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Diagnóstico laboratorial dos distúrbios da coagulação Prof.ª Msc. Camila Amato Montalbano Doutoranda do PPGDIP-UFMS Coagulograma Para avaliação do coagulograma existem testes voltados: Hemostasia primária: Tempo de sangramento Prova do laço Contagem de plaquetas Agregação plaquetária Tempo de Sangramento (TS) Este teste fundamentalmente irá avaliar a capacidade da plaqueta. Tempo de sangramento Este teste é usado para medir a duração do sangramento após uma incisão de pele. O tempo de sangramento é medido por 4 métodos: Duke, Ivy, gabarito, ou gabarito modificado. O tempo de sangramento depende da elasticidade da parede do vaso sanguíneo ou da quantidade e capacidade funcional das plaquetas. Apesar deste teste ser usualmente efetuado em pacientes com histórias pessoais ou familiares de desordem de sangramento, ele também é útil para rastreamento pré-operatório, junto com uma contagem de plaquetas. Ele raramente é recomendado quando a contagem de plaquetas é < 75.000/microlitro. TS Avaliar a função hemostática global. Detectar desordens congênitas e adquiridas de função plaquetária. Jejum não necessário. Valores de referência conforme método Método de Duke: 1 a 3 minutos; Método de Ivy: 1 a 7 minutos; Método do gabarito: 2 a 8 minutos; Método do gabarito modificado: 2 a 10 minutos. TS pelo método de Duke METODOLOGIA: •Utilizar lanceta descartável •Realizar uma pequena lesão no lóbulo da orelha ou no dedo •Seca o local da lesão a cada 30 segundos •Medir o tempo até parar o sangramento Achados anormais- TS Um tempo de sangramento prolongado pode indicar uma desordem associada com trombocitopenia como, por exemplo, Doença de Hodgkin, leucemia aguda, coagulação intravascular disseminada (CID), púrpura de Henoch-Schönlein, doença hepática grave ou deficiência grave dos fatores I, II, V, VII, VIII, IX e XI. Um tempo de sangramento prolongado em uma pessoa com uma contagem normal de plaquetas sugere uma alteração de função e necessita investigação adicional, com outros testes de função plaquetária Prova do laço Este teste irá avaliar fundamentalmente a resistência dos capilares sanguíneos. A plaqueta produz fatores mitogênicos que estimulam o fortalecimento vascular METODOLOGIA: Fazer marcação no braço 2,5 cm x 2,5 cm Submeter o braço a um garroteamento durante 5 minutos Prova do laço Se usar esfignomanômetro, ajusta-lo em 80 mmHg Após os 5 minutos observar a formação de pequenas manchas avermelhadas (petéquias) Contagem global de plaquetas Realizada para avaliar o número de plaquetas circulantes Contagem em câmara de Neubauer Contagem global de plaquetas Contar os campos H1, H2, H3, H4 e H5 REFERÊNCIA: 150.0 a 300.0 plaquetas/mm3 de sangue. Retração do coágulo Avalia a capacidade da plaqueta em retrair o coágulo após a sua formação pelos mecanismo hemostáticos. COÁGULO = Elementos figurados envoltos numa rede de fibrina Retração do coágulo Trata-se de um método quantitativo O percentual de retração do coágulo é representado pelo volume do soro obtido após coagulação Material Tubos cônicos (com arame espiral) Amostra de sangue sem anticoagulante Banho maria Relógio Centrifuga Retração do coágulo Coletar 5 ml de sangue sem anticoagulante Transferir para o tubo cônico Anotar o volume de sangue Colocar o arame em espiral Após coagulação colocar o tubo em banho-maria a 37º C por 1 hora Retirar o arame com o coágulo Centrifugar o tubo Medir o volume do soro Cálculo para obtenção do RC: Correção do RC: Em pacientes anêmicos o coágulo pode ficar muito retraído necessitando de uma correção Coagulograma Hemostasia secundária: Tempo de Protrombina (TAP ou TP) Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA ou TTP) Tempo de Coagulação (TC) TAP Tempo de protrombina (TP) ou tempo de atividade da protrombina (TAP) Avalia a via extrínseca da coagulação. Em outras palavras, é um exame usado para determinar a tendência de coagulação do sangue. Valor de referência 11 a 14,6 segundos. Quanto maior for o TP, menor será a concentração de protrombina no sangue. O TP mede os fatores II, V, VII, X e o fibrinogênio. Como quatro fatores da via extrínseca são vitamina K dependentes (fatores II, VII, IX e X) o teste é também muito usado para monitoramento do uso de anticoagulantes orais. Metodologia TAP O sangue é colhido em tubo contendo citrato de sódio que age como anticoagulante. Após a coleta a amostra de sangue é centrifugada para se obter o plasma sanguíneo (parte líquida obtida após a centrifugação do sangue). https://www.youtube.com/watch?v=TghW21HRtb4 TAP Atualmente o TP é feito por aparelhos automatizados. O aparelho a 37°C pega uma parte de plasma e adiciona automaticamente cálcio que reverte o efeito do citrato o que permite que ocorra a coagulação. Fator tissular também é adicionado à amostra e o tempo que a amostra leva para coagular é medido opticamente O TP apresentara-se aumentado em casos de: Deficiência de fibrinogênio Dos fatores da via extrínseca Pacientes com deficiência de vitamina K (II,VII e X) O TP é a determinação do tempo de coagulação de um plasma citrado TTPA O Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) auxilia na avaliação da via intrínseca e via comum que envolvem os fatores de coagulação I, II, V, VIII, IX, X, XI e XII. O TTPa é usado também para monitorar a terapia com heparina. TTPA Envolve a medição da quantidade de tempo que leva para um coágulo se formar em uma amostra de plasma que recebeu adição de cálcio e de tromboplastina parcial. Neste exame produtos químicos são adicionados para padronizar e acelerar o teste. O tempo médio para coagulação apenas com a tromboplastina parcial (TTP) é de 60-90 segundos. Quando as substâncias químicas são adicionadas (TTPa) o tempo diminui para 25-39 segundos. Velocidade de hemossedimentação (VHS) Mede o grau de sedimentação de glóbulos vermelhos em uma amostra de sangue durante um período específico. O VHS é um teste muito sensível, porém não específico, que é freqüentemente o primeiro indicador de doença quando outros sinais químicos e físicos estão normais. O VHS comumente aumenta significativamente em doenças inflamatórias disseminadas: as elevações podem ser prolongadas em inflamação localizada e câncer. Monitorar doença inflamatória ou maligna. Auxiliar na determinação e diagnóstico de doenças ocultas tais como tuberculose, necrose tecidual ou doença do tecido conectivo. VHS Jejum de 4 horas. Valores de referência Método: Westergreen, sistema automatizado O VHS normal varia de 0 a 10 mm/hora em homens e de 0 a 15 mm/hora em mulheres. Achados anormais O VHS aumenta na gravidez, anemia, inflamação aguda ou crônica, tuberculose, paraproteinemias (especialmente mieloma múltiplo e macroglobulinemia de Waldeströn), febre reumática, artrite reumatóide e algumas malignidades. A policitemia, anemia falciforme, hiperviscosidade e baixos níveis de fibrinogênio plasmático ou de globulina, tendem a deprimir o VHS. Obrigada!!!!!! montalbano.c@hotmail.com
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