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Vict�ria Kar�line Libório Card�so Br�nqui�lite viral Introdução A bronquiolite viral aguda costuma ser o primeiro evento de sibilância causado por vírus em crianças menores de 2 anos, causado por infecção viral das vias aéreas inferiores. Caracterização: inflamação aguda, edema e necrose do epitélio das pequenas vias aéreas, com aumento da produção de muco e de broncoespasmos. ● Quadro agudo de obstrução das vias aéreas inferiores. ● O ar entra com facilidade no pulmão mas tem dificuldade na expiração, por isso a criança hiperinsula. ● Presença de sibilos. Quadro vacinal: verificar influenza, penta (haemophilus influenzae, pneumococo…). Etiologias: ● Principal: Vírus Sincicial Respiratório (VSR) - 80% dos casos. ○ A infecção por VSR não confere imunidade permanente, por isso as reinfecções são comuns. ● Metapneumovírus humano (MPVH): causam infecções mais leves, embora possa ser mais grave em crianças com comorbidades. ● Rinovírus: é o provável desencadeador de exacerbação da asma e causador de BVA em lactentes. ● Parainfluenza: tem um espectro de doença semelhante ao do VRS - ocorre principalmente nos primeiros 6 meses de vida. ● Adenovírus: é o menos frequente e com pior prognóstico, cerca de 30-60% dos casos evolui para bronquiolite obliterante pós-infecciosa. Principal forma de transmissão: aerossóis de grandes partículas em distâncias pequenas ou através da contaminação da mão na mucosa ocular ou nasal. ● A secreção nasal permanece infectante por 30 minutos em roupas ou tecidos e por mais de hora em luvas contaminadas. ● Em superfícies dura o período de transmissão pode ser de até 12h. ● A transmissão tem início antes do aparecimento dos sintomas. Período de incubação: 2-8 dias. Vict�ria Kar�line Libório Card�so Fatores de risco para desenvolvimento de doença grave: ● Prematuridade. ● Doença pulmonar ou cardíaca crônica. ● Baixa idade. ● Exposição ao tabaco. Elevado risco de gravidade: ● Cardiopatia. ● Imunodeficiência. ● Prematuridade. Epidemiologia Em geral, a BVA por VRS atinge crianças até os 2 anos de idade, com pico entre 3 e 4 meses, sendo mais incidente no sexo masculino. ● O sexo masculino é um fator de risco para a ocorrẽncia de infecção e mais mortalidade. A maioria das infecções é de quadros leves, mas o primeiro contato com o vírus no início da vida é de alta morbidade. Crianças com maior risco de hospitalização: ● Baixa idade (< 6 meses). ● História de prematuridade. ● Baixa saturação de oxigênio. ● Taquipneia. ● Esforço respiratório. ● Presença de atelectasias. Fisiopatologia 1. Contato com mãos ou objetos contaminados. 2. Invasão do vírus na mucosa respiratória. 3. Início das replicações. 4. Primeiros sintomas. 5. (após 1-3 dias dos primeiros sintomas) Aspiração de secreções ou disseminação pelo epitélio respiratório = infecção das vias aéreas inferiores. 6. Necrose e proliferação do epitélio bronquiolar, com destruição de células ciliadas (o que facilita acúmulo de exsudato). 7. Infiltração inflamatória peribronquiolar e edema. 8. Obstrução dos bronquíolos. Quadro clínico Tem início agudo, com sinais de infecção de vias aéreas superiores, evoluindo para obstrução de vias aéreas inferiores (“tosse com chiado” e sinais de dificuldade respiratória). ● Presença de coriza hialina e tosse. ● Febre baixa, quando presente. ○ Quando a infecção é por adenovírus a febre tende a ser mais elevada. Vict�ria Kar�line Libório Card�so Entretanto, a maioria das infecções por VSR não são graves e cursam com melhora em até 3 dias. Apenas em casos mais graves que há evolução com insuficiência respiratória e hipoxemia. ● Surgimento de taquipneia, tiragem intercostal e sibilância. ● Complicação mais grave: bronquiolite obliterante - tem associação com o adenovírus. Sinais e sintomas: ● Espirros, coriza, febrícula, tosse, congestão nasal… ● Taquipneia, com o tempo de inspiração menor que o de expiração. ● Dispneia. ● Sibilância. ● Hiperinsuflação. ● Crepitações. ● Aumento do tempo expiratório. ● Atelectasia de pulmão. Avaliação clínica do lactente: ● Deve-se observar a repercussão dos sintomas respiratórios na alimentação e na hidratação, além da resposta à medicação instituída. Complicações: ● Insuficiência respiratória e apnéia. ● Pneumotórax ou pneumomediastino. ● Alterações eletrolíticas, principalmente hiponatremia. Sequela longo prazo - Bronquiolite obliterante pós-infecciosa - Adenovírus: ● Proliferação de fibroblastos e de colágenos. ● Obstrução fixa ao fluxo aéreo. Diagnóstico O diagnóstico de bronquiolite aguda é essencialmente clínico. Exame físico: ● Aumento da frequência respiratória. ● Sinais de esforço respiratório. ○ Retrações esternais, intercostais e diafragmáticas, batimentos de asas nasais e gemidos expiratórios. ● Aumento do tempo de expiração. ● Sibilos expiratórios. ● Crepitações difusas. Vict�ria Kar�line Libório Card�so ● Cianose. ● Aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax - casos mais graves. ● Por conta da dificuldade de ingestão oral e pelas perdas decorrentes da taquipneia e dos vômitos, alguns lactentes apresentam desidratação. Exames complementares: os exames laboratoriais não são indicados rotineiramente na avaliação do paciente com BVA. ● Raio-X: não é necessário. ○ Presença de infiltrados. ○ Retificação de arcos costais → pulmão hiperinsuflado. ○ Para prever complicações procura-se: atelectasias, edemas, pneumotórax… para prever possíveis complicações. ○ Importante para excluir outros diagnósticos. ● Hemograma completo: avaliação do estado geral (interno) da criança - principalmente para desidratação. ○ Infecção viral = linfocitose. ○ Exclui suspeitas de sepse. ● Oximetria de pulso: importante para detectar hipoxemia. ● RT-PCR: avaliação do estado inflamatório - NÃO é específico. ● Para detecção do antígeno: imunofluorescência das secreções respiratórias, obtidas por aspirado nasal. Diagnósticos diferenciais: ● Principal diagnóstico diferencial: asma. ● Pneumonia viral. ● Coqueluche. ● Insuficiência cardíaca em portadores de cardiopatia congênita. ● Tuberculose. ● Malformações congênitas. Tratamento e prevenção Tratamento: Vict�ria Kar�line Libório Card�so ● Sintomáticos. ● Fluidificar as secreções. ● Hidratação adequada. ● Oxigenoterapia (quando necessário - O2 < 92%). ● Nebulização apenas com soro. ● Evitar aspirações. ● Corticosteróides NÃO estão indicados no tratamento da BVA leve ou moderada. Indicações de internação: ● Comprometimento do estado geral - desidratação. ● Episódios de apneia. ● Cianose. ● Idade menor que 6 semanas. ● Doenças subjacentes → cardiopatia, pneumopatia, doenças neuromusculares. ● Saturação O2 < 92%. ● Indicação social: dificuldade de reavaliação. Prevenção: ● NÃO há vacina para VSR. ● Evitar exposição extrema da criança menor de 6 meses - principalmente a aglomerados de pessoas e a fumantes. ● Cuidados no ambiente hospitalar, principalmente se houver contato com crianças pequenas. ● A imunização passiva pode ser por uso do anticorpo monoclonal humanizado (palivizumabe) - tem se mostrado eficaz na prevenção de doenças graves pelo VSR.
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