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1 BIOQUÍMICA Natasha Ferreira ATM 25 CONCEITOS Estado Absortivo ⇢ Estado logo após uma refeição, com ↥ oferta de Glicose. “Estado alimentado” Estado Pós-Absortivo ⇢ Estado entre a ingestão de alimentos. É o estado não alimentado de até 12 horas após refeição. Estado de Jejum/Inanição ⇢ Estado não alimentado prolongado após 18h à 24h de privação alimentar ou mais. Glicogênese⇢ Síntese de glicogênio a partir de glicose Glicogenólise⇢ Degradação de glicogênio para liberar glicose Gliconeogênese⇢ Síntese ou produção de gliose a partir de fontes não glicsídicas, como lactato, glicerol ou aminoácidos. Amido x Glicogênio⇢ Diferenças Ambos são polímeros de glicose. O amido é uma reserva vegetal (plantas), já o glicogênio é reserva animal (humanos). Quando ingerimos amido, ele logo é degradado pela amilase salivar. Glicogênio⇢ Macromolécula formada por glicose. Possui uma cadeia linear, porém com diversas ramificações. Na cadeia, as glicoses ligam-se, através da ligação α, 1-4, pois ela encontra-se entre o Carbono 1 de uma moléc. glicose e o Carbono 4 de outra. É na cadeia linear que a Glicogênio sintase e a Glicogênio fosforilase agem. Já nas ramificações elas se ligam pela ligação α, 1-6. É nelas que as enzimas reamificadoras e desramificadoras agem. FUNCÃO DO GLICOGÊNIO É armazenado nos músculos e fígado, porém há uma diferença quanto a isso. Músculo Sofre glicogenólise, gerando a Glicose-6-fosfato Gera ATP única e exclusivamente para o músculo. 2 BIOQUÍMICA Natasha Ferreira ATM 25 Fígado Sofre glicogenolise gerando a Glicose-6-fosfato Transforma-se em Glicose, que é enviada para o sangue na tentativa de manter a homeostasia. GLICOGÊNESE É ativada no músculo e no fígado, após uma refeição, pois houve oferta de glicose. Fígado » É rico em receptores GLUT 2, de alta capacidade e baixa afinidade, ou seja, transporta glicose para dentro do fígado em altas quantidades (excesso). » É rico em Glicoquinase (fosforillar, possui um ↥ Km, por isso precisa de uma quantidade muito grande de substrato para exercer maior atividade catalítica). É por esse fator que o Fígado não consegue reter a glicose, liberando-a no sangue. » Altas concentrações de Glicose-6- fosfato após uma refeição, “força” a glicose a ir para a via da Glicólise, ou via das pentoses e a glicogênese. Na glicogênese, o núcleo do glicogênio (Primer), recebe a molécula de UDP-glicose para aumentar seu tamanho. Entretanto, para ser formado o UDP-glicose, ocorre algumas reações antes. Glicose-6-fosfato é convertida Glicose-1-fosfato que transforma-se em Uridinadifosfato-glicose (UDP-glicose) Ela é transferida para as ligações ramificadas da molécula de Glicogênio Após algum tempo, essa ramificação precisa ser ramificada em uma nova ligação E ai entra uma enzima ramificadora, a Translico-sidase para exercer essa função ↠ Após essas reações, a síntese de Glicogênio continua. ↠ Essa reação consome UTP (energia) para ocorrer. Glicose-6-fosfatase Glicogênio Fosforilase: Torna-se ativa quando fosforliada. Glicogênio Sintase: Torna-se ativa (Fosfoproteína-fosfatase-1) quando desfosforilada. ↠ Essa relação é importante pois, quando houver ↥ Proteína-cinase, ela vai estimular a fosforilação, ativando a degradação de glicogênio e inibindo a sua síntese. Fosfoglicomutase UDP-glicose pirofosforilase Glicogênio-sintase 3 BIOQUÍMICA Natasha Ferreira ATM 25 Relação da Gliconeogênese com a Lipogênese A Glicose-6-fosfato em excesso no Fígado, além de necessária para reestabelecer as reservas de glicogênio (energia), serve também para síntese de Ác. Graxos e triglicerídeos (transportados até o tec. Adiposo para serem armazenados). A Hiperglicemia no estado absortivo promove a utilização de glicose pelo músculo para síntese e armazenamento de glicogênio e no tec. Adiposo como fonte de Glicerol, para biossíntese de triglicerídeos. OBS: Lipogênese é a síntese de ác. graxos e triglicerídeos!! GLICOGENÓLISE Remoção dos resíduos de glicose do polímero de glicogênio Glicose-1-fosfato é transformada em Glicose-6-fosfato que possui 2 destinos devido a ação das enzimas desramificadoras Transglicose e Glicosidade Hormônios envolvidos no controle da Glicólise Glucagon: Vem das Céls. α-Pancreáticas » Estímulo inicial é Hipoglicemia » Efeito na glicogenólise é sua rápida ativação. Epinefrina: Vem da Medula Adrenal » Estímulo inicial é estresse agudo e hipoglicemia » Efeito na glicgenólise é sua rápida ativação. Cortisol: Vem do Córtex Adrenal » Estímulo inicial é estress crônico » Efeito na glicogenólise é sua ativação crônica Insulina: Vem das Céls. β-Pancreáticas » Estímulo inicial é Hiperglicemia » Efeito na glicogenólise é sua inibição. Mecanismo de Ação do Glucagon O Glucagon, no fígado, liga-se em seu receptor de membrana, a qual ativa uma proteína Gs. Esta, ativa a Adenilato ciclase que vai gerar o AMPc, que por sua vez vai tornar uma proteína-cinase dependente de AMPc ativa (PKA) Essa PKA ativa vai fosforilar a glicogênio- sintase, tornando-a inativa, o que ↧ síntese de glicogênio. Ao mesmo tempo, ela fosforila a enzima Glicogênio-fosforilase, ativando-a, o Glicogênio fosforilase Fosfoglicomutase Fígado Pode sofrer ação da Glicose-6-fosfatase que transforma-a em glicose e a envia para o sangue Músculo Produz ATP para sua ação (Via glicolítica) Ocorre somente no Fígado, pois o músculo não possui receptores de Glucagon. 4 BIOQUÍMICA Natasha Ferreira ATM 25 que estimula a Glicogenólise (degradação de glicogênio até glicose-6-fosfato). Após uma refeição, a glicogenólise hepática precisa ser diminuída, assim como os níveis de Glucagon, visto que há um aumento da glicose sanguínea. Os mecanismos envolvidos na terminação da resposta do Glucagon são: » Hidrólise do GTP na subunidade α (inativa a prot. Gs) » Hidrólise do AMPc pela fofodiesterase em AMP (não ativa a PKA) » Atividade da Fosfoproteína-fosfatase-1 (Glicogênio-sintase) Mecanismo de Ação da Epinefrina/Adrenalina Fígado A adrenalina liga-se aos receptores α adrenérgicos, que ativam a proteína Gq. Esta vai ativar a Fosfolipase C e estimular o desmembramento de um fosfolipídeo de membrana (PIP2) em DAG e IP3. O IP3 estimula a liberação de Ca++ do retículo, que irá formar o Complexo Cálcio- Calmodulina e ativar a PKC com o DAG. O complexo Ca/Calm. ativa a proteína-cinase dependente de calmodulina e essa, junto com a PKC torna Glicogênio-sintase inativa. Ainda, o mesmo complexo, ativa a fosforilase- quinase, que ativa a Glicogênio-fosforilase, a qual estimula a Glicogenólise. Músculo Uma sequência de 2º mensageiros auxiliam na ativação da Glicogênio-fosforilase, que vai estimular a Glicogenólise. O mecanismo hormonal, seja de Adrenalina ou Epinefrina, via receptores β, estimulam a formação de AMPc e a ativação de uma PKA, que vai ativar a fosforilase-quinase, a qual fosforila a Glicogênio-fosforilase, ativando-a., estimulando a Glicogenólise. Ainda, os mecanismos intracelulares contam com a participação de AMP (oriundo da degradação de ATP) e do Complexo Ca/Calm. É desprovido de receptores de Glucagon e de Glicose-6-fosfato e retém glicose para o met. Energéticomesmo durante a Hipoglicemia 5 BIOQUÍMICA Natasha Ferreira ATM 25 que estimulam a fosforilase-quinase a ativar a Glicogênio-fosforilase. Mecanismo de Ação da Insulina Com a ligação da Insulina em seu receptor, esta sofre dimerização e autofosforila-se. Com isso , há a fosforilação das proteínas efetoras, que possuem efeitos anti-glucagon. » ↥ GTPase: quebra do GTP em GDP » ↥ Fosfodiesterase: quebra AMPc em AMP » ↥ Fosfoproteína-fosfatase-1: desfosforila e ativa a glicogênio- sintase. » ↥ Proteína Tirosina-cinase » Recrutamento de GLUT4 para a memb. plasmática: facilita a capacitação de recrutar a glicose para a glicogênese. DOENCAS DE ARMAZENAMENTO DE GLICOGÊNIO Von Gierke ⇢ Deficiência ocorre por conta da deficiência na glicose-6-fosfato, o que gera Hipoglicemia grave Cori ⇢ Doença ocorre por deficiência na enzima desramificadora, o que altera a estrutura do glicogênio Andersen⇢ Doença ocorre por deficiência na enzima ramificadora, o que altera a estrutura do glicogênio. Mc Ardle⇢ Doença ocorre por deficiência na enzima Fosforilase muscular, o que acarreta deposição excessiva de glicogênio no músculo. Hers⇢ Doença é causada por deficiência na enzima fosforilase hepática, gerando Hipoglicemia. Ela ativa a Glicogênese e ocorre principalmente em Céls. musculares e hepáticas 6 BIOQUÍMICA Natasha Ferreira ATM 25 REGULACÃO DA GLICOGENÓLISE E GLICOGÊNESE Corresponde a função do glicogênio em cada tecido. Fígado Estado Reguladores Resp.tecido Jejum Sangue: ↥ Glucagon, ↧ Insulina Tecido: ↥AMPc ↥ G(nólise) ↧ G(gênese) Refeição com carboidrato Sangue: ↧ Glucagon, ↥ Insulina, ↥ Glicose Tecido: ↧ AMPc ↧G(nólise) ↥ G(gênese) Exercício e estresse Sangue: ↥ Adrenalina Tecido: ↧ AMPc, ↧ Ca/Calm. ↥ G(nólise) ↧ G(gênese) Músculo Estado Reguladores Resp.tecido Jejum Sangue: ↧ Insulina ↧ Transp. Glicose ↧ G(gênese) Refeição com carboidrato Sangue: ↥ Insulina ↥ G(gênese) ↥ Transp. Glicose Exercício Sangue: ↥ Adrenalina Tecido: ↥ AMPc, ↥AMP (ATP degradado c/ exerc.) ↥Ca/Calm. ↥ G(nólise) ↧ G(gênese) ↥ Glicólise OBS: Recém-nascidos pré-maturos possuem tendência a desenvolver Hipoglicemia. O glicogênio hepático é de extrema importância nesses casos, para garantir o pleno desenvolvimento do feto e a homeostasia.
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