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Aula 02 - Exploração, conquista e colonização

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AULA 1 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Geografia e História do Estado de Rondônia: 
Exploração, conquista, ocupação e colonização da 
Amazônia; submissão do indígena e resistência 
escrava. Mercantilismo e políticas de colonização 
dos Vales do Madeira e Guaporé. 
1 
2. Questões comentadas 24 
3. Lista de questões 30 
4. Gabarito 35 
 
1. Geografia e História do Estado de Rondônia: Exploração, 
conquista, ocupação e colonização da Amazônia; submissão 
do indígena e resistência escrava. Mercantilismo e políticas 
de colonização dos Vales do Madeira e Guaporé. 
 
 O processo de formação territorial brasileiro possui, desde a 
sua origem, a má distribuição da terra e a exploração de seu povo 
(leia-se: camadas mais baixas) como estrutura fundamental. A 
partir do momento no qual chegam ao nosso território 
conquistadores vindos da Europa, o objetivo mais importante que 
então passa a permear a ideia constituidora do que seria o Brasil é 
justamente a manutenção do domínio sobre terras conquistadas e a 
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escravização da maior quantia dos “não civilizados”, que eram os 
nativos da terra, índios, ou negros trazidos do continente africano. 
 
Tendo essa ideia em mente, o território brasileiro se estrutura, 
em princípio, como uma imensa área que possibilitaria a exploração 
de inúmeras riquezas naturais. Essa perspectiva, todavia, não 
permaneceu por muito mais que trinta anos, contados da chegada 
dos primeiros colonizadores. Passava-se, então, dentro do 
panorama do capitalismo comercial, à exploração agrícola das terras 
conquistadas. É, assim, que fica iniciada a estruturação do território 
que hoje conhecemos como Brasil. 
 
 Dentro dessa concepção, a constituição do espaço brasileiro foi 
sendo conduzida, de modo geral, por uma pequena elite que 
imaginou esse espaço primordialmente como uma espécie de 
desenho. Isso porque o principal objetivo dessa elite, naquele 
momento, era ter o controle sobre determinados recortes espaciais, 
não se preocupando, em nenhum momento, com a vida que já 
existia anteriormente no território. Dessa forma, percebe-se que o 
sentido maior era o controle sobre o terreno, sua gente e riquezas. 
O Brasil foi, num primeiro instante, controlado pela metrópole 
portuguesa e, em seguida, o controle passa aos herdeiros diretos e 
indiretos dela, mostrando que o Brasil era um enorme espaço a ser 
dominado. 
 
 De modo geral, imaginava-se que, mesmo com a dominação 
e, talvez, por causa dela, o gigantesco território físico, com suas 
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riquezas ou conhecidas ou imaginadas, poderia ser protegido de 
outras nações e de sua própria população, nativa, negra e, depois, 
imigrante. Importa ressaltar também que não houve a pretensão de 
se constituir uma sociedade. Queria-se, na realidade, o absoluto 
domínio sobre as terras e suas riquezas, bem como a exploração da 
população pobre como mão de obra para a ocupação e conquista 
territorial. 
 
Dentro desse contexto, a Amazônia, e o território do atual 
estado de Rondônia, não vivenciou um processo distinto do contexto 
brasileiro de maneira geral. Nesse sentido, a população indígena 
local foi dominada, ou seja, escravizada, expropriada e, em muitas 
ocasiões, massacrada. Na verdade, os índios amazônicos, por todo o 
período de colonização, foram explorados pelas missões jesuíticas 
ou por outros colonizadores. 
 
No período do Império e da República, quando ocorrem os 
ciclos da borracha, além das já conhecidas explorações de índios e 
caboclos nativos da região, também são trazidos para a Amazônia, 
aproximadamente meio milhão de nordestinos. Os nordestinos já 
formavam uma população explorada em sua região de origem, mas, 
ma região amazônica, mais especificamente em seus seringais, 
transformaram-se em escravos de si, uma vez que foram quase que 
completamente abandonados numa região estranha ao seu modo de 
vida. Apesar disso, a produção desses nordestinos foi utilizada não 
para seu enriquecimento, mas dos seringalistas. 
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Dessa forma vai se dando a configuração do território e da 
sociedade brasileiro e amazônico, onde ocorre também a formação 
do território e da sociedade rondoniense. A área que forma o estado 
de Rondônia foi, num primeiro momento, retiradas dos índios pelos 
seringalistas. Depois, vieram o Estado e também o capital que se 
tornaram agente exploradores tanto de índio quanto de garimpeiros, 
posseiros, seringueiros, ribeirinhos, entre outros. Outro sintoma da 
situação de exploração é que as próprias terras do estado ficaram, 
ao longo da história, controladas por uma oligarquia regional. 
 
Vemos, portanto, que ocorreu um processo historicamente 
excludente e que gerou diversas disputas pelo controle da terra. 
Essas disputas de modo geral fizeram de vítimas populações 
indígenas e outras que seguiram para o estado, durante todo seu 
processo de ocupação e formação territorial. No início do século XXI, 
as grandes extensões de terras dominadas por poucas pessoas e os 
conflitos oriundos dessa situação continuam em diversas zonas do 
território. Contudo, os movimentos oriundos da situação de disputa 
por terras conseguiram, por meio da atuação estatal, promover o 
assentamento de uma boa quantidade de trabalhadores rurais sem-
terra, embora o número de pessoas nessa situação ainda 
permaneça alto. 
 
Dentro desse panorama maior, compreender-se que tal 
processo de dominação espacial do país, de modo geral e, 
principalmente, em relação a Rondônia, reflete o processo maior de 
formação histórica do país. Nesse aspecto, para que tenhamos 
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compreensão da dinâmica de ocupação, é fundamental que se tenha 
uma contextualização desse processo de formação territorial estado 
entre os séculos XVII e XX. Isso porque se deve ter em mente que a 
conquista, a exploração e a ocupação do espaço agrário em 
Rondônia resultam de uma construção histórica, na qual devem ser 
considerados aspectos econômicos e sociais. 
 
Gostaria de separar para análise a formação espacial de 
Rondônia em dois períodos. 
 
Em primeiro lugar, devemos entender que o período de 1616 a 
1930, embora seja um espaço temporal bastante longo, é 
considerado de forma específica para a ocupação do território 
brasileiro como um todo e para o estado de Rondônia 
especificamente. A importância do ano de 1616 está na realização 
concreta da Corte portuguesa que buscou consolidar a posse do 
território amazônico a leste de Tordesilhas, avançando e 
conquistando, inclusive, além desse. 
 
Cabe ressaltar que a expulsão de holandeses e franceses da 
foz do rio Amazonas inicia uma nova fase para a conquista do 
território brasileiro por Portugal. Justamente o avanço português 
sobre a linha estabelecida pelo Tratado Tordesilhas que possibilitou 
a posterior demarcação do território de Rondônia, ainda sob 
controle da corte portuguesa. Devemos, então, perceber o processo 
mediante o qual progressivamente os colonizadores portugueses 
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conseguiram ir explorando terras, dominando povos, extraindo 
riquezas, tanto na Amazônia quanto em Rondônia especificamente. 
 
O outro período, que vai de 1930-1964, por sua vez, é 
fundamental, uma vez que contém a fase de planejamento para a 
ocupação do espaço do estado de Rondônia, sobretudo em relação 
ao governo Vargas. É justamente nesse momento em que se define 
a escolha do governo brasileiro pela urbanização e pela 
industrialização. Traçavam-se, assim, estratégias, e isso se dava em 
diversos estados, com o objetivo de implodir poder das oligarquias 
regionais e, a partir daí, consolidar um poder central que possuísse 
de fato o controle do Estado. O que acontecia, até 1930, era que as 
regiões eram dominadaspor oligarquias que, diante de interesses 
conflitantes, lutavam entre si e contra o governo, impossibilitando a 
tomada de decisões do centro do governo até as extremidades. 
Rondônia, nesse contexto, é definido, em 1943, com a criação do 
Território Federal do Guaporé. 
 
Desse modo, elementos, como, por exemplo, a produção de 
borracha em específico para a Segunda Grande Guerra e a produção 
de minérios, no qual se destacou a cassiterita, formaram a dinâmica 
em que se definiu a ocupação do território rondoniense, durante o 
período apresentado. Somada a esses elementos produtivos a 
necessidade de controlar as fronteira também foi importante para a 
constituição e a conformação do atual estado de Rondônia. 
 
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Mas voltemos aos primeiros momentos da ocupação territorial, 
para analisarmos suas especificidades. 
 
Entre os interesses que envolviam a delimitação do território 
de Rondônia devemos sublinhar a preocupação da Coroa portuguesa 
com a conquista, exploração e manutenção da maior área possível 
na região amazônica. Do mesmo modo que para o território 
brasileiro de maneira geral, várias ações e estratégias foram 
planejadas, sobretudo no que diz respeito ao domínio da área de 
abrangência do rio Amazonas. Inclusive, não apenas portugueses e 
espanhóis, mas também estrangeiros de outras nacionalidades, tais 
quias franceses, belgas, holandeses, ingleses, buscaram, desde o 
século XVI, as possíveis riquezas existentes na Amazônia. 
 
Acontece, também, pessoal, que, no primeiro século da 
chegada portuguesa, a região amazônica permaneceu praticamente 
inexplorada. Diante do ambiente difícil, muitos exploradores 
desistiam de avançar no território. Poucos viajantes, entre os quais 
Francisco de Orellana, Pedro Teixeira e o Barão de Von Humboldt, 
conseguiram penetrar o território. Desse modo, é somente a partir 
do século XVII que os portugueses irão se preocupar 
definitivamente com a conquista e defesa da Amazônia. 
 
Nesse sentido, temos um marco do interesse de Portugal na 
região amazônica que foi a expulsão dos holandeses do território do 
Maranhão, em 1616, e a posterior, e consequente, construção do 
Forte do Presépio. É a partir dessa situação que, mais 
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enfaticamente, a Coroa portuguesa passa a se preocupar com a 
conquista, exploração e manutenção do território amazônico no 
Brasil. Anteriormente, a população indígena já era escravizada pelos 
colonizadores e as riquezas naturais também já eram exploradas, 
todavia foi apenas nesse momento que a Coroa portuguesa deu 
apoio mais efetivamente a essas ações. Em razão disso, o território 
do estado de Rondônia virou alvo da exploração portuguesa, adiante 
dos limites traçados pelo Tratado de Tordesilhas. 
 
O domínio dos vales dos rios Guaporé Mamoré e Madeira, que 
atualmente delimitam o estado de Rondônia, aconteceu embasado 
nas ações de sertanistas e de bandeirantes, que se esmeiravam 
pelo território buscando riquezas e escravos indígenas, e de 
missionários, sobretudo, jesuítas. Foram justamente esses 
personagens que se responsabilizaram pela ocupação rondoniense. 
Mas é importante ressaltar que os interesses eram distintos: 
bandeirantes e sertanistas queriam basicamente riquezas minerais e 
naturais e, principalmente, a captura de índios; enquanto que os 
missionários possuíam como objetivo primeiro civilizar os povos 
nativos. 
 
As bandeiras tiveram enorme relevância no delineamento do 
espaço do atual estado de Rondônia, bem como na região Norte e 
Centro-Oeste. Primeiramente, na ocupação do território, a primeira 
bandeira a ser considerada é bandeira paulista de Antônio Raposo 
Tavares. Ele pretendia desbravar o oeste do território colonial e, 
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durante essa expedição, encontrar riquezas naturais e dominar 
índios. 
 
Já em 1647, uma bandeira cujo líder era Antônio Raposo 
Tavares sai da antiga vila de São Paulo em direção aos sertões 
brasileiros e aos altiplanos bolivianos até encontrar o rio Mamoré, 
chegando ao Madeira em meados do século XVII. Essa é 
considerada a primeira exploração de todo o curso do rio Madeira e 
regiões adjacentes. 
 
A bandeira de Raposo Tavares foi fundamental para 
estabelecer fronteiras que, em razão do Tratado de Madri, foram 
consolidas da maneira prévia. Contudo, cabe relembrar que essa 
mesma bandeira também escravizou uma enorme quantidade de 
índios e foi responsável pelo fim de inúmeras missões religiosas, 
principalmente, as missões espanholas que naquele momento 
avançavam gradualmente no processo de conquistar o vale do rio 
Guaporé-Mamoré. Podemos destacar, entre tais missões, que as 
mais atacadas foram as que estiveram relacionadas ao padre jesuíta 
espanhol Samuel Fritz, que era um exímio conhecedor da região e 
que organizou mais de 16 missões nas proximidades do Vale do 
Guaporé. 
 
Já a bandeira de Francisco de Melo Palheta foi fundamental 
para a ocupação do que seria o território rondoniense. Ele saiu de 
Belém em 1722, chegando até a foz do rio Jamari, afluente do 
Madeira, em 1723. Essa bandeira atingiu à Bolívia, procurando 
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consolidar a conquista portuguesa na região. Com apoio de 
Portugal, essa expedição foi realizada juntamente com missionários 
jesuítas. Entretanto, a expedição não deixou de assassinar enorme 
quantidade de índios no trajeto que fez. 
 
A expedição de Palheta teve o apoio dos missionários 
estabelecidos na foz do rio Madeira. Estes missionários constituíram 
a primeira vila que, partindo da foz do rio Amazonas, teve na sua 
base as ordens religiosas, em especial, a ordem dos jesuítas. Em 
1669, de acordo com Silva (1991), foi fundada a aldeia de 
Tupinambarana (ou Abacaxis), na foz do rio Madeira. A partir dessa 
aldeia, iniciam a subida por este rio, catequizando índios e criando 
outras aldeias. Percebe-se, portanto, que no princípio do século 
XVIII as atividades missionárias do Rio Madeira estavam 
concentradas em Abacaxis. 
 
Ainda no século XVIII, justamente com a divisão da Amazônia 
em territórios para missões, o padre João Sampaio fundou uma 
aldeia nas redondezas do Jamari, região que atualmente está em 
Rondônia. A aldeia de Sampaio teve sua fundação iniciada com a 
expedição de Palheta, o que teve a colaboração de padres jesuítas. 
Importante ressaltar que, assim como as bandeiras sertanistas ou 
militares, as missões jesuíticas desempenharam importante papel 
na demarcação da região amazônica em território brasileiro. 
Contudo, também nos cabe ressaltar a importância de uma análise 
do processo em que ocorreu a formação do território rondoniense. 
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Nesse processo, foram fundamentais, para a formação do 
estado de Rondônia, a procura pelas chamadas drogas do sertão, 
riquezas minerais, sobretudo ouro, e por índios escravizados ou 
civilizados, por missionários ou por bandeiras. Interessante destacar 
também que as aldeias jesuíticas eram as mais importantes 
causadoras de exploração e de comércio de drogas do sertão. Os 
índios capturados, por sua vez, eram profundos conhecedores da 
região amazônica e, desse modo, formavam uma mão de obra 
fundamental na procurar por especiarias que seriam 
comercializadas, posteriormente, com europeus. 
 
Dessa forma, vemos que a mão de obra indígena embasou a 
produção e a vida econômica na colônia. No vale os rios Madeira e 
Guaporé-Mamoré, a mão de obra indígena teve grande relevância, 
uma vez que nessa região se encontrava uma boa gama de 
especiarias, entre as quais se destacava o cacau nativo do local. 
 
Desde metade do século XVIII, aproximadamente, os vales 
dos rios Guaporé-Mamoré e Madeira já estavam sendo explorados e 
ocupados pelas missões jesuítas que, conforme estruturavam suasaldeias, transformavam-se nos principais comerciantes de drogas do 
sertão. 
 
Existia, ainda, nessas missões, um processo produtivo 
relativamente desenvolvido. Os índios que também detinham 
conhecimentos relacionamento às técnicas agrícolas já plantavam 
arroz, mandioca, batata, entre outras culturas. Assim, nessas 
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aldeias, além de serem autossustentáveis, possibilitavam aos 
jesuítas lucrarem. Porém, tais aldeias também se transformaram 
nos principais alvos de sertanistas que buscavam capturar e 
escravizar os índios. Após serem convertidos e domesticados pelos 
jesuítas, os índios viravam as principais vítimas de bandeirantes. 
 
Os índios eram capturados e transformados em escravos; 
depois se estabeleciam, principalmente, na região do baixo 
amazonas e do Maranhão, onde podiam se desenvolver e, a partir 
início do século XVII, possuir culturas de pecuária e de lavouras de 
algodão, tabaco e cana-de-açúcar. Nesse processo, houve violentos 
massacres de inúmeras etnias indígenas na Amazônia de forma 
geral e, mais especificamente, em território rondoniense. Assim, 
podemos compreender que a violência foi, nesse panorama, um 
símbolo de todo o processo de ocupação do território de Rondônia. 
Sendo que os primeiros a serem explorados e massacrados foram 
justamente as várias comunidades indígenas que habitavam o 
território a ser conquistado. 
 
Como vimos, as missões jesuítas formaram, na região de 
Rondônia, vilas, promovendo a constituição inicial de um grupo 
caboclo de agricultores e extrativistas. Ocorria, assim, lá pelo fim do 
século XVIII, um maior desenvolvimento de atividades agrícolas, 
sobretudo, no vale do Guaporé-Mamoré, onde se plantava arroz, 
mandioca e outros produtos de subsistência. Essa população 
cabocla, ainda inicial, concentrava-se também na extração da 
borracha, que eram um dos principais produtos fornecidos por ela. 
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 Nos últimos vinte e cinco anos do mesmo século, houve, 
porém, grandes modificações na exploração da borracha em toda a 
região do vale amazônico, inclusive com a presença de grande 
quantidade de índios e trabalhadores que vinham de outras regiões, 
sobretudo, do Nordeste. A borracha se tornava, desse modo, um 
dos mais importantes produtos comercializados no Brasil. 
 
 Há registros do uso da borracha em aldeias indígenas antes da 
chegada e da ocupação europeia na região amazônica. Na realidade, 
desde o século XVI, a borracha já compunha, em conjunto com 
algumas outras especiarias, as chamadas drogas do sertão. Embora 
já tivesse sido difundida na Europa, desde 1745, pelo francês La 
Condamine, a borracha não tinha o interesse especial por parte dos 
colonizadores europeus. Todavia, a partir das duas primeiras 
décadas do século XIX, esse produto passa a ser comercializado 
especificamente, inclusive gerando grandes lucros. Conforme foi 
sendo usada como impermeabilizante para botas e para outros 
materiais na Europa, a borracha passou a ser requisitada com 
frequência muito maior. 
 
 A partir de então, começaram a ser desenvolvidas inúmeras 
possibilidades de uso da borracha nos países europeus. A mais 
importante revolução no que diz respeito ao uso da borracha 
acontece, contudo, com a descoberta do processo de vulcanização, 
em 1842, por Goodyear (Estados Unidos) e Hancock (Inglaterra). A 
combinação da borracha com enxofre deu a ela maiores flexibilidade 
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e estabilidade, tornando-a resistente às variações de temperatura. 
Dessa forma, o produto passou a ser largamente utilizado na 
indústria, destacadamente, no revestimento dos aros de rodas de 
veículos. Já nos primeiros anos da década de 50 (século XIX) o 
automóvel difundiu-se largamente em toda a Europa e a borracha 
amazônica entrou em um período de demanda crescente. 
 
 Com isso, o vale amazônico, de maneira geral, e os vales do 
rio Madeira e Guaporé-Mamoré, especificamente do atual território 
rondoniense, foram sendo rapidamente colocados dentro desse novo 
panorama econômico. Levando-se em consideração todo o espaço 
produtivo amazônico, em 1827 já tinham sido exportadas mais de 
trinta toneladas de borracha, sendo que, algumas décadas depois, 
em 1880, o volume exportado chega à marca de sete mil toneladas 
do produto e à dezessete mil toneladas em 1887. Esse vertiginoso 
aumento acontece, sobretudo, em razão da imensa chegada de mão 
de obra nordestina, o que se tornou um fator fundamental para o 
aumento da produtividade de borracha. Essa transumância na 
região amazônica, durante o ciclo da borracha, acontece 
basicamente em razão da seca que atinge a população nordestina 
por vários anos seguidos, expulsando-a de sua região de origem. 
 
 Nos vales dos rios Madeira e Guaporé-Mamoré, a borracha já 
era explorada, na realidade, desde a primeira metade do século 
XIX, o que gerou um modo singular de vida e de relações sociais, 
econômicas e políticas. A estrutura de extração da borracha, da 
seringueira e do caucho, entre 1850 e 1870, convivia e aproximava-
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se bastante da coleta geral das demais drogas do sertão. As 
características de produção e valorização do espaço seguiram, via 
de regra, aquelas gerais da exploração da borracha em todo o vale 
amazônico. O ciclo da borracha, que se revestiu de extrema 
importância para a dinâmica territorial de Rondônia, pode ser 
delimitado, de forma aproximada, em dois períodos principais: 
Seringal Caboclo (1850- 1870) e Seringal do Apogeu (1870-1912). 
 
 Os grupos da região, sobretudo tapuios e caboclos, que 
estavam inseridos no contexto de coleta da borracha ficaram 
organizados no chamado Seringal Caboclo, que tinha em sua 
estrutura nuclear o sítio de seringa, baseado na mão de obra 
familiar local e nas relações comerciais itinerantes. Os seringueiros 
possuíam uma relação mais livre no âmbito do processo produtivo e 
de comercialização. Alguns seringueiros caboclos, em Rondônia, 
coletavam também o óleo de copaíba, a castanha e o cacau. 
Conformou-se, nesse curto período, uma produção de subsistência 
com base na extração de especiarias e da borracha. 
 
 Mas, na verdade, o grande estourou da produção de borracha, 
em Rondônia, ocorreu, contudo, somente entre 1870 e 1912, com 
base no Seringal do Apogeu. O processo produtivo desse seringal 
estava baseado na colocação, no trabalho individual importado e 
comércio fixo, controlado pelo barracão central. No inicio desse 
período, grande quantidade de nordestinos que já estavam 
trabalhando no Amazonas chegam ao vale do rio Madeira e, logo 
depois, aos vales do rio Abunã, rio Machado, rio Preto, rio Jamari, 
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rio Jaci-Paraná e rio Mutum-Paraná, todos afluentes do primeiro. 
Esses nordestinos vindos, principalmente, do estado do Ceará, 
estavam fugindo da seca que atingiu o semiárido nordestino durante 
os últimos vinte e cinco anos do século XIX. 
 
É fundamental ressaltamos que esses nordestinos fugiam, 
também, de uma estrutura agrária comandada por uma pequena 
oligarquia regional. Em outras palavras, eles enxergavam, na 
migração para a Amazônia, uma nova chance de conseguirem 
deixar a seca e de, concomitantemente, ter acesso à terra onde 
poderiam plantar e produzir. Entretanto, esse sonho daqueles 
nordestinos foi frustrado, porque, a partir de 1891, a Constituição 
fomentou uma enorme concentração de terras nas mãos da 
oligarquia agrária, tornando as terras indígenas devolutas e 
rateando-as entre as oligarquias regionais mato-grossenses e 
amazonenses. 
 
O território do atual estado de Rondônia não é uma das 
regiões de destaque na produção de látex durante o ciclo da 
borracha. O vale amazônico e regiões do atual estado do Acre e 
Bolívia tiveram uma produção totalbem mais elevada. Esse ciclo 
econômico, contudo, foi extremamente importante na organização 
agrária territorial do estado, sendo que ainda hoje podem ser 
sentidos seus reflexos. 
 
A principal e mais relevante herança do ciclo da borracha para 
Rondônia foi, sem dúvida, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré 
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(EFMM) e suas consequências para a dinâmica territorial do estado. 
A ferrovia possibilitou a criação de uma identidade própria ao 
território compreendido entre os vales do Madeira e do Mamoré e 
essa identidade foi uma das bases para a criação futura do Território 
Federal do Guaporé, posteriormente, Rondônia. 
 
No entanto, essa identidade se deu a partir das bases de 
exclusão social e exploração de caboclos e nordestinos migrados 
para o território. Lembrando, inclusive, que uma enorme quantidade 
dos trabalhadores da construção da Ferrovia Madeira-Mamoré era 
nordestina. Na verdade, a construção da ferrovia somente 
recrudesceu a situação que vigeu durante todo o ciclo da borracha 
na região amazônica. 
 
Todavia, conforme já vimos, enquanto a Madeira-Mamoré era 
inaugurada, a produção brasileira de borracha começava a declinar. 
O grande aumento na produção de borracha na Ásia tornou essa 
região a mais importante no fornecimento de borracha para o 
mundo, enfraquecendo consideravelmente as exportações 
brasileiras do produto. Com o declínio da borracha, seringueiros de 
toda a região amazônica deixaram a borracha, migrando para a 
extração de outros produtos. Isso, em Rondônia, fez com que 
tivessem ganho de importância a castanha e minérios, sobretudo 
cassiterita e ouro, possibilitando novas formas de organização 
produtiva. 
 
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Então, pessoal, é fundamental que nós percebamos que o ciclo 
da borracha foi o principal responsável, em Rondônia, por um 
período muito importante em relação à formação inicial da terra. A 
chegada de enorme quantidade de nordestinos, que, em outro 
momento, vão se tornar posseiros, foi relevante na estruturação 
territorial do estado, além da posse de grandes áreas tomadas por 
seringalistas, o que iria implicar a desigualdade sobre a posse de 
terras. Também merece destaque outra ação no processo de 
formação do território rondoniense, que se deu em conjunto com o 
ciclo da borracha, que foi a Comissão Rondon que, além da 
pacificação de algumas etnias indígenas, também traçou a base 
inicial do que hoje é a rodovia BR-364, que liga a região Amazônica 
ao Centro-Sul do país. 
 
A Comissão Construtora de Linhas Telegráficas de Mato Grosso 
ao Amazonas, ou Comissão Rondon, foi uma ação de enorme 
importância para a ocupação do atual território de Rondônia. Junto 
ao ciclo da borracha, ela foi responsável pela garantia dos limites a 
oeste do território brasileiro, pela pacificação de diversos grupos 
indígenas e pela delimitação dos caminhos iniciais pelos quais 
passaria a Marcha para Oeste, a partir da década de 1930, com 
Vargas. A região amazônica já tinha conseguido, nesse momento, 
alguma importância econômica em razão borracha e, justamente 
por isso, o governo brasileiro já intentava retirá-la do isolamento, 
levando linhas telegráficas até a Amazônia. 
 
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Para essa missão, o oficial do Corpo de Engenharia Militar, 
Cândido Mariano da Silva Rondon, foi o indicado para estender as 
linhas telegráficas no sentido oeste. A essa altura, Cuiabá já possuía 
ligação telegráfica com o Rio de Janeiro, restando então leva-la até 
o extremo oeste do país. A região rondoniense já possuía, então, 
certo desenvolvimento econômico, ligado à exploração da borracha, 
de uma pequena quantidade de metais preciosos e castanha. A 
preocupação do Governo, contudo, direcionava-se especificamente 
ao avanço de bolivianos sobre as terras do atual estado de 
Rondônia. 
 
Nesse sentido, foi pacificada uma imensa diversidade de etnias 
indígenas nos atuais estados de Mato Grosso e Rondônia. A real 
preocupação, no entanto, estava direcionada à ocupação e controle 
de um espaço ameaçado pelo país vizinho. Já se preparava, 
também, uma nova forma de exploração econômica, em vista do, 
então aparente, declínio da economia da borracha. 
 
Foram formados, por Rondon, de a partir dessa ideia, núcleos 
de povoamento (postos telegráficos) em Vilhena, Pimenta Bueno, 
Presidente Hermes, Presidente Pena (atual Ji-Paraná), Jarú e 
Ariquemes, cortando, em seu trajeto, os vales do rio Machado e do 
rio Jamari. O caminho traçado por Rondon tornar-se-ia, 
posteriormente, a BR 364, principal via de ligação do território 
rondoniense com o Centro-Sul do país. Os postos telegráficos, por 
sua vez, tornaram-se algumas das principais cidades do estado. 
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A Comissão Rondon foi, certamente, a base para a ocupação 
mais consistente do atual estado de Rondônia a partir de meados do 
século XX. Como foi mencionado, preparou o terreno para a 
ocupação econômica do estado. Amansou tribos indígenas hostis e 
estabeleceu o caminho pelo qual penetraria a civilização. Os postos 
telegráficos foram a semente das primeiras cidades do território, 
congregando a população de seringueiros, garimpeiros e alguns 
pequenos produtores que viviam em seu entorno. O processo 
efetivo de ocupação, no entanto, foi planejado apenas a partir da 
década de 1930, no governo Vargas, conforme se destacaremos a 
seguir. 
 
Com a Revolução de 1930, estabelece-se outra estrutura 
política e administrativa no Estado brasileiro. Começava a se 
proceder no Brasil, a mudança de uma economia basicamente 
agroexportadora para uma economia urbana-industrial. Nesse 
sentido, a ideia de integração regional e nacional começava a ter 
grande destaque. O oeste do país passava a ser considerado, dentro 
desse contexto, a região a ser ocupada e explorada, integrando-a à 
economia nacional e mundial. Assim, o governo considerava que os 
enormes espaços vazios do Cerrado e da Amazônia precisavam ser 
ocupados, garantindo a manutenção das fronteiras e a criação de 
um mercado interno mais amplo. A opção do Governo Vargas foi, 
primeiramente, de ocupar o Brasil com brasileiros. A imigração 
estrangeira deixava de ser uma prioridade, que passava a ser, 
então, o aproveitamento de populações nacionais. 
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Com o começo da ditadura Vargas, a partir de 1937, o Estado 
brasileiro passou a cumprir, basicamente, o papel centralizador que 
o caracterizou no período. O Estado brasileiro passava a apresentar 
agora, de maneira mais nítida, uma opção pela modernização do 
país e da indústria. Para isso, inúmeras ações passaram a ser 
estabelecidas, entre as quais se destaca o Plano Rodoviário Nacional 
e as propostas de reestruturação da divisão territorial dos estados. 
Foi justamente a partir do Plano Rodoviário Nacional, em 1944, que 
foi planejada a rodovia Cuiabá-Porto Velho, BR-364. Sua construção 
foi interrompida em 1947, após 55 km construídos, e somente foi 
completada em 1960, constando apenas da ligação entre Cuiabá e 
Porto Velho. 
 
Nesse sentido, entre as propostas de reorganização territorial 
dos estados, foi criado exatamente o Território Federal do Guaporé, 
atual estado de Rondônia. O objetivo fundamental era poder 
garantir a segurança da fronteira oeste, também garantindo o 
controle federal de uma área estratégica para a centralização do 
poder. 
 
A criação do Território Federal do Guaporé atendeu, ainda, a 
interesses das elites locais, que entendiam que essa ação era a 
melhor maneira de manter a antiga economia extrativista baseada 
no barracão, no latifúndio e na exportação. 
 
Novamente, os nordestinos seriam levados para a Amazônia, 
agora, mas, agora, como soldados da borracha. A produção de 
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borracha, que estava em grande declínio, desde 1912, passa a ter, 
durante a Segunda Guerra, uma certa recuperação, reativando a 
economia e o poder na região que seria o estado rondoniense. 
 
A chamada batalha da borracha significou um importante 
crescimento econômico, ainda que momentânea, da produção de 
borracha em Rondônia. Isso permitiu que os grandes seringalistas 
rondonienses voltassem a se fortalecer. Com o fim da Segunda 
Guerra, contudo, os seringais e a produção da borracha voltaram a 
entrar em declínio e, agora, mais profundo. Em Rondônia, muitos 
dos seringueiros entraram, nesse panorama, em garimpos de 
cassiterita, que já tinham surgido. 
 
Muitos seringueiros, com o fim da batalha da borracha, foram 
incluídos nos projetos das Colônias Agrícolas. A falta de apoio do 
Estado para a estruturação das colônias foi o principal objetivo de 
seu perecimento, contudo. A Colônia Nipo-Brasileira somente 
sobreviveu devido ao apoio financeiro da embaixada japonesa em 
Belém. Como em outros momentos da história rondoniense, o 
objetivo do Estado foi o de garantir os direitos de grandes 
latifundiários e do capital nacional e internacional. 
 
Foi, no entanto, com a cassiterita que o território rondoniense 
saiu momentaneamente, da crise da borracha e do extrativismo. O 
surto da cassiterita promoveu um novo alento para uma massa de 
seringueiros que estava ociosa nas cidades ou trabalhando na coleta 
de castanha. Já nesse período, também, a cassiterita trouxe um 
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pequeno fluxo migratório das regiões próximas ao estado, em 
especial, do Amazonas e Mato Grosso. A cassiterita foi descoberta 
em 1952 nas terras abandonadas do seringalista Joaquim Pereira da 
Rocha, mas somente em 1960 é que começa a grande corrida em 
direção aos garimpos de cassiterita. A corrida foi tão intensa que 
Porto Velho, nos fins de semana, chagava a reunir mais de 5 mil 
trabalhadores procedentes das zonas de garimpo. 
 
A produção, nesse período, era realizada de forma artesanal. 
Cada indivíduo ou pequeno grupo bateava nos igarapés e rios de 
toda bacia do Jamari e Machado, principalmente. Essa corrida 
informal da cassiterita não durou muito tempo. Após o golpe de 
1964, a garimpagem individual foi proibida e as jazidas do minério 
foram cedidas à exploração de grandes conglomerados nacionais e, 
principalmente, internacionais. 
 
O período da exploração da cassiterita em Rondônia foi, 
certamente, o que mais representou a entrega das riquezas para 
grupos internacionais. Com as riquezas minerais foram, também, as 
terras entregues. Em especial, a partir do início da década de 1970, 
essas empresas não somente dominaram a exploração da 
cassiterita, como se apossaram de largas glebas de terras no 
estado. Essas empresas, ou suas subsidiárias, controlam ainda hoje 
grandes espaços de terra em Rondônia. 
 
Portanto, o período que se inicia com a Revolução de 1930 não 
mudou muito quanto à forma em que se ocupava o território de 
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Rondônia, no que diz respeito aos interesses e formas de ocupação, 
exploração, violência e desigualdade. O processo foi, contudo, 
intensificado de forma rápida. A opção do governo Getúlio Vargas 
pela industrialização do país promoveu o planejamento de estradas 
que ligaram o norte ao Centro-Sul, ocupando o espaço vazio que 
representava a Amazônia. 
 
Consequentemente, esse processo preparou o ambiente para a 
ocupação definitiva do atual estado de Rondônia. A construção da 
Rodovia BR 364 foi o grande símbolo deste avanço para o norte e 
para o oeste. Desta forma, quando assume o Governo Militar em 
1964, todo o contexto de ocupação do espaço rondoniense pelo 
capital com apoio do Estado, já estava dado. Um processo o qual 
explorou, sistematicamente, índios, nordestinos e sulistas. 
 
2. Questões comentadas 
 
1) (MP-RO - Cesgranrio - Analista Contábil - 2005) 
Bastante polêmica e criticada no Brasil, a Estrada de Ferro 
Madeira-Mamoré tornou-se fundamental para a formação 
sociopolítico-econômica de Rondônia, mas não atingiu os 
objetivos para os quais fora construída. Todas as opções 
estão associadas ao período conhecido como “erradicação da 
Madeira-Mamoré”, EXCETO: 
 
a) a falta de infra-estrutura viária entre Brasil e Bolívia. 
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b) a presença de novas frentes agrícolas. 
 
c) a abertura de novas estradas de rodagem em território 
nacional. 
 
d) o declínio do ciclo da borracha. 
 
e) os altos custos de operacionalização da estrada de 
ferro. 
 
 A presença de novas frentes agrícolas, em tese, deveria 
aumentar a relevância da Estrada, ou seja, não poderia ser um fator 
como essa que traria declínio. Letra b. 
 
2) (Corpo De Bombeiros - RO, Funcab - Soldado - 2008) As 
florestas de Rondônia são ricas em espécies vegetais. Pode-
se dizer que o primeiro produto explorado, responsável pelo 
povoamento dos vales do Madeira, Mamoré, Guaporé, 
Machado e seus afluentes foi: 
 
a) a madeira da espécie castanheira; 
 
b) o mogno, madeira considerada nobre; 
 
c) a seiva da árvore seringueira; 
 
d) a madeira, de cor avermelhada, chamada pau-brasil; 
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e) o jatobá, madeira considerada nobre. 
 
 A história do Estado de Rondônia é bastante pautada na 
produção de borracha que se extrai das seringueiras. Letra c. 
 
3) (SEJUS-RO - Funrio - Agente Educador - 2008) Um dos 
eventos que contribuiu fortemente para o crescimento 
populacional e desenvolvimento da região de Rondônia foi a: 
 
a) pavimentação da BR-101. 
 
b) pavimentação da BR-364. 
 
c) construção de Brasília. 
 
d) eleição de Fernando Henrique Cardoso. 
 
e) eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. 
 
 A construção da BR-364, bem como sua pavimentação, 
possibilitou o incremento urbano em razão das possibilidades 
econômicas advindas da construção da rodovia. Letra b. 
 
4) (SEJUS-RO - Funrio - Agente Educador - 2008) Com 
relação à ocupação da região amazônica, é correto afirmar 
que a década e o principal motivo das preocupações do 
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governo brasileiro terem se agravado foram, 
respectivamente: 
 
a) 1930, pois houve uma queda na exportação da 
borracha, importante produto da região. 
 
b) 1960, pela renúncia de Jânio Quadros e as repercussões 
na política nacional. 
 
c) 1970, em função de uma possível invasão americana e 
receio de uma guerra civil. 
 
d) 1980, pela criação do Estado de Rondônia e a 
manutenção das áreas fronteiriças. 
 
e) 1990, em função da elevação da taxa de juros que 
afetou as exportações. 
 
 Vimos que, especificamente no que diz respeito à ocupação da 
Amazônia, houve uma queda das exportações de borracha em 
1930, com o aumento asiático. Letra a. 
 
5) (Corpo de Bombeiros - RO, Funcab - Soldado - 2008) A 
retomada da demanda da extração do látex na região do vale 
Madeira-Guaporé ocorreu em decorrência da 2ª Guerra 
Mundial pois: 
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a) os seringais brasileiros se tornaram competitivos graças 
ao investimento do governo brasileiro em tecnologia para 
extração do látex; 
 
b) a ação de contrabandistas ingleses, noruegueses e 
alemães intensificou-se; 
 
c) a produção do látex no Oriente (Malásia) aumentou; 
 
d) o Tratado de Petrópolis restabeleceu a paz entre Brasil e 
Alemanha; 
 
e) os seringais da Malásia foram ocupados por tropas 
japonesas, não sendo possível continuar a produção. 
 
 Durante a Segunda Guerra, houve uma reativação da 
produção de borracha no país, porque justamente com a Guerra os 
seringais na Malásia foram ocupados por tropas japonesas. Letra e. 
 
6) (IDARON-RO - Funcab - Assistente Administrativo - 2008) 
Devido àgrande demanda da exploração da borracha, 
durante a Segunda Guerra Mundial, muitos nordestinos 
foram atraídos com promessas de trabalho nos seringais da 
Amazônia. Eram conhecidos como: 
 
a) “mercenários da borracha”; 
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b) “trabalhadores da borracha”; 
 
c) “empregados da borracha”; 
 
d) “soldados da borracha”; 
 
e) “nordestinos da borracha”. 
 
 Esses nordestinos ficaram conhecidos como soldados da 
borracha. Letra d. 
 
7) (SESAU-RO, Funcab - Médico - 2009) O período 
compreendido entre 1877 e 1910 ficou conhecido no Brasil 
como “Primeiro Ciclo da Borracha”. Extraía-se a borracha na 
Amazônia, principalmente entre o Brasil e a Bolívia, onde 
está situado o Estado de Rondônia. Um pouco depois, a 
produção brasileira entrou em decadência. 
 
Podemos apontar como causa principal do declínio desta 
produção: 
 
a) o isolamento da Região Norte; 
 
b) a falta de mão-de-obra para a exploração; 
 
c) a produção de látex feita pelo Reino Unido; 
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d) a preocupação com a preservação ambiental; 
 
e) a proposta de internacionalização da Amazônia. 
 
 Os campos da Malásia foram os responsáveis, correto? Sim, 
correto. Mas quem é que financiava e extraía borracha na Malásia? 
O Reino Unido. A produção na Malásia foi a principal responsável, 
mas esses campos atendiam aos interesses do Reino Unido. Letra c. 
 
3. Lista de questões 
 
1) (MP-RO - Cesgranrio - Analista Contábil - 2005) 
Bastante polêmica e criticada no Brasil, a Estrada de Ferro 
Madeira-Mamoré tornou-se fundamental para a formação 
sociopolítico-econômica de Rondônia, mas não atingiu os 
objetivos para os quais fora construída. Todas as opções 
estão associadas ao período conhecido como “erradicação da 
Madeira-Mamoré”, EXCETO: 
 
a) a falta de infra-estrutura viária entre Brasil e Bolívia. 
 
b) a presença de novas frentes agrícolas. 
 
c) a abertura de novas estradas de rodagem em território 
nacional. 
 
d) o declínio do ciclo da borracha. 
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e) os altos custos de operacionalização da estrada de 
ferro. 
 
2) (Corpo De Bombeiros - RO, Funcab - Soldado - 2008) As 
florestas de Rondônia são ricas em espécies vegetais. Pode-
se dizer que o primeiro produto explorado, responsável pelo 
povoamento dos vales do Madeira, Mamoré, Guaporé, 
Machado e seus afluentes foi: 
 
a) a madeira da espécie castanheira; 
 
b) o mogno, madeira considerada nobre; 
 
c) a seiva da árvore seringueira; 
 
d) a madeira, de cor avermelhada, chamada pau-brasil; 
 
e) o jatobá, madeira considerada nobre. 
 
3) (SEJUS-RO - Funrio - Agente Educador - 2008) Um dos 
eventos que contribuiu fortemente para o crescimento 
populacional e desenvolvimento da região de Rondônia foi a: 
 
a) pavimentação da BR-101. 
 
b) pavimentação da BR-364. 
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c) construção de Brasília. 
 
d) eleição de Fernando Henrique Cardoso. 
 
e) eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. 
 
4) (SEJUS-RO - Funrio - Agente Educador - 2008) Com 
relação à ocupação da região amazônica, é correto afirmar 
que a década e o principal motivo das preocupações do 
governo brasileiro terem se agravado foram, 
respectivamente: 
 
a) 1930, pois houve uma queda na exportação da 
borracha, importante produto da região. 
 
b) 1960, pela renúncia de Jânio Quadros e as repercussões 
na política nacional. 
 
c) 1970, em função de uma possível invasão americana e 
receio de uma guerra civil. 
 
d) 1980, pela criação do Estado de Rondônia e a 
manutenção das áreas fronteiriças. 
 
e) 1990, em função da elevação da taxa de juros que 
afetou as exportações. 
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5) (Corpo de Bombeiros - RO, Funcab - Soldado - 2008) A 
retomada da demanda da extração do látex na região do vale 
Madeira-Guaporé ocorreu em decorrência da 2ª Guerra 
Mundial pois: 
a) os seringais brasileiros se tornaram competitivos graças 
ao investimento do governo brasileiro em tecnologia para 
extração do látex; 
 
b) a ação de contrabandistas ingleses, noruegueses e 
alemães intensificou-se; 
 
c) a produção do látex no Oriente (Malásia) aumentou; 
 
d) o Tratado de Petrópolis restabeleceu a paz entre Brasil e 
Alemanha; 
 
e) os seringais da Malásia foram ocupados por tropas 
japonesas, não sendo possível continuar a produção. 
 
6) (IDARON-RO - Funcab - Assistente Administrativo - 2008) 
Devido à grande demanda da exploração da borracha, 
durante a Segunda Guerra Mundial, muitos nordestinos 
foram atraídos com promessas de trabalho nos seringais da 
Amazônia. Eram conhecidos como: 
 
a) “mercenários da borracha”; 
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b) “trabalhadores da borracha”; 
 
c) “empregados da borracha”; 
 
d) “soldados da borracha”; 
 
e) “nordestinos da borracha”. 
 
7) (SESAU-RO, Funcab - Médico - 2009) O período 
compreendido entre 1877 e 1910 ficou conhecido no Brasil 
como “Primeiro Ciclo da Borracha”. Extraía-se a borracha na 
Amazônia, principalmente entre o Brasil e a Bolívia, onde 
está situado o Estado de Rondônia. Um pouco depois, a 
produção brasileira entrou em decadência. 
 
Podemos apontar como causa principal do declínio desta 
produção: 
 
a) o isolamento da Região Norte; 
 
b) a falta de mão-de-obra para a exploração; 
 
c) a produção de látex feita pelo Reino Unido; 
 
d) a preocupação com a preservação ambiental; 
 
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e) a proposta de internacionalização da Amazônia. 
 
4. Gabarito 
 
1- B 
2- C 
3- B 
4- A 
5- E 
6- D 
7- C 
 
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