ 7,70 / par PEE = 1.060.006 prs/ano Para alcançar o ponto de equilíbrio econômico a empresa deve produzir 1.060.006 pares de calçados por ano com um faturamento anual de R$ 34.178.777,00. 38 Produção Custo e despesa Resultado Meses efetiva fixa operacional Taxa - 10% MCu PEE Jan 78.590 R$ 471.335,00 -R$ 88.121,00 R$ 8.812,00 R$ 4,88 80.312 Fev 73.716 R$ 421.384,00 R$ 82.287,00 R$ 8.229,00 R$ 6,83 74.859 Mar 76.058 R$ 476.250,00 R$ 235.898,00 R$ 23.590,00 R$ 9,36 78.533 Abr 68.767 R$ 502.722,00 R$ 251.439,00 R$ 25.144,00 R$ 10,97 71.022 Mai 77.789 R$ 519.396,00 R$ 157.113,00 R$ 15.711,00 R$ 8,70 79.548 Jun 70.628 R$ 520.880,00 R$ 28.991,00 R$ 2.899,00 R$ 7,79 70.947 Jul 81.293 R$ 534.388,00 -R$ 57.229,00 R$ 5.723,00 R$ 5,87 82.197 Ago 91.674 R$ 530.517,00 R$ 166.122,00 R$ 16.612,00 R$ 7,60 93.805 Set 96.225 R$ 520.858,00 R$ 308.417,00 R$ 30.842,00 R$ 8,62 99.755 Out 124.037 R$ 554.627,00 R$ 356.922,00 R$ 35.692,00 R$ 7,35 128.837 Nov 126.975 R$ 505.472,00 R$ 363.641,00R$ 36.364,00 R$ 6,84 132.227 Dez 70.123 R$ 560.491,00 R$ 52.637,00 R$ 5.264,00 R$ 8,74 70.677 Tabela 8: Ponto de equilíbrio econômico mensal Fonte: Elaborado com base nos dados secundários Ponto de equilíbrio econômico 0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 Ja n Fe v M ar Ab r M ai Ju n Ju l Ag o Se t Ou t No v De z Pa re s Produção efetiva PEE Gráfico 4: Ponto de equilíbrio econômico mensal Fonte: Elaborado com base nos dados secundários Conforme os dados da tabela 8, a empresa necessitaria aumentar sua produtividade em 2,33% no ano de 2006 para alcançar um crescimento de 10% do seu resultado operacional, isso acrescentaria 24.131 pares na produção anual. 39 5.4.3 Ponto de equilíbrio financeiro No ponto de equilíbrio financeiro são retirados da análise os valores que não representam os efetivos desembolsos, como depreciações Fórmula: PEF = ( CF + DF ) – Depreciação = R$ 6.118.316,00 – R$ 5.000,00 MCu R$ 7,70 / par PEF = R$ 6.113.316,00 R$ 7,70 / par PEF = 793.917 prs/ano Para alcançar o ponto de equilíbrio financeiro a empresa deve produzir 793.917 pares de calçados por ano com um faturamento anual de R$ 25.599.030,00. Meses Produção efetiva Custo e despesa fixa Depreciação MCu PEF Jan 78.590 R$ 471.335,00 R$ 417,00 R$ 4,88 96.576 Fev 73.716 R$ 421.384,00 R$ 417,00 R$ 6,83 61.612 Mar 76.058 R$ 476.250,00 R$ 417,00 R$ 9,36 50.819 Abr 68.767 R$ 502.722,00 R$ 417,00 R$ 10,97 45.802 Mai 77.789 R$ 519.396,00 R$ 417,00 R$ 8,70 59.675 Jun 70.628 R$ 520.880,00 R$ 417,00 R$ 7,79 66.851 Jul 81.293 R$ 534.388,00 R$ 417,00 R$ 5,87 90.972 Ago 91.674 R$ 530.517,00 R$ 417,00 R$ 7,60 69.758 Set 96.225 R$ 520.858,00 R$ 417,00 R$ 8,62 60.389 Out 124.037 R$ 554.627,00 R$ 417,00 R$ 7,35 75.413 Nov 126.975 R$ 505.472,00 R$ 417,00 R$ 6,84 73.787 Dez 70.123 R$ 560.491,00 R$ 417,00 R$ 8,74 64.055 Tabela 9: Ponto de equilíbrio financeiro mensal Fonte: Elaborado com base nos dados secundários 40 Ponto de equilíbrio financeiro 0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 Ja n Fe v M ar Ab r M ai Ju n Ju l Ag o Se t Ou t No v De z Pa re s Produção efetiva PEF Gráfico 5: Ponto de equilíbrio financeiro mensal Fonte: Elaborado com base em dados secundários Conforme dados da tabela 9 fica claro que a empresa não atingiu seu ponto de equilíbrio financeiro nos meses de janeiro e julho de 2006, sendo que os demais meses o ponto de equilíbrio financeiro foi atingido com ênfase no segundo semestre do ano. Gráfico comparativo 0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Pa re s Produção efetiva PEC PEE PEF Gráfico 6: Comparativo da produção efetiva com os pontos de equilíbrio contábil, econômico e financeiro mensal Fonte: Elaborado com base em dados secundários 41 A empresa define qual o mix mais vantajoso em função de diversos fatores e um importantíssimo é a margem de contribuição. 5.5 Propostas de melhorias Com base nos dados e análises levantadas nesse trabalho, para que a Indústria e Comércio de Calçados Tânia Ltda possa ter maior controle sobre suas decisões e determinação do lucro, será proposto algumas sugestões: Utilizar o modelo de DRE proposto no trabalho, pois este contém informações que servem de controle na análise gerencial de custo como margem de contribuição e a classificação dos gastos, permitindo assim melhor controle para a tomada de decisão. Dividir os custos e despesas em fixas e variáveis para assim poder elaborar dados como: margem de contribuição e ponto de equilíbrio. Calcular a margem de contribuição unitária de seus produtos de modo a elaborar um mix de venda que seja mais rentável para a empresa. Com base nos dados levantados no trabalho é importante que seja dada total atenção na diluição dos custos fixos, pois a empresa possui meses em que os custos e despesas fixas são muito altos e a produção é muito baixa como, por exemplo, no mês de dezembro, onde os custos e despesas fixas atingiram o valor de R$ 560.491,00 e uma produção de 70.123 pares, que comparada com o mês de outubro, mês de maior produção da empresa, a mesma gastou R$ 554.627,00 e produziu 124.037 pares. No mês de outubro se produziu 53.914 pares a mais que o mês de dezembro e ainda se gastou menos com os custos e despesas fixas. Com base nos dados levantados no ponto de equilíbrio contábil fica evidente que a empresa necessita de ações diferenciadas nos meses de janeiro e julho, para ao menos atingir o ponto de equilíbrio contábil. Passar a utilizar o ponto de equilíbrio contábil nas análises gerenciais de custo. 42 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Para realização deste trabalho foi feito uma pesquisa-diagnóstico, onde foi possível levantar e analisar os principais fatores que influenciam na gestão de custos da Indústria e Comércio de Calçados Tânia Ltda. Levantando informações necessárias para propor melhorias auxiliando a tomada de decisão. E para isso foi necessário levantar alguns dados que estavam registrados no banco de dados da empresa, e fazer uso da teoria para um melhor entendimento e conhecimento referente ao assunto abordado no trabalho. Nesse estudo se apresentou a margem de contribuição e os pontos de equilíbrio contábil, econômico e financeiro que serviram de base para as interpretações da análise no decorrer deste trabalho. Depois de realizado as análises fica claro que a empresa possui dificuldades em alcançar o ponto de equilíbrio em alguns meses do ano devido a grande variação da margem de contribuição. Observou-se que devido a variação na margem de contribuição unitária a empresa deve selecionar o seu mix de produto a fim de proporcionar melhores resultados para a empresa. Dessa forma a análise custo, volume e lucro é fundamental para a empresa atingir seus objetivos propiciando resultados satisfatórios. Esse trabalho foi importante para a acadêmica, pois a mesma trabalha no setor de custos da empresa sendo assim possível correlacionar a teoria com a prática trazendo benefícios tanto para a acadêmica quanto para a empresa. Conclui-se que a Indústria e Comércio de Calçados Tânia deve gerenciar os seus custos para auxiliar a tomada de decisão, possibilitando maior competitividade no mercado que atua. 43 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DUTRA, René Gomes. Custos: uma abordagem prática. 4ª edição. São Paulo: Atlas, 1995. HERNANDEZ PEREZ JUNIOR, José. Gestão estratégica de custos. 1ª edição. São Paulo: Atlas, 1999. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 1996. CERVO, Amado Luiz. Metodologia científica. 5ª edição. São Paulo: Prentice Hall, 2002. ROBERT KAPLAN. Gestão de custos de ciclo total. HSM Management. Volume 49, pg. 42, março/abril 2005. PATMORE, G. Digging up the past: hitorical methods in industrial relations research. In: WHITFIELD, K., STRAUSS, G. Researching the wolrd of work: strategies and methods in studying industrial relations. Ithaca, New York: ILR – Cornell University Press, 1998. BEUREN, Ilse Maria. 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São Paulo, Atlas: 2000. HOJI, Masakazu. Administração financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000 GIL, Antõnio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4ª edição. São Paulo, Atlas: 1994. 44 ANEXOS Preço médio R$ 19,15 R$ 27,65 R$ 37,88 R$ 40,77 R$ 38,11 R$ 34,72 R$ 27,03 R$ 33,01 R$ 36,45 R$ 29,06 R$ 28,75 R$ 39,50 R$ 32,24 Custo e Desp. Variável R$ 14,28 R$ 20,82 R$ 28,52 R$ 29,81 R$ 29,42 R$ 26,94 R$ 21,16 R$ 25,41 R$ 27,83 R$ 21,71 R$ 21,90 R$ 30,76 R$ 24,54 Margem de contribuição Unit. R$ 4,88 R$ 6,83 R$ 9,36 R$ 10,97 R$ 8,70 R$ 7,79 R$ 5,87 R$ 7,60 R$ 8,62 R$ 7,35 R$ 6,84 R$ 8,74 R$ 7,70 PE Contábil Unidades 96.662 61.673 50.864 45.840 59.723 66.904 91.043 69.813 60.438 75.470 73.848 64.103 794.567 PE Contábil Valores R$ 1.851.449 R$ 1.705.468 R$ 1.926.634 R$ 1.869.008 R$ 2.276.211 R$ 2.323.090 R$ 2.461.105 R$ 2.304.380 R$ 2.202.801 R$ 2.193.010 R$ 2.122.867 R$ 2.532.180 R$ 25.619.968 PE Econômico Unidades 80.312 74.859 78.533 71.022 79.548 70.947 82.197 93.805 99.755 128.837 132.227 70.677 1.060.006 PE Econômico Valores R$ 1.538.280 R$ 2.070.128 R$ 2.974.689 R$ 2.895.735 R$ 3.031.776 R$ 2.463.462 R$ 2.221.978 R$ 3.096.306 R$ 3.635.826 R$ 3.743.772 R$ 3.801.050 R$ 2.791.882 R$ 34.178.777 Crescimento R$ 8.812 R$ 8.229 R$ 23.590 R$ 25.144 R$ 15.711 R$ 2.899 R$ 5.723 R$ 16.612 R$ 30.842 R$ 35.692 R$ 36.364 R$ 5.264 PE Financeiro Unidades R$ 96.576 R$ 61.612 R$ 50.819 R$ 45.802 R$ 59.675 R$ 66.851 R$ 90.972 R$ 69.758 R$ 60.389 R$ 75.413 R$ 73.787 R$ 64.055 R$ 815.710 PE Financeiro Valores R$ 1.849.812 R$ 1.703.782 R$ 1.924.949 R$ 1.867.459 R$ 2.274.385 R$ 2.321.232 R$ 2.459.186 R$ 2.302.570 R$ 2.201.039 R$ 2.191.362 R$ 2.121.117 R$ 2.530.297 R$ 25.747.190 Pares produzidos Pares produzidos Pares produzidos Pares produzidos Pares produzidos Pares produzidos Pares produzidos Pares produzidos Pares produzidos Pares produzidos Pares produzidos Pares produzidos 78.590 73.716 76.058 68.767 77.789 70.628 81.293 91.674 96.225 124.037 126.975 70.123 1.035.875 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Receita Bruta 1.505.302 2.038.510 2.880.944 2.803.804 2.964.748 2.452.390 2.197.540 3.025.958 3.507.153 3.604.291 3.650.079 2.769.984 33.400.703 (-) Custo e despesas variáveis (1.122.088) (1.534.839) (2.168.796) (2.049.643) (2.288.239) (1.902.519) (1.720.381) (2.329.319) (2.677.878) (2.692.742) (2.780.966) (2.156.856) (25.424.266) Devoluções de Vendas 92.135 40.241 39.972 30.033 56.573 60.679 55.559 95.496 67.032 43.167 36.273 47.379 664.539 ICMS 35.047 97.138 158.558 146.033 166.649 141.851 125.201 171.903 206.407 208.039 214.343 160.658 1.831.827 Cofins 22.196 61.521 100.420 92.488 105.544 89.839 79.294 108.872 130.725 131.758 135.750 101.750 1.160.157 PIS 5.140 14.247 23.255 21.418 24.442 20.805 18.363 25.212 30.273 30.512 31.437 23.563 268.667 IR - - 25.011 36.288 23.148 - - - 55.863 23.148 65.679 2.975 232.112 C.Social - - 15.006 21.773 13.889 - - - 33.518 13.889 39.407 1.785 139.267 CPV 825.711 1.034.921 1.305.945 1.204.874 1.334.585 1.222.028 1.096.552 1.354.806 1.509.656 1.620.377 1.592.129 1.231.288 15.332.872 45 Serv.Terceirizados Atelier 50.264 89.054 202.244 233.378 204.225 94.941 110.670 202.969 273.039 233.050 314.305 306.158 2.314.297 Comissões c/ vendas 49.904 131.618 199.433 186.524 212.229 177.755 161.916 220.890 259.349 251.268 223.403 185.794 2.260.083 Fretes 41.691 66.099 98.952 76.834 146.955 94.621 72.826 149.171 112.016 137.534 128.240 95.506 1.220.445 (=) Margem de contribuição 383.214 503.671 712.148 754.161 676.509 549.871 477.159 696.639 829.275 911.549 869.113 613.128 7.976.437 Custos e despesas fixas (471.335) (421.384) (476.250) (502.722) (519.396) (520.880) (534.388) (530.517) (520.858) (554.627) (505.472) (560.491) (6.118.316) (-) Total Despesas c/ Pessoal (308.593) (323.725) (330.065) (400.773) (336.800) (335.992) (376.733) (375.493) (375.605) (385.859) (377.782) (372.970) (4.300.390) (-) Total Despesas c/ Produção (32.754) (9.059) (20.624) (11.536) (18.938) (18.190) (21.902) (42.588) (22.883) (33.733) (17.132) (38.234) (287.569) Depreciação 417 417 417 417 417 417 417 417 417 417 417 417 5.000 (-) Total Despesas c/ Desenvolvimento (18.717) (15.521) (11.347) (8.257) (25.722) (16.146) (6.913) (1.076) (5.189) (13.612) (2.687) (13.895) (139.082) (-) Total Despesas c/ Vendas (61.249) (35.784) (54.788) (36.128) (87.685) (100.922) (86.777) (41.348) (68.692) (52.592) (42.729) (91.267) (759.961) (-) Total Despesas Administrativas (39.727) (25.358) (30.824) (26.651) (27.655) (30.481) (21.155) (35.138) (28.732) (41.077) (42.320) (17.916) (367.034) (-) Total Despesas Viagens (2.875) (11.283) (2.247) (6.256) (7.646) (3.810) (6.366) (21.251) (18.416) (11.357) (9.137) (11.975) (112.619) (-) Total Despesas Água (832) (334) (374) (513) (705) (541) (694) (716) (523) (726) (545) (576) (7.079) (-) Total Despesas Energia Elétrica (6.588) (320) (25.981) (12.608) (14.245) (14.798) (13.848) (12.907) (818) (15.671) (13.140) (13.658) (144.582) - (=) Resultado Operacional (88.121) 82.287 235.898 251.439 157.113 28.991 (57.229) 166.122 308.417 356.922 363.641 52.637 1.858.121 1 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS Carla Peixer Estagiário Prof°. Frederico Sakamoto Orientador de Estágio Joe Afonso Piazza Supervisor de Campo Profª. Jaqueline de Fátima Cardoso Coordenadora de Estágios
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