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Desafios para a inclusão de refugiados na sociedade brasileira

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Desafios para a inclusão de refugiados na sociedade brasileira 
A problemática dos refugiados no mundo não é um fenômeno recente, foi a partir do século XX que esse tema passou 
a ser um dos maiores desafios no âmbito das questões humanitárias. Isso porque, diversas vidas foram moldadas pelo 
segundo pós-guerra e seus conflitos e, por conseguinte, precisaram buscar novos recomeços em territórios alheios – 
dentre esses, o Brasil –, o que gerou uma crise migratória de grande proporção. No entanto, é fato que a 
vulnerabilidade e perseguição causada devido à ocorrência dessas guerras não se encerram com a migração forçada 
do refugiado, e sim, prolonga-se ao enfrentar desafios no país acolhedor, como a xenofobia e a adaptação em um local 
desconhecido. Logo, é perceptível a responsabilidade por parte do Estado e, consequentemente, a necessidade de 
garantir direitos a esse grupo. 
Diante desse contexto, percebe-se que o cenário descrito como “crise de refugiados” não é especifico em um só local; 
ele ocorre em todo o mundo como consequência de conflitos e guerras. Na Síria, por exemplo, vive-se um momento 
interminável de guerra civil desde 2011, o que acarretou, nos dez anos decorridos, em ataques químicos, lançamento 
de mísseis e outras catástrofes. Em virtude disso, vale ressaltar a ocorrência do deslocamento de um país para outro, 
uma vez que os refugiados são impulsionados a fugir de seu país com o intuito de se proteger dessas guerras/conflitos 
armados e de perseguições por intolerância religiosa, xenofobia e ideologias políticas ou sociais. Para mais, esses fatos 
também acarretam algumas dificuldades no tocante à adaptação do refugiado à sociedade da qual ele irá fazer parte, 
visto que essa representa, na maioria das vezes, uma cultura dessemelhante daquela da sua origem. Dessa maneira, 
esse cenário transcendental deturpa o real valor e a importância de uma sociedade digna e evidencia que a crise 
migratória continua nos mesmos padrões do início, constante e desafiadora, do pós-Segunda Guerra Mundial, quando 
era crescente o número de casos de refúgios. 
Além disso, cabe pontuar os desafios que contribuem para a dificuldade da inserção desse grupo no cotidiano 
brasileiro. Na novela “Órfãos da Terra”, Faruq, um médico sírio, pede demissão após vários pacientes se recusarem a 
serem atendidos por um refugiado. Fora da ficção, isso não é diferente, casos de xenofobia são frequentes, como 
expôs Kaysar Dadour, ex-participante do “Big Brother Brasil” e refugiado sírio, que teve seu braço e perna quebrados 
por um grupo de nacionalistas apenas por carregar consigo um crucifixo. Sob essa perspectiva, é válido ressaltar os 
desafios enfrentados pelos apátridas durante suas tentativas de inclusão no país acolhedor, entre eles estão a falta de 
moradia e de acesso ao mercado de trabalho, a dificuldade de inserção no local, a intolerância religiosa e o preconceito 
enraizado na sociedade. Assim, é nítida a urgência de uma forma para a inclusão desse grupo, que continua a lutar 
pela dignidade e pelo reconhecimento social para reversão de suas condições. 
Portanto, medidas são necessárias para atenuar a problemática. Para a inclusão dos refugiados em termos de direito 
e cidadania e a fim de auxilia-los e dar-lhes o devido lugar na sociedade brasileira, é necessário que o Ministério da 
Cidadania, juntamente com o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Comitê Nacional para Refugiados, invista, 
por meio de verba governamental e de programas de emprego, trabalho e renda, na construção de alojamentos 
espalhados pelo país para uso temporário desse grupo, assistência financeira em programas de proteção que visem à 
saúde e à segurança de refugiados e projetos que os integre no ambiente escolar e no mercado de trabalho brasileiro. 
Desse modo, os apátridas terão oportunidades de emprego, moradia, aprendizado da língua e utilização de serviços 
públicos, sendo construída uma sociedade em que a postura humanitária seja forte. 
 
Redação escrita por Maria Cecília R. Ramalho

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