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extinção e o registro fóssil

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Introdução 
A extinção é fundamental para a transformação da biota como um processo natural da evolução. Ao longo do tempo geológico estão distribuídos diversos eventos de extinção em massa apontados pelo registro fóssil, que mesmo imperfeito, fornece informações importantes sobre a variedade de vida que já existiu no planeta, no entanto, fornece informações fragmentadas de modo que nunca saberemos a real história e desenvolvimento da vida numa totalidade. 
Embora existam limitações para determinar as possíveis causas das extinções por meio das espécies fósseis, hipóteses indicam condições parecidas com as causas atuais para extinção, como: Destruição ou degradação de habitat; Extermínio em decorrência de extinções anteriores; Invasão de habitat por espécies agressivas ou competidoras; Introdução de elementos patogênicos; Caça ou matanças deliberadas por ação antrópica; Eventos catastróficos localizados ou globais. 
As causas de extinção podem ser de caráter ambiental, ecológico ou histórico-biológico, sendo que são muitas vezes fatores independentes. 
Fatores Relacionados às extinções
Há três modalidades básicas de ocorrência consideradas independentemente das causas de extinção das espécies:
Pseudo-extinção ou extinção filética: quando as transformações genéticas ao longo do tempo geram novas espécies (especiação);
Extinção de fundo: extinções "normais", as que ocorrem corriqueiramente com o passar do tempo com as relações interespecíficas e com as interações com o ambiente.
Extinções em massa: quando um número alto de espécies são eliminadas em um curto período do tempo geológico, abrangendo grandes áreas ou até todo o globo.
É preciso analisar as extinções considerando que apenas uma parcela das espécies foram fossilizadas e a exploração desses fósseis é também ínfima. Alguns fósseis nunca foram e nunca serão descobertos, portanto, não há certeza de quando uma espécie ou grupo taxonômico se extinguiu. Isto se justifica ao ponto que a Paleontologia é uma ciência e a ciência é por natureza autocorretiva. O "efeito Lázaro", por exemplo, descreve casos em que espécies já consideradas extintas, são redescobertas após longa ausência de registro fóssil. 
O desaparecimento de espécies é um fenômeno natural, no entanto, as extinções em massa ganham destaque pela sua importância na história da vida. Essas extinções fogem ao conceito Darwiniano de seleção natural, acontecem em decorrência de eventos catastróficos aleatórios e carregam grande poder de modificação dos rumos da evolução. Apesar de serem brutais, provocando alterações radicais da biota mundial, são importantíssimas na renovação evolutiva, pois fornecem um ambiente completamente diferente para novas possibilidades de vida. 
Cotidianamente a sobrevivência de um grupo depende do seu grau de adaptação para determinadas condições, seguindo os padrões da seleção natural. Já em tempos catastróficos, a sobrevivência depende do acaso, se o grupo está no lugar certo, na hora certa. 
As extinções em massa se repetiram na história em diferentes graus de intensidade. É preciso, portanto, critérios para definir o que é extinção em massa, as opiniões variam há tempos. George Cuver (século XVIII/XIX) ao estudar as sucessões faunísticas na Bacia de Paris já imaginava os eventos de extinção em massa. John Phillips (1860) reconheceu dois períodos de crise biótica no Paleozóico e no fim do Mesozóico, para ele essas duas crises sinalizavam o fim de duas eras e dividiam o registro estratigráfico em três grandes blocos. Jack J. Sepkoski (1980) sugeriu que o critério para considerar uma extinção em massa seria: 15% das famílias eliminadas em até 15 milhões de anos, com abrangência planetária. Além disso, seu estudo de levantamento das famílias de animais marinhos gerou uma curva da diversidade ao longo do tempo. Com essa curva, foi possível identificar cinco grandes episódios de extinção em massa da vida marinha, que afetaram também a flora e fauna terrestres então existentes. 
Apesar das grandes baixas, percebe-se uma tendência ao aumento de biodiversidade, que leva cerca de 10 milhões de anos para se restabelecer após cada evento de extinção. 
As Causas das Extinções
As causas das extinções são ainda mais complexas, neste sentido se apresentam de forma enigmática, com vários graus de confirmação e podem ser combinadas para que hipóteses sejam formadas de modo mais consistente possível. As principais causas citadas são: 
Erupções vulcânicas de grande intensidade e duração, com derrames de lavas atingindo volumes de milhares de quilômetros cúbicos e colossais quantidades de gases (CO2) e (SO2).; 
Impactos de grandes meteoritos ou cometas;
Emissões maciças de dióxido de carbono ou metano, possivelmente devidas a liberação de gases existentes em depósitos no fundo dos mares;
Anoxia dos mares;
Variações intensas de temperatura, devido a efeito estufa ou a glaciações em ampla escala;
Variações acentuadas na composição da atmosfera (proporção de oxigênio, dióxido de carbono e óxidos de enxofre).
Várias dessas possíveis causas estão relacionadas mesmo que indiretamente com a movimentação do manto terrestre. Há segurança em assinalar a correlação entre as possíveis causas e os episódios de extinção em massa, é inegável a relação entres as cinco grandes extinções e a redução do nível dos mares, por exemplo. 
As Extinções ao Longo do Tempo Geológico
Os cinco episódios de extinção em massa ocorreram ao longo do tempo geológico em diferentes intensidades, a seguir uma pequena descrição de cada uma:
- Ordoviciano: segundo evento mais intenso, atingiu essencialmente a biota marinha. Cerca de 30% das famílias existentes, 50/60% dos gêneros e 80/85% das espécies então dominantes, incluindo trilobitas, graptolitos, crinóides, entres outros. Sua causa está relacionada a uma drástica redução do nível do mar após intenso período de glaciação;
- Devoniano: terceiro evento mais intenso, ocorreu na fase final do Devoniano, durou cerca de 3 milhôes de anos, atingiu a vida marinha, especialmente as de baixas latitudes. Estima-se que 14/38% famílias e 70/83% das espécies marinhas foram eliminadas, entre elas foraminíferos bentônicos, corais, braquiópodes, entre outros. Ocorreu ainda grande declíneodas vegetação terrestre. A extinção devoniana ocorreu quando os primeiros vertebrados astavam conquistando o ambiente terrestre, é interessante imaginar o que teria acontecido se nossos ancestrais também tivessem sido extintos. As causas são incertas, mas o mecanismo que mais satisfaz os aspectos ecológicos dessa extinção é a queda acentuada de temperatura aliada a anoxia nos mares;
- Permiano: evento de maior intensidade, afetou tanto a vida marinha quanto a vida terrestre, sendo considerada a maior crise biótica da história da vida no planeta. Ao todo, estima-se que foram exterminadas 50/75% das famílias, 82/83% dos gêneros e 80/96% das espécies então existentes. Na vida marinha os atingidos foram amonóides, trilobitas, briozoários... na terrestre extinguiram-se todos os répteis basais, exceto os procolofonídeos, quase todos os anfíbios labirintodontes, e a maior parte dos terápsidas. Um notável sobrevivente foi o dicinodonte Lystrosaurus, que prosperou sem seus predadores, espalhando-se pelo mundo. Sua causa é relacionada a extremo vulcanismo, ocorrido na atual Sibéria. Acredita-se que 3 a 4 milhões de quilômetros cúbicos de lava foram ejetados, provocando efeito estufa, aumento de dióxido de carbono, aumento da temperatura, liberação de metano do fundo dos mares, redução do nível de oxigênio atmosférico (seres vivos literalmente sufocados). Após o evento maciço de extinção, os sobreviventes deram origem a uma fauna típica do Triássico que desaperareceu ao longo desse período. Em sua fase final, os principais componentes da fauna no restante do Mesosóico surgiu, principalmente os répteis marinhos, dinossauros, crocodilomorfos, pterossauros, tartarugas, anuros e mamíferos;
- Triássico: quarto evento mais intenso, ocorreu gradualmente. Presume-se que foram extintas 53% dos gêneros e 80%das espécies. Eliminou todos os tecodontes, rincocefalianos e dicinodontes. Apenas mamíferos, alguns cinodontes carnívoros de pequeno porte sobreviveram até o fim do Jurássico. A vida marinha foi fortemente atingida com a eliminação de amonóides, molucos bivalvos e gastrópodes. Sua causa é atribuída a atividade vulcânica e aquecimento global, com indícios de aumento de dióxido de carbono;
- Cretáceo: quinto evento mais intenso, muito notada pela extinção dos dinossauros. Ao todo de 210 famílias do período, 60% se extinguiram. Na vida marinha eliminou foraminídeos plantônicos, equinóides, esponjas, répteis marinhos. Há evidencias de extinção de grande parte da vegetação, com aumento da presença de esporos, embora a vegetação em latitudes médias e altas tenha sido pouco afetada. Inúmeras espécies já sofriam ao longo dos anos com extinções e os cataclísticos ocorridos no fim da era foram o golpe final. As causas propostas são impacto de um enorme meteorito, derrame de lavas, recuo seguido de forte transgressão do mar, efeito estufa e redução do oxigênio atmosférico. Não há dúvidas sobre o impacto de um grande meteorito, mas discute-se as reais proporções que ele causou na vida planetária. Essa extinção tem grande significação biológica pois proporcionou a irradiação adaptativa dos mamíferos e aves modernas, a partir da extinção dos grandes répteis. 
Conclusão
Apesar da extinção ser um processo natural da evolução, cabe alertar o aceleramento dos processos de extinção e que possivelmente para a sexta grande extinção em massa na Terra devido as ações antrópicas. Com a ampla e rápida ocupação de espaços físicos do planeta, generalizada alteração dos ambientes, a intensa eliminação de ecossistemas naturais, devastorda pressão sobre as demais formas de vida e o uso insustentável dos recursos naturais, a biosfera encontra-se em processo de empobrecimento semelhante aos das grandes extinções passadas. É importante reconhecer e lamentar a situação enquanto causadores dessa realidade. É possivel dizer, sem exageros, que vivenciamos o encerramento do Cenozóico e o limiar da Era Antropozóica.

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