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História da Educação
1ª edição
2017
História da Educação
3
2Unidade 2
A Educação Tradicionalista 
na Sociedade Romana 
– a Humanitas – e as 
Transformações da Sociedade 
na Alta Idade Média
Para iniciar seus estudos
Que tal conhecer mais de perto o funcionamento da Educação na socie-
dade romana? As características dessa sociedade repercutem até hoje em 
nossa cultura, com ideias pedagógicas que permearam por séculos até 
aqui. Que tal compreender por que a Idade Média ficou conhecida pelos 
renascentistas como “Idade das Trevas”? Quais as ideias pedagógicas 
desses mais de 1000 anos de História? Vamos começar! 
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender os primeiros tempos da Antiguidade romana: Rea-
leza, República, Império. 
• Conhecer o que significa a Educação Humanitas. 
• Caracterizar a educação heroico-patrícia, a educação cosmopo-
lita e a educação no Império. 
• Compreender as técnicas pedagógicas do período e seus princi-
pais representantes.
• Compreender a origem da Idade Média e a educação mediada 
pela fé: a Alta Idade Média
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História da Educação | Unidade 2 - A Educação Tradicionalista na Sociedade 
Romana – a Humanitas – e as Transformações da Sociedade na Alta Idade Média
2.1 Introdução: origem e desenvolvimento da sociedade 
romana
Que relação existia na sociedade romana entre Estado e Educação? Qual a importância da Educação para a 
sociedade no Império Romano? Como podemos relacionar a educação grega com a educação romana? Como 
o desenvolvimento social e a expansão do território romano contribuíram para o desenvolvimento da educação 
romana? E quais os principais pedagogos e ideias pedagógicas de todo o Império Romano (século VIII a.C. a V 
d.C.)? O que é a educação humanitas? E a educação cosmopolita? Responderemos a essas questões ao longo 
desta unidade. 
Vamos iniciar os estudos pela caracterização da sociedade romana, sua estrutura organizacional e social, modo 
de produção, origem, desenvolvimento e domínio do Império Romano na maior parte do globo. Na sequência, 
vamos discutir a Educação que se desenvolveu em relação a essas características sociais, ou seja, para basearmos 
nossa percepção da educação romana a partir de um breve recordar dos conhecimentos que adquirimos durante 
o Ensino Médio nas aulas de História, mas agora relacionados ao curso de graduação. Você lançará um olhar de 
educador que observa as características de aprendizagem e adaptação de seres humanos às relações do tempo 
e suas ideias. Será que há ideias que sobrevivem em nossa atualidade? 
Ainda dentro do contexto desta unidade, veremos os principais períodos educacionais, a regularização da profis-
são docente pelo Estado, ideias pedagógicas e principais pedagogos do Império Romano. 
2.1.1 Os primórdios
Tudo se iniciou no segundo milênio a.C. com o povoamento de tribos na parte centro-sul da península itálica 
pelos chamados italiotas ou itálicos. Estes se dividiam de maneira diferente em relação aos costumes, línguas 
e expressões iniciais de cultura. Alguns se dedicavam ao pastoreio, outros se dedicavam à agricultura. Nesse 
período não existiam propriedades privadas, ou seja, tudo era dividido em comunidades primitivas. Ocupavam as 
colinas do Lácio, realizavam cultos aos antepassados e a autoridade máxima que existia em seu sistema orga-
nizacional era a figura nomeada de pater familias. As colinas do Lácio situavam-se no que posteriormente ficou 
conhecido como território de Roma, em meados de 753 a.C.
A partir do século VII a.C., os gregos iniciaram a colonização do sul da Península Itálica, a Magna Grécia. Ao Norte, 
na Etrúria (atual Toscana), as comunidades já começavam a dominar o processo de escrita. No século VIII a.C., os 
etruscos iniciaram sua expansão, conquistando as colinas do Lácio.
Assim se iniciou o primeiro período da história romana: a Realeza. Nesse período houve um grande desenvol-
vimento da cultura de cereais. A economia também se baseava no pastoreio. Com esse desenvolvimento, mais 
tarde Roma se modificou e se transformou em urbs (cidade). A posse comum das terras migrou para um regime 
social de propriedade privada: surgiu então, no seio da sociedade, a divisão de classes sociais e iniciou-se o poder 
de opressão entre indivíduos – donos de posses – e os que não possuíam posses. 
A divisão levou a uma formação social piramidal que envolvia, de um lado, a aristocracia (patrícios) e, de outro, 
a maioria da população (plebeus), geralmente pessoas livres (camponeses, artesãos, comerciantes), mas sem 
direitos políticos. Entre eles havia os clientes, os quais dependiam de uma família patrícia que lhes oferecia pro-
teção jurídica em troca de prestação de serviços. Também começava a se formar uma população constituída por 
escravos. Confira na figura a seguir.
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História da Educação | Unidade 2 - A Educação Tradicionalista na Sociedade 
Romana – a Humanitas – e as Transformações da Sociedade na Alta Idade Média
Figura 2.1 – Pirâmide social do período da Realeza romana
Legenda: A imagem ilustra a pirâmide social da realeza romana, dividida em três gru-
pos: aristocracia, plebeus e início do surgimento de escravos.
Fonte: Elaborado pela autora, 2017.
Com a queda do último rei etrusco, iniciou-se outro período importante da civilização romana: a República. 
A República representa a ascensão e o domínio dos patrícios, que passam a ser os únicos a ter acesso aos car-
gos políticos. Segundo Aranha (2015, p. 87), “O Senado, composto por membros vitalícios, constituía o principal 
órgão da República”. Com o desenvolvimento do comércio, porém, parte dos plebeus começou a enriquecer e 
passou a reivindicar igualdade nos direitos políticos e civis, obtendo posteriormente diversas conquistas entre os 
séculos IV e V a.C., como a criação do Tribunato da Plebe, a permissão do casamento misto e a publicação da 
Lei das Doze Tábuas. 
A Lei das Doze Tábuas constitui-se no primeiro código escrito romano, uma espécie de Cons-
tituição Federal como a que existe no Brasil nos dias atuais. Essas mudanças só foram possí-
veis com o surgimento da nova aristocracia: plebeus que enriqueceram e adquiriam terras e 
que aspiravam ocupar os cargos públicos a que antes não tinham direito.
Como você pode observar na imagem da pirâmide social da realeza romana, há nesse período aumento da 
importação de escravos estrangeiros, por conta das guerras de conquista. Após as três Guerras Púnicas, contra 
os cartagineses (séculos III e II a.C.), aos poucos foram ocupadas as mais diversas regiões até que, no século I a.C., 
o mar Mediterrâneo ficou conhecido como Mare Nostrum.
A expansão militar mudou as tradições romanas. A Grécia, anexada em 146 a.C., marca o início do período hele-
nístico, com a sociedade romana sofrendo influências estrangeiras de diferentes povos, do Egito até a Índia. 
Em 27 a.C. Otávio assume o poder após o assassinato de César e recebe o título de Augusto (filho dos deuses), 
implantando o Império. Nesse período do Império existiu um grande desenvolvimento cultural e urbano, com 
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História da Educação | Unidade 2 - A Educação Tradicionalista na Sociedade 
Romana – a Humanitas – e as Transformações da Sociedade na Alta Idade Média
variados tipos de construções (como templos, termas, estradas, aquedutos, edifícios públicos, entre outros). 
Houve também mais expansão do comércio local, com enormes latifúndios se especializando em produtos espe-
cíficos. A escravatura continuou a se fortalecer, sendo a base desse processo econômico.
Ocorreu também muito incentivo na área das Artes: surgiram no período escritores de suma importância, que 
continuam sendo lidos até os diais atuais, como Virgílio, Horácio, Ovídio e Tito Lívio – todos com muita influência 
helenística (grega).
Quadro 2.1 – Períodos da história romana
Realeza (753 a 509 a.C.) Fundação de Roma à queda do último rei etrusco.
República (509 a 27 a.C.)
No início, luta entre patrícios e plebeus e, posteriormente, 
expansionismo militar. 
Império (27 a.C a 476 d.C.)
Instauração doImpério até a queda, com a invasão dos 
bárbaros. 
Fonte: Elaborado pela autora.
Uma das mais famosas obras da literatura universal é o livro Eneida, de Virgílio. Outra famosa 
são as Odes, de Horácio. Já Ovídio é muito conhecido até hoje pelas obras Heroides e também 
Amores, e Tito Lívio pela obra Ab urbe condita (“Desde a fundação da cidade”).
No início do século II d.C., ao atingir sua extensão máxima, o governo aumentou o número de funcionários, prin-
cipalmente para arrecadar impostos das províncias. Por conta desse novo contexto de organização e legislação 
do governo, é instituído, no período, o Direito Romano.
Outro aspecto importante na mesma época foi o surgimento do cristianismo. Jesus nasceu na época de Augusto (como 
vimos, no início do Império), na província de Judeia, sul da Palestina, território dominado pelos romanos no período. 
A doutrina cristã disseminou-se rapidamente por obra dos evangelistas, que pregavam os ensinamentos de Jesus, 
o qual, como é de senso comum, foi crucificado (prática usual para os considerados traidores do Império Romano).
Você pode refletir mais sobre o tema deste tópico assistindo ao controverso filme de Mel 
Gibson A Paixão de Cristo, de 2004.
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História da Educação | Unidade 2 - A Educação Tradicionalista na Sociedade 
Romana – a Humanitas – e as Transformações da Sociedade na Alta Idade Média
O imperador Nero foi o primeiro a perseguir os cristãos (ano 64), até o ano próximo de 313, quando Constantino 
permitiu a liberdade de culto. No final do século IV, o cristianismo se tornou a religião oficial na região. A partir 
do século II d.C., iniciou-se o processo de decadência do Império Romano: a máquina burocrática do governo foi 
desmantelada, as lutas pelo poder se agravaram e a cobrança exorbitante de impostos, entre outros, provocaram 
agitações populares. 
No século seguinte, então, inicia-se a formação do sistema de colonato. Nesse tipo de sistema, os agricultores 
livres ficavam “presos” à terra que cultivavam – eles pagavam os proprietários com uma parte de sua produção. 
Os bárbaros se infiltraram nas fronteiras em meio a esse contexto como colonos ou soldados, até acabarem inva-
dindo o Império, no início do século V.
Você pode saber mais sobre o tema deste tópico assistindo à série do canal History 
Channel “Roma – O Grande Império”, disponível no link: <https://www.youtube.com/
watch?v=KBg3wWNWnDA>.
2.2 Educação na sociedade romana: a Humanitas
Como vimos na introdução da unidade, o Império Romano se ampliou por todos os continentes, propagando a 
sua própria língua, costumes e repertório cultural de outras heranças, como a própria cultura grega.
No aspecto da educação, não foi diferente. Uma das características principais era a defesa de uma cultura do 
espírito, uma cultura que valorizava o universal, a própria humanidade como um todo – expressa na palavra 
humanitas. 
Essa concepção, muito valorizada por Cícero, não se limitava ao ideal do sábio, mas se expandia à formação do 
indivíduo virtuoso, segundo Aranha (2015, p. 89), “como ser moral, político e literário”. Com o passar do tempo, 
a humanitas se limitou ao estudo das letras, deixando as ciências em segundo plano, como estudaremos a seguir, 
nas três fases da educação romana. 
Agora que você tem mais conhecimento sobre os acontecimentos históricos relaciona-
dos à Educação, sua reflexão para o Fórum Desafio pode ser anda mais rica. Não deixe de 
participar!
https://www.youtube.com/watch?v=KBg3wWNWnDA
https://www.youtube.com/watch?v=KBg3wWNWnDA
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História da Educação | Unidade 2 - A Educação Tradicionalista na Sociedade 
Romana – a Humanitas – e as Transformações da Sociedade na Alta Idade Média
2.2.1 Educação heroico-patrícia
Os proprietários rurais e guerreiros (patrícios) recebiam a educação que tinha como objetivo perpetuar os valores da 
nobreza de sangue e cultuar os ancestrais. Até os sete anos de idade as crianças permaneciam com a família, sob os 
cuidados da mãe ou de outra matrona (“mulher respeitável”). Após essa idade, meninos e meninas tinham destinos 
bem diferentes: elas aprendiam os serviços domésticos no lar, enquanto eles acompanhavam os pais às celebrações 
e acontecimentos mais relevantes, aprendiam as histórias dos heróis e dos seus antepassados, decoravam a Lei das 
Doze Tábuas e desenvolviam consciência histórica e patriótica. Aprendiam também a cuidar da terra, a ler, a escrever, 
a contar, a manejar armas, a nadar e cavalgar – ou seja, era uma educação restrita aos homens. 
Aos quinze anos de idade, os rapazes acompanhavam os pais à praça central, ao local (foro) onde ocorria o comér-
cio e eram tratados os assuntos públicos. Ali aprendiam civismo. Caso o pai não pudesse acompanhá-los, um 
parente ou escravo instruído assumia essa lacuna. Aos dezesseis anos de idade, os jovens eram enviados ou para 
a função militar ou para a função política. 
A educação heroico-patrícia tinha como objetivo uma formação moral, muito mais do que intelectual, 
baseada numa vivência da rotina e na imitação dos adultos, representados pelos pais e antepassados. 
2.2.2 Educação Cosmopolita 
Antes de adentrar na caracterização da Educação Cosmopolita, é necessário recordarmos o que vimos da época 
da República: enriquecimento de uma parcela da camada de plebeus e o início da ampliação do território, fato-
res que tornaram a sociedade romana mais complexa – o que modificou o modo de pensar e fazer educação no 
período que vamos estudar agora.
Após o século IV a.C. foram construídas escolas elementares (privadas), que se expandiram. Essas escolas, deno-
minadas de ludi magister (“jogo do mestre”), ensinavam a ler, escrever e contar dos sete aos doze anos de idade.
Figura 2.2 – Reprodução de uma antiga tábua de cera romana com três estiletes. 
Legenda: A imagem ilustra uma antiga tábua de cera romana com três estiletes
Fonte: <https://www.emaze.com/@AWWRFOQT/A-Educa%C3%A7%C3%A3o-No-Imp%C3%A9rio-Romano >. 
https://www.emaze.com/@AWWRFOQT/A-Educa%C3%A7%C3%A3o-No-Imp%C3%A9rio-Romano
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História da Educação | Unidade 2 - A Educação Tradicionalista na Sociedade 
Romana – a Humanitas – e as Transformações da Sociedade na Alta Idade Média
Os professores do período, chamados de mestres, eram na realidade oriundos de um contexto social muito sim-
ples e eram mal pagos pelo trabalho que exerciam. As aulas aconteciam em diversos espaços, como templos, 
edifícios, tendas, entre outros.
A escrita era desenvolvida com uma espécie de estilete, sobre tábuas enceradas. Os educandos 
aprendiam decorando os conteúdos e eram constantemente ameaçados com castigos físicos.
Entre os séculos II e III a.C., as incursões militares e o comércio inseriam os romanos no esplendor da cultura dos 
povos helênicos. Professores gregos começaram a ensinar sua língua, formando os romanos para uma cultura 
bilíngue. Nesse contexto houve o surgimento das escolas dos gramáticos. Nessas escolas, os jovens de doze a 
dezesseis anos de idade aprendiam os clássicos gregos, ampliando conhecimentos literários. Também estuda-
vam as disciplinas chamadas de reais, como geografia, aritmética, geometria e astronomia. 
No mesmo período surgiram, também, as escolas superiores (terceiro grau de educação), 
representadas pela Escola de Retórica. Os professores das escolas de retórica eram mais res-
peitados e bem pagos que os ludi magister e os gramáticos.
Segundo esse tipo de educação, fruto da tradução helenística, o educando devia ter uma educação denominada 
encíclica: era uma educação geral. Portanto, a educação cosmopolita se caracterizava por valorizar uma gama 
vasta de conhecimentos exigidos para a formação da persona culta. 
2.2.3 Educação no Império
A partir da expansão do Império, a educação romana tornou-se mais organizada, mas em sua fundamentação e 
princípios não foi diferente da oferecida
no período da educação cosmopolita. No século I a.C., o Estado estimulou a criação de escolas em todo o Império. 
No século I d.C., Trajano ordenou que alimentassem os alunos pobres.Também foram impostas outras medidas, 
como definição do total a ser pago como salário aos professores, e que esse pagamento deveria ser feito com pon-
tualidade por parte das escolas. Ou seja: houve uma crescente intervenção do Estado, até que, no final do período, 
havia um total controle por parte do poder público em relação ao ensino, que ficava sob sua responsabilidade.
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História da Educação | Unidade 2 - A Educação Tradicionalista na Sociedade 
Romana – a Humanitas – e as Transformações da Sociedade na Alta Idade Média
Em 362 d.C. Juliano, o Apóstata, oficializou a nomeação do título de professor pelo Estado, 
pois pretendia coibir o crescimento de professores cristãos. Durante o período houve tam-
bém o aperfeiçoamento do ensino terciário e a criação de novos cursos, como Medicina, 
Matemática, Mecânica e inúmeras escolas de Direito. Surgiu também o aperfeiçoamento do 
Direito Romano.
Muitas bibliotecas foram construídas nessa época, onde eram depositados os manuscritos trazidos de diferentes 
regiões conquistadas pelos romanos. A Universidade de Atenas, o museu de Ateneu, Alexandria, e o Círculo de 
Pérgamo são exemplos de estruturas e sistemas culturais e educacionais fundados paralelamente com a cons-
trução das bibliotecas.
Portanto, pudemos compreender que a educação no Império se desenvolveu baseada na estrutura educacio-
nal cosmopolita, mas ampliando seu repertório cultural e didático. Isso é comprovado tanto pelas bibliotecas 
e museus construídos quanto pelas novas leis criadas para regularizar a ação docente e organizar a educação 
escolar em seus diferentes níveis e cursos. 
2.3 As ideias pedagógicas da sociedade romana 
Estudaremos, a partir de agora, as ideias pedagógicas e os pensadores que a fundamentaram. Analisaremos a 
filosofia educacional que caracterizava o ideal de educação da sociedade romana: quais os modos de se viver e 
de se qualificar para o mundo? Qual ideal de conteúdos e quais maneiras de se educar foram se desenvolvendo 
na sociedade romana em seus diferentes períodos? 
As ideias pedagógicas e os pensadores do período, sem dúvida, tiveram peso em toda a história da cul-
tura ocidental, incluindo as estruturas das ideias pedagógicas brasileiras. Desse modo, é imprescindível 
nos dedicarmos aos próximos tópicos de estudo, que sintetizarão tudo que aprendemos até aqui sobre a 
sociedade romana. Vamos analisar, de forma mais específica, o que pensavam aqueles que refletiam (e, 
de maneira indireta, participavam) sobre o ideal de sociedade, educação e cultura romanas.
2.3.1 A Educação Grega versus a Educação Romana
Assim como ocorria na sociedade grega, os romanos utilizavam mão de obra escrava para o trabalho manual, 
pois o ócio era um fator digno da aristocracia. Essa aristocracia, portanto, ocupava-se com atividades intelectu-
ais, culturais, educacionais e políticas. 
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História da Educação | Unidade 2 - A Educação Tradicionalista na Sociedade 
Romana – a Humanitas – e as Transformações da Sociedade na Alta Idade Média
A educação era pautada num modelo pedagógico pelo qual os educadores formavam os 
indivíduos para pensarem e se expressarem de modo “correto”, ou seja, para atenderem ao 
modo de produção estabelecido naquele período. Será que esse modo “correto” não tinha 
como um dos objetivos principais perpetuar o tipo de organização social existente? E será 
que isso mudou nos dias de hoje?
Veremos no quadro a seguir as principais diferenças entre a pedagogia grega e a pedagogia romana.
Quadro 2.2 – Diferenças entre a pedagogia grega e a pedagogia romana
Pedagogia grega Pedagogia romana
Visão filosófica sistematizada 
(Platão)
Postura pragmática – Educação para a ação política e vida 
cotidiana
Retórica (Isócrates) Predomínio da Retórica
Fonte: Elaborado pela autora. 
A partir desse quadro sintético com as diferenças entre a pedagogia grega e a pedagogia romana, vamos conhe-
cer com mais detalhes as suas características, a partir dos principais pensadores de cada corrente pedagógica.
2.3.1.1 Os pensadores romanos 
A pedagogia romana surgiu tardiamente: seus maiores pedagogos apareceram entre I a.C. e I d.C. Apenas dois 
nomes ficaram conhecidos antes desse período: Catão e Varrão.
• Catão, o Antigo (234-149 a.C) – Publicou dois livros sobre educação, nos quais defendia a tradição 
romana contra a influência grega (helênica).
• Varrão (116-27 a.C) – Escreveu uma enciclopédia didática, compôs sátiras que orientavam os estudan-
tes na virtude, que baseava seus ideais. Representou a transição entre negação e aceitação da contribui-
ção grega para a cultura e educação romanas.
No período mais tardio, destaca-se, entre os mais famosos, Cícero (106-43 a.C.). Ele dissertava sobre uma filoso-
fia que procurava articular diversas correntes de pensamento, como o platonismo, o epicurismo e o estoicismo. 
Também exerceu a função de cônsul, interferindo na política imperial, o que culminou em seu assassinato. Em 
suas ideias pedagógicas, defendia a importância da fundamentação filosófica do discurso. É considerado um dos 
maiores representantes da humanitas romana. Séculos depois, foi um dos principais modelos para os pedagogos 
renascentistas, no chamado ciceronismo. 
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História da Educação | Unidade 2 - A Educação Tradicionalista na Sociedade 
Romana – a Humanitas – e as Transformações da Sociedade na Alta Idade Média
Outro importante pensador romano foi Sêneca (4 a.C.-65). Sêneca foi preceptor do imperador Nero, que mais tarde 
o exilou, obrigando-o a se matar abrindo os pulsos. Suas ideias eram permeadas de filosofia estoica. Compreendia 
a filosofia como instrumento essencial de orientação do indivíduo. Valorizava a ideia do bem viver – ensinando que 
a felicidade consiste na tranquilidade da alma. A educação, nesse sentido, preparava para o domínio dos apetites 
pessoais. Enfatizava que a formação moral era essencial, dando menor atenção à retórica e à vida prática. 
Plutarco (45-125) foi outro importante pensador grego. Valorizava em seus ideais a importância da música e 
da beleza na educação do indivíduo, assim como defendia em sua filosofia eclética a formação do caráter. A sua 
principal obra é “Vidas Paralelas”, sobre valores gregos e romanos.
Contemporâneo de Plutarco, Marco Fábio Quintiliano (35 d.C.-95 d.C.), de origem espanhola, destacou-se lecio-
nando por mais de duas décadas na Escola de Retórica de Roma. Valorizava os aspectos técnicos da educação, e 
defendia a importância de conhecer a individualidade dos educandos. A educação, nesse sentido, deveria se iniciar 
na infância, com ensino simultâneo da leitura e da escrita, valorizando também a aprendizagem em grupo. Defendia 
também uma formação enciclopédica, reconhecendo na literatura aspectos espirituais e éticos que eram cruciais. 
Para Quintiliano, a educação era uma segunda natureza do ser humano. Sua principal obra é “A educação do orador”. 
A pedagogia romana era pautada numa sociedade escravista que valorizava a formação intelectual da 
aristocracia. Sobre a metodologia, do ponto de vista antropológico, percebemos que há uma tendência 
essencialista, ou seja, o que o ser humano poderia ser a partir de sua segunda natureza, formada por 
meio da aprendizagem. Havia muita imitação dos heróis, dos mestres, dos pais. Os modelos eram bases 
dessa essência exaltada.
Nessa seção, você viu que como uma educação que inicialmente era só romana (real, militar) desenvolveu-se 
até incorporar a influência helênica (a formação enciclopédica). Cabe destacar que se continuava priorizando a 
memorização e os castigos para promover a aprendizagem dos educandos. 
Você pode saber mais sobre os pensadores e a cultura romana assistindo à série “Sabedo-
ria e Antiguidade – Romanos”, disponível no link: <https://www.youtube.com/watch?v=_
W49BUmvdlY>.
https://www.youtube.com/watch?v=_W49BUmvdlY
https://www.youtube.com/watch?v=_W49BUmvdlY
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História da Educação | Unidade 2 - A Educação Tradicionalista na Sociedade 
Romana – a Humanitas – e as Transformações da Sociedadena Alta Idade Média
2.4. As transformações da sociedade na Alta Idade Média e a 
Educação 
Nesta seção refletiremos sobre diversos aspectos que formam o próximo milênio da História, para compreender-
mos o que ocorreu na História da Educação. Falaremos de como ocorreu a queda do Império Romano e como se 
modificou o modo de produção social – o que provocou também mudanças na cultura e na educação da socie-
dade. Abordaremos o fortalecimento da Igreja Católica e das visões educacionais de um período chamado pelos 
renascentistas de “Idade das Trevas”.
Quadro 2.3 – Período da Idade Média
Início Queda do Império Romano (476)
Fim Tomada de Constantinopla pelos turcos (1453) 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017.
Como era a educação nesse período e quais seus principais pedagogos? Quais eram a fundamentação social e as 
classes existentes? Como era nominado o novo modo de produção social? Veremos a seguir.
2.4.1 As transformações da sociedade: a Idade Média 
Antes de iniciarmos a seção, é importante destacarmos a dificuldade que existe em denotar detalhadamente 
um período da História que ultrapassa mil anos. Como afirma Aranha (2015, p. 101) “[...] esse longo tempo torna 
difícil descrever suas principais características sem incorrer no risco da simplificação”. Como dito anteriormente, 
pela visão do Renascimento, poderíamos facilmente descrever o período por “Idade das Trevas”, porém, ape-
sar de terem acontecido muitos retrocessos, houve também uma produção cultural singular, que é refletida no 
modelo educacional desenvolvido durante o período, bem como em sua produção artística e cultural. 
A principal característica para a qual pedimos atenção nesse início é o fato de que a cultura e os pro-
cessos educacionais da Idade Média eram uma confluência de diferentes sociedades: grega, romana, 
germânica, cristã, bizantina e islâmica.
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História da Educação | Unidade 2 - A Educação Tradicionalista na Sociedade 
Romana – a Humanitas – e as Transformações da Sociedade na Alta Idade Média
2.4.2 A Europa Cristã: a Alta Idade Média
O primeiro período da Idade Medieval ficou conhecido como Alta Idade Média. Inicia com as invasões bárbaras 
e a formação dos reinados germânicos. Houve um processo de ruralização com o despovoamento das cidades – 
causado pela ruptura com a antiga ordem e pela insegurança sobre o futuro.
O período da primeira fase da Alta Idade Média se caracteriza pela ausência do Direito Romano, pela ausência de 
escolas, pela servidão de todos que procuravam auxílio e defesa vivendo próximo do castelo do senhor – processo 
de ruralização mencionado no parágrafo anterior. Os servos substituíram os escravos. A partir desse momento, 
temos um novo modo de produção social, chamado feudalismo.
A sociedade feudal, aristocrática, possuía em sua pirâmide social a suserania e a vassalagem. Os detentores do 
poder são os nobres e o clero. Nesse tipo de sociedade a condição social era definida pela relação com a terra: 
quanto mais terras alguém possuía, maiores o seu poder e a liberdade de que usufruía. Em meio a isso, existiam 
os servos, que prestavam serviços em troca de abrigo e comida – ou seja, eles precisavam dos senhores feudais 
para obter seus meios de sobrevivência. A Igreja detinha o controle da educação, fundamentada em princípios 
morais ditados pela religião. 
2.4.3 A Europa Cristã: a Alta Idade Média e a Educação
Como visto anteriormente, o primeiro período da Idade Média, a Alta Idade Média, teve como principais carac-
terísticas a formação dos primeiros reinos germânicos, a partir das invasões bárbaras. Como consequência da 
desintegração do poder central e das terras serem dominadas por diferentes governantes, houve o surgimento 
do feudalismo. A partir dele, a educação tomou outros rumos.
A educação no Oriente: Bizâncio e Islã
Ao falarmos da Educação no período da Idade Média e especificamente da Alta Idade Média, traremos primei-
ramente como referência do período, na parte oriental, a educação dos bizantinos e a educação dos árabes. 
Para conhecer um pouco sobre as características da educação bizantina e da educação árabe observe o quadro 
apresentado na sequência.
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Quadro 2.4 – Características da educação bizantina e da educação árabe
Educação Bizantina Educação Islâmica
Ênfase à vida religiosa. Criação da “Casa da Sabedoria”
Fiel às tradições do huma-
nismo antigo
Corpo de tradutores 
Negação das abordagens de 
pesquisa e experimentação
Pesquisa e experimentação (em oposição às restrições nesse 
setor da Igreja Cristã)
Preservação da cultura Antiga 
e do Direito Romano.
Destaque na área de Matemática, Medicina, Geografia, Astro-
nomia e Cartografia.
Fonte: Elaborado pela autora. 
Como pudemos observar, enquanto a Educação Bizantina se fundamentava na mesma ideia estabelecida na 
Antiguidade (da formação humana e da preparação de funcionários para administração do Estado), a Educação 
Islâmica inovava ao enfatizar a pesquisa e qualificar diversas áreas de estudos no terceiro grau da educação. Além 
disso, o Islã ampliou o número de escolas primárias de maneira notável, incentivou a realização de traduções 
de autores de diversas culturas, tornando acessíveis diversos textos antes restritos a poucos. Outro fato impor-
tante é citado por Aranha (2015, p. 105): “Por volta do século X, os árabes criaram inúmeras escolas primárias 
[...] aprendia-se o Alcorão de cor, a fim de conhecer a palavra de Alá, e por meio dela, ser educado moralmente.”
A educação no Ocidente: o cristianismo
Agora, veremos o surgimento, na Europa Cristã, da paideia cristianizada. Estudaremos mais profundamente essa 
sociedade ocidental, por seu tamanho e importância em nossa cultura e educação. Como a própria denomina-
ção diz (Europa Cristã), houve uma influência crescente marcadamente católica na estrutura e desenvolvimento 
do modo de organização social, cultural, educacional e econômico na Idade Média ocidental. 
Houve primeiramente o surgimento das escolas monacais. Após a queda do Império, as escolas continuaram 
funcionando, mas precariamente. Aos poucos, as escolas cristãs começaram a substituir os antigos sistemas 
educacionais. Paralelamente, o poder do Estado passou a ser assumido pelo clero, ou seja, a estrutura das escolas 
passou a ter influência total da fé religiosa. O crescimento do cristianismo também teve forte impacto nos estu-
dos considerados científicos, embora o conceito de ciência na época fosse outro. As investigações ficam restritas 
aos mosteiros, com os copistas preservando a cultura greco-romana 
A partir do século VIII, em um contexto de vida totalmente ruralizado (portanto, de trabalho braçal), não havia 
necessidade de um conhecimento “letrado”, ou seja, do aprendizado da leitura e da escrita, que fica restrito a 
poucos segmentos da sociedade. Somente no começo do século IX, com Carlos Magno, os intelectuais passam 
a ser novamente valorizados – é o chamado renascimento carolíngio.
Carlos Magno atraiu para a sua corte diversos intelectuais, pois desejava reformar a vida eclesiástica e o sistema 
de ensino vigente. As escolas funcionavam ao lado do palácio e, por isso, passaram a se chamar de escolas pala-
tinas. A estrutura dessas escolas era inovadora para a época. Paralelamente às escolas palatinas, Carlos Magno 
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impulsionou a fundação de mais escolas monacais. O sistema contemplava, além disso, escolas catedrais e 
escolas paroquiais. 
Inspiradas nos gregos e romanos, o currículo contemplava o estudo clássico das sete artes liberais, agrupadas 
em dois ciclos: trivium e quadrivium. O trivium (três vias) compreendia o estudo da Gramática, Retórica e Dialética 
e equivalia ao nosso Ensino Médio. No quadrivium (quatrovias), que corresponderia ao nosso Ensino Superior, 
eram estudadas as disciplinas de Geometria, Astronomia, Aritmética e Música. Aos poucos, as universidades que 
se concentravam nesses quatro conteúdos passaram a abranger outros cursos e tornaram-se centros oficiais da 
educação superior.
Apesar das reformas e da ampliação do sistema educacional, as mulheres continuaram 
sem acesso à educação formal na Idade Média. As mulheres da nobreza eram as únicas que 
tinham direito a alguma forma de educação, mas isso ocorria sempre dentro do castelo. O 
objetivo, no caso, era qualificá-las para desempenharem seus papéis no casamento e na 
maternidade – de nenhuma maneira para participação na organização ou prática da vida 
política, econômica ou social.
2.4.4 A Pedagogia na Alta Idade Média
Por serem os clérigos os únicos letrados, como vimos anteriormente, eles se apropriaram da cultura greco-
-romana. Paralelamente, no entanto, eles incentivavam o chamado espiritualismo cristão, pautado nas ideais 
de educar para o que deve ser e vir a ser o ser humano a partir da fé de um único Deus. Essa abordagem restringia 
a influência dos ideais greco-romanos.
A Pedagogia, portanto, baseava-se na contemplação desse Deus único, nos valores espiri-
tuais acima dos valores mundanos. As ideias de mal e de pecado se tornaram centrais nessa 
abordagem educacional. Para contemplar esse enfoque, a Igreja adaptou as obras greco-
-romanas à fé cristã.
Os mosteiros eram responsáveis por essa transição, com os monges copistas trabalhando arduamente, junto aos 
tradutores, modificando e adaptando para o latim os textos da literatura e filosofia grega, adaptando-os à nova 
ordem estabelecida. Certas leituras foram censuradas e a fé, nesse ideal de formação e educação, era conside-
rada mais importante que a razão, vista apenas como um instrumento de fé. Assim surgia a Filosofia Cristã.
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Existiram dois períodos principais da Filosofia Cristã:
• Patrística – Filosofia dos padres e da Igreja entre os séculos II ao V.
• Escolástica – Filosofia das escolas cristãs ou doutores da Igreja, entre os séculos IX e XIV.
Como você pôde observar por este tópico, não encontramos pedagogos ou pensadores com obras sobre educa-
ção propriamente dita nesse período. Os pensadores que refletiam sobre a educação o faziam pelos interesses 
da Igreja, com interpretações dos textos moldadas com abordagens fundamentadas pela fé. Tais textos tinham 
um objetivo principal: combater a heresia. A educação, assim, era instrumento para salvação religiosa. É o que 
denominamos hoje como visão teocêntrica: Deus como centro de tudo e todos, incluindo a práxis pedagógica.
Você pode saber mais sobre o tema deste tópico lendo Franco Cambi, História da Pedagogia. 
São Paulo: Unesp, 1999.
Finalizamos assim esta unidade, na qual você obteve uma visão panorâmica dos assuntos propostos, compre-
endendo as características das comunidades primitivas; da formação, desenvolvimento e queda das socieda-
des grega e romana, bem como da Alta Idade Média. Apresentamos, também, o contexto histórico, social, eco-
nômico, e ideais pedagógicos que permeavam tais sociedades. A partir dessas reflexões, você está pronto para 
seguir na disciplina, com uma nova compreensão de mundo, a qual será ampliada nas próximas unidades. Até lá! 
As informações não param de chegar, não é mesmo? Aproveite e reflita mais sobre o tema 
e vá até o Fórum Desafio. Coloque suas propostas e interaja com os seus colegas.
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Considerações finais
Diante do que estudamos ao longo da unidade, destacamos como síntese 
dos conteúdos os seguintes tópicos:
• Uma das principais características do processo educacional da socie-
dade romana era a defesa de uma cultura do espírito, que valorizava 
o universal, expressa em sua educação geral, a Humanitas.
• Os proprietários rurais e patrícios da sociedade romana recebiam 
educação com o objetivo de perpetuar os valores da nobreza 
de sangue e cultuar os ancestrais. Era a denominada educação 
heroico-patrícia.
• Com o desenvolvimento da sociedade romana, surgiu a chamada 
“educação cosmopolita”, que se caracterizava por valorizar uma 
gama de conhecimentos para a formação da persona culta, com 
influência greco-romana.
• Com o desenvolvimento do Império a educação cosmopolita apro-
fundou-se e ampliou-se, incorporando novas abordagens cultu-
rais e didáticas ao seu repertório. Foram construídos bibliotecas e 
museus, novas leis foram criadas para regularizar a ação docente e 
a educação escolar. Era a chamada Educação no Império.
• A pedagogia romana como campo de estudo surge tardiamente. 
Somente dois pensadores se destacam entre os séculos I a.C. e I 
d.C.: Catão, o Antigo (234 a.C.-149 a.C) e Varrão (116 a.C.-27 a.C). 
Posteriormente, ficaram famosos: Cícero (106-43 a.C.); Sêneca (4 
a.C.-65); Plutarco (45 d.C.-125 d.C.) e Marco Fábio Quintiliano (35 
d.C.-95 d.C.). 
• A Idade Medieval segue-se à queda do Império Romano. Período 
extenso (mil anos), a Idade Média é dividida em três fases. A pri-
meira delas é conhecida como Alta Idade Média. 
• Na Alta Idade Média, a sociedade se ruralizou e surgiu um novo 
modo de produção: o feudalismo.
• As ideias de mal e de pecado se tornaram centrais na Europa 
Cristã, alimentando um ideal educacional baseado na fé. 
Referências bibliográficas
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ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. 3. ed. São Paulo: 
Moderna, 2006.
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