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CARDÁPIOS: PLANEJAMENTO E ALIMENTOS FUNCIONAIS Professora: Me. Alexandra Perdigão Maia de Souza Diretoria de Design Educacional Debora Leite Diretoria de Pós-graduação e Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Pós-graduação e Extensão Fellipe de Assis Zaremba Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Designer Educacional Lilian Vespa da Silva Editoração Thayla Guimarães e Ellen Jeane Qualidade Textual Cintia Prezoto Ferreira DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; SOUZA, Alexandra Perdigão Maia de; Elaboração de Cardápios Funcionais e Gastronomia Fit. Alexandra Perdigão Maia de Souza; Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 31 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Cardápios Funcionais. 2. Gastronomia Fit. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 396 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 04 sumário 06| CARDÁPIOS E AS LEIS DA ALIMENTAÇÃO 11| NUTRIÇÃO E ALIMENTOS FUNCIONAIS 15| CLASSES DE COMPOSTOS FUNCIONAIS 22| UTILIZAÇÃO DE ALIMENTOS FUNCIONAIS NA ELABORAÇÃO DE CARDÁPIO DIÁRIO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Definir e planejar cardápios de acordo com as Leis da Alimentação. • Definir nutrição e alimentos funcionais. • Demonstrar as classes de alimentos funcionais. • Elaborar cardápios utilizando alimentos funcionais. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Cardápios e as Leis da Alimentação • Nutrição e Alimentos Funcionais • Classes de Compostos Funcionais • Utilização de alimentos funcionais na elaboração de cardápio diário CARDÁPIOS: PLANEJAMENTO E ALIMENTOS FUNCIONAIS INTRODUÇÃO introdução Caro(a) aluno(a), neste encontro, estudaremos o significado de cardápio, pois, a partir disso, podemos planejar as compras, recursos materiais e humanos, o controle de custos, padronização de receitas, evidenciando, ainda, preferências e satisfação dos clientes. Cardápios quando bem elaborados despertam concei- tos básicos de nutrição. E de forma simples seguiremos as Leis da Alimentação, base de uma alimentação saudável. Após esses conceitos conheceremos os princípios básicos da nutrição fun- cional para formulação de dietas: individualidade bioquímica, paciente no centro, equilíbrio nutricional, inter-relações e saúde, vitalidade positiva. Os alimentos funcionais fazem parte de uma nova concepção de alimentos. Foi, inicialmen- te, proposto, no Japão (1980), alimentos que têm efeito específico sobre a saúde devido a sua constituição química. No Brasil, a partir de 1998, foi proposta e apro- vada a regulamentação técnica para os chamados “alimentos com alegações de propriedades funcionais e/ou de saúde”. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) considera alimentos funcionais aqueles que produzem efeitos benéficos à saúde, além de suas funções básicas. Entendendo as premissas sobre alimentos funcionais, iremos classificá-los segundo suas propriedades: probióticos, prebióticos, antioxidan- tes, sulfurados, fibras, ácidos graxos e compostos fenólicos. Conhecendo suas fontes, posteriormente, planejaremos sugestões de cardápios utilizando esses alimentos, bem como seus benefícios em uma dieta equilibrada e saudável. Pós-Universo 6 Cardápios e as Leis da Alimentação Pós-Universo 7 Cardápio significa uma sequência de preparações culinárias servidas em uma refeição, ou pode compreender, também, todas as refeições de um dia ou por um período de- terminado. O cardápio também é chamado menu, lista ou carta, podendo ser de um buffet (self service), a la carte e evento social (casamentos, aniversários). Nos serviços comerciais, é um veículo de informações, venda e publicidade e tem por finalidade auxiliar os clientes na escolha de alimentos e/ou bebidas. É onde se inicia o processo produtivo do restaurante. A partir dele, planejamos as compras, recursos materiais e humanos, o controle de custos, padronização de receitas, evidenciando, ainda, preferências e satisfação dos clientes. Devem ser balanceados, suprindo as necessidades energéticas e nutrientes, garantindo, ao mesmo tempo, saúde, capacitação para o trabalho e “performance” física desejá- vel ao indivíduo. Cardápios, quando bem elaborados, despertam, a longo prazo, conceitos básicos de nutrição. Pedro Escudero, médico argentino, criou, em 1937, as Leis da Alimentação. Ainda hoje são consideradas a base de uma alimentação saudável. Expressam, de forma simples, as orientações para uma dieta que garante crescimento, manutenção e de- senvolvimento saudáveis. São elas: • Lei da Quantidade – A quantidade de alimentos deve suprir as necessi- dades do indivíduo. • Lei da Qualidade – Refere-se aos nutrientes necessários ao indivíduo. Sendo assim, as refeições devem ser variadas, contemplando todos os grupos de nutrientes para o bom funcionamento do corpo. • Lei da Harmonia – É a distribuição e proporcionalidade entre os nutrien- tes, resultando no equilíbrio. • Lei da Adequação – A alimentação deve se adequar às necessidades do organismo de cada indivíduo, às especificidades de quem está consumindo: ciclos da vida (infância, adolescência, adulto e idoso), o estado fisiológico (gestação, lactação), o estado de saúde (doenças), os hábitos alimenta- res (deficiência de nutrientes) e as condições socioeconômicas e culturais (acesso aos alimentos) são fatores que devem ser considerados, pois resul- tam em diferentes necessidades nutricionais. Pós-Universo 8 O profissional deve ter habilidade de planejar e, com criatividade, procurar resolver os problemas que impeçam de alcançar os seus objetivos. O primeiro ponto a ser considerado no planejamento dietético é o conhecimento acerca da população a que se destina, estabelecendo parâmetros que irão contribuir para a montagem do cardápio, atendendo expectativas e desejos dos clientes em potencial. No planejamento dos cardápios, também deve se considerar mão de obra disponível, habilitação e tempo hábil para execução. Quando o pessoal não está adequado à realidade do serviço, deve-se evitar preparações que necessitem tempo e qualificação especial dos funcionários. Outros fatores a se considerar: área física e adequação dos equipamentos. Em relação aos hábitos alimentares da clientela, pode ser feito uma sondagem de preferências, objetivando elaborar cardápios que satisfaçam a clientela, mas que estejam de acordo com parâmetros de alimentação equilibrada. Estimar custo também é fundamental para atender as expectativas do cliente e empresário. Pode interferir na variabilidade da oferta e também na qualidade dos alimentos na hora da aquisição. Pós-Universo 9 Composição do cardápio 1. Saladas: variar entre folhas, legumes crus, legumes cozidos, cereais, massas e leguminosas. Deve ser diferente das demais preparações. Deve-se dar pre- ferência a folhas e legumes com contrastes de sabores e não colocar várias folhas ou legumes de sabores fortes ao mesmo tempo. 2. Prato Base: arroz e feijão, ou outra leguminosa. Podem-se oferecer, também, outros tipos de arroz, como o integral ou como preparações diferentes. 3. Prato proteico ou principal: é o maior custo dentre os componentesdo cardápio. Se houver mais de um prato proteico, apresentar tipos de carnes diferentes. Equilibrar o modo de preparo, ou seja, se uma preparação com molho e outra opção deverá ser uma preparação mais seca. Exemplo: Frango ao molho e Carne assada. 4. Guarnições: quando são servidos dois pratos proteicos e uma guarnição, esta deve estar de acordo com as duas preparações. Exemplo: Filé ao molho madeira e Frango assado podem ser acompanhados de purê de batatas. 5. Sobremesas: deve ser oferecida pelo menos uma porção de fruta. No caso de duas sobremesas, uma deverá ser fruta e a outra doce. Figura 1 - Saladas devem apresentar contrastes de cores e sabores Pós-Universo 10 Com relação a cardápios individuais, o almoço e jantar devem apresentar: 1. Saladas que deverão variar entre: Folhas: alface, escarola, almeirão, rúcula, agrião, radicchio etc. Legumes crus: cenoura, nabo, beterraba, rabanete etc. Legumes cozidos: beterraba, batata, cenoura etc. Outros: queijo, frutas etc. 2. Prato principal: carne, frango, peixe ou ovo. 3. Prato base: arroz, feijão, lentilha, cevadinha, quinua, grão-de-bico, man- dioquinha, batata e batata doce. 4. Guarnições: verdura ou legume cozido no vapor, refogado ou assado. A seguir, opções de cardápio semanal (almoço e jantar), em que são utilizados ali- mentos saudáveis e variados. ALMOÇO Opção 1 - Bife grelhado, salada de folhas verdes, tomate cereja, arroz integral com feijão e cenoura refogada. Opção 2 - Frango grelhado com molho pesto, salada de alface, beterraba crua, arroz integral, grão-de-bico e chuchu refogado. Opção 3 - Omelete com cebola e cheiro verde, salada de alface roxa, tomate e palmito, arroz integral, feijão e couve refogada. Opção 4 - Peixe assado com ervas, salada de rúcula, cenoura, tomate e folhas de hortelã, macarrão integral com alho e azeite, vagem no vapor. JANTAR Opção 1 - Filé de frango, salada de folhas verdes, tomate e cenoura ralada, arroz 7 grãos e brócolis cozido. Opção 2 - Filé de peixe, salada de rúcula e tomate cereja, purê de batata, abobrinha com cenoura e pimentão vermelho no forno. Opção 3 - Carne cozida, salada de agrião com tomate e pepino, macarrão integral e ervilha refogada. Opção 4 - Almôndegas de frango ao molho de tomate, salada de rúcula com manga, purê de mandioquinha salsa, couve-flor refogada. Pós-Universo 11 Nutrição e Alimentos Funcionais Pós-Universo 12 É uma ciência que apresenta fundamentação científica visando aspectos bioquímicos individuais. Com isto, apresenta intervenções para promover o equilíbrio fisiológico e bio- químico do organismo. Baseia-se nos sistemas do funcionamento do corpo por meio de sinais e sintomas que expressa o estado de saúde, como carências e excessos de nutrientes. Os princípios básicos da nutrição funcional para formulação de dietas são os seguintes: 1. Individualidade Bioquímica: cada indivíduo tem a sua estrutura ge- nética que pode ser alterada por meio da alimentação assim como pelos elementos ambientais. 2. Paciente no Centro: agir sobre o paciente por inteiro, que pode ser com- posto por vários aspectos que sofrem influência do meio externo. 3. Equilíbrio Nutricional: otimizar os efeitos dos alimentos, em conjunto com outros. O cardápio deve conter quantidades adequadas de cada tipo alimentar conforme as necessidades de cada paciente. 4. Inter-Relações: todos os processos bioquímicos internos estão inter-re- lacionados, formando uma teia de fatores fisiológicos, tratando-se a causa, e não o sintoma. 5. Saúde, Vitalidade Positiva: o objetivo da nutrição funcional é fazer com que o organismo funcione de forma sincronizada, garantindo a saúde. A partir de 1998, foi proposta e aprovada a regulamentação técnica para os chamados “alimentos com alegações de propriedades funcionais e/ou de saúde”. A ANVISA considera alimentos funcionais aqueles que produ- zem efeitos benéficos à saúde, além de suas funções básicas. Para conhecer toda a legislação sobre alimentos funcionais no Brasil, acesse o site: <http:// portal.anvisa.gov.br/alimentos/alegacoes>. Fonte: a autora. saiba mais http://portal.anvisa.gov.br/alimentos/alegacoes http://portal.anvisa.gov.br/alimentos/alegacoes http://portal.anvisa.gov.br/alimentos/alegacoes http://portal.anvisa.gov.br/alimentos/alegacoes http://portal.anvisa.gov.br/alimentos/alegacoes http://portal.anvisa.gov.br/alimentos/alegacoes http://portal.anvisa.gov.br/alimentos/alegacoes http://portal.anvisa.gov.br/alimentos/alegacoes http://portal.anvisa.gov.br/alimentos/alegacoes http://portal.anvisa.gov.br/alimentos/alegacoes http://portal.anvisa.gov.br/alimentos/alegacoes http://portal.anvisa.gov.br/alimentos/alegacoes Pós-Universo 13 Alimentos Funcionais: conceitos e legislação A baixa incidência de doenças em alguns povos chama a atenção para a sua dieta, por exemplo: esquimós apresentam baixo índice de problemas cardíacos com sua ali- mentação abundante em ácidos graxos poliinsaturados das famílias ômega 3 e 6; os orientais apresentam baixa incidência de câncer de mama devido ao consumo de soja. Os alimentos funcionais fazem parte de uma nova concepção de alimentos. Esse conceito foi inicialmente proposto no Japão (1980) e, em 1990, foi denominada em inglês de FOSHU (Foods for Specified Health Use) como aqueles alimentos que têm efeito específico sobre a saúde devido a sua constituição química e que não devem expor ao risco de saúde ou higiênico. Os critérios variam de acordo com a legislação local. No Reino Unido, o Ministério da Agricultura, Pesca e Alimentos (MAFF) define alimentos funcionais como um alimento cujo componente incorporado oferece be- nefício fisiológico e não apenas nutricional, que ajuda distinguir alimentos funcionais de alimentos fortificados com vitaminas e minerais. Figura 2 - Esquimós e alimentação baseada em peixes e produtos do mar ricos em ômega 3 e 6. Pós-Universo 14 Nos EUA, a dificuldade se encontra na regulamentação desses termos, pois deve haver uma diferenciação entre produtos que são vendidos e consumidos como alimentos (funcionais) e aqueles que um componente, em particular, foi isolado e é vendido na forma de barras, cápsulas, pós, entre outros (nutracêuticos). O escritório Americano de Contas Gerais (US General Accounting Office - GAO) define alimentos funcionais como alimentos que se declaram ter benefícios além da nutrição básica. Entretanto, em matéria de lei, um alimento funcional não tem nenhuma definição reconheci- da pela FDC (Food, Drugs and Cosmetics). A FDA (Food and Drug Administration) classificou os alimentos funcionais em cinco categorias: alimento, suplementos ali- mentares, alimento para usos dietéticos especiais, alimento-medicamento ou droga. No Brasil, a partir de 1998, foi proposta e aprovada a regulamentação técnica para os chamados “alimentos com alegações de propriedades funcionais e/ou de saúde”. A ANVISA considera alimentos funcionais aqueles que produzem efeitos be- néficos à saúde, além de suas funções básicas. O Comitê de Alimentos e Nutrição do Instituto de Medicina da FNB (Federação Náutica de Brasília) define alimentos fun- cionais como qualquer alimento ou ingrediente que possa proporcionar benefício à saúde, além dos nutrientes tradicionais. Eles apresentam as seguintes características: a) Devem ser consumidos na dieta usual. b) Compostos por componentes naturais. c) Ter efeitos positivos promovendo benefícios à saúde, além de aumen- tar a qualidade de vida, incluindo os desempenhos físico, psicológico e comportamental. d) Embasamento científico para a alegação da propriedade funcional. e) Pode ser um alimento natural ou componente removido. f ) Pode ser um alimento onde a natureza de um ou mais componentes tenha sido modificada. g) A bioatividade de um ou mais componentes pode ter sido modificada. Atualmente, já foram identificados mais de 15 compostos ou substâncias ativas encon- tradas em diferentes alimentos funcionais. O desejo dos consumidoresem melhorar a qualidade de vida, assim como a consciência em relação aos hábitos saudáveis, vem contribuindo para o desenvolvimento de alimentos funcionais. Possuem importan- tes ações para a saúde, tais como: redução nos sintomas da menopausa, redução na concentração de colesterol, ação anti-inflamatória, ativação do sistema imunológico, proteção contra vários tipos de câncer. É importante ressaltar que esses alimentos somente funcionam quando fazem parte de uma dieta equilibrada. Pós-Universo 15 Classes de Compostos Funcionais Pós-Universo 16 Probióticos e Prebióticos Figura 3 - Iogurtes e leites fermentados: suplementados com probióticos Probióticos são microrganismos vivos que podem ser agregados como suplementos na dieta, afetando de forma benéfica o desenvolvimento da flora microbiana no in- testino, garantindo benefícios à saúde do hospedeiro. Os Lactobaccilus, geralmente citados como probióticos, são: L. casei, L. acidophilus, L. delbreuckii subsp. bulgaricus, L. brevis, L. cellibiosus, L. lactis, L. fermentum, L. plantarum e L. reuteri. As espécies de Bifidobacteria com atividade probiótica são: B. bifidum, B. longum, B. infantis, B. adolescentis, B. thermophilum e B. animalis. Podem controlar a microbiota intestinal, promover a digestão da lactose em indivíduos intolerantes à lactose, estimular o sistema imune, aliviar a constipação au- mentando a absorção de minerais e vitaminas. Iogurtes e leites fermentados são os alimentos mais comuns a serem suplementados com probióticos. Prebióticos estimulam o crescimento dos grupos endógenos de população mi- crobiana, como as Bifidobactérias e os Lactobacillos considerados benéficos para a saúde humana. As fibras dietéticas e os oligossacarídeos não digeríveis são os prin- cipais substratos de crescimento dos microrganismos dos intestinos. Os prebióticos mais eficientes reduzem a atividade de organismos potencialmente patogênicos. Efeitos atribuídos aos prebióticos: a modulação de funções fisiológicas chaves, como a absorção de cálcio, o metabolismo lipídico, a modulação da composição da micro- biota intestinal, a qual exerce um papel primordial na fisiologia intestinal e a redução do risco de câncer de cólon. Pós-Universo 17 Alimentos sulfurados e nitrogenados Figura 4 - Vegetais crucíferos: alto conteúdo de glicosilatos Os vegetais crucíferos, como repolho, brócolis, rabanete e palmito possuem conteúdo relativamente alto de glicosilatos que lhe confere propriedades anticarcinogênicas. Os isotiacianatos e indóis são compostos antioxidantes que estão presentes em cru- cíferas, tais como brócolis, couve-flor, couve-de-bruxelas, couve e repolho inibem a mutação do DNA, que predispõe algumas formas de câncer além de ativadores de enzimas na detoxificação do fígado. Pós-Universo 18 Vitaminas antioxidantes Figura 5 - Suco de cenoura: β-caroteno é um potente antioxidante com ação protetora contra doenças cardiovasculares A oxidação devido à ação dos radicais livres, moléculas extremamente reativas com elétron isolado, livre para se ligar a qualquer outro elétron, podem ser gerados de maneira endó- gena ou exógena. Antioxidantes podem neutralizar a ação dos radicais livres. Exemplos de alguns antioxidantes: vitamina C, a glutationa, vitamina E e os carotenóides. Carotenóides: representados principalmente pelos carotenos, precursores da vita- mina A e o licopeno. Se encontram em alimentos com pigmentação amarela, laranja ou vermelha (tomate, abóbora, pimentão, laranja). Tanto os carotenóides precursores de vitamina A como os não precursores, como a luteína, a zeaxantina e o licopeno, parecem apresentar ação protetora contra o câncer, inibição da proliferação celular e aumento da resposta imune. O β-carote- no é um potente antioxidante com ação protetora contra doenças cardiovasculares. A vitamina E é a principal vitamina antioxidante, e a ingestão em quantidades acima das recomendações correntes pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, melhorar a condição imune e modular do envelhecimento. É um componente dos óleos vegetais. A vitamina C (ácido ascórbico) possui o efeito protetor contra os danos causa- dos pela exposição às radiações e medicamentos e possível papel de proteção no desenvolvimento de tumores nos seres humanos. Pós-Universo 19 Compostos Fenólicos Figura 6 - Isoflavonas da soja: subclasse dos flavonóides com um efeito potencialmente protetor contra um número de doenças crônicas e efeitos da menopausa Os flavonóides englobam uma classe importante de pigmentos naturais encontrados unicamente em vegetais e atuam, por exemplo, como antioxidantes. A dieta medi- terrânea, rica em frutas frescas e vegetais, tem sido associada com a baixa incidência de doenças cardiovasculares e câncer, principalmente devido à elevada proporção de vitaminas, flavonóides e polifenóis. Os verdadeiros flavonóides são as antocianinas (pigmentos azul-púrpura), as antoxantinas (amarelas), as catequinas e as leucoanto- cianinas, que são incolores, comumente denominadas taninos. Uma subclasse dos flavonóides são as isoflavonas da soja com um efeito poten- cialmente protetor contra um número de doenças crônicas, como: câncer de próstata, diabetes, osteoporose, doenças cardiovasculares e efeitos da menopausa. Pós-Universo 20 Ácidos graxos poliinsaturados Figura 7 - Fontes de ômega 3 - além de seu papel nutricional na dieta, o ômega 3 pode ajudar a prevenir ou tratar uma variedade de doenças, incluindo doenças do coração, câncer, artrite, de- pressão e mal de Alzheimer Os principais ácidos graxos da família ômega 3 são o alfa-linolênico, o eicosapen- tanóico-EPA e o docasahexanóico-DHA. Os ácidos graxos ômega 3 podem ajudar a prevenir ou tratar uma variedade de doenças, incluindo doenças do coração, câncer, artrite, depressão, mal de Alzheimer, entre outros. São encontrados em peixes de água fria (salmão, atum, sardinha, bacalhau), óleos vegetais, sementes de linhaça, nozes e alguns tipos de vegetais. Alguns estudos epidemiológicos têm demonstrado que a ingestão de peixes re- gularmente na dieta tem efeito favorável sobre os níveis de triglicerídeos, pressão sanguínea, mecanismo de coagulação, na prevenção do câncer (mama, próstata e cólon) e redução da incidência de aterosclerose. Pós-Universo 21 Fibras (Oligossacarídeos) Segundo o Sebrae Espírito Santo (2017), uma das tendências para em- preender em 2017 é Alimentação Saudável. Segundo a matéria: ninguém sobrevive sem se alimentar, logo, é um mercado muito atrativo. Esse setor apresenta resultados excelentes e devem ser uma grande aposta para quem pretende abrir um novo negócio. Atualmente, as pessoas estão se preocu- pando cada vez com a saúde e com o corpo. Com isso, a comida saudável é que mais ganha destaque. Para mais informações acesse: <http://www. sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/mg/noticias/tendencias-de-mercado- -em-2017,7a03e63a7eaf9510VgnVCM1000004c00210aRCRD>. fatos e dados A fibra dietética não é passível de hidró- lise pelas enzimas do intestino humano, sendo fermentada por algumas bactérias. A maior parte são polissacarídios, portanto, com alto peso molecular. Podem ser encontradas nos vegetais, como os grãos (arroz, soja, trigo, aveia, feijão, ervilha), em verduras (alface, brócolis, couve, couve-flor, repolho), raízes (cenoura, rabanete) e outras hortaliças (chuchu, vagem, pepino). As fibras podem ser classificadas como solúveis e insolúveis. As fibras solúveis (pec- tinas e hemiceluloses) tendem a formar géis em contato com água, aumentando a viscosidade dos alimentos parcialmente digeridos no estômago, diminuem a absor- ção de ácidos biliares e têm atividades hipocolesterolêmicas, auxiliam diminuindo os níveis de triglicerídeos, colesterol e insulina. Uma característica fundamental da fibra solúvel é sua capacidade para ser metabolizada por bactérias, com a conseguinte produção de gases. As fibras insolúveis (lignina,a celulose e algumas hemiceluloses) permanecem intactas por meio de todo o trato gastrointestinal, estimulando a mo- tilidade intestinal, e promovem a maior necessidade de mastigação. Figura 8 - Aveia: rica em fibras solúveis betaglucanas Pós-Universo 22 Utilização de alimentos funcionais na elaboração de cardápio diário Pós-Universo 23 SUGESTÃO DE CAFÉ DA MANHÃ: • Comece sempre com uma fruta: pode ser na forma de sucos (combinar 2 tipos de frutas), frapês (fruta batida com pouca água e gelo), saladas de frutas ou in natura. • Acrescente nas frutas ou sucos ou frapês: aveia e iogurte. SUGESTÃO DE LANCHE DA MANHÃ E LANCHE DA TARDE: • Barrinhas de cereais: quinua e aveia. • Mix de castanhas variadas. • Frutas secas: damascos, ameixas ou tâmaras secas. • Água de coco/ chás naturais. • Suco de vegetais: couve com gengibre e limão, espinafre, beterraba, cenoura. SUGESTÃO PARA ALMOÇO: • Saladas variadas incluindo 1 tipo de vegetal verde escuro (couve, escaro- la, rúcula, agrião). • Legumes cozidos no vapor (cenoura, abobrinha, berinjela, chuchu, couve- -flor, brócolis). • Para temperar a salada com 1 colher de sopa de azeite extra-virgem e, se preferir, coloque limão. • Evite o sal. Utilize ervas desidratadas ou frescas. • Arroz integral, raízes ou tubérculos diariamente. • Leguminosas: variar ao máximo o tipo de feijão. • Peixes assados 3xsemana. Pós-Universo 24 SUGESTÃO PARA O JANTAR: • Sopas variadas de legumes sem macarrão e com tubérculos (batata, man- dioca, inhame, mandioquinha). • Abuse das ervas e evite os condimentos industrializados. • Salada com Omelete (2 ovos e 1 porção de verdura verde escura: espina- fre, brócolis, rúcula). • Salada variada com peixe grelhado. • Legumes recheado com tofú. atividades de estudo 1. Atualmente, há um grande interesse nos alimentos funcionais e, em particular, nos po- tenciais benefícios que o seu consumo pode conferir no controle de muitas doenças crônicas. Em relação a esses alimentos, é correto afirmar que: a) Os probióticos são componentes alimentares não digeríveis, que estimulam a proliferação ou atividade de bactérias benéficas no intestino. b) O consumo de fibras alimentares pode diminuir a saciedade, favorecer o bom funcionamento do intestino, melhorar os níveis plasmáticos de colesterol e au- mentar a absorção da glicose. c) O licopeno, prebiótico presente no tomate, apresenta efeito antioxidante. d) As isoflavonas, compostos encontrados na soja, reduzem os níveis do colesterol total sérico. e) Os benefícios para a saúde atribuídos ao alho incluem aumento da pressão san- guínea e dos níveis de colesterol sanguíneo. 2. Apesar de ser relativamente nova no Brasil, a Nutrição Funcional logo foi colocada como uma das principais opções para profissionais da área, tanto que, o país tem, hoje, o maior projeto mundial de formação de especialistas na área. Já são mais de 3 mil profissionais nutricionistas pós-graduados e outros tantos em formação. Assinale a alternativa correta em relação a seus princípios. a) Alimentação não pode “modular” nossos genes, inibindo aqueles associados à doenças, para elevar os associados à saúde. b) O método é direcionado à doença. c) Importante a oferta de nutrientes em quantidades adequadas e em equilíbrio com todos os outros, para que haja otimização da sua absorção e aproveitamen- to pelas células. d) A teia da nutrição funcional não considera a inter-relação mútua de todos os pro- cessos bioquímicos. e) Nenhuma das alternativas anteriores. atividades de estudo 3. O cardápio é a forma de apresentação dos alimentos, podendo refletir a imagem do serviço, o padrão de qualidade do produto ofertado, bem como o atendimento das expectativas dos clientes. Sendo assim, deve-se considerar os fatores determinan- tes no planejamento do cardápio, tais como: I. Preferências da mão de obra. II. Espaço físico. III. Tipo de serviço e número de refeições. IV. Equipamentos e mão de obra especializada. V. Sistema de vendas. Estão CORRETOS apenas os itens da opção: a) I, II e IV. b) II, III e IV. c) I, II e III. d) I, IV e V. e) II, IV e V. 4. As fibras são polissacarídios, portanto, com alto peso molecular. Podem ser classifica- das como solúveis e insolúveis. Em relação as fibras, assinale a alternativa correta: a) Fibra dietética é passível de hidrólise pelas enzimas do intestino humano. b) Fibras não são fermentadas por algumas bactérias. c) Pequena parte encontradas nos vegetais. d) As fibras solúveis (pectinas e hemiceluloses) tendem a formar géis em contato com água. e) Aumentam os níveis de triglicerídeos, colesterol e insulina. resumo Cardápios, quando bem elaborados, despertam conceitos básicos de nutrição. E, de forma simples, seguiremos as Leis da Alimentação, base de uma alimentação saudável. A partir dele, pode-se planejar as compras, recursos materiais e humanos, o controle de custos, padronização de recei- tas, evidenciando, ainda, preferências e satisfação dos clientes. Os princípios básicos da nutrição funcional para formulação de dietas são: individualidade bio- química, paciente no centro, equilíbrio nutricional, inter-relações e saúde e vitalidade positiva. Os alimentos funcionais fazem parte de uma nova concepção de alimentos. Foi inicialmente pro- posto no Japão (1980) como aqueles alimentos que têm efeito específico sobre a saúde devido a sua constituição química. No Brasil, a partir de 1998, foi proposta e aprovada a regulamentação técnica para os chamados “alimentos com alegações de propriedades funcionais e/ou de saúde”. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) considera alimentos funcionais aqueles que produzem efeitos benéficos à saúde, além de suas funções básicas. Os alimentos funcionais são classificados segundo suas propriedades: probióticos, prebióticos, antioxidantes, sulfurados, fibras, ácidos graxos e compostos fenólicos. Isto permite o planejamen- to de cardápios com benefícios para um vida saudável. material complementar Gordo doente quase morto Ano: 2010 Sinopse: já ouviu falar em “Juice Fast”? Pois então acompanhe a jornada de Joe Cross, um obeso, dependente de uma infinidade de “remédios”, que decide mudar radicalmente sua alimentação durante 60 dias. Baseada somente em sucos verdes, a dieta, além de altamente nutritiva, faz com que se perca peso rapidamente ao mesmo tempo que proble- mas, como pressão alta, colesterol, diabetes e outras doenças relacionadas ao estilo de vida “fast-food” desapareçam sem ajuda de medicamentos. O segredo é basicamente o mesmo do já exposto em outros documentários aqui elencados: comida vegetariana, crua e orgânica. Veja esse documentário e mude radicalmente sua vida. Na Web Apresentação: para saber mais sobre nutrição funcional acesse o link disponível em: <https:// vponline.com.br/site/>. https://vponline.com.br/site/ https://vponline.com.br/site/ https://vponline.com.br/site/ https://vponline.com.br/site/ https://vponline.com.br/site/ https://vponline.com.br/site/ https://vponline.com.br/site/ https://vponline.com.br/site/ https://vponline.com.br/site/ referências BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n. 2, de 07 de janeiro de 2002. Aprova o Regulamento Técnico de Substâncias Bioativas e Probióticos Isolados com Alegação de Propriedades Funcional e ou de Saúde. Rotulagem. Brasília, 2002. COSTA, N. M. B.; ROSA, C. O. B. Alimentos funcionais: componentes bioativos e efeitos fisiológi- cos. 2. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2016. 504 p. GOMES, V. T. S. et al. Benefícios da Biomassa de Banana Verde à Saúde Humana. Revista Univap, [s.l.], v. 22, n. 40, p. 655, 23 mar. 2017. 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