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CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA

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CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INSTRUMENTA
ÇÃO CIRÚRGICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA 
 
 
O HOSPITAL 
A palavra hospital deriva da palavra latina “hopes”, que significa hóspede. 
Existem várias definições de hospital, e dentre as mais conceituadas destacamos 
as de Everett Jones T. Mac Earchern. Everett Jones assim se expressou “O hospital é 
uma estrutura planejada em moldes que apresenta o ideal dos serviços profissionais na 
concepção dos médicos, enfermeiras e demais pessoas empenhadas nos cuidados do 
doente. Deve ser previsto de tal forma que atenda àquelas múltiplas atividades 
funcionais que, congregadas sob o teto comum e administração unificada, constituem a 
complexa instituição moderna de cura, pesquisa, educação e saúde pública”. 
Para Maolcom T. Mac Earchern é: “A expressão do direito à saúde, inalienável 
ao homem e o reconhecimento formal da coletividade quanto à obrigação que lhe cabe 
em fornecer ao indivíduo ao meio de mantê-la ou de recuperá-la”. 
O relatório técnico de nº 122 de 1957, da Organização Mundial da Saúde contém 
a seguinte definição: “O hospital é elemento de uma organização de caráter médico e 
social, cuja função consiste em assegurar assistência médica completa, curativa e 
preventiva à população, e cujos serviços externos se irradiam até a célula familiar 
considerada em seu meio; é um centro de medicina e de pesquisa biossocial”. 
Numa conceituação muito ampla podemos afirmar que doente é todo o indivíduo 
portador de uma doença e paciente é todo indivíduo submetido a tratamento e 
observação. Todo doente deve ser conceituado à luz das características gerais do ser 
humano, acrescentando-se a isto sua situação de portador de uma doença. Doente é, 
pois, aquele que ao lado da problemática humana associa a problemática de 
enfermidade tanto do ponto de vista biofísico, como psicológico. 
 
Funções do Hospital 
Constituem funções do hospital moderno: 
Proporcionar assistência aos doentes, visando a sua recuperação; 
Colaborar nos programas gerais de saúde pública e estabelecer planos de ação e 
educação sanitária para a comunidade, integrando as atividades de medicina curativa e 
profilática; 
Participar ativamente na formação de médicos, de enfermeiros e de outros 
profissionais da equipe de saúde; 
Promover pesquisas de campo da medicina e das ciências correlatas (ou afins), 
inclusive administração hospitalar. 
CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA 
 
 
Classificação 
Os hospitais são classificados sob vários aspectos. Os mais usados são: 
 Clínicos 
Os aspectos clínicos podem ser: 
Geral – o qual oferece uma variedade de clínicas, como: médica, cirúrgica, 
obstétrica, ou somente de um grupo etário, como por exemplo: hospital infantil, hospital 
geriátrico. 
Especial – que admite pacientes com tipo particular de doença. Exemplo: 
tuberculose, câncer, psiquiatria. Atualmente a tendência é colocar os pacientes, seja qual 
for o tipo clínico em hospitais gerais, construídos com unidades adequadas a cada 
especialidade. 
 Administrativos 
 Os de aspectos administrativos, de acordo com a propriedade e 
manutenção, podem ser: 
Governamentais - federais, estaduais, municipais. 
Particulares 
Os hospitais particulares, dependentes de instituições especiais ou propriedade 
de uma ou mais pessoas associadas para esse fim; como a Cruz Vermelha, Santa Casa, 
Sociedades Beneficentes, Instituições Religiosas, Organizações Industriais, podem ser 
de finalidades lucrativas, não lucrativas e mistas. 
 
Organização 
O hospital é dirigido por um Conselho Administrativo que tem como delegado 
executivo o diretor. Subordinados diretamente ao diretor, estão os chefes dos vários 
departamentos administrativos que congregam os serviços prestados pelo hospital. 
Os departamentos administrativos existentes num hospital dependem da 
capacidade do hospital, da clientela a ser atendida, das especialidades clínicas abrigadas 
no hospital e dos serviços oferecidos à comunidade. 
Os serviços encontrados na maioria dos hospitais são: 
Serviços médicos – enfermarias e ambulatórios; 
CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA 
 
Serviços de diagnostico e tratamento – raios X, laboratórios, banco de sangue, 
anatomia patológica; 
Serviços técnicos – e enfermagem, serviço social, de dietética, arquivo médico e 
de estatística. 
 
Admissão 
O internamento ou admissão significa a entra do paciente no hospital. 
 O paciente pode procurar o hospital de várias maneiras: 
 Por sua própria vontade ou a pedido de sua família; 
 Seguindo o conselho médico; 
 Diante de um processo legal, como no caso de uma doença mental ou de 
doenças infectocontagiosas. 
Ao recebermos um paciente devemos dar a este a maior atenção possível. 
São vários os fatores que vão influenciar o paciente nas suas impressões, boas ou 
más. 
O paciente desligou-se de seus familiares, de seus amigos, de seu lar, de suas 
ocupações e vai entrar em contato com um ambiente totalmente estranho. E esse 
conjunto de fatores causa, na maioria das vezes, um sofrimento que se pode dizer moral, 
que vem a ser mais doloroso que a própria dor física, pois no mais das vezes o paciente 
traz seus problemas não só pessoais, mais também os da família, e terão de ser 
decididos pelo enfermeiro ou por ele encaminhados ao Serviço Social. 
Ao lado do paciente admitido, vamos observar dois fatores muito importantes: 
fator psíquico e fator físico. 
Devemos tratar o paciente como pessoa humana, que tem suas preferências e 
suas aversões. O paciente deve ser recebido no hospital com toda a cordialidade e 
atenção. A primeira impressão que o paciente tem é sempre de grande importância para 
inspirar-lhe confiança no hospital e no tratamento que ali vai receber. Da maneira como 
ele é recebido na enfermaria depende o seu ajustamento ao meio, fator indispensável à 
recuperação da saúde. Quando agimos desta maneira, o paciente sente-se estimulado a 
colaborar com todos os tratamentos, por mais cruciantes que estes sejam. 
Este bom acolhimento influirá também nos seus familiares ou pessoas que o 
acompanham. 
 
CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA 
 
Prontuário 
O prontuário constitui uma soma total de todos os relatórios, quer médicos, quer 
da enfermagem, que de origem administrativa, usados durante a estada do paciente no 
hospital. Os relatórios são compilados durante a estada do paciente, e após a alta são 
arquivados na seção de arquivo médico. 
 
Unidade do paciente 
Entende-se por unidade do paciente, a área ocupada pelo mesmo. 
Material pertencente à unidade do paciente: 
 Cama; 
 Escadinha; 
 Colchão; 
 Travesseiros; 
 Roupas; 
 Mesa de cabeceira; 
 Cadeira. 
 
Alta 
A alta significa a saída do paciente do hospital. Na maioria dos casos, o médico 
do paciente, sabendo não serem mais necessários os serviços do hospital, dá por escrito 
uma permissão formal. Em raras ocasiões o paciente poderá desejar ir embora, 
contrariando o conselho médico. Para isso assina um termo de responsabilidade, 
isentando o médico e o hospital de quaisquer complicações que possam advir de sua 
saída. O paciente pode querer abandonar o hospital contra a vontade do médico por 
causa de condições sociais ou econômicas ou porque sente saudades do lar. 
Os preparativos para a saída são feitos no sentido de devolver ao paciente todos 
os seus pertences, protegendo, assim, o hospital e cooperando no trabalho dos demais 
departamentos. 
Após uma doença aguda, a vitalidade, em geral, encontra-se diminuída e todos 
os processos orgânicos mais ou menos deprimidos. Os músculos estão fracos pela falta 
de exercícios e qualquer esforço é cansativo. O sistema nervoso pode estar alterado, as 
emoções são difíceis de controlar e o paciente mostra-se provavelmente irritadiço eCURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA 
 
exigente. A volta ao estado normal de saúde física e mental é um processo gradativo. A 
excitação e apreensão associadas à alta, bem como a viagem de volta aumentarão a 
sensação de cansaço físico do paciente. 
Na despedida o paciente deve merecer a mesma atenção que lhe foi dispensada 
no momento da admissão. As últimas impressões, como as primeiras, são as que ficam. 
Todos devem regozijar-se com o paciente, pelo fato de poder voltar à casa tratando, não 
só a ele, como ais seus familiares, como hospedes que se despedem. 
A alta representa o último contato do paciente com o hospital. Usualmente, é 
uma hora alegre. O objetivo do tratamento hospitalar é o de restaurar a saúde do 
paciente, de modo que ele se sinta bem. 
A Federação Brasileira de Hospitais, entidade representativa de parcela 
significativa dos prestadores de serviços de saúde do país, ao longo dos últimos anos, 
vem buscando desenvolver projetos e programas voltados para a melhoria da qualidade 
e desempenho de seus filhos. 
Perseguindo esta meta, diuturnamente, logrou êxito ao encontrar apoio e 
respaldo de entidades internacionais que vinham atuando nesta área, inclusive, com a 
elaboração de documentos que pudessem levar aos hospitais as informações, 
orientações, parâmetros e regras facilmente absorvíveis, permitindo sua adequação a 
uma nova realidade. 
A Federação Latinoamericana de Hospitais e a Organização Panamericana de 
Saúde, em atuação conjunta, abriram suas portas para a Federação Brasileira de 
Hospitais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O PACIENTE 
O paciente que adentra ao hospital, e em particular o paciente cirúrgico, 
necessita ser tratado com amabilidade, pois considera sua operação como algo 
transcendental. Do trato que lhe dermos dependerá em grande parte, a tensão emocional 
que traz consigo. 
Seu nome deve ser recordado por todos, e por ele chamado. 
O estabelecimento de uma firme relação de simpatia e confiança por parte do 
paciente é um tento na terapêutica que o médico não deve desprezar. 
“Paciência, gentileza e humanidade, nunca serão demais para aqueles que 
depositam em nós toda a esperança e, em nossas mãos,sua própria vida”. 
 
Aspectos do Paciente 
RELIGIOSO – levando-se em consideração que a maioria das necessidades do 
indivíduo hospitalizado decorrem, das características gerias do ser humano, o aspecto 
religioso assume real importância. 
O ser humano, naturalmente, busca a Deus. Experiências com todos os grupos 
humanos revelam que todos crêem numa força suprema que rege o mundo. O ser 
humano tem consciência da limitação de suas forças, avalia e critica a sua própria 
conduta, medindo assim a maneira pela qual envolve os outros. O ponto de partida de 
tal julgamento reside no sentimento de responsabilidade. Existe uma estreita ligação 
entre aspectos sociais, psicológicos e religiosos. Desta forma a crença, seja qual for a 
sua denominação e qualquer que seja o mecanismo através do qual se revela, assume 
importância fundamental no indivíduo hospitalizado. 
Os doentes apresentam diferenças no seu ponto de vista religioso. No hospital 
entra-se em contato com o material, com o espírita, com o israelita, com o protestante, 
com o católico. Enfim, com pessoas que têm um conceito vago ou uma crença religiosa 
arraigada, e , nas condições específicas em que se encontram, devem merecer de nós os 
cuidados espirituais de que necessitam. 
A presença de um capelão no hospital é imprescindível para o católico. Para os 
pacientes de outras crenças religiosas, que não a católica, é também indispensável no 
Hospital a presença de um mentor espiritual. A ele cabe a responsabilidade de zelar pela 
vida espiritual dos pacientes hospitalizados. Sua presença é para o doente um conforto, 
uma esperança. Entretanto, o essencial não é somente levantar a moral do doente, 
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iluminar de esperanças as fisionomias; sua missão é a de salvar a alma que tem diante 
de si. 
É junto à cabeceira, esgotados todos os recursos da medicina, todos os meios 
humanos, que estará o capelão, para o seu conforto espiritual. 
Entretanto, todo o pessoal do hospital ainda que em grau diferente, deve zelar 
pelo bem espiritual do enfermo. 
SOCIAL – fatores físicos, sociais e psicológicos têm íntima relação com a saúde 
e a doença. 
Uma pessoa sobrecarregada de problemas não está preparada para suportar a 
enfermidade. O tratamento de um paciente pode ser retardado, interrompido ou 
fragmentado em consequência de circunstâncias a adversas. O desejo de restabelecer-se 
pode ser abalado, se o paciente tiver que enfrentar sozinho toda uma série de problemas 
pessoais, familiares e sociais. A identificação precoce e a solução imediata destes 
problemas são essenciais para que o tratamento médico dê os melhores resultados 
possíveis, para diminuir os efeitos da doença ou traumatismos, e para impedir a 
evolução ou recidiva dos fenômenos patológicos. Frequentemente o enfermeiro é o 
primeiro a descobrir os problemas existentes, em relação aos pacientes hospitalizados, e 
se tiver interesse e habilidade, poderá encontrar uma solução satisfatória. Se a situação 
for complicada, pode recorrer a diversos órgãos de assistência social, que o ajudarão a 
tratar do problema. 
PSICOLÓGICO – o homem é o único ser que possui o privilégio de manipular 
consciente ou inconscientemente a matéria-prima do seu sofrimento e o dom de estender 
sua desventura ao meio que o cerca. 
Todo indivíduo normal tem medo da dor. O medo da dor é tão generalizado, que 
quem não o sente é tido como anormal; há diferenças entre sexos a respeito da dor. A 
mulher, muitas vezes, é mais idealista e por isso suporta com mais facilidade crises a 
respeito da dor. A mulher, muitas vezes, é mais idealista e por isso suporta com mais 
facilidades crises dolorosas intensas. O homem é mais realista e não suporta 
determinadas crises de dor. 
O temor da enfermidade não está baseado apenas na dor que aquela lhe acarreta, 
mas, também, no temor da morte ou da invalidez que ela possa determinar. 
Cada pessoa tem apreensões específicas em relação às doenças. Cada um de nós 
teme determinada enfermidade. 
A solidão e o tédio são outros fatores psicológicos que interferem na conduta de 
um indivíduo hospitalizado. 
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Do estudo dos diferentes comportamentos humanos diante da enfermidade, 
encontramos vários tipos de pacientes classificados de acordo com esse mesmo 
comportamento. 
Assim temos: tipo superinformado; tipo medroso; tipo multissintomático; tipo 
agressivo e tipo excessivamente loquaz. 
A hospitalização é um dos eventos da vida moderna que envolve profunda 
adaptação do homem às várias mudanças que acontecem em seu dia-a-dia. Este 
reajustamento pode ocorrer de forma mais fácil em certas pessoas; em outras entretanto, 
apresenta-se de forma difícil, exigindo mais tempo, grande esforço e intensa assistência. 
As dificuldades de adaptação ao hospital aparecem quando, por exemplo, o 
paciente, sentindo-se vítima, exige condições especiais de tratamento, ou se isola 
inteiramente dos outros, sedimentando atitudes de parasitismo, de oposição ou de 
negação da realidade. 
Além disso, a própria situação da doença pode favorecer o aparecimento de 
estados frequentes de depressão, de instalação, de insegurança, reações de agressividade 
e outros. 
Todos os profissionais que militam na área da saúde devem se esforçar de várias 
maneiras, afim de amenizar o mais possível o sofrimento dos pacientes e de seus 
familiares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A CIRURGIA 
A cirurgia é a ciência e arte, e como tal deve ser aprendida. Como todas as artes, 
exigirá um aprendizado manual pacientee bem conduzido; como ciência, é a renovação 
dinâmica e constante de preceitos e conceitos em função de sua própria evolução. 
Aprendê-la-ão mais facilmente aqueles que nasceram com vocação, enquanto 
que outros precisarão de maior esforço e perseverança para alcançar resultados 
satisfatórios. 
A operação ou intervenção cirúrgica é o tratamento cruento de transtornos 
orgânicos ou funcionais. 
Em épocas passadas, era considerada o último recurso aplicável àqueles para os 
quais não se dispunha de mais remédios que lhes restabelecessem a normalidade 
biológica. Com o evoluir dos conhecimentos, a cirurgia passou a ter seu lugar específico 
no tratamento de algumas moléstias e é hoje uma especialidade plenamente definida. 
Não mais encarada como apenas a técnica das manobras manuais e instrumentais 
visando a uma finalidade terapêutica, exige hoje dos cirurgiões esfera de conhecimento 
mais vasta, que abrange desde os fundamentos anatômicos e fisiológicos, até à 
compreensão psicológica do paciente, passando pelos domínios da bioquímica, 
imunologia, bacteriologia e metabologia. O conceito antigo de cirurgia é hoje apenas 
um de seus capítulos, a Técnica Cirúrgica. 
A Técnica Cirúrgica geral estuda o ambiente operatório, os instrumentos e seu 
manejo, e as manobras cirúrgicas básicas. 
A Técnica Cirúrgica Especial estuda os tempos operatórios de cada 
intervenção em particular. Resulta da integração das manobras básicas da técnica 
cirúrgica geral, com visitas à realização de determinado ato operatório. 
Todas as intervenções cirúrgicas têm, em comum, tempos fundamentais que são: 
 Diérese; 
 Hemostasia; 
 Exérese; 
 Síntese. 
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Na Diérese, incisam-se os tecidos e adentram-se as cavidades naturais, 
receptáculos dos órgãos a tratar. A incisão e abertura dos tecidos implica na lesão de 
vasos sanguíneos, cuja hemorragia deverá ser estancada sob pena de alterações 
hemodinâmicas primeiro, e metabólicas depois, com potencialidades perniciosas para o 
doente. É a Hemostasia. 
Tecidos separados, cavidade aberta, eis-nos face a um órgão mal-funcionante ou 
doente, cujo funcionamento deverá ser alterado ou simplesmente extirpado, é a Exérese. 
Realizado o tratamento cirúrgico específico, terá o cirurgião de consertar os 
danos causados ao organismo, porém necessários à realização da cirurgia; é tempo de 
Síntese: unem-se os tecidos, fecham-se cavidades, restitue-se a normalidade. 
É dentro do capitulo de Técnica Cirúrgica Geral que desenvolveremos este 
trabalho. 
Sendo a cirurgia o resultado da integração de conhecimentos básicos, justifica-se 
seu aprendizado, começando pelos fundamentos e evoluindo numa complexidade 
crescente, até à realização do primeiro ato operatório sob a supervisão de um cirurgião 
experiente. 
A primeira etapa, na sequência da aprendizagem progressiva é, portanto, o 
contato com os instrumentos cirúrgicos, saber para que servem e como manejá-los; é a 
intimidade com a sala de operações e com o campo cirúrgico; é a integração numa 
equipe cirúrgica e, finalmente, o aprendizado de manobras básicas e das atividades 
específicas a cada elemento, para que, chegando ao comando da equipe, o novo 
cirurgião possa saber compreender e orientar seus auxiliares, de forma a tornar 
harmônico seu relacionamento e eficaz seu trabalho. 
A instrumentação e o auxílio ao cirurgião são, dentro do aspecto técnico, os 
primeiros passos. 
 
Evolução Histórica da Cirurgia 
O termo cirurgia significa trabalho com as mãos, uma vez que em grego o 
vocábulo cirurgia é formado por Kein (mãos) e Ergon (trabalho). De acordo com Alves 
(1974), existe também a doutrina de que cirurgia derive de Chiron, o centauro 
benfazejo, a quem se confiou a educação de Aquiles. 
A cirurgia nasceu com o primeiro ferimento do homem, sendo que os registros 
iniciais de procedimentos cirúrgicos são instrumentos primitivos encontrados em 
escavações. Em escritos de 1500 a.C., encontram-se referências às operações de hérnias, 
aneurismas arteriais, fraturas do crânio e luxações de vértebras. 
CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA 
 
A concepção moderna de cirurgia está muito distante da que era realizada pelos 
cirurgiões-barbeiros da Idade Média, cujas operações eram tão frequentemente 
acompanhadas de complicações que os cirurgiões, muitas vezes, operavam e 
desapareciam (BELAND & PASSOS, 1979). 
A sobrevida, após as intervenções cirúrgicas era uma raridade; os óbitos 
decorriam de parasitoses, acrescidas de estafilococias; cólera e a febre tifóide 
disseminavam-se pelos hospitais e as infecções puerperais eram um verdadeiro terror. 
As bases sólidas da antissepsia e da assepsia cirúrgica só foram lançadas a partir 
do século XIX, notadamente no transcurso de sua metade, com o advento da “Era 
Bacteriológica”, com Louis Pasteur, Robert Koch e Lister. Já em 1827, Alcooch, 
voltava suas atenções para o hipoclorito, como agente desinfetante. Semmelweis, em 
1847 verificou em um hospital de Viena que o alto grau de mortalidade, decorrente de 
infecções puerperais, resultava da ausência de limpeza das mãos de estudantes que, 
vindos da sala de autópsia, atendiam, na enfermaria, as parturientes lá internadas. 
Na área da Enfermagem, um vulto de mulher surgiu e cresceu, quando em 1854, 
Florence Nightingale, iniciou um trabalho espetacular nos hospitais de campanha, na 
guerra da Criméia, criando condições de higiene que contribuíram decisivamente para a 
redução da taxa de infecções e de mortalidade dos soldados feridos em campos de 
batalha. 
Verifica-se, portanto, que diversos fatores contribuíram para solidificar as bases 
modernas da cirurgia, entre as quais: o aprimoramento da anestesia, melhor 
conhecimento dos agentes causadores de infecções, estudo da fisiopatologia e da 
resposta do organismo ao trauma cirúrgico, a valorização da técnica cirúrgica 
atraumática e asséptica criada e aperfeiçoada por renomados pesquisadores como Lister, 
Langenbeck, Billroth, Hasted entre outros. 
 
Classificação das cirurgias 
Podemos definir cirurgias como a parte da medicina que se ocupa 
principalmente de lesões externas e dos processos manuais ou operações que conduzem 
à cura, bem como de intervenções que facilitam ou tornam possível o tratamento de 
lesões internas. Essas intervenções podem ter como finalidade o diagnostico, a 
terapêutica ou a estética. 
Esses procedimentos podem ser classificados segundo a sua urgência, o risco 
cardiológico, o tempo cirúrgico, o potencial de contaminação e quanto a sua finalidade 
(POSSARI, 2004). 
 
 Urgência Cirúrgica – São classificadas como: 
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Eletivas – são aquelas em que o tratamento proposto pode aguardar o momento 
mais propício para ser realizado, ou seja, pose ser programado. Ex: blefaroplastia, 
artroplastia de quadril (desde que não seja por fratura), tireoidectomia, safenectomia. 
Todas as correções ortopédicas desde que não sejam decorrência de traumas. 
Urgência – o tratamento cirúrgico deve ser realizado dentro de 24 a 48 horas. 
Ex: apendicectomia, oclusão intestinal. 
Emergência – o paciente está em situação crítica e requer cuidado imediato, pois 
corre risco eminente de morte. Ex: hematoma subdural, abdômen agudo. 
 
 Risco cardiológico – também classificados como pequeno, médio e 
grande porte, de acordo com a probabilidade de perda de sangue e fluidos 
durante o procedimento. 
Pequeno porte – pequena possibilidade de perda de sangue e fluidos. Ex: 
endoscopia digestiva, colecistectomia via laparoscópica; 
Médio porte – quando há média probabilidade de perda sanguínea e fluidos. Ex: 
RTU (ressecção transuretral de próstata); 
Grande porte – procedimento com grande possibilidade de perda de sangue e 
fluidos. Ex: ressecção de aneurisma na aorta abdominal e, em geral, as cirurgias 
emergências. 
 
 Tempo Cirúrgico – o tempoprevisto para a duração do procedimento 
cirúrgico classifica em cirurgias de porte I, II, III e IV. 
Porte I - como tempo de duração de até 2 horas; 
Porte II - de 2 a 4 horas; 
Porte III - de 4 a 6 horas; 
Porte IV - acima de 6 horas. 
 
 Potencial de Contaminação – são classificadas em limpas, 
potencialmente contaminadas, contaminada e infectada. 
Limpas – são cirurgias eletivas realizadas em tecidos estéreis sem processo 
infeccioso ou inflamatório no local e não ocorre penetração nos tratos respiratório, 
digestório ou urinário. Ex: mamoplastia, prótese de joelho. 
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Potencialmente contaminada – são aquelas realizadas em tecidos colonizados, 
de difícil descontaminação, sem processo infeccioso ou inflamatório. Ocorre penetração 
nos tratos digestório, respiratório inferior ou superior, genito-urinário, cirurgias oculares 
e de vias biliares. Ex: colecistectomia, ureterotomia, gastrestomia. 
Contaminadas – ocorrem em tecidos recentemente traumatizados, colonizados 
por flora bacteriana abundante, de descontaminação difícil. Não há supuração no local. 
Consideram-se contaminadas as cirurgias realizadas no colón, reto e ânus; em tecidos 
com lesões cruentes e cirurgias de traumatismo crânio encefálicos abertos. Ex: 
anastomose bileodigestiva, hemorroidectomia. 
Infectadas – são as realizadas em qualquer tecido, na presença de processo 
infeccioso local, tecido necrótico e corpos estranhos. Ex: retossigmoidectomia com 
secreção purulenta, apendicectomia supurada. 
 
 Finalidade do Tratamento – de acordo com a finalidade do tratamento 
são classificadas em paliativa, radical, reconstrutiva, diagnóstica, 
transplante e plástica. 
Paliativa – refere-se aos procedimentos que visam melhorar as condições do 
paciente, aliviando a dor, proporcionando melhor qualidade de vida, sem, contudo 
proporcionar a cura. Ex: exérese de tumores avançados. 
Radical – ocorrem quando há a remoção parcial ou total de um órgão. Ex: 
mastectomia, nefrectomia. 
Reconstrutiva – são realizadas com o objetivo de reconstruir o tecido lesado e a 
sua capacidade funcional. Ex: queiloplastia (reconstrução labial), mamoplastia 
reconstrutora. 
Diagnóstica – quando a finalidade é realizar o diagnóstico ou mesmo confirma-
lo. Ex: biópsia hepática, laparotomia exploratória. 
Transplante – ocorre quando há substituição de estruturas ou órgãos deficientes. 
Ex: transplante de córnea, medula. 
Plástica – tem por finalidade a estética ou a correção. A cirurgia plástica 
reparadora tem como objetivo corrigir lesões deformantes, defeitos congênitos ou 
adquiridos. É considerada tão necessária quanto qualquer outra intervenção cirúrgica. A 
cirurgia plástica estética é aquela realizada pelo paciente com o objetivo de realizar 
melhoras à sua aparência. Ex: mamoplastia, ritidoplastia, rinoplastia, otoplastia. 
 
 Tempos da cirurgia – são etapas, fases, que o cirurgião segue para 
realizar a técnica cirúrgica. O instrumentador deve conhecer e 
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acompanhar a evolução dos tempos cirúrgicos para agir no momento 
exato, passando ao cirurgião o material adequado. 
1° tempo – Preparo da área operatória – durante este tempo é feita a limpeza da 
área e a antissepsia. Portanto, o instrumentador passa às mãos do cirurgião o material 
necessário (cheron com gaze, cuba com antisséptico). 
2° tempo – Delimitação da área operatória – para delimitar a área operatória 
usa-se campos esterilizados, presos com pinça backaus. 
3° tempo – Incisão cirúrgica – aqui é feito o corte na pele e/ou musculatura para 
que o cirurgião tenha acesso a área ou órgão a ser operado. 
4° tempo – Hemostasia – após o corte ou incisão é realizada a hemostasia com 
auxilio de pinças hemostáticas (Kelly, Crile, Kocher, Halsted,...). 
5° tempo – Cirurgia propriamente dita – este é o tempo principal, onde ocorre 
isolamento do órgão, secção do órgão, revisão do órgão. São usados os instrumentos 
especiais, de acordo com o tipo de cirurgia e/ou especialidade. 
6° tempo – Sutura da incisão – é o fechamento da incisão por planos em ordem: 
músculos, subcutâneo e por ultimo pele. 
7° tempo – Confecção do curativo – neste tempo ocorre a limpeza da área onde 
foi feita a incisão e colocação do curativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA 
 
 
 
 
 
 
 
INSTRUMENTADOR CIRÚRGICO 
 
Neste contexto, verifica-se a importância do instrumentador como membro da 
equipe cirúrgica, uma vez que o êxito de um procedimento operatório depende de um 
conjunto de fatores que favoreçam ao cirurgião conduzir o ato cirúrgico de maneira 
consciente, segura e racional, dentre eles: ambiente cirúrgico seguro, equipamentos e 
instrumentais cirúrgicos adequados e movimentos e manobras assépticas. 
De acordo com Margarido (2001), o instrumentador é o componente da equipe 
que estabelece a interface com o circulante de sala. Ele monta a mesa de instrumentos, 
solicita os materiais necessários e atua com habilidade, tanto no campo operatório, 
quanto no âmbito da mesa de instrumentação. Portanto, o instrumentador deve estar 
habituado com o ato cirúrgico, e em especial com a sequência de ações próprias do 
cirurgião. 
CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA 
 
 
Legislação 
1. Conselho Nacional de Saúde: considera a instrumentação Cirúrgica uma 
especialidade, cuja qualificação é atribuída a profissionais com formação 
básica na área de saúde. 
2. A instrumentação cirúrgica deve ser ministrada em disciplina regular da 
grade curricular do Curso de Enfermagem. 
3. O Decreto 94.406 de 08/06/87 regulamenta a Lei 7.498/86, que dispõe 
sobre o exercício da enfermagem, atribui ao Auxiliar de Enfermagem 
“circular em sala de cirurgia e, se necessário, instrumentar”. 
4. A Instrumentação é uma atividade de enfermagem não sendo, entretanto, 
ato privativo da mesma. 
5. O profissional de enfermagem, atuando como instrumentador cirúrgico, 
subordina-se exclusivamente ao enfermeiro responsável pela Unidade de 
Centro Cirúrgico. 
 
Atribuições do Instrumentador Cirúrgico 
 Planejar antecipadamente os recursos materiais e equipamentos 
necessários ao procedimento cirúrgico, considerando as características 
individuais do paciente e equipe cirúrgica. 
 Montar a mesa de instrumentação cirúrgica, dispondo os instrumentais de 
acordo com os grupos específicos antes do início da operação. 
 Observar o cumprimento da técnica asséptica por parte da equipe 
cirúrgica. 
 Auxiliar na delimitação da área operatória. 
 Passar os instrumentos com segurança e técnica correta. 
 Manter a mesa de instrumentação “limpa” e organizada. 
 Conferir e controlar o uso de compressas, gazes e instrumentais. 
 Conhecer os tempos cirúrgicos básicos e fornecer os instrumentos 
adequados a cada etapa do procedimento. 
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 Manter silêncio e atenção durante o procedimento cirúrgico, 
acompanhando os tempos cirúrgicos de forma a prover os materiais com 
exatidão. 
 Possuir preparo técnico e científico para desempenhar a função. 
 Conhecer os sinais convencionais utilizados pelos cirurgiões no intuito de 
agilizar o ato operatório. 
 Retirar o instrumental da SO, encaminhando-o à CME após revisão, 
destinando adequadamente o material pérfuro-cortante utilizado na 
cirurgia. 
 Adotar técnica asséptica e antisséptica na realização dos procedimentos: 
degermação das mãos e antebraços, paramentação cirúrgica, montagem 
da mesa de instrumentos e técnica de instrumentação. 
 Auxiliar na realização do curativo da ferida cirúrgica. 
 Solicitar material complementar ao circulante da sala. 
 Responsabilizar-se pelo encaminhamento das peças anatomopatológicas, 
conforme rotina da instituição. 
Para que o trabalho da instrumentadora se harmonize com o dos outros 
elementos da equipe, suaatuação deve ser norteada por regras que estabelecem direitos 
e deveres que deverão ser respeitados, de tal modo que cada elemento exerça funções 
específicas sem invadir as suas. Tais regras constituem os decálogos dos deveres e 
direitos da instrumentadora. 
 
Decálogo dos Deveres do Instrumentador 
1. Conhecer os instrumentos pelos nomes próprios e colocar em sua mesa aqueles 
necessários, segundo a operação a efetuar-se. 
2. Manter Assepsia rigorosa e ter pronto todo o material de diérese, de síntese e de 
hemostasia. 
3. Diligência e ajuste de ações manuais. 
4. Ordem e método na arrumação do instrumental. 
5. Limpeza e acomodação do instrumental usado, quando o cirurgião o deixa 
manchado de sangue. 
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6. Entregar o instrumento com presteza, ao pedido verbal do cirurgião, colocando-o 
na mão, em forma, modo e precisão exatas para imediato uso, sem que ele tenha 
que reacomodá-lo em sua mão, ao utilizá-lo. 
7. Entregar o instrumento que, por sinais manuais possa fazer o cirurgião, de modo 
que o ato operatório se faça silencioso e admirável. 
8. Entregar sucessivamente os instrumentos sem que os peçam, quando o cirurgião 
realiza, com tempos padronizados, uma sucessão de atos operatórios invariáveis. 
9. Sincronizar tempos e ações manuais com o cirurgião e o primeiro assistente, 
segundo técnicas e detalhes bem estudados. 
10. Deve Guardar um silêncio absoluto. 
 
Decálogo dos Direitos da Instrumentadora 
1. Que seja dona absoluta da mesa do instrumental. 
2. Que lhe peçam os instrumentos com precisão. 
3. Que não lhe modifiquem a técnica padronizada. 
4. Que lhe permitam o tempo necessário para sincronizar ações manuais. 
5. Que não lhe peçam vários instrumentos ao mesmo tempo, o cirurgião e o 
assistente. 
6. Que não lhe invadam a liberdade de tomar os instrumentos de sua mesa, 
seja o cirurgião ou os assistentes. 
7. Que não se perturbe sua tranquilidade com expressões chocantes. 
8. Que não se precipitem os pedidos do instrumental. 
9. Que requeira do cirurgião ordem e método ajustados às ações manuais 
interdependentes. 
10. Que exija o perfeito estado do material de sutura e dos instrumentos de 
diérese e hemostasia, entregues pela enfermeira da sala de operações. 
 
 
 
 
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TERMINOLOGIA CIRÚRGICA 
Os termos cirúrgicos são designados por prefixos, ou palavras que assinalam o 
órgão, e por sufixos que indicam o ato cirúrgico realizado tais como: (PARRA, SAAD, 
2000, SENAC, 1996; ROSA, 2009; CARVALHO, BIANCHINI, 2007). 
Entende-se por nomenclatura “o conjunto determos de uma arte ou de uma 
ciência; terminologia”. Assim sendo, a nomenclatura cirúrgica é o conjunto de termos 
utilizados para indicar o procedimento cirúrgico a ser realizado (POSSARI, 2004). 
A terminologia técnica adotada pelos profissionais da área da saúde é 
constituída, em sua maior parte, por palavras criadas pela composição de elementos 
latinos e gregos. 
Os termos, do ponto de vista etimológico, são compostos de: 
Raiz: é a parte básica da estrutura do termo. 
Afixos: constituídos de prefixos e sufixos, partes que podem ser acrescidas antes 
e após a raiz. Na nomenclatura cirúrgica, então, a raiz significa o segmento anatômico e 
os afixos a intervenção cirúrgica a ser realizada. 
Os termos cirúrgicos são designados por prefixos, ou palavras que assinalam o 
órgão, e por sufixos que indicam o ato cirúrgico realizado tais como: (PARRA, SAAD, 
2000, SENAC, 1996; ROSA, 2009; CARVALHO, BIANCHINI, 2007). 
Os principais objetivos da nomenclatura cirúrgica são: 
 Fornecer sob forma verbal ou escrita uma definição do procedimento 
cirúrgico realizado; 
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 Preparar o instrumental cirúrgico, artigos, equipamentos e acessórios 
apropriados a cada tipo de cirurgia. 
 
Classificação da nomenclatura cirúrgica 
Na nomenclatura cirúrgica, os termos são formados por um prefixo, que designa 
a parte do corpo relacionada com a cirurgia, e por um sufixo, que indica o ato cirúrgico 
realizado. 
 
QUADRO 1 - PREFIXOS (primeiro) da nomenclatura cirúrgica e seus significados 
PREFIXO RELATIVO A (O) 
Adeno Glândula 
Angio Vaso 
Artro Articulação 
Blefaro Pálpebra 
Cisto Bexiga 
Cole Vesícula 
Colo Cólon 
Colpo Vagina 
Entero Intestino delgado 
Flebo Veia 
Gastro Estômago 
Hepato Fígado 
Hístero Útero 
Laparo Cavidade abdominal 
Laringo Laringe 
Nefro Rim 
Neuro Nervo 
Oftalmo Olho 
Oofor Ovário 
Orqui Testículo 
Osteo Osso 
Oto Ouvido 
Procto Reto 
Rino Nariz 
Salpingo Trompa 
Traqueo Traqueia 
 
 QUADRO 2 - SUFIXOS (fim) na nomenclatura cirúrgica e seus significados (indicam 
o procedimento cirúrgico realizado) 
SUFIXO SIGNIFICADO 
Anastomose Formação de passagem entre dois órgãos. 
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Centese Punção. 
Clise Fechamento. 
Dese Ação de ligar, fixação, fusão. 
Ectomia Extirpação, excisão, remoção parcial ou total. 
Lise Dissolução, liberação. 
Pexia Fixação de um órgão. 
Plastia Alteração da forma e ou função de um órgão. 
Ráfia Sutura. 
Scopia 
Visualização do interior do corpo em geral por meio de 
aparelhos com lentes especiais. 
Síntese Composição. 
Stasia Detenção, parada. 
Stomia 
Abertura de uma nova boca, exteriorização de um órgão 
para drenagem. 
Strofia Torção. 
Tomia Abertura de um órgão. 
Tripsia Esmagamento. 
 
QUADRO 3 - Principais procedimentos cirúrgicos de remoção com sufixo ECTOMIA 
CIRURGIA PARA REMOÇÃO 
Apendicectomia Apêndice 
Cistectomia Bexiga 
Colicistectomia Vesícula biliar 
Colectomia Cólon 
Craniectomia Calota óssea 
Embolectomia Êmbolo 
Esofagectomia Esôfago 
Esplenectomia Baço 
Fistulectomia Fístula 
Gastrectomia Parcial ou total do estômago 
Hemorroidectomia Hemorroidas 
Hepatectomia Parcial do fígado 
Histerectomia Útero 
Mastectomia Mama 
Miomectomia Mioma 
Ooforectomia Ovário 
Pancreatectomia Pâncreas 
Pneumectomia Pulmão 
Prostatectomia Próstata 
Retosigmoidectomia Retossigmóide 
Salpingectomia Trompa 
Simpatectomia 
Segmentos selecionados do sistema nervoso simpático, 
produzindo vasodilatação 
Tireoidectomia tireoide 
 
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QUADRO 4 - Principais procedimentos cirúrgicos para fixação com sufixo PEXIA 
CIRURGIA PARA FIXAÇÃO 
Cistopexia Bexiga 
Histeropexia Útero à parede abdominal 
Nefropexia Rim à parede abdominal 
Retinopexia Retina 
Orquiopexia Testículo em sua bolsa 
 
QUADRO 5 - Principais procedimentos cirúrgicos para alterar a forma e ou a função de 
um órgão com sufixo PLASTIA 
CIRURGIA ALTERAR FORMA E OU FUNÇÃO 
Artroplastia Articulação, para restaurar movimento e função 
Blefaroplastia Pálpebras 
Mamoplastia Mama 
Piloroplastia Piloro 
Queiloplastia Lábio 
Rinoplastia Nariz 
Ritidoplastia Rugas da face 
Salpingoplastia Trompa, para sua recanalização 
Toracoplastia Parede torácica 
 
QUADRO 6 - Principais procedimentos cirúrgicos de sutura com sufixo RÁFIA 
PROCEDIMENTO SUTURA DE (A) (O) 
Blefarorrafia Pálpebra 
Colporrafia Vagina 
Gastrorrafia Estômago 
Herniorrafia Hérnia 
Osteorrafia Sutura ou colocação de fio metálico no osso 
Palatorrafia Fenda palatina 
Perineorrafia Períneo 
Tenorrafia Tendão 
 
QUADRO 7 - Principais procedimentos cirúrgicos para visualização com sufixo 
SCOPIA 
PROCEDIMENTO VISUALIZAÇÃO 
Artroscopia Articulação 
Broncoscopia Brônquios 
Cistoscopia Bexiga 
Colonoscopia Cólons 
Colposcopia Vagina 
Duodenoscopia Duodeno 
Endoscopia Órgãos internos 
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Esofagoscopia Esôfago 
Gastroscopia Estômago 
Laringoscopia Laringe 
Laparoscopia Cavidade abdominal 
Sigmoidoscopia Sigmóide 
Ureteroscopia Ureter 
Uretroscopia uretra 
 
QUADRO 8 - Principais aparelhos para visualização direta 
APARELHO FINALIDADE 
Artroscópio Artroscopia 
Broncoscópio Broncoscopiae laringoscopia 
Cistoscópio Cistoscopia, uretroscopia e ureteroscopia 
Colposcópio Colposcopia 
Colonoscópio Colonoscopia 
Endoscópio digestivo Esofagoscopia, gastroscopia, duodenoscopia 
Laringoscópio Laringoscopia 
Sigmoidoscópio Sigmoidoscopia 
QUADRO 9 - Principais procedimentos cirúrgicos para ABERTURA com 
sufixo TOMIA OU STOMIA 
CIRURGIA PARA ABERTURA 
Artrotomia Da articulação 
Broncotomia Dos brônquios 
Cardiotomia Da cárdia 
Cistostomia Bexiga para drenagem por sonda 
Colecistostomia E colocação de dreno na vesícula biliar 
Coledocolitotomia Do colédoco para retirada de cálculo 
Coledocotomia E exploração do colédoco 
Duodenotomia Do duodeno 
Enterostomia Do cólon através da parede abdominal 
Flebotomia E dissecção de veia 
Gastrostomia 
E colocação de uma sonda no estômago através da parede 
abdominal 
Hepatotomia Do fígado 
Ileostomia E colocação de sonda ou dreno no íleo 
Jejunostomia E colocação de sonda no jejuno para alimentação 
Laparotomia Da cavidade abdominal 
Nefrostomia E colocação de sonda no rim 
Tenotomia Do tendão 
Toracotomia Da parede torácica 
Toracostomia Da parede do tórax para drenagem 
Traqueostomia Da traqueia para facilitar a entrada de ar 
Ureterolitotomia Do ureter para retirada do cálculo 
 
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QUADRO 10 - Terminologias que não seguem as regras citadas 
CIRURGIA PARA ABERTURA E: 
Amputação 
Remoção de um membro ou parte necrosada do 
corpo 
Anastomose Conexão e sutura de dois órgãos ou vasos 
Artrodese Fixação cirúrgica de articulações 
Bartholinectomia Retirada de cisto de Bartholin 
Biópsia 
Abertura do local e remoção de um tecido vivo para 
diagnóstico 
Cauterização 
Destruição de tecido através de agente cáustico ou 
calor 
Cesariana 
Retirada do feto por incisão através da parede 
abdominal 
Circuncisão Ressecção da pele do prepúcio que cobre a glande 
Cistocele Queda da bexiga 
Curetagem uterina Raspagem e remoção do conteúdo uterino 
Deiscência Separação de bordos previamente suturados e unidos 
Dissecção Corte, retalhamento 
Divertículo Bolsa que sai da cavidade 
Enxerto Transplante de órgão ou tecido 
Episiotomia 
Incisão perineal destinada a evitar a ruptura do 
períneo durante o parto 
Evisceração Saída de víscera de sua cavidade 
Fístula 
Orifício que põe em comunicação parte de um 
órgão, cavidade ou foco supurativo, com a superfície 
cutânea ou mucosa. 
Goniotomia Cirurgia de glaucoma 
Litíase Calculo 
Onfalectomia Remoção do umbigo 
Operação de bursh Levantamento da bexiga 
Operação de Hammsted Correção de estenose pilórica 
Operação de Manchester Correção de prolapso de útero 
Paracentese Punção cirúrgica da cavidade para retirada de líquido 
Prolapso 
Queda de um órgão, especialmente quando este 
surge em um orifício natural. 
Ptose Queda de um órgão 
Ressecção Ressecção cirúrgica de parte de órgão 
Retocele Protusão de parte do reto 
Toracocentese Punção cirúrgica na cavidade torácica. 
 
 
 
 
 
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INFEÇÃO 
A pela é o revestimento externo do corpo, considerado o maior órgão e tem 
como uma de suas funções proteger o organismo da penetração de microrganismos 
existentes no ar, agua e nos objetos. 
Quando essa proteção é rompida seja intencionalmente ou não, ocorre a 
penetração de microrganismos causando, a princípio, a reação do organismo para 
combater essa invasão ao que chamamos de inflamação. Quando há um desequilíbrio 
entre o poder defensivo do hospedeiro e o poder agressivo do microrganismo ocorre à 
infecção. 
De acordo com a Portaria nº 2.616/98 do Ministério da Saúde, infecção 
hospitalar é “Qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que se 
manifeste durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com 
a internação ou procedimentos hospitalares”. 
As infecções hospitalares são classificadas em endógenas e exógenas. A flora 
endógena é a que compõem a flora humana, ou seja, dos pacientes e ou profissionais e, 
flora exógena composta por microrganismos que não compõem a flora humana normal. 
No caso dos procedimentos cirúrgicos, onde o rompimento desta barreira é 
intencional, utilizasse técnicas assépticas, para evitar a penetração de tais agentes, 
causadores de infecção. Nesses procedimentos contamos com materiais esterilizados, 
degermação da pele do paciente e de técnicas de paramentação adequadas. 
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A principal fonte de infecção do paciente cirúrgico é a sua própria flora, 
principalmente a da pele e dos tratos respiratórios, urinário, gastrintestinal e genital 
feminino. Outros fatores também podem ser responsáveis pela infecção no paciente: 
doenças de base (ex: diabetes), stress, extremos de idade (idosos e recém-nascidos), 
obesidade mórbida ou desnutrição, dentre outras. A maioria dos casos de infecção do 
sítio cirúrgico se manifesta após a alta hospitalar. A equipe cirúrgica, o instrumental e o 
ambiente também constituem fontes importantes de infecção no procedimento cirúrgico. 
A presença de infecção ativas ou latentes nas vias respiratórias, furúnculos, 
doenças de pele, e outras ligadas a equipe cirúrgica são fatores relacionados à infecção 
do sítio cirúrgico. 
No sentido de controlar esses possíveis fatores de transmissão de infecção, 
algumas preocupações devem ser tomadas tais como: degermação rigorosa das mãos, 
uso de gorro e máscara, técnica de paramentação adequada, circulação restrita no centro 
cirúrgico. 
As mãos devem ser levadas assim que se chega ao centro cirúrgico e a 
degermação antes da paramentação. A touca deve ser usada a partir do vestuário, 
colocando-a de forma que todo o cabelo fique coberto e que não entre em contato com a 
roupa privativa. A máscara deve ser guardada no bolso do uniforme privativo e ser 
colocada somente quando for degermar as mãos. A permanência no pescoço permite a 
colonização com microrganismos do pescoço, promovendo sua saturação microbiana. 
Pelo mesmo motivo devem ser manuseadas pelas tiras. 
Quanto ao material cirúrgico todo controle é necessário, desde o processo de 
limpeza, desinfecção, esterilização, armazenamento e sua manipulação propriamente 
dita. 
Apesar de o ambiente ter papel secundário no que diz respeito à contaminação 
do sítio cirúrgico, não deve ser ignorado. O ar ambiente está praticamente livre de 
bactérias ou partículas quando não há pessoas no local e por outro lado, está 
suficientemente provado que a maior fonte de contaminação ambiental na sala de 
operações deve-se as pessoas, portanto o uso adequado de máscaras e o comportamento 
apropriado devem ser seguindo rigorosamente. 
 
Infecção do Sítio Cirúrgico 
Historicamente, a infecção do sítio cirúrgico (ISC), ao lado da dor e do 
sangramento, foi um dos três fatores limitantes do ato cirúrgico. Sem dúvida, apesar dos 
grandes avanços que tivemos nos últimos 150 anos, o controle da dor e do sangramento 
foi mais efetivo que o da infecção. 
As infecções de sítio cirúrgico devem ser divididas em: 
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 Superficiais, que acometem só a pele e o tecido celular subcutâneo; 
 Incisionais profundas, que podem acometer os mesmos tecidos moles 
mais fáscias e camadas musculares. 
Infecção do sítio cirúrgico de órgãos ou espaços profundos manipulados durante 
o ato cirúrgico. 
A infecção de sítio cirúrgico prolonga a internação do paciente, gera a 
necessidade de utilização de antimicrobianos, prolonga o tempo que o paciente 
permanece afastado do trabalho e pode levar a danos permanentes à saúde. 
Fatores de risco para aquisição de infecções do sítio cirúrgico e as medidas de 
controle e prevenção da infecção. 
 
 Riscos relacionados ao paciente: 
- Condições físicas; 
- Condições emocionais. 
 
 Riscos relacionados ao período pré-operatório: 
- Internação;- Controle laboratorial e complementar; 
- Procedimentos invasivos. 
 
 Riscos relacionados ao período intra-operatório: 
- Preparação das mãos e antebraços: é um procedimento de comprovada 
eficácia para o controle de infecção cruzada. Visa a remoção da flora transitória, células 
descamativas, suor, oleosidade e diminuição da flora residente. 
- Recomendações: os membros da equipe cirúrgica devem manter unhas curtas, 
não usar unhas artificiais, realizar a degermação por pelo menos 3-5 minutos. Na 
degermação, devem ser utilizadas soluções degermantes de polivinilpirrolidona-iodo 
(PVPI) ou clorexidina (tem-se mostrado menos irritante e com maior efeito residual). 
 
 
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ROUPAS E VESTIMENTAS CIRÚRGICAS 
 
Máscara Cirúrgica 
Procura impedir que os microrganismos existentes na boca e nariz da equipe 
cirúrgica depositem-se sobre o campo operatório. 
- Características: ser confortável, ter boa adaptação, não tocar nos lábios e ponta 
do nariz, não ser irritante, não ter odor e possuir alta eficiência de filtração. 
As máscaras convencionais descartáveis de fibra de lã de camada dupla, com 
adaptadores de metal ao nariz, apresentam vida útil por duas horas, sendo recomendada 
a troca após esse período. Deve-se utilizar máscara que cubra por total a boca e o nariz 
quando da entrada na sala de operação. 
 
Gorro/Touca 
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As evidências científicas sobre a efetividade do gorro na prevenção de infecções, 
embora sejam poucas, no mínimo, ele previne a queda de cabelo dentro da ferida. Os 
gorros/toucas devem cobrir por completo os cabelos. 
 
Propés ou Sapatilhas 
Tem como finalidade original a formação de uma barreira para prevenir a 
contaminação do chão e de áreas críticas contra microrganismos de áreas externas 
carreados nos calçados, principalmente em suas solas. Com o mesmo objetivo, tais 
coberturas também podem ser substituídas por sapatos privativos, exclusivos às 
unidades de centro cirúrgico. O uso de propés em condições adequadas, atua como 
barreira de microrganismos oriundos das solas dos sapatos. Porém, as fontes de 
microrganismos do chão não vêm exclusivamente das solas de sapatos. Mesmo que o 
uso de propés possa diminuir a quantidade de microrganismos, não há como impedir a 
transferência ou dispersão de bactérias do chão, ainda que determinados materiais 
aumentem ou diminuam essa dispersão. A maior ou menor dispersão de 
microrganismos do chão está dependente das condições e periodicidade de limpeza do 
mesmo, além das formas como as pessoas se movimentam, sendo necessária a troca de 
propés sempre que houver cruzamento com áreas não críticas ou pisoteamento em solo 
úmido. 
 
 
 
Luvas Cirúrgicas 
Utilizadas em procedimentos invasivos como barreira microbiológica de 
proteção tanto do paciente quanto do profissional. 
- Recomendações: usar luvas imediatamente antes de procedimentos em que há 
risco de as mãos entrarem em contato direto com sangue e outros fluidos orgânicos. 
Retirada imediata das luvas após o procedimento ou contato com substâncias 
orgânicas. 
Retirada das luvas pelo avesso, evitando contato da pele com as superfícies 
externas, contaminadas. 
Substituição das luvas por instrumentos de preensão como pinça cheron, sempre 
que possível. Por exemplo, ao separar roupas, compressas e luvas. 
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Fechamento e retirada de hampers, caixas com objetos descartáveis, 
instrumentos e cestos de lixo com técnica de isolamento, tocando apenas no lado 
externo dos mesmos e, portanto, não necessitando de luvas. 
Evitar tocar as luvas em locais comumente tocados por mãos sem luvas, como 
maçanetas, portas, carros de equipamentos anestésicos. 
Lavar as mãos após cada retirada de luvas. 
 
Aventais cirúrgicos 
São empregados como parte do equipamento de proteção individual (EPI), para 
minimizar a passagem de microorganismos para os pacientes cirúrgicos e também a 
exposição dos profissionais de saúde aos agentes infecciosos, particularmente os 
transmitidos pelo sangue. 
 
Campos Cirúrgicos 
São usados durante procedimentos invasivos para impedir ou minimizar a 
passagem de microorganismos de áreas contaminadas para estéreis, reduzindo o risco de 
infecção hospitalar. A utilização de campos estéreis é uma estratégia importante para 
minimizar esse risco. 
Os campos cirúrgicos somente reduzem os riscos de infecção da ferida 
operatória se forem à prova de água, porque quando esses materiais de cobertura se 
encontram úmidos, bactérias podem ser transportadas pela água, quebrando a barreira 
microbiana. 
 
TÉCNICAS DE ESCOVAÇÃO 
 
Anti-sepsia Cutânea 
A importância de degermação pré-operatória das mãos e antebraços da equipe 
cirúrgica já está bem estabelecida, e seus propósitos são a remoção de bactérias, gordura 
e outros elementos da pele, além de ação residual que previne o crescimento bacteriano 
durante o ato operatório (GALLE e col., 1978). 
Classicamente é realizada com o uso de escova e sabão, numa ação de 
descamação e lavagem mecânica, que faz diminuir a flora em proporções logarítmicas, 
com remoção de 50 por cento da população bacteriana a cada 6 minutos (PRICE, 1938). 
CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA 
 
Todavia a regeneração da flora também começa imediatamente. Verificou-se 
que em condições normais de vida sua recuperação total se processa em 
aproximadamente uma semana, segundo uma curva sigmoide como a do crescimento 
das culturas bacterianas (PRICE, 1938; HOEVEN & HINTON, 1968), sendo bastante 
acelerada pelo uso de luvas e aventais. 
Para aumentar o rendimento do processo está comprovado o valor do emprego 
de soluções anti-sépticas na degermação pré-operatória das mãos (DINEEN, 1969; 
ZANON & MACEDO, 1981; COELHO e col., 1983ª). 
Iodóforos (iodopovidona), clorhexedine e hexaclorofeno, estão entre os anti-
sépticos mais recomendados (PETERSON e col., 1978; ARMÔA e col., 1981; ZANON 
& MACEDO, 1981; COELHO e col., 1983a). São encontrados em soluções aquosas, 
detergentes e alcoólicas, em concentrações diversas. 
Iodóforos – a eficácia do iodo como anti-séptico é conhecida há longo tempo, 
todavia o iodo livre é fracamente solúvel em água e fortemente irritante e sensibilizante 
para a pele e mucosas. 
Estes inconvenientes foram contornados com a união do iodo e um agente 
transportador, a polivinilpirrolidona (PVP), que o liberta quando em contato com a água 
ou a pele, formando um composto, chamado iodóforo. 
 Atualmente o mais empregado é a iodopovidona (PVP-I) germicida efetivo 
contra bactérias Gram-negativas, Gram-positivas, fungos, e protozoários 
(JORESS,1962), espectro semelhante ao da atuação das soluções de iodo, pois já foi 
demonstrado que a ação germicida dos iodóforos corre por conta do iodo por eles 
liberado e que o complexo PVP-iodo é, microbiologicamente, inativo (BLATT & 
MALLONEY, 1961). 
Detém todas as propriedades anti-sépticas do iodo metálico sem nenhum de seus 
efeitos alérgicos ou irritantes (JORESS, 1962), produzindo menos dor do que as 
preparações de iodo elementar quando aplicado a feridas. 
Clorhexedine é um anti-séptico fenólico do grupo das biguanidas com boa 
atividade contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas e ainda um bom efeito 
antibacteriano cumulativo. É praticamente atóxico e não alergênico. 
Hexaclorofeno é um derivado fenólico cujo principal espectro de ação são as 
bactérias Gram-positivas e fungos patogênicos. Possui ação limitada sobre os Gram-
negativos e esporos. Seu início de ação é lento (HOEVEN & HINTON, 1968), 
tornando-se mais eficaz com o seu uso repetido. 
Embora não se conheçam efeitos adversos de seu uso em adultos, foram todavia, 
descritos efeitos tóxicos em condições especiais de uso, sobretudo em crianças 
CURSO DE FORMAÇÃO EM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA(KIMBROUGH, 1971; STEERE & MALLISON, 1975), devido à sua absorção, 
inclusive através da pele normal. 
Deixa na superfície da pele uma camada ativa que lhe confere ação residual, que 
todavia é removida com uma única lavagem com sabão comum ou pela imersão no 
álcool (ZINTEL, 1956). 
A comparação das eficácias destas soluções tende a mostrar ligeira superioridade 
da iodopovidona e da clorhexedine sobre o hexaclorofeno mas, devido ao seu grande 
efeito residual, a eficácia destas três soluções anti-sépticas é similar duas horas após a 
lavagem das mãos (GRAVENS e col., 1973; COELHO e col., 1983a). 
Na prática, tais diferenças parecem menos relevantes e todos eles satisfazem 
plenamente, atendidas as peculiaridades de cada um. 
Em alguns centros cirúrgicos de nosso meio é ainda habitual, por tradição e 
medida de economia, o uso de sabão comum ou de glicerina para escovar as mãos. Seu 
uso isolado é pouco eficiente e não recomendado (DINEEN, 1969; ATEERE & 
MALLISON, 1975; ARMÔA e col., 1981; COELHO e col., 1983a). 
Contudo, este processo é geralmente complementado com a imersão das mãos e 
antebraços em álcool a 70% ou solução alcoólica iodada (iodo 1% a 2% em álcool a 
70%). 
Quando efetuada por no mínimo 2 minutos, torna-se tão eficaz quanto os 
procedimentos anteriores, e em alguns estudos até superior (LOWBURY & LILLY, 
1960; KING & PRICE, 1963; ZANON & MACEDO, 1981). 
Deve-se ter cuidado de fazer um bom enxaguamento, pois o iodo é inativado 
pelos resíduos do sabão aderidos à pele. 
Diferentemente do sabão, além do feito imediato, aquelas soluções apresentam 
ainda ação residual que pendura por várias horas que, atuando como uma “luva 
química”, conferem proteção adicional (DINEEN, 1969; GALLE e col., 1978; 
COELHO e col., 1983a). 
Embora alguns autores tenham sugerido o uso dos anti-sépticos sem escovação 
(GRAVENS e col., 1973; GALLE e col., 1978), para assepsia pré-cirúrgica é 
imprescindível o uso da escova, pelo menos por um curto período, a fim de remover 
parte da flora residente, restos de queratina depositada em sulcos naturais da pele e 
destruição da camada gordurosa, que permite a atuação dos antissépticos sobre o 
restante dos microrganismos (PRICE, 1938; JORESS, 1962; LOWBURY & LILLY, 
1960). 
Apesar de tudo, as técnicas de degermação atualmente usadas ainda estão longe 
de serem perfeitas. Representam o esforço de se reduzir ao máximo a flora cutânea das 
mãos dos cirurgiões e instrumentadores. 
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Escovação das mãos e ante-braços – Técnica 1 
Para efeitos de anti-sepsia, a mão e o antebraço são divididos em dois territórios, 
a saber: a mão e o punho formam o primeiro que é também a “área mais nobre” por 
entrar em contato direto com os órgãos a operar. O segundo é constituído pelo resto do 
antebraço, até o cotovelo. 
 
Uma vez abertas as torneiras, o que pode ser feito por meio de alavancas, com as 
mãos ainda não escovadas, através de botões acionados com o pé, ou por células 
fotoelétricas, regula-se a temperatura da água. 
Molham-se as mãos e antebraços com a água escorrendo das mãos para os 
cotovelos, o que se consegue colocando-as sempre acima do nível destes. 
 
Isto é de importância capital e será seguido durante todo o processo, com o que 
se evita que a solução já contaminada ao nível dos cotovelos escorra sobre a “área 
nobre”. 
Molhada a área a escovar, ensaboa-se cada braço com a mão oposta como se 
fora uma simples lavagem higiênica e novamente se retira o sabão ou degermante anti-
séptico, escorrendo a água no sentido mãos-cotovelos. 
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Este tempo é aproveitado para se limpar completa e meticulosamente as unhas 
sob água corrente, com palito apropriado. 
Quando se usam soluções anti-sépticas, estas costumam vir envazadas em 
dispensadores de plástico adaptados a suportes fixos na parede. A ejeção do anti-séptico 
é acionada com a ponta do pé sobre um pedal de borracha, ficando as mãos totalmente 
livres, sem nenhum contato com o dispensador. 
 
Pega-se então uma escova esterilizada que se ensaboa, assim como toda a área 
de pele a ser tratada, e começa-se a escovação por uma das “áreas nobres”. (mão e 
punho). 
Escova-se primeiro uma face, depois a outra, as áreas interdigitais e sob as 
unhas. Pode-se recorrer de novo aos limpadores de unhas, pequenas peças de plástico 
que costumam acompanhar cada escova em sua embalagem. 
 
 
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Troca-se a escova de mão e repete-se o processo no lado oposto. 
Adequadamente escovadas as “áreas nobres”, escova-se agora o restante dos 
antebraços, primeiro um, depois o outro, tendo porém, o cuidado de não voltar agora 
com a escova às mãos e punhos já preparados. 
 
Enxaguam-se mãos e antebraços para retirar o sabão respeitando-se o sentido já 
apontado para escoamento da água. Ao final do processo, a torneira deverá ser fechada 
com o cotovelo, poupando as mãos de tocarem qualquer outro objeto não esterilizado. 
Contatos acidentais momentâneos das mãos molhadas com algum objeto limpo 
não esterilizado (vestuário, torneira, etc.), durante o processo de degermação, 
acontecem algumas vezes, todavia seu potencial de contaminação é desprezível (PRICE, 
1938) e o processo pode continuar normalmente. 
Como vimos, a “esterilização” da flora cutânea, não significa erradicação total 
das bactérias da pele, pois tal procedimento é impossível. Todavia, a porcentagem de 
bactérias eliminada é muito grande e depende, sobretudo, da técnica e metodização 
utilizadas. 
As unhas dos componentes da equipe cirúrgica devem permanecer bem 
aparadas, sendo isto válido sobretudo para as mulheres. Não devem usar esmalte que, 
quando fendido poderá acumular bactérias em suas frestas. Anéis ou alianças também 
dificultam a degermação. 
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Continua ainda bastante controverso o tempo requerido para uma escovação 
eficiente. Tradicionalmente aceita-se como ideal o tempo de 10 minutos (ZINTEL, 
1956; COLE & BERNARD, 1964; DINEEN, 1969; GRAVENS e col., 1973). 
Entretanto alguns trabalhos recentes mostraram que este tempo pode ser excessivo e 
mesmo prejudicial por poder provocar pequenas abrasões e dermatites (GRAVENS e 
col., 1973; GALLE e col., 1978). 
Quando se combina a ação mecânica da escovação com os efeitos de um anti-
séptico de ação rápida como a iodopovidona, DINEEN (1969) conclui que não há 
diferença significativa entre os tempos de 5 a 10 minutos e COELHO e col., (1983), 
num estudo semelhante, chegaram à mesma conclusão para os tempos de 3,5 e 10 
minutos. 
Todavia não parece prudente sugerir-se um tempo de escovação inferior a 5 
minutos. 
Por outro lado, a escovação sendo feita por áreas e da forma metódica já descrita 
enseja a possibilidade de se estabelecer como critério um número determinado de 
passagens da escova em cada área. 
JORESS (1962) e WALTER (1978) propõem executar uma escovação 
anatômica, de forma que todas as áreas da pele recebam o número de passagens da 
escova (escova em posição longitudinal) indicadas a seguir. 
Para os que fazem este preparo com intervalos superiores a 10 dias: 
 30 passagens da escova na pele; 
 50 passagens da escova nas unhas. 
Para os que fazem o preparo com intervalos inferiores a 10 dias: 
 15 passagens da escova na pele; 
 25 passagens da escova nas unhas. 
Com as mãos levantadas acima dos cotovelos e a água escorrendo por estes, 
vamos completar a anti-sepsia com álcool a 70% ou solução alcoólica iodada, sobretudo 
se a escovação foi realizada com sabão comum. 
O uso dos anti-sépticos modernos pode dispensar esta etapa, sobretudo o 
hexaclorofeno que é removido pelo álcool. 
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Em uma bacia contendo tais soluções mergulham-se primeiro as mãos, depois 
estas formam umaconcha que, cheia de solução e levantada acima do nível dos 
cotovelos, deixa escorre-la para baixo. 
 
O tempo de contato da pele com a solução alcoólica deve ser de 2 minutos para 
se obter anti-sepsia adequada (PRICE, 1950; KING & PRICE, 1963), se a escovação foi 
feita com sabão. 
Por outro lado, a ação desidratante do álcool facilita enormemente o ato de 
enxugar as mãos e calçar as luvas, próximos passos do processo. 
A degermação com soluções aquosas detergentes de PVP-I e clorhexedine pode 
ser complementada por suave fricção com as respectivas soluções alcoólicas que, por 
evaporação do álcool, deixam depositado na pele o princípio ativo. 
Com as mãos erguidas acima dos cotovelos e o álcool escorrendo destes, 
aproximamo-nos da mesa onde se encontram os campos, aventais e junto com cada um 
destes uma toalha ou compressa esterilizadas para enxugar as mãos. 
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Tomamo-la por uma ponta, abrimo-la e enxugamos sem fricção, em primeiro 
lugar, uma “área nobre” com uma das faces. 
 
Em seguida fazemos o mesmo com a outra mão, na outra face da compressa. 
 
Isto terminado, com um movimento helicoidal descemos pelo respectivo 
antebraço, enxugando até o cotovelo. 
 
Não mais podemos enxugar partes nobres deste membro com essa face da 
compressa. 
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Esta, ainda segura pela mesma mão, é virada, ajeitada e passada à mão já enxuta, 
que a segura pela mesma face utilizada anteriormente para o seu enxugamento. 
 
Repete-se o movimento helicoidal do punho para baixo e joga-se fora a 
compressa. 
 
Quando o anti-séptico final por uma solução alcoólica como a iodada, pode-se 
dispensar o enxugo com a compressa, permitindo que a evaporação do álcool deixe o 
elemento desinfetante depositado sobre a pele, aproveitando assim sua ação residual. 
Escovação das mãos e ante-braços – Técnica 2 
 
Abrindo o Lavabo Molhando a escova estéril 
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Uso do cotovelo para acionar a Ensaboando as mãos 
alavanca e umedecer a escova com 
PVPI degermante 
 
Começando o processo pelas unhas E seguindo pelos dedos 
 
Escovar todas as áreas interdigitais Em ambas as mãos 
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Palma das mãos Dorso da mão 
 
Subindo ao antebraço Em movimentos rotatórios escovar 
 laterais 
 
Escovar a face interna Escovar a face externa 
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E os cotovelos Enxaguam-se as mãos 
 
E os ante-braços obedecendo ao escoamento da água para os cotovelos sem 
voltar os movimentos de 1 para 2 
 
Fechando o lavabo Usar o cotovelo para fechar o lavabo 
 
 
 
 
 
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PARAMENTAÇÃO 
 
Colocação do avental 
É o passo seguinte. O avental cirúrgico convencional é feito de algodão espesso, 
tipo brim, estendendo-se do pescoço ate abaixo dos joelhos e para os pulsos. Deve ter 
punhos bem ajustados para que se possam sobrepor os punhos das luvas. 
 Ele vem dobrado de tal forma que ao se pegar em duas pontas especialmente 
ajeitadas e deixando-o desdobrar-se por ação da gravidade, ficamos com ele na nossa 
frente em posição de ser vestido. 
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Seguro com ambas as mãos, estas são introduzidas ao mesmo tempo nas 
respectivas mangas, enquanto a enfermeira da sala traciona para trás o avental, 
segurando-o pelo lado interno. 
Enquanto os cintos são mantidos afastados do corpo pelo cirurgião, a enfermeira 
amarra os diversos cordões posteriores. 
Finalmente apanha os cintos pela ponta, sem tocar o avental, e amarra-os. 
A parte dorsal daqueles aventais, fechados unicamente por alguns cordões e um 
cinto, não oferece proteção adequada, uma vez que suas bordas ficam algo abertas e os 
cordões, amarrados pela enfermeira, deixaram de ser estéreis. Por este motivo, as mesas 
auxiliares de instrumental correm sempre o risco de serem contaminadas. 
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Hoje em dia usam-se, cada vez com maior frequência e sobretudo nas grandes 
operações que necessitam de maior número de assistentes e mesas auxiliares, aventais 
“envolventes”, que protegem também o dorso de quem os veste. 
Sem cinto, possuem a mais que anteriores uma aba ou opa, de formato 
triangular, cuja base é a própria borda direita do avental. Seu ápice vem amarrado em 
um cordão anterior. 
Vestido do mesmo modo que os aventais simples e após amarradura dos cordões 
posteriores pela enfermeira, o cirurgião solta a laçada anterior, liberta a ponta da opa e 
passa-a por trás de seu corpo, amarrando-a de novo no mesmo cordão anterior, só que 
pelo lado oposto e após ter-se envolvido completamente no avental. 
Deste modo consegue-se uma proteção mais adequada. 
No desenrolar da operação, pode acontecer que o avental se molhe, sobretudo as 
mangas, o que recomenda sua troca. 
O tecido úmido perde rapidamente seu poder de barreira contra bactérias 
oriundas da flora residente do cirurgião (LAUFMAN e col., 1979 e 1980). Este fato é 
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sobretudo relevante em relação à malha que normalmente forma os punhos do avental, 
bem menos hermética ao cruzamento de bactérias do que o restante do tecido 
(LAUFMAN e col., 1979). 
Por este motivo os punhos, não sendo feitos dos mesmo tecido do restante do 
avental, devem ficar sempre bem protegidos debaixo das luvas. 
Para evitar que durante a operação eles se desloquem para cima e para fora da 
proteção das luvas, os punhos da maioria dos aventais apresentam uma alça de cadarço, 
que os prende aos polegares. 
 
 
Calçamento das luvas 
É o próximo passo do processo. As luvas são fabricadas em látex natural ou 
sintético, devendo cobrir os dedos e as mãos e estenderem-se sobre os punhos do 
avental, numa delgada camada, lisa e sem falhas. 
Na extremidade proximal, uma banda espessada de borracha impede que seu 
punho se enrole. Uma banda larga e plana é mais eficaz do que uma redonda e pequena. 
Vêm acondicionadas aos pares em carteiras de papel ou pano, com a 
identificação de seu tamanho estampada no invólucro. 
Seu calçamento é bastante facilitado pelo uso de um lubrificante. 
Uma das substância ainda usada para este fim em nosso meio tem sido o talco. 
Pré-talcadas em seu interior, podem também apresentar-se acompanhadas por uma gaze 
dobrada, contendo o talco com que se empoam as mãos. 
Todavia, deve-se ter o cuidado de evitar que ele se deposite nas mesas de 
instrumentos, sobre os campos ou incisão cirúrgica. As luvas devem ser enxugadas em 
água esterilizada logo após serem calçadas. Além de ser de difícil esterilização, o talco é 
inorgânico e não absorvível, constituindo um corpo estranho para os tecidos, 
provocando a formação de granulomas, aderências e processos inflamatórios 
inconvenientes. 
Por esse motivo, o talco foi substituído (LEE & LEHAMAN, 1947), em alguns 
países em caráter compulsório, por um lubrificante orgânico, absorvível pelo 
organismo, derivado do amido de milho quimicamente modificado (Biosorb 60). Este 
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pó facilita igualmente o escorregamento das luvas sobre a pele, praticamente sem 
provocar os inconvenientes granulomas e aderências do talco (LEE & LEHMAN, 1947; 
POSTLETHWAITe col., 1949; PELLING & BUTTERWORTH, 1980). 
As luvas vêm dispostas na embalagem com o punho virado para fora, de forma 
que podem se manejadas utilizando a aparte exposta de sua face interna. 
Pega-se por aí umas das luvas e veste-se a mão oposta. 
 
Com a mão ainda despida, pega-se a outra luva também pelo punho, enfiam-se 
os dedos da mão já calçada na dobra do punho e pela face palmar e calçar-se a outra 
mão. 
 
 
Só agora, com ambas as mãos calçadas, são ajustadas as luvas. Primeiro ajeitam-
se os dedos e depois cobre-se o punho do avental com a própria luva. 
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Para isto, everte-se o punho da luva e estica-se o punho do avental, que é 
dobrado e preso com os dedos da mesma mão. 
 
Em seguida, cobre-se o punho do avental com o punho da luva. 
Alguns cirurgiões costumam calçar as luvas com a ajuda da instrumentadora. 
Neste caso, após terminar a montagem dos instrumentos, ela reservará um par de luvas 
sobre a mesa do auxiliar. 
Quando o cirurgião se aproximar, dar-lhe-á a gaze com talco e enquanto ele o 
passa nas mãos, segurará a luva direita pelo dobro do punho com a face palmar virada 
para o cirurgião. Este, com seu indicador esquerdo, abre o punho da luva e introduz a 
mão direita. Ato contínuo, a instrumentadora puxa-a para cima, cobrindo o punho do 
avental. A manobra repete-se para a luva esquerda. 
 
Ao final da operação ambos, avental e luvas, devem ser retirados de forma que 
suas superfícies externas contaminadas não toquem a pele ou as roupas de circulação do 
centro cirúrgico. 
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O primeiro a ser retirado deve ser o avental. Conservando as luvas, afrouxam-se 
os punhos do avental que são passados sobre os punhos das luvas. Depois, com uma 
mão, segura-se o ombro oposto do avental (já desamarrado atrás) que é tracionado para 
fora do respectivo braço flexionado, com a manga virada pelo avesso. 
Segura-se depois o outro ombro com a mão oposta e despe-se o respectivo 
braço, retirando todo o avental longe do corpo, com sua face externa contaminada 
dobrada para dentro. 
 
 
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A retirada das luvas se-gue orientação similar. 
Umas das mãos enluvada pega a outra luva pelo lado externo, descalça-a e 
mantém-na segura na ponta dos dedos. A mão sem luva pega agora a outra pelo lado 
interno e descalça por sobre a primeira de forma que ambas, unidas por telescopagem 
parcial, são desprezadas com suas faces externas contaminadas viradas para dentro. 
 
Colocação dos campos cirúrgicos 
Na impossibilidade de desinfetar toda a pele do paciente, o resto do corpo, afora 
a área a operar, deve ser coberto com “campos” (panos esterilizados) para que a equipe 
cirúrgica, vestida assepticamente, não contamine suas roupas e infete a incisão. 
Os “campo” têm a finalidade de isolar o campo operatório asséptico do resto do 
corpo do paciente. 
Os campos são peças quadradas de pano, com aproximadamente 1,50m de lado. 
Existem nas cores branca, cinza, verde e azul, tendo as três ultimas a finalidade de 
proporcionar um melhor repouso visual. 
Existem também campos descartáveis de papel, com margens adesivas, que 
dispensam o uso de pontos ou pinças de campo para sua fixação. 
Apresentam-se acondicionados em tambores metálicos ou pacotes de pano, 
dobrados de duas formas: campo simples e campo duplo. Ambos apresentam duas 
dobras especiais de suas pontas chamadas “orelhas”, e quando seguros por elas e 
deixados desdobrar-se por ação da gravidade, ficarão completamente desdobrados no 
caso do simples, ou dobrados pela metade no caso do duplo. 
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Padroniza-se um tamanho único dos campos para facilitar o trabalho na 
lavanderia e arsenal, durante seu acondicionamento. 
O comprimento de um metro e meio de lado corresponde à envergadura de um 
homem de tamanho médio que, quando da colocação do campo, terá de desdobrá-lo 
completamente com os braços esticados em sentido oposto. 
Compressas cirúrgicas são também usadas, por cima dos campos anteriores (1° 
campo ou campo pele), protegendo as bordas das incisões (2° campo ou campo de 
borda) e no interior de cavidades, isolando órgãos e servindo de suporte para o 
afastamento das vísceras vizinhas (3° campo ou campo de profundidade). 
Para pequenas operações, usa-se às vezes um campo único, de tamanho variável, 
com um orifício no centro, através do qual se opera: é o “campo fenestrado”. 
Colocação dos campos para operações no tronco 
Nas operações sobre o tronco (abdome e tórax), os campos são colocados de 
forma padronizada, obedecendo sempre a uma racionalização dos movimentos e 
manobras da equipe cirúrgica. 
Campos e aventais que vêm da autoclave ainda molhados ou úmidos, são 
considerados contaminados. 
Além dos 2 campos que cobrem as mesas auxiliares, a cirurgia abdominal exige 
mais 8 campos. 
Terminada a montagem das mesas, a instrumentadora deverá arrumá-los em 
mesa própria ou no lado direito da mesa do auxiliar, na seguinte ordem; um simples, 
quatro duplos e três simples. 
Esta será a ordem de entrega e a regra mnemônica é “143”: um simples, quatro 
duplos e três simples. 
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Enquanto o cirurgião procede à anti-sepsia da pele do doente, a instrumentadora 
coloca em seu dedo mínimo esquerdo u, “Backhaus”, segura a pilha campos com sua 
mão esquerda e desloca-se para os pés do paciente. O auxiliar coloca-se no lado oposto 
ao cirurgião. 
 
O primeiro campos (simples) é passado ao cirurgião de tal forma que caia em 
sua mão em posição de ser facilmente desdobrado a partir das duas “orelhas”. 
O cirurgião coloca-o sobre as pernas do paciente. 
 
A instrumentadora passa o segundo e terceiro (duplos), respectivamente, ao 
cirurgião e auxiliar que, desdobrando-os simultaneamente, colocam-nos cobrindo os 
lados do paciente. 
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Passa o quarto e quinto (duplos), respectivamente, ao cirurgião e auxiliar que, 
virados com sua direita para o paciente, colocam-nos perpendicularmente aos anteriores. 
 
O duplo, colocado nas pernas do paciente, tem sua folha superior levantada pelo 
cirurgião e assistente. 
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A instrumentadora passa o sexto e sétimo (simples) ao cirurgião e auxiliar para a 
construção da “barraca” que isola a equipe cirúrgica do anestesista. 
O cirurgião pede um “Backhaus”, que lhe é entregue pela instrumentadora e com 
o qual prenderá os dois campos da “barraca”. 
 
Somente após ter passado o “Backhaus”, e enquanto se completa a formação da 
“barraca” com a ajuda das enfermeiras que fixam as duas pontas externas em suportes 
de soro, a instrumentadora desdobra o último campo (simples) e coloca-o sobre os pés 
do paciente e sobre a folha inferior do campo duplo, recobrindo-o, depois, com sua 
folha superior. 
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Colocados os campos, a instrumentadora e o auxiliar deverão aproximar suas 
respectivas mesas do campo operatório. Elas serão seguras e empurradas pelo lado 
interno, isto é, o lado que ficou em contato com os aventais esterilizados durante a 
montagem. Nunca pelo lado oposto ou laterais. 
As laterais e o lado oposto das mesas podem ter sido tocados inadvertidamente 
pelas vestes das circulantes e estariam, portanto, contaminadas. 
Em seguida a enfermeira coloca o bisturi elétrico aos pés do paciente, aproxima 
o cesto para gazes sujas, acerta a luz e coloca as bacias com água fenicada para lavagem 
das luvas, tudo isto segundo a disposição já comentada. 
Isto será feito somente após as mesas auxiliares terem sido colocadas em suas 
posições a fim de facilitar este procedimento.

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