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Disciplina: Biogeogra�a Aula 5: As extinções em massa e a sistemática �logenética Nesta aula, veremos como a extinção de espécies pode ser importante para a biodiversidade. Vimos até agora que a origem das espécies é sempre relacionada a uma espécie ancestral. Além disso, entendemos que a forma como surgiu a vida é, de fato, uma incógnita. Mesmo que tenhamos grandes investimentos em pesquisas e alta tecnologia, há lacunas que ainda não foram preenchidas em relação ao conhecimento sobre muitos fatores ligados à origem da vida. Este não é o caso das extinções e da sequência evolutiva de muitas espécies, pois o registro fóssil nos apresenta evidências que possibilitam uma base de conhecimento para a construção da árvore �logenética dos animais (e de parte dos vegetais). Da mesma forma, tal conhecimento elucida o papel que a morte de grupos inteiros de organismos teve na evolução de tantos outros. Reconhecer que toda a biodiversidade atual representa menos de 10% de toda aquela que já existiu no planeta é importante para compreendermos o fato de que somos apenas mais um pontinho, entre tantos outros de vida, que a Terra tem em sua estrutura ao longo de sua história. Vamos, então, tentar entender porque as extinções em massa são importantes para a evolução da Vida na Terra? Objetivos Discriminar as últimas extinções em massa (Big Five) e a relação delas com a evolução da vida e com a tectônica de placas; Discutir o que é a sistemática �logenética, seus conceitos básicos e sua importância para a Biogeogra�a. A importância das extinções para a evolução da vida A análise dos registros fósseis revela que, assim como os indivíduos, as espécies na base de uma linhagem evolutiva, ou seja, o ancestral comum de um ramo, nascem (surgem), se desenvolvem e morrem. Quando a escala de tempo é expressa em milhões de anos, podemos dizer que estas espécies vivem um curto período de tempo, apesar de isto ser muito relativo. (Fonte: Bennyartist / Shutterstock). Com certa frequência, eventos aleatórios fazem com que espécies deixem de existir. A extinção é um processo natural do mundo orgânico. O surgimento de um novo predador ou de um parasita diferente, a deriva continental e gigantescos derramamentos de basalto (como ocorreu no Permiano, as Siberian Traps, também conhecidas como a grande província magmática permiana) podem fazer com que muitas espécies, gêneros e até famílias inteiras de organismos sejam extintas. Em certos momentos geológicos, fenômenos catastró�cos muito raros desempenharam um papel essencial na renovação das espécies, permitindo também a diversi�cação de novos grupos. O caso mais famoso dessa situação é a extinção do grupo dos dinossauros e a evolução do grupo dos mamíferos. Há uma diferença muito grande entre a extinção de uma espécie ou poucas delas e uma extinção massiva. Podemos dizer que há três tipos de extinções. Segundo alguns autores (Schwanke e Campos, 1999; Schulz, 2010), podemos de�ni-las assim: (Fonte: jaroslava V / Shutterstock) I – Extinção �lética Quando indivíduos de uma determinada população, descendentes que se modi�cam da população ancestral, se tornam diferentes a ponto de serem considerados uma espécie nova ou diferente e a espécie ancestral desaparece a ponto de ser considerada extinta, falamos, neste caso, em extinção �lética. Perceba que o tempo é determinante, pois as novas características que classi�carão os indivíduos como nova espécie não surgem de um dia para o outro. Este tipo de extinção é difícil de ser identi�cada, pois é uma diferenciação gradativa, já esperada no processo evolutivo da vida. e o ut o da da. Pássaro contaminado com óleo. (Fonte: Corepics VOF / Shutterstock) II – Extinção de fundo Quando indivíduos de populações diferentes (grupos diferentes da mesma espécie) disputam o mesmo alimento ou território, sendo que um dos grupos é o mais adaptado a essa nova situação de competição. Isso faz com que o grupo em desvantagem vá diminuindo, até deixar de existir ao longo do tempo. O melhor exemplo que temos deste tipo de extinção em particular é a espécie Humana (�gura), que ser tornou (ao longo do tempo com sua inventividade e poder de manipulação de objetos) um predador perigoso para muitas espécies. Extinção dos dinossauros. (Fonte: Herschel Hoffmeyer / Shutterstock) III – Extinção em massa Este tipo de extinção (�gura) é o mais importante em termos de biodiversidade. Embora seja letal a ponto de provocar o desaparecimento de um grande número de espécies, até de famílias inteiras, ela permite a irradiação adaptativa de um grupo ou muitos grupos de espécies. Temos cinco grandes extinções em massa na história do Éon Fanerozóico (o que vivemos hoje) e, segundo muitos autores, estamos a caminho de uma sexta extinção em massa. A maior de todas as extinções em massa ocorreu no limite dos períodos Permiano-Triássico (entre 255 e 250 Ma.). 1 Atenção Para compreendermos o papel que cada extinção em massa representa para a evolução da vida no Fanerozoico, leia um resumo de cada uma delas, de acordo com a tese da professora Karina Garcia. http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0049/aula5.html Final do Ordoviciano: a primeira das extinções em massa das Big Five Neste período, ocorreu uma expansão muito importante da diversidade da vida, englobando irradiações, mesmo que seletivas, em relação a ordem, família, gênero e espécie. Figura 01: Fóssil de um artrópode do período Ordoviciano (Fonte: Wikimedia Commons <https://commons.wikimedia.org/w/index.php? search=Ordoviciano&title=Special%3ASearch&profile=default&fulltext=1#/media/File:Duslia_insignis_ordoviciano.JPG> ). Esta enorme irradiação é conhecida como o Grande Evento de Biodiversi�cação do Ordoviciano (GOBE, em inglês), que ocorreu durante um período relativamente curto de tempo, entre 10 e 20 milhões de anos, sendo considerado por muitos autores como o aumento mais rápido da diversidade da vida marinha em toda a história da Terra (Webby et al., 2004, Harper, 2006; Servais et al., 2010). Foi neste período que surgiram inovações evolutivas fundamentais para a fauna e �ora moderna. Também é no GOBE que ocorre a primeira irradiação dos vertebrados, que envolveu tanto o grupo dos gnatostomados como dos agnatos, sendo este último o grupo que deu origem aos ostracodermos, já extintos. Além das alterações da fauna, é no Ordoviciano que surgem as primeiras plantas terrestres (Cardoso and Ianuzzi, 2011). Esta fase de enorme diversi�cação da vida no Ordoviciano é interrompida, no �nal do período, por uma perda dessa diversidade, que ocorre de forma catastró�ca, a qual está particularmente ligada aos invertebrados marinhos. Com efeito, estima-se que tenham desaparecido cerca de 85% das espécies que corresponderiam a 26% de todas as famílias marinhas existentes naquele tempo (Jablonski, 1991; Sepkoski, 1996; Sheehan, 2001). Esta extinção, num primeiro momento afetou os organismos endêmicos do nécton e do plâncton, principalmente os que viviam na plataforma continental menos profunda e em águas mais profundas (�gura 01). Em um segundo momento, muitos sobreviventes da primeira crise foram afetados e, desta vez, houve a erradicação de organismos numa diversidade de profundidades de água, como é o caso de organismos mais cosmopolitas, e.g. os conodontes (Harper et al., 2014, p. 1296). As transformações signi�cativas na evolução da vida, que ocorreram no Ordoviciano, se relacionam profundamente às mudanças que a Terra passou durante o período. As alterações mais evidentes foram a mudança da distribuição dos continentes e oceanos e importantes alterações em termos climáticos, que conduziram para uma grande glaciação no �nal do período (Sheehan, 2001; Harper et al., 2014): Intenso rebaixamento do nível do mar. Acentuada diminuição do nível de CO atmosférico e da temperatura. 2 Final do Devoniano: a segunda das extinções em massa das Big Five A grande extinção do Ordoviciano abriu espaço para a irradiação de muitos grupos de organismos e, devido a isso, o Devoniano foium tempo peculiar no que diz respeito à evolução da vida. https://commons.wikimedia.org/w/index.php?search=Ordoviciano&title=Special%3ASearch&profile=default&fulltext=1#/media/File:Duslia_insignis_ordoviciano.JPG Esse foi o momento em que surgiram os anfíbios (o que indica a colonização dos continentes pelos vertebrados), as primeiras �orestas se formaram e é também o período em que ocorre a maior irradiação evolutiva do grupo dos peixes, pelo que o Devoniano é conhecido como a Idade dos Peixes por vários autores (Pough, 2003). (Fonte: Rich Carey / Shutterstock). Em mais uma surpreendente reviravolta das causalidades da vida, esta grande diversi�cação foi interrompida de forma catastró�ca. A partir do �nal do Devoniano Médio até o �nal do Devoniano Superior, estima-se que tenham desaparecido entre 70 e 80% das espécies marinhas existentes, o que corresponderia a 27% de todas as famílias daquele tempo (Schulz, 2010; Bond and Grasby, 2017). Ocorreu uma devastação das comunidades biológicas associadas aos recifes maciços, além de “cefalópodes livre-natantes, os braquiópodes articulados, ostracodes, trilobitas, crinoides, conodontes, ostracodermos e placodermos” (Schulz, 2010, p. 177). Assim como ocorreu no Ordoviciano, as transformações signi�cativas na evolução da vida no Devoniano também se relacionam profundamente com as mudanças que a Terra passou durante esse período. Uma acentuada atividade tectônica ocorria, com os blocos tendendo a se aglomerar, além de também uma marcada diminuição do nível de CO atmosférico, da temperatura e descida do nível do mar (Bond and Grasby, 2017). Perceba, mais uma vez, que a associação destes vários fatores é que gerou esta extinção em massa. 2 Figura 02: Dimetrodon, forma intermediária entre réptil e mamífero. (Fonte: Catmando / Shutterstock). Final do Permiano: a maior de todas extinções em massa das Big Five No Permiano, a Vida deixou de estar concentrada no mar, embora ainda fosse ali diversa. Ocorreu um enome desenvolvimento e diversi�cação de vertebrados terrestres, com o predomínio dos sinapsídeos (grupo ancestral dos com o predomínio dos sinapsídeos (grupo ancestral dos mamíferos; Schulz, 2010) (�guras 02 e 03). Além disso, anfíbios, insetos e uma �ora predominantemente composta por gimnospermas (principalmente coníferas) integravam o ambiente continental (Schulz, 2010; Benton and Newell, 2014). Figura 03: Stereophallodon ciscoensis, ancestral dos mamíferos do Permiano. (Fonte: Wikimedia Commons <https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Synapsida#/media/File:StereophallodonDB18.jpg> ) Para você imaginar o quão importante foi esse período geológico para a vida na Terra, perceba que os ancestrais dos grupos de pterossauros, dinossauros e mamíferos já existiam e os insetos já voavam (Pough et al., 2003; Bond and Grasby, 2017). Estas transformações �zeram com que tenha ocorrido neste período uma irreversível mudança da fauna. Ao longo do Permiano, os tetrápodes sofreram grande variação quantitativa em sua diversidade. No entanto, independentemente desta variação, a expansão do grupo foi excepcional. Além da ampliação dos sinapsídeos, os sauropsídeos também passavam por uma enorme diversi�cação e dão origem, por exemplo, ao gênero Mesosauros, que é um dos organismos clássicos – junto com o gênero Glossopteris em termos de �ora - utilizados por Wegener como evidência para a deriva continental (Pough et al., 2003). O sucesso evolutivo resultante da diversi�cação da Vida no Permiano foi afetado de uma forma catastró�ca no �nal período, que marca a fronteira com uma nova era. Mais de 90% das espécies de animais marinhos, cerca de 70% das espécies de vertebrados terrestres e mais de 80% dos gêneros de insetos foram extintas (Schulz, 2010; Bond and Grasby, 2017). De uma forma diferente das outras duas extinções em massa descritas anteriormente, a do Permiano afetou gravemente todos os grupos de organismos existentes naquele tempo. Isto foi devido a brutais mudanças que a Terra estava passando. Os blocos continentais estavam todos unidos num único supercontinente, o Pangeia. Além disso, havia um oceano global, o Pantalassa, com signi�cativas regressões e transgressões marinhas. 2 Em apenas 41 milhões de anos (i.e. entre 296,8 e 263,1 m.a.) a variação foi de, aproximadamente, 160 metros (Scotese, 2014 ). Ocorreu, no mesmo período, o maior de todos os vulcanismos já veri�cados no planeta, os Siberian Traps. Houve um acentuado aumento do nível de CO atmosférico e da temperatura global, com uma enorme emissão de cinzas vulcânicas transportadas por longas distâncias, que formaram uma camada de poeira na estratosfera e geraram uma entrada em grande quantidade de SO no ar (Isozaki, 2007). Todos estes fatores causaram grandes impactos no clima global, produzindo a contaminação dos solos, a diminuição da insolação na superfície da Terra e a ocorrência de chuvas ácidas, prejudicando a vida que existia até então. 2 2 Imagine uma área do tamanho da Sibéria atual. Esse é quase o tamanho desta Grande Província Ígnea (LIP), as Siberian Traps. São mais de sete milhões de quilômetros quadrados e, aproximadamente, quatro milhões quilômetros cúbicos de lava. Final do Triássico: quarta extinção em massa das Big Five Este período marca o início de uma nova era, a Mesozóica, que traz uma série de mudanças fundamentais para a evolução da vida. A irradiação dos répteis ao longo desta era foi tão importante, que ela é muitas vezes conhecida como a Era dos Répteis (Wicander and Monroe, 2011). Embora todo o Mesozóico seja marcado pela diversi�cação reptiliana, foi no Período Triássico que este grupo passa pela mais complexa mudança dando origem aos dinossauros, aos répteis voadores e aos répteis marinhos. https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Synapsida#/media/File:StereophallodonDB18.jpg http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0049/aula5.html Toda esta diversi�cação de organismos no Triássico foi descontinuada de uma forma extremamente brusca e fatal para grande parte da vida existente no �nal do período. Apesar desta catástrofe não ter a mesma dimensão da extinção em massa antecessora, a crise biótica do �nal do Triássico foi a terceira maior extinção marinha do Fanerozóico (Pough et al., 2003). Embora existam poucos autores que quanti�quem a perda da diversidade total existente, estima-se que entre 40 e 73% das famílias de invertebrados marinhos tenham sido extintas (Lindstrom et al., 2017). Mais uma vez, as transformações da Terra são tidas como as causas desta extinção em massa, em que a ruptura da Pangeia e uma outra grande província ígnea conhecida como Central Atlantic Magmatic Province (CAMP) são os destaques. (Fonte: Yousense.info <//yousense.info/64696e6f73617572/dinosaur-extinction-facts-and-theories-for-kids.html> ) A CAMP provocou uma variação brusca do nível de CO atmosférico, que se re�etiu em uma grande perturbação do ciclo do carbono, juntamente com altas temperaturas, que indicam a existência de um acentuado efeito estufa. Além disso, nos oceanos, a CAMP provocou uma anoxia, com consequente acidi�cação marinha ou o intenso intemperismo químico continental. 2 Leitura Alguns autores (Keller, et al., 2012; Onoue et al., 2016) evidenciaram a presença de uma anomalia da quantidade de Irídio em sedimentos com uma idade aproximada à extinção em massa terrestre deste período. A presença do Irídio neste período é normalmente relacionada à existência de múltiplos impactos meteoríticos, que geraram várias crateras. Contudo, a cratera de Manicouagan, no Canadá, (a maior de todas as que se conhecem relacionadas com este período) é considerada por estes autores como um dos fatores que contribuíram para que a extinção em massa do limite Triássico- Jurássico ocorresse. Final do Cretáceo: a última das extinções em massa das Big Five O Cretáceo é a época que atraiu mais atenção de todos os períodos do Fanerozóico devido à grande curiosidade popular em relação aos dinossauros. Porém, foi neste período que houve uma irradiaçãodos mamíferos que representou quase dois terços da história do grupo, diversi�cados taxonomicamente, mas homogêneos na sua morfologia adaptativa, ou seja, na generalidade eram muito pequenos e com dieta insetívora (Pough et al., 2003; Bergqvist et al., 2010). Também foi neste momento que surgem os mamíferos marsupiais (Pough et al., 2003), que são os precursores dos placentários verdadeiros (e.g. a ordem dos Primatas, que tem o homem como um de seus representantes). http://yousense.info/64696e6f73617572/dinosaur-extinction-facts-and-theories-for-kids.html Giganotosaurus, um dos maiores carnívoros de todos os tempos. (Fonte: Durbed / Wikimedia Commons <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Giganotosaurus_carolinii_by_durbed.jpg> ). Figura 04: Argentinosaurus, um dos maiores herbívoros de todos os tempos. (Fonte: Elenarts / Shutterstock). No que diz respeito aos dinossauros (�gura 04), durante o Cretáceo ocorreu um enorme desenvolvimento do grupo. Uma das características distintivas consiste no grande tamanho, com exemplares de herbívoros com mais de 35 metros de comprimento e aproximadamente 70 toneladas de peso, como o Argentinosaurus huinculensis (Bonaparte and Coria, 1993). Em relação aos carnívoros, havia representantes com mais de 13 metros de comprimento e peso de aproximadamente 8 toneladas, como o Giganotosauros carolinni (Calvo and Coria, 1998). Além do tamanho particular de muitas das espécies do grupo de dinossauros, é possível evidenciar, através do registo fóssil, o desenvolvimento de um comportamento social, como o cuidado parental e a vida em manadas (Pough et al., 2003). Ainda em termos de vertebrados, o surgimento das aves, que competiam pelos mesmos ambientes que os enormes pterossauros, também data deste período. A par de uma considerável irradiação do grupo das aves, que ainda não tinham muita relação com as aves modernas, ocorre o grande desenvolvimento do grupo dos anfíbios, assim como a origem das serpentes e formas modernas de crocodilos (Pough et al., 2003; Schulz, 2010). Em relação aos invertebrados, ocorre um aumento exponencial no grupo dos insetos (sociais, como formigas, cupins e abelhas) e, quanto à �ora, surgem as angiospermas (Schulz, 2010; Wicander and Monroe, 2011; Keller et al., 2012). A extinção do Cretáceo-Paleogeno, também conhecida como Cretáceo-Terciário, representa uma perda de, aproximadamente, de 85% de todas as espécies, em especial 85% de tetrápodes e 40% das suas famílias (Pough et al., 2003; Schulz, 2010). A separação total do supercontinente Pangeia, que deu origem aos continentes atuais, embora em posições ligeiramente diferentes, acontecia com uma enorme variação do nível do mar ao longo do período, numa diferença que chegou a 200 metros, entre a altura máxima (+160m) e mínima (-40m; Scotese, 2014) que, inevitavelmente, tem consequências na organização dos ecossistemas costeiros e marinhos. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Giganotosaurus_carolinii_by_durbed.jpg Além da separação continental, outra grande província ígnea ocorreu, a do Deccan Traps (Foulger, 2010), que cobriu de basalto boa parte da Índia. A dimensão deste vulcanismo gerou uma enorme perturbação climática, com aumento signi�cativo dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera e, consequentemente, rápido aquecimento global, além de importantes aumentos da quantidade de dióxido de enxofre no ar e da temperatura, bem como uma forte acidi�cação das águas marinhas (Isozaki, 2007, Keller et al., 2012). Os mesmos autores a�rmam que estes fatores provocaram contaminação do solo, diminuição da insolação na superfície da Terra, chuvas ácidas e anoxia oceânica, prejudicando a vida como um todo. Uma outra causa é o impacto do meteorito quilométrico de Chicxulub no que hoje é a região do Iucatão no México e que devido ao seu tamanho, terá intensi�cado seriamente os efeitos que o vulcanismo do Deccan Traps gerou no clima (Pough et al., 2003; Schulz, 2010; Wicander and Monroe, 2011; Keller et al., 2012). Este impacto gerou repercussões muito importantes a nível da suspensão de poeira no ar por muito tempo bloqueando a luz solar, evaporação de carbonatos, além de liberar outros elementos voláteis que podem gerar chuvas ácidas, depleção de ozônio e acidi�cação dos oceanos (Keller et al., 2012; Bond and Grasby, 2017). A impressão de um artista do que a cratera de Chicxulub poderia ter parecido logo após um asteroide atingir a península de Yucatán, no México. (Fonte: Detlev van Ravenswaay / The New York Times <https://www.nytimes.com/2016/11/18/science/chicxulub-crater-dinosaur-extinction.html> ). Independentemente da causa da extinção em massa do �nal do Cretáceo, a grande perda de biodiversidade associada, principalmente para organismos de grande porte, gerou novas oportunidades para as comunidades compostas por animais pequenos e generalistas, como é o caso dos mamíferos, que vieram a tornar-se o grupo mais complexo da nova era que surgia, a Cenozóica. O que é e para que serve a sistemática �logenética? Conforme vimos até agora, a contínua evolução e diversi�cação dos seres vivos ao longo do tempo geológico permite que formas de organização mais complexa surjam. Desta forma, percebemos que a diversidade dos organismos tende a aumentar tanto em nível de espécies como de linhagens. Para compreendermos essa enorme quantidade de seres e colocá-los de forma a estarem conforme seus parentescos, foi necessário desenvolver um sistema classi�catório bem organizado, inclusive para um melhor entendimento da árvore da vida proposta por Darwin. Neste contexto, surge a Sistemática Filogenética, como um instrumento fundamental para a análise da evolução e distribuição das espécies no tempo e no espaço, ou seja, é uma ferramenta de análise da biodiversidade atual e do passado. Sendo assim, esta metodologia de identi�cação e relação dos diferentes seres vivos, tem o objetivo de descrever os ramos da árvore da vida, além de identi�car e classi�car possíveis mudanças que ocorreram ao longo do tempo. Atenção Tenha em mente que a Biogeogra�a é dependente, em grande parte, de suas análises, da Sistemática �logenética, acrescentando a essa metodologia, a vertente espaço geográ�co. Perceba que a sistemática �logenética usa a taxonomia como parte essencial de suas análises descritivas e denominativas dos grupos de organismos e das espécies. Saiba mais Tudo na sistemática �logenética é feito conforme os caracteres dos seres vivos, ou seja, a partir das características. Exemplo: Cor de olho é um caractere. https://www.nytimes.com/2016/11/18/science/chicxulub-crater-dinosaur-extinction.html Para compreendermos, mesmo que de forma mais super�cial, como é a sistemática �logenética, precisamos ver alguns de seus conceitos básicos (Amorim, 2002): Clique nos botões para ver as informações. É a modi�cação ao longo do tempo de características de uma determinada espécie, como parte do processo evolutivo. Exemplo: Cor de olhos azuis pode ser substituída, ao longo do tempo, pela cor de olhos castanhos se eu tiver o cruzamento de indivíduos, ao longo de muitas gerações, que mesclem esta situação, uma vez que a cor do olho castanho é dominante perante a cor de olho azul. I – Anagênese Corresponde à diversi�cação de uma espécie ancestral em duas descendentes. Este processo tem relação com a interrupção do �uxo gênico, ou seja, as espécies descendentes estão isoladas uma da outra, num geral causada a partir de isolamento geográ�co. II – Cladogênese Caracteres homólogos são aqueles que têm a mesma origem embrionária (também chamada de origem ontogenética.), tendo a mesma função ou não. Exemplo: O braço de um homem e a perna anterior de um cavalo possuem a mesma origem ontogenética, ou seja, a mesma estrutura. O que é diferente da comparação do braço do homem com a perna posterior de um cavalo, pois esta última seria homóloga à perna do homem e não ao braço. III – Homologia São os caracteres mais primitivos compartilhados entre duas ou mais espécies. Exemplo: Um exemplo clássicoé a presença de membros nas cobras, sendo esta condição plesiomór�ca modi�cada à sua ausência (ou transformada em órgãos vestigiais). IV – Plesiomor�as Figura 05: Cladograma com a representação ilustrativa de plesiomorfia, sinapomorfia e autapomorfia. São os caracteres mais recentes, chamados também de derivados, entre duas ou mais espécies. Exemplo: A presença da carioteca em determinadas células, sendo esta condição apomór�ca à sua ausência. V – Apomor�as Ocorre quando o estado derivado de um caractere (apomor�a) é apresentado (compartilhado) em duas ou mais espécies, sugerindo que elas vieram de uma espécie ancestral comum e exclusiva, na qual o estado primitivo se modi�cou durante a anagênese, no estado derivado. VI – Sinapomor�a Figura 05: Cladograma com a representação ilustrativa de plesiomorfia, sinapomorfia e autapomorfia. Ocorre quando o caractere derivado está presente, de forma exclusiva, somente no táxon terminal de um cladograma. Esta situação nos permite identi�car os grupos em espécie, gênero e família, pois se apresenta somente em um grupo destes. Exemplo: O exemplo clássico desta situação é o único dedo funcional dos equídeos, sendo a presença dos cinco dedos uma condição plesiomór�ca. VII – Autapomor�a Figura 05: Cladograma com a representação ilustrativa de plesiomorfia, sinapomorfia e autapomorfia. Corresponde ao surgimento de caractere semelhante entre duas ou mais espécies que não possuem relação próxima geneticamente, mais voltado a um atributo ambiental. Exemplo: o caractere asa numa abelha e em um morcego. VIII – Homoplasia Formado por uma espécie ancestral e todas as suas descendentes, ou seja, é um grupo natural que resultou do estrito processo evolutivo do grupo. Outro nome de grupo natural ou mono�lético é clado. IX – Grupo mono�lético Parece difícil? Não se assuste, pois é muito fácil quando usamos isso de forma rotineira. O que é importante que você saiba é que a reconstrução de um padrão �logenético de um grupo ocorre a partir da identi�cação dos estados de caracteres derivados compartilhados, ou seja, a partir das sinapomor�as. Desta forma, as mudanças podem ser reconhecidas através das diferenças e similaridades nas características dos organismos relacionados (Garcia, 2018), que é o princípio utilizado por Hennig para construir os cladogramas, que são os resultados das análises �logenéticas. 3 Para �nalizar nossa aula, tenha claro que as mudanças da Vida na Terra, tanto em termos de diversi�cação quanto em termos de evolução, são intimamente relacionadas à dinâmica do próprio planeta, expressada pela atividade tectônica (deriva continental, grandes províncias ígneas que alteram o clima). Como estas mudanças que a vida sofre não são lineares, assim como as transformações da Terra, as extinções em massa surgem como forma da vida continuar a evoluir, permitindo novas características, novas funções e novos grupos mais complexos. Atividade 1. Explique a importância das extinções em massa para a evolução da vida. 2. Assinale a alternativa que corresponde ao período da extinção em massa em que ocorreu o maior de todos os vulcanismos já veri�cados no planeta, os Siberian Traps: a) Permiano b) Cretáceo c) Triássico d) Ordoviciano e) Devoniano 3. Qual é o estado dos caracteres representados pelos números 1 e 2 e pelas letras b, c e d nos cladogramas abaixo? Figura adaptada de: Wikimedia Commons <https://commons.wikimedia.org/w/index.php? search=plesiomorfia&title=Special%3ASearch&profile=default&fulltext=1#/media/File:Plesiomorfia.png> . Acesso em: 13 nov. 2018. NotasReferências http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0049/aula5.html https://commons.wikimedia.org/w/index.php?search=plesiomorfia&title=Special%3ASearch&profile=default&fulltext=1#/media/File:Plesiomorfia.png Cinco grandes extinções em massa na história do Éon Fanerozóico 1 Conhecidas como Big Five. Sauropsídeos 2 Grupo que inclui todos os répteis atuais e aves. Hennig 3 Investigador alemão que propôs a metodologia. ALCOBER, O. A.; MARTINEZ, R. N. A new herrerasaurid (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Triassic Ischigualasto formation of northwestern Argentina. ZooKeys, 2010. Disponível em: <https:// www.ncbi.nlm.nih.gov/ pmc/ articles/ PMC3088398/ <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3088398/> >. Acesso em 30 nov. 2018. AMORIM, D.S. Fundamentos da Sistemática Filogenética. São Paulo: Holos, 2002. BENTON, M.J.; NEWELL, A.J. Impacts of global warming on Permo-Triassic terrestrial ecosystems, 2014. 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Assista a explicação de como ler um cladograma <https://www.youtube.com/watch?v=GfCfuhTz3is> . https://www.researchgate.net/publication/266741338_Atlas_of_Permo-Triassic_Paleogeographic_Maps_Mollweide_Projection_Maps_43_-_52_Volumes_3_4_of_the_PALEOMAP_Atlas_for_ArcGIS_PALEOMAP_Project_Evanston_IL https://www.researchgate.net/publication/223786796_The_Great_Ordovician_Biodiversification_Event_GOBE_The_palaeoecological_dimension https://www.youtube.com/watch?v=hQFgtEnSHzE&t=150s https://www.youtube.com/watch?v=GfCfuhTz3is