Buscar

IMPACTO DE INSETOS SOBRE A PRODUTIVIDADE DE ANIMAIS DE INTERESSE ZOOTÉCNICO.

Prévia do material em texto

TEXTO ACADÊMICO 
 
 
 
 
 
 
 
IMPACTO DE INSETOS SOBRE A PRODUTIVIDADE DE ANIMAIS DE 
INTERESSE ZOOTÉCNICO. 
 
 
 
 
Savana Da Silva Figueiras 
 
 
 
 
 
 
 
 
CHAPADINHA-MA 
2020.1 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO- UFMA 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS - CCAA 
CAMPUS IV CHAPADINHA-MA 
 
 
 
IMPACTO DE INSETOS SOBRE A PRODUTIVIDADE DE ANIMAIS DE 
INTERESSE ZOOTÉCNICO. 
 
 
 
 
Savana Da Silva Figueiras 
 
 
 
 
 
 
 
CHAPADINHA-MA 
2020.1 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 3 
2. DESENVOLVIMENTO ........................................................................... 5 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 6 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A utilização de insetos em diversos setores tem sido uma boa alternativa e 
também um avanço promissor no desenvolvimento de varias tecnologias de produção e 
na alimentação da criação animal, na criação animal pode se destacar a utilização de 
insetos diretamente na alimentação destes, uma vez que uma gama de insetos é ricos em 
nutrientes, aminoácidos altamente aproveitáveis ao organismo animal, utilizado como 
alimentação complementar e até mesmo uma fonte de alimentação alternativa direta 
para algumas espécies animais, logo isso se liga a produtividade na criação animal, 
rendendo uma boa alimentação, agregando peso a carcaça e também diminuindo custos 
com ração mineral, isso dependendo das exigências nutricionais de cada espécie e do 
valor de mercado dos insetos utilizados, além de permitir a criação dos insetos para 
comercialização. 
A intensificação dos sistemas de produção dos rebanhos bovino e, 
principalmente suíno e avícola, tem exigido uma produção crescente de farelo de soja, o 
que demanda o aumento das áreas para produção deste grão. Buscando suprir esta 
demanda crescente, aumentam as áreas dedicadas a produções agrícolas e industriais, 
que utilizam mais recursos naturais e como consequência provoca aumento nos 
impactos ambientais, como emissões de gases do efeito estufa (GEE), poluição das 
águas (HOEKSTRA e WIEDMANN, 2014; MEKONNEN e HOEKSTRA, 2010) e 
geração de resíduos, o que vai contra a busca de sistemas sustentáveis. Com isto buscar 
alternativas que sejam menos demandantes de recursos naturais e menos geradoras de 
resíduos, torna-se importante à produção mundial de carnes e, em especial, para o Brasil 
que é um dos principais produtores de proteína do mundo. Neste contexto, um 
documento gerado pela FAO (2003), sugere a criação e processamento de insetos como 
alternativa proteica. Também foram realizados 15 estudos sobre o impacto da criação de 
insetos no meio ambiente (OONINCX et al., 2010; PREMALATHA et al., 2011) e 
sobre os aspectos de segurança do consumo de insetos (KLUNDER, WOLKER-
ROOIJACKERS et al., 2012). Essas pesquisas demonstraram que os insetos comestíveis 
são uma boa fonte de aminoácidos, minerais, e ácidos graxos (BUKKENS, 2005; 
RAMOSELORDUY et al., 1997; 2012; RUMPOLD e SCHÜTER, 2013b). Geralmente, 
os insetos são considerados um alimento proteico (46-65% de proteína), sendo mais 
ricos em proteínas que feijões (23,5% de proteína), lentilhas (26,7%) ou soja (41,1%) 
(RAMOS-ELORDUY et al., 2012). O conteúdo energético dos insetos é, em média, 
comparável ao da carne, em base de matéria natural (SAKSIRIRAT et al., 2010). A 
característica mais importante é que os insetos são uma boa fonte de aminoácidos 
essenciais e ácidos graxos poli-insaturados (RUMPOLD e SCHLÜTER, 2013a). Um 
estudo proposto por NGUYEN et al. (2015) demonstrou a capacidade da larva de mosca 
soldado negro em reciclar resíduos orgânicos das mais distintas origens (ração de 
frangos de corte, fígado suíno, dejeto suíno, resíduos domésticos, frutas e vegetais e 
resíduos de pescado) demonstrando a possibilidade de utilizar este “bioconversor” como 
uma ferramenta de gestão ambiental (DIENER et al., 2011; NGUYEN et al., 2015). Em 
um estudo de um sistema em escala industrial, o uso de larvas de mosca soldado negro, 
apresentou reduções de mais de 50% nos volumes de dejetos de aves poedeiras 
(SHEPPARD et al.,1994). Dada à ampla gama de espécies de insetos comestíveis, o 
valor nutricional é altamente variável. Mesmo dentro do mesmo grupo de espécies, o 
valor nutricional pode diferir dependendo do estágio metamórfico do inseto, seu habitat 
de criação e sua dieta (VAN HUIS, 2003). A digestibilidade e o valor nutricional dos 
insetos dependem das espécies a serem utilizadas podendo variar de 50 a 82% de 
proteína bruta na matéria seca (SCHABEL, 2010). Espécies como a mosca doméstica 
(Musca domestica) apresentam níveis entre 43 e 68% de proteína bruta e o tenébrio – 
“bicho da farinha” (Tenebrio molitor), valores entre 44 e 69%, muito próximos aos 
verificados no farelo de soja - 49 a 56% (VELDKAMP et al., 2012). 
Um benefício dos insetos como uma fonte alternativa de proteína é que podem 
ser criados sustentavelmente em leitos de resíduos orgânicos (por exemplo, estrume ou 
chorume de suínos). Desta forma os insetos convertem um material que poderia ser um 
agente poluente em um recurso alimentar de boa qualidade nutricional (VELDKAMP et 
al., 2012). 
Assim conseguimos imaginar um cenário promissor na produtividade da criação 
animal de interesse zootécnico visando uma melhor implementação do uso de insetos na 
alimentação alternativa animal. 
 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
O trabalho Produção de insetos para uso na alimentação animal da aluna Thaís 
Stefanello – Pós graduanda de Doutorado – PPG Zootecnia UFRGS aborda as 
possibilidades de uso de insetos como alimento e os fatores que afetam sua produção, 
como a tecnologia para produção de insetos, quais espécies podem ser utilizadas, quais 
as vantagens e desvantagens da produção de insetos, quais são os valores nutricionais 
deste tipo de alimento, quais as formas possíveis de uso, e como se encontram as 
questões de pesquisa sobre o assunto. 
A importância da criação de insetos para a humanidade reside desde a 
capacidade de polinização, vital à sobrevivência de algumas espécies de plantas, até a 
capacidade de reciclagem de resíduos orgânicos de origem vegetal e, principalmente, 
animal (VAN HUIS et al., 2013). Aproveitar esta vantagem produtiva dos insetos em 
converter resíduos orgânicos, considerados limitadores da produção de várias atividades 
como suinocultura ou avicultura, em proteína animal, faz parte de um projeto elaborado 
pela FAO em cooperação com a Universidade de Wageningen, na Holanda, e que 
resultou no relatório Edibleinsects: future prospect for food and feed security. 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Considerando todos os estudos e avanços da nutrição animal com a utilização 
de insetos na alimentação alternativa de animais de interesse zootécnico, concluímos 
que existe uma alta aceitação tanto por parte da digestibilidade de animais, assim como 
aproveitamento da relação de insetos com os resíduos orgânicos provenientes da criação 
dos mesmos, pode-se incluir na alimentação destes uma vez que se compreenda a 
exigência nutricional e as características proteicas dos insetos a serem utilizados como 
fonte de alimentação alternativa, logo se pode chegar a bons índices de produtividade na 
pecuária dependendo é claro do manejo e do desenvolvimento de novas alternativas 
para nutrição animal se beneficiando dos insetos nessas atividades. 
 
 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BUKKENS, S. G.; PAOLETTI, M. Insects in the human diet: nutritional 
aspects. Ecological implications of minilivestock, p. 545-577, 2005. 
DIENER, S. et al. Black soldier fly larvae for organic waste treatment— 
prospects and constraints. Proceedings of the WasteSafe, v. 2,p. 13-15, 2011. 
FAO. 2004. Contribution des insects de la foret a la securite alimentaire. 
L’exemple des chenilles d’afrique centrale (available at: 
www.fao.org/docrep/007/j3463f/j3463f00.htm). 
HOEKSTRA, A. Y.; WIEDMANN, T. O. Humanity’s unsustainable 
environmental footprint. Science, v. 344, n. 6188, p. 1114-1117, 2014. ISSN 
0036-8075. 
KLUNDER, H. et al. Microbiological aspects of processing and storage of 
edible insects. Food Control, v. 26, n. 2, p. 628-631, 2012. ISSN 0956-7135. 
MEKONNEN, M. M.; HOEKSTRA, A. Y. The green, blue and grey water 
footprint of farm animals and animal products. UNESCO-IHE Institute for water 
Education Delft, 2010. 
NGUYEN, T. T.; TOMBERLIN, J. K.; VANLAERHOVEN, S. Ability of black 
soldier fly (Diptera: Stratiomyidae) larvae to recycle food waste. Environmental 
entomology, v. 44, n. 2, p. 406-410, 2015. ISSN 1938-2936 
NGUYEN, T. T.; TOMBERLIN, J. K.; VANLAERHOVEN, S. Ability of black 
soldier fly (Diptera: Stratiomyidae) larvae to recycle food waste. Environmental 
entomology, v. 44, n. 2, p. 406-410, 2015. ISSN 1938-2936. 
OONINCX, D. G. et al. An exploration on greenhouse gas and ammonia 
production by insect species suitable for animal or human consumption. PloS 
one, v. 5, n. 12, p. e14445, 2010. ISSN 1932-6203. 
http://www.fao.org/docrep/007/j3463f/j3463f00.htm
PREMALATHA, M. et al. Energy-efficient food production to reduce global 
warming and ecodegradation: The use of edible insects. Renewable and 
Sustainable Energy Reviews, v. 15, n. 9, p. 4357-4360, 2011. ISSN 1364-0321. 
RAMOS‐ELORDUY, B. J. The importance of edible insects in the nutrition and 
economy of people of the rural areas of Mexico. Ecology of Food and Nutrition, 
v. 36, n. 5, p. 347-366, 1997. ISSN 0367-0244. 
RAMOS-ELORDUY, J.; VALDÉS, L. A. C.; MORENO, J. M. P. 
Socioeconomic and cultural aspects associated with handling grasshopper 
germplasm in traditional markets of Cuautla, Morelos, Mexico. Journal of 
Human Ecology, v. 40, n. 1, p. 85-94, 2012. ISSN 0970-9274. 
RUMPOLD, B. A.; SCHLÜTER, O. K. Nutritional composition and safety 
aspects of edible insects. Molecular nutrition & food research, v. 57, n. 5, p. 802-
823, 2013. ISSN 1613-4133 
RUMPOLD, B. A.; SCHLÜTER, O. K. Nutritional composition and safety 
aspects of edible insects. Molecular nutrition & food research, v. 57, n. 5, p. 802-
823, 2013. ISSN 1613-4133. 
SCHABEL, H. G. Forest insects as food: A global review. Forest insects as 
food: Humans bite back, p. 37-64, 2010. 
SHEPPARD, D. C. et al. A value added manure management system using the 
black soldier fly. Bioresource technology, v. 50, n. 3, p. 275-279, 1994. ISSN 
0960-8524. 
VAN HUIS, A. Potential of insects as food and feed in assuring food security. 
Annual Review of Entomology, v. 58, p. 563-583, 2013. ISSN 0066-4170. 
VAN HUIS, A. et al. Edible insects: future prospects for food and feed security. 
Food and Agriculture Organization of the United Nations, 2013. ISBN 
9251075964. 
VELDKAMP, T. et al. Insects as a Sustainable Feed Ingredient in Pig and 
Poultry Diets: a Feasibility Study= Insecten als duurzame diervoedergrondstof in 
varkens-en pluimveevoeders: een haalbaarheidsstudie. Wageningen UR 
Livestock Research. 2012. (1570-8616)

Continue navegando