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cadeia produtiva 1

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Autor: Prof. Aldo F. Alves Neto
Colaboradores: Prof. Rogério Carlos Traballi
 Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano
Cadeias Produtivas I
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Professor conteudista: Aldo F. Alves Neto
Aldo F. Alves Neto
O professor Aldo F. Alves Neto, natural de São Paulo‑SP, é graduado em Medicina Veterinária pela Universidade 
Paulista (UNIP) em 2006 e mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) em 2009. Realizou diversos 
cursos de aprimoramento em produção animal e melhoramento genético. É docente na UNIP desde 2007 nas áreas 
de Parasitologia, Doenças Parasitárias, Melhoramento Genético e Produção Animal e nas mesmas disciplinas na 
Universidade de Guarulhos (UNG) desde 2011. Possui também experiência como médico veterinário consultor em 
fazendas de bovinos com aptidão leiteira e corte desde 2007.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
A474c Alves Neto, Aldo F.
Cadeias produtivas I. / Aldo F. Alves Neto. – São Paulo: Editora 
Sol, 2015.
144 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2‑051/15, ISSN 1517‑9230.
1. Fenação. 2. Ensilagem. 3. Forragicultura. I.Título.
CDU 001.8
A‑XIX
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Lucas Ricardi
 Virgínia Bilatto
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Sumário
Cadeias Produtivas I
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 10
Unidade I
1 FENAÇÃO ............................................................................................................................................................ 11
1.1 Introdução/definição .......................................................................................................................... 11
1.2 Utilização do feno ................................................................................................................................ 12
1.3 Problemas na produção de feno .................................................................................................... 13
1.4 Qualidade do feno................................................................................................................................ 13
1.5 Prado de feno ......................................................................................................................................... 14
1.6 Etapas da fenação ................................................................................................................................ 14
1.6.1 Corte – utilização da ceifadeira ........................................................................................................ 14
1.6.2 Secagem ..................................................................................................................................................... 15
1.6.3 Enfardamento........................................................................................................................................... 16
2 ENSILAGEM ........................................................................................................................................................ 17
2.1 Introdução ............................................................................................................................................... 17
2.2 Termos e definições ............................................................................................................................. 17
2.3 Processo de produção da silagem ................................................................................................. 17
2.4 Tipos de silos .......................................................................................................................................... 22
2.4.1 Silo de superfície ..................................................................................................................................... 22
2.4.2 Silo trincheira ........................................................................................................................................... 22
2.4.3 Silo aéreo em tubo ................................................................................................................................. 22
2.4.4 Silo aéreo .................................................................................................................................................... 22
2.4.5 Silo subterrâneo (tipo poço) ............................................................................................................... 23
2.5 Aspectos negativos na ensilagem.................................................................................................. 23
2.6 Colheita da matéria‑prima e finalização .................................................................................... 24
Unidade II
3 INTRODUÇÃO GERAL À FORRAGICULTURA .......................................................................................... 30
3.1 Introdução/definições ......................................................................................................................... 30
3.2 Tipos de crescimento das forragens com os respectivos exemplos de 
espécies forrageiras ..................................................................................................................................... 30
3.2.1 Gramíneas (capins em geral) .............................................................................................................. 30
3.2.2 Leguminosas (aquelas que formam vagem) ................................................................................ 31
3.3 Efeitos da desfolhação da pastagem ........................................................................................... 31
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3.4 Espécies de plantas forrageiras....................................................................................................... 31
3.4.1 Leguminosas ............................................................................................................................................. 32
3.4.2 Gramíneas ..................................................................................................................................................36
4 BOVINOCULTURA DE CORTE ....................................................................................................................... 43
4.1 Introdução e índices ............................................................................................................................ 43
4.2 Denominação de bovinos segundo a faixa etária e sexo ..................................................... 44
4.3 Principais raças de corte e cruzamentos .................................................................................... 44
4.4 Estação de monta ................................................................................................................................. 46
4.5 Relação touro/vaca .............................................................................................................................. 47
4.6 Instalações............................................................................................................................................... 47
4.7 Fases da criação: etapas de manejo ............................................................................................. 49
4.7.1 Cria ................................................................................................................................................................ 49
4.7.2 Recria ........................................................................................................................................................... 50
4.7.3 Engorda ....................................................................................................................................................... 50
4.7.4 Ciclo completo ......................................................................................................................................... 50
4.8 Manejo de suplementação e degradação de pastagem ....................................................... 51
4.9 Introdução ao melhoramento genético em bovinos de corte ........................................... 51
4.9.1 Características morfológicas a avaliar em bovinos de corte ................................................ 51
4.9.2 Características de tipo em bovinos de corte ............................................................................... 52
4.9.3 Seleção ........................................................................................................................................................ 53
4.9.4 Índices usados no estudo de melhoramento genético em bovinos: 
DEP/Acc (Acurácia) ............................................................................................................................................ 53
4.10 Manejo sanitário – bovinocultura de corte ............................................................................ 53
4.11 Influência do meio ambiente na produção de bovinos ...................................................... 54
4.11.1 Adaptabilidade dos zebuínos aos trópicos ................................................................................. 54
4.11.2 Hábitos de pastejo ................................................................................................................................ 55
4.11.3 Resistência a agentes infecciosos e parasitários ..................................................................... 55
4.11.4 Efeitos do ambiente tropical sobre a produção de leite ....................................................... 56
4.11.5 Efeitos do ambiente tropical sobre a produção de manteiga ............................................ 56
4.11.6 Efeitos sobre o ganho de peso: ....................................................................................................... 56
4.12 Manejo nutricional ............................................................................................................................ 56
4.13 Confinamento de bovinos de corte ............................................................................................ 64
4.14 Confinamento de gado leiteiro .................................................................................................... 67
4.15 Implantação de pastagem, calagem e adubação, divisão de piquetes ........................ 69
4.15.1 Implementos agrícolas utilizados e implantação de pastagem ........................................ 69
4.15.2 Degradação de pastagens ................................................................................................................. 71
4.15.3 Análise de solo: calagem e adubação .......................................................................................... 73
4.15.4 Unidade de medidas de pastagens/unidades de animal por área .................................... 74
4.15.5 Métodos de pastejo ............................................................................................................................. 74
4.15.6 Formas de divisão dos piquetes ..................................................................................................... 75
4.15.7 Condicionadores de pastejo ............................................................................................................. 76
4.15.8 Tipos de pastejo .................................................................................................................................... 77
4.15.9 Cálculo geral para número de piquetes ...................................................................................... 79
4.15.10 Cálculo da área de pastejo/unidade animal ............................................................................ 79
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Unidade III
5 BOVINOCULTURA LEITEIRA .......................................................................................................................... 84
5.1 Introdução geral ................................................................................................................................... 84
5.2 Principais raças e cruzamentos ...................................................................................................... 84
5.3 Instalações para bovinos leiteiros .................................................................................................. 87
5.3.1 Instalações gerais para animais adultos ........................................................................................ 87
5.3.2 Instalações para bezerros .................................................................................................................... 88
5.3.3 Instalações para vacas em produção .............................................................................................. 89
5.4 Ciclo de produção de vacas leiteiras ............................................................................................ 90
5.5 Noções sobre o manejo reprodutivo em bovinos leiteiros – estação de monta ...................90
5.6 Número de novilhas necessárias para um plantel em função da idade a 
primeira cria ................................................................................................................................................... 90
5.7 Criação e desenvolvimento de bezerros – manejo do crescimento ................................ 91
5.8 Ordenha: noções do funcionamento da ordenhadeira mecânica .................................... 92
5.9 Manejo sanitário ................................................................................................................................... 92
5.10 Melhoramento genético em bovinos leiteiros ....................................................................... 92
5.10.1 Características gerais a selecionar em bovinos leiteiros ...................................................... 92
5.10.2 Características ideais para vacas leiteiras ...................................................................................93
5.10.3 Concurso/controle leiteiro ................................................................................................................ 93
5.10.4 Características de tipo: características morfológicas ideais na vaca leiteira ............... 93
6 OVINOCULTURA ............................................................................................................................................... 95
6.1 Introdução ............................................................................................................................................... 95
6.2 Produção de lã ....................................................................................................................................... 97
6.2.1 Tosquia ........................................................................................................................................................ 97
6.2.2 Características da lã ............................................................................................................................... 97
6.2.3 Processamento da lã ............................................................................................................................100
6.2.4 Classificação das lãs .............................................................................................................................101
6.3 Produção de carne .............................................................................................................................102
6.4 Manejo de crescimento....................................................................................................................104
6.5 Manejo de ovinos em pastagem ..................................................................................................107
6.6 Principais raças ....................................................................................................................................108
6.6.1 Raças lanadas .........................................................................................................................................108
6.6.2 Raças deslanadas .................................................................................................................................. 110
Unidade IV
7 CAPRINOCULTURA ........................................................................................................................................116
7.1 Introdução .............................................................................................................................................116
7.2 Produção de leite ................................................................................................................................117
7.3 Sistemas de produção de leite ......................................................................................................120
7.4 Caprinos de corte ...............................................................................................................................125
8 BUBALINOCULTURA .....................................................................................................................................130
8.1 Introdução .............................................................................................................................................130
8.2 Raças .......................................................................................................................................................131
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8.3 Comparação entre bubalinos e bovinos ....................................................................................131
8.4 Aspectos gerais de criação e manejo: reprodutivo, crescimento e 
terminação de bubalinos ........................................................................................................................132
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APRESENTAÇÃO
Partindo do princípio de que a cadeia produtiva leva em consideração a produção de elementos para 
o consumo humano, desde de seu início até seu destino final (mesa do consumidor), nesta disciplina, 
Cadeias Produtivas I, iremos tratar o início desse aspecto produtivo, ainda no campo, no que se refere à 
produção de forragens e animais de espécies ruminantes.
Inicialmente, iremos tratar a forragicultura. Veremos as principais espécies de plantas forrageiras 
cultivadas em nosso país e as características e vantagens principais de cada uma delas na alimentação 
das espécies animais que serão abordadas no decorrer deste material. Também estudaremos fenação 
e silagem, dois processos de produção alimentar para ruminantes, como formas de estocagem de 
alimentos para épocas de escassez.
Em seguida, serão introduzidos os aspectos produtivos das diferentes espécies de ruminantes. 
Estudaremos a produção de ruminantes relacionada com o agronegócio brasileiro, sendo abordada 
a produção de bovinos, com todas as etapas necessárias para manejá‑los de forma satisfatória, 
e as instalações necessárias, visando à melhor produção possível, assim como características 
principais das raças destinadas à produção de carne e leite e as principais finalidades de cada 
espécie ruminante.
Os ruminantes são os animais que possuem três pré‑estômagos (rúmen, retículo e omaso) e 
um estômago verdadeiro (abomaso). Eles se alimentam exclusivamente de forragens, capins cujo 
desenvolvimento ocorre diretamente no campo ou ainda aquelas forragens “produzidas” para tal 
finalidade, tais como fenação e silagem, conforme veremos no início deste material.
Posteriormente, abordaremos cada aspecto produtivo de diferentes finalidades, como leite, 
carne, lã e couro. Iniciaremos com bovinocultura de corte, momento em que veremos seu 
aspecto produtivo, as principais raças envolvidas e a melhor forma para obtenção de carnes, 
importante fator no agronegócio do país. Na sequência, estudaremos a produção de bovinos 
leiteiros, desde seu manejo geral, sendo estudadas as principais raças, as instalações e as 
principais formas para a obtenção de leite de qualidade, bem como os tipos de produção de 
leite.
Por último, serão abordadas as espécies de pequenos ruminantes (ovinos e caprinos), que apresentam 
fatores importantes na contribuição do agronegócio brasileiro. Essas espécies estão relacionadas com 
a produção de carne, leite e couro (para os ovinos, há ainda a produção de lã) – serão abordadas aqui 
as formas ideais para a produção de cada uma. Também será abordada a produção de búfalos, com 
ênfase na produção de suas principais finalidades, tais como leite e carne, sendo vistas as características 
principais desta espécie e os modos de produção.
Também é importante mencionar que faremos um apanhado das ferramentas utilizadas para 
melhoramento genético, demonstrando as melhores formas atuais na produção animal.
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INTRODUÇÃO
O conhecimento sobre forragens é de extrema importância para a produção de um alimento 
nutritivo e balanceado para cada tipo de animal, assim como a finalidade de sua criação. Junto a isso, o 
conhecimento sobre o tipo da propriedade também auxilia numa produção mais efetiva.
O alimento pode ser oferecido para o animal na forma de pasto, num sistema extensivo, ou na forma 
de feno ou silagens. Estes são processos de armazenamento de alimento para ser oferecido ao rebanho 
em períodos de escassez de pasto (épocas de estiagem) ou como forma de suplementação, melhorando 
o valor nutricional oferecido. Com isso, a produção animal é melhorada.
Assim como a alimentação oferecida ao rebanho melhora a qualidadeda produção final, seja de 
carne, leite, couro ou lã, as instalações e o modelo de criação também são importantes no resultado final 
da produção. Quando é utilizado um modelo de criação apropriado ao tipo e tamanho da propriedade 
e as instalações oferecidas ao rebanho são ideais, a produção pode atingir melhores resultados. Assim, 
o produtor deve ter consciência do que pode oferecer (dentro das suas possibilidades) para melhorar os 
resultados de sua produção, o que geraria um maior valor agregado ao seu produto e, por consequência, 
um lucro maior. É importante lembrar que pequenos produtores podem associar‑se entre si para que 
juntos possam oferecer melhoria para seu rebanho e assim melhorar esses resultados.
Os diferentes tipos de animais ruminantes geram diferentes produtos que preenchem diferentes 
nichos de mercado. Atualmente, por exemplo, há uma maior procura por produtos antes pouco 
consumidos no Brasil, como a carne de ovinos e bubalinos. O aumento na procura e no consumo desses 
produtos abre um novo nicho de mercado que os pequenos produtores, de diferentes regiões brasileiras, 
podem se aproveitar para melhorar sua renda e diversificar sua produção.
O material apresentado a seguir mostra os diferentes processos de armazenamento de alimentos, 
tipos de forragens disponíveis e raças de ruminantes, juntamente com processos e manejos mais 
adequados para suas produções.
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CADEIAS PRODUTIVAS I
Unidade I
1 FENAÇÃO
1.1 Introdução/definição
Fenação é uma técnica de conservação de plantas forrageiras. Consiste na desidratação dessas 
plantas de forma natural (a campo) ou em secadores artificiais.
O feno é a forragem desidratada de forma a manter o valor nutritivo original da planta forrageira. Ao retirar 
a água da forragem, ela pode ser armazenada por um maior tempo sem que sua qualidade seja comprometida. 
Produzido a partir de forragens verdes desidratadas (de forma a manter menos de 15% da umidade natural), 
o feno de gramíneas pode ser feito no próprio campo, usando como processo de desidratação apenas a 
energia do sol e do vento, sem que haja necessidade de galpões ou máquinas secadoras.
O uso do feno é uma maneira de oferecer alimentação farta e de boa qualidade para o rebanho 
durante o período da seca, evitando que ocorra diminuição de produção durante esse período. Ele 
pode ser utilizado na alimentação do gado de corte e do gado leiteiro de equinos, ovinos, caprinos e 
bubalinos, que também apreciam o feno de boa qualidade.
O processo de fenação ocupa grande importância no manejo das pastagens, pois permite que o 
excesso de forragem (nos períodos de crescimento acelerados) sejam aproveitados, uma vez que o 
controle do consumo de forragem a partir de alterações de carga animal é difícil de ser realizado. 
Quando a forrageira é escolhida, cultivada e estocada de forma adequada, o feno pode possibilitar 
lucros para o produtor, desde que sua produção por área seja elevada.
Algumas gramíneas e leguminosas apresentam sérios problemas para a ensilagem, como baixo teor 
de carboidratos solúveis e excesso de umidade no momento do corte, o que faz da fenação uma boa 
alternativa de conservação de forragem.
Os melhores fenos são produzidos a partir dos capins que possuem uma quantidade de folhas maior 
que a quantidade de talos. Eles também podem ser produzidos a partir de leguminosas, porém para esse 
tipo de forragem deve‑se ter o cuidado de evitar que as folhas se desprendam dos caules, para que não 
se percam durante o processo de fenação.
Dentre os capins, os mais indicados são pangola, pensacola, cynodon, estrela, coast‑cross, tifton, 
rodes e jaraguá; já entre as leguminosas, é costumeiramente utilizada a alfafa.
Sua produção e utilização são feitas, principalmente, para alimentar os rebanhos nos meses em que a 
pastagem não está disponível durante o período de inverno ou em épocas de seca. Podendo ser utilizado 
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Unidade I
durante todo o ano em sistemas de produção em que o pastejo não é praticado, como os sistemas de 
produção de leite semi‑intensivos ou intensivos, nos quais os animais são mantidos em estábulos, o feno 
é um importante e volumoso alimento para o rebanho.
A qualidade do feno está associada a fatores relacionados com as plantas a serem fenadas, às 
condições climáticas no período da secagem a campo e ao sistema de armazenamento empregado. A 
época de corte também determina a qualidade do feno: a planta forrageira deve ser cotada quando 
estiver apresentando alto valor nutritivo, o que depende das forrageiras cortadas, e boa produção de 
massa verde. Para as gramíneas, a melhor época é antes do início da floração; para as leguminosas, logo 
após o início da floração.
O feno pode ser armazenado em campo ou em galpões. No método a campo, deve‑se fazer de modo 
a diminuir ao máximo a superfície de exposição do feno às intempéries.
Com a rápida desidratação da forragem, a conversação do seu valor nutritivo é possível, já que toda 
a atividade respiratória das plantas, assim como a dos microrganismos, é paralisada.
1.2 Utilização do feno
A composição do feno é principalmente de fibras (entre 40 a 85%) contendo celulose, lignina e 
hemicelulose. Ele é utilizado na alimentação animal para manter a sustentação, a produção de leite e 
carne e também o trabalho, entre outras funções. É considerado um alimento complementar e costuma 
ser ministrado junto com silagem, forragens de corte e farelos, podendo ser também fornecido com 
farelos e concentrados.
Os ruminantes, devido a sua capacidade de digestão, apresentam uma melhor eficiência na utilização 
desse tipo de alimento. Os equinos apresentam um longo ceco e cólon (porção inicial do intestino 
grosso), possuindo função semelhante à do rúmen‑retículo, e dessa forma também podem aproveitar 
desse tipo de alimento.
Observa‑se que, quando fornecidos na proporção de 0,5 a 1,0 kg para cada 100 kg de peso vivo, 
juntamente com silagem à vontade, as vacas em período de lactação ingerem maior quantidade de 
alimentos (matéria seca) e produzem maior quantidade de leite, quando comparadas ao uso apenas de 
silagem como material volumoso.
Para utilização como dieta exclusiva (quando não há utilização de suplementos), o feno deve ser 
fornecido em quantidade que represente cerca de 2,5% do peso vivo do animal.
Com relação ao tipo de alimento volumoso utilizado na alimentação de bezerros, recomenda‑se, de 
forma geral, que bons fenos são melhores que alimentos verdes picados, que por sua vez são melhores 
que boas silagens.
Assim: fenos > alimentos verdes > boas silagens.
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CADEIAS PRODUTIVAS I
O feno é, assim, um bom negócio para o produtor, pois, se em um hectare de propriedade o pecuarista 
conduzir de forma correta o processo de produção de feno, é possível utilizar a produção da área para 
suplementar a alimentação de até seis vacas adultas durante um período de até quatro meses de seca.
1.3 Problemas na produção de feno
Durante o processo de corte e secagem a campo, o feno, sob condições climáticas adversas 
(principalmente à chuva), torna‑se vulnerável à deterioração. Já durante o processo de fenação, ocorre 
a etapa de eliminação de água intracelular, sendo este o estágio mais difícil de todo o processo, pois a 
água costuma ser retida com força considerável, principalmente nas hastes. Dessa forma, é importante 
que espécies que apresentam características que favoreçam a perda de água de seus tecidos sejam 
identificadas, de forma a aumentar a velocidade no processo de secagem do material.O tempo de secagem do material é essencial para obter feno de boa qualidade, que apresente teor 
de umidade inferior a 15%, uma vez que fenos que apresentam umidade superior a esta percentagem 
são mais suscetíveis a perdas quantitativas e qualitativas durante o período de armazenamento.
Para as leguminosas, a secagem excessiva é prejudicial, pois, nessas condições, há um intenso 
desprendimento de folhas, o que já não ocorre com as gramíneas; porém, nestas ocorre descoloração, o 
que possui efeitos negativos na aceitabilidade da forragem pelo animal.
1.4 Qualidade do feno
O feno de boa qualidade é aquele proveniente de uma forragem cortada no momento adequado, 
passando por um processo de secagem bem feito, rápido e sem a ocorrência de chuvas. Deve ser 
proveniente de solo bem adubado e isento de pragas (ervas daninhas e fungos) e doenças.
A velocidade de desidratação da planta forrageira é considerada um dos fatores importantes na 
produção de feno de qualidade. Dependendo das condições climáticas, o feno pode ser produzido em 
um único dia. Para isso, é recomendado que o tempo esteja ensolarado, quente, com vento e baixa 
umidade no ar.
O feno de boa qualidade apresenta excelente aroma, cor verde característica e maciez ao toque.
Há grande diferença de digestibilidade entre fenos colhidos antes e depois da floração. Quando 
colhidas após a floração, as plantas forrageiras tropicais normalmente apresentam baixo valor nutritivo.
A qualidade do feno é determinada pelas características que afetam o consumo e sua utilização pelos 
animais, assim como: estágio de maturidade da planta; espécie forrageira; composição química; relação 
folha‑caule; forma física; impurezas; danos ou deterioração durante o corte e estocagem; presença de 
componentes antinutricionais.
O alto teor de fibras contidas em fenos restringe sua utilização pelos animais. A lignina interfere 
na capacidade das bactérias ruminais em digerir a celulose e a hemicelulose. A capacidade de digestão 
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desses constituintes está altamente relacionada com o grau de lignificação, podendo variar de menos 
de 20 para mais de 80%.
Independentemente de qualquer que seja o cultivo a ser empregado, o corte deve ser realizado 
no momento que a planta alcançar seu máximo teor de nutrientes e proteínas, associado à elevada 
produtividade por hectare e baixo teor de fibra bruta.
Nos capins, esse ponto ocorre com 35 a 45 dias de vegetação, sendo que antes desse tempo não 
possui umidade necessária e após esse tempo a planta encontra‑se excessivamente fibrosa, de forma 
que nessas duas situações a planta não apresenta os valores nutritivos ideais.
1.5 Prado de feno
Por ano, é possível produzir até 4.000 kg de feno por hectare (10.000 m2); para isso, é necessário 
fazer adubações de manutenção a cada corte durante o período de chuvas (período de crescimento 
da forrageira). Pode‑se pastorear o gado na região do prado do feno no período da seca para que seja 
aproveitada a forragem produzida no período, além de aproveitar a urina e as fezes desses animais para 
efetuar a adubação orgânica.
Deve‑se combater plantas invasoras, pois elas dificultam a desidratação da forragem, de forma a 
diminuir o valor nutritivo e comercial do feno. Também é indicado que se evite o rodízio do prado pela 
área ocupada pela pastagem, uma vez que a fenação retira grande quantidade de fertilizantes do solo e 
o rodízio do prado é dificultado, visto serem necessárias a manutenção e a preparação do solo.
1.6 Etapas da fenação
O processo de produção do feno ocorre em três etapas: corte (ceifa), secagem ou enleiramento e 
enfardamento.
Para o processo de produção de uma pequena quantidade, o feno pode ser feito à mão, para isso 
o produtor precisa utilizar algumas ferramentas como o alfanje e o garfo. No armazenamento de 
pequenas quantidades, o produtor pode estocar a produção do feno de forma a granel ou construir, 
com facilidade, uma enfardadeira manual.
Quando a quantidade a ser produzida for muito maior, faz‑se necessária o uso de equipamentos 
próprios, de modo a mecanizar o processo de fenação, implementos que diminuem a mão de obra e o 
tempo de realização.
1.6.1 Corte – utilização da ceifadeira
No momento do corte, a forragem apresenta cerca de 85% de umidade. Com o uso da ceifadeira, 
o corte deve ser realizado no período do amanhecer e em um dia em que não há previsão de chuvas 
(devido à segunda etapa do processo, a secagem, a qual leva de seis a sete horas no mínimo).
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Figura 1 – Modelos de ceifadeiras responsáveis pelo corte 
das forragens utilizadas na produção do feno
1.6.2 Secagem
Também chamada de viragem, esta etapa leva cerca de seis a sete horas. Nela, a forragem já cortada 
é submetida a sucessivas viragens e afofamento com o uso do ancinho, de modo a atingir 12 a 15% 
de umidade, atingido o ponto conhecido como “ponto de feno”. O ancinho, além de fazer as viragens 
e afofamento, também é responsável por fazer as leiras (montes) do feno que serão transformadas em 
fardos na próxima etapa do processo.
É possível reconhecer esse ponto torcendo um feixe da forragem (ao torcer, não deve verter água 
nem se quebrar). Outro modo de verificar esse ponto é cravar a unha em um dos nós do talo (de onde 
saem as folhas, o nó não deve ter umidade aparente, e sim uma consistência de farinha). Estando nessas 
condições, pode‑se considerar o feno pronto.
Figura 2 – Modelo de ancinho 
(Feinco – Feira Internacional de Caprinos e Ovinos, 2008)
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 Lembrete
Fenação é um processo de conservação de alimentos baseado na 
secagem de material vegetal.
1.6.3 Enfardamento
Nesta etapa, a forragem já é considerada feno e apenas está em processo de enfardamento, que 
é a formação dos fardos. Para isso, pode‑se utilizar a enfardadeira, que de forma mecânica compacta 
as leiras de modo a produzir fardos retangulares ou cilíndricos. As enfardadeiras automáticas de fardo 
retangular geralmente produzem fardos entre 10 e 25 kg cada; já as enfardadeiras automáticas de fardo 
cilíndrico costumam produzir fardos maiores, tendo cada fardo por volta de 300 kg.
O processo também pode ser feito de forma manual, para os pequenos produtores. Para isso, 
podem ser utilizadas enfardadeiras simples, construídas de forma a aproveitar os materiais existentes 
na propriedade. O feno pode ser compactado com os pés ou com uma alavanca e o fardo pode ser 
amarrado com uma corda de sisal apropriada ou com arame fino.
Figura 3 – Fardo de feno retangular 
(Feinco – Feira Internacional de Caprinos e Ovinos, 2008)
 Observação
O processo de fenação é oneroso, pois há um custo muito grande com 
os equipamentos utilizados, que são necessários, para sua produção.
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 Saiba mais
Consulte o site da Embrapa Gado de Leite:
<www.cnpgl.embrapa.br>.
2 ENSILAGEM
2.1 Introdução
A história sobre a conservação dos alimentos é bastante antiga. Há indícios da existência de 
alimentos conservados ainda no Egito Antigo (em torno de 1000–1500 a.C.). O processo de ensilagem 
como conservação de alimentos, apesar de antiga, tornou‑se popular no final do século XIX, com a 
publicação de um livro sobre silagem, escrito pelo francês A. Goffart no ano de 1877. Após sua tradução 
para o inglês, a técnica foi amplamente difundida entre os fazendeiros americanos.
O sucesso da ampliaçãoda técnica de ensilagem está relacionado com alguns fatores:
• aumento do conhecimento da microbiologia e dos processos bioquímicos fermentativos;
• expansão do cultivo do milho como forragem;
• desenvolvimento da engenharia agrícola.
É importante que o produtor tenha total domínio da técnica de preservação dos alimentos. Com isso, 
é possível que o cultivo das forragens seja realizado no período mais favorável do ano, de modo que o 
produto possa ser utilizado sob qualquer condição climática, de forma que a época de cultivo, produção 
e utilização da forragem sejam independentes entre si.
2.2 Termos e definições
• Ensilagem: processo de produção da silagem.
• Silagem: produto resultado da fermentação de alguma espécie forrageira que apresenta alto 
percentual de umidade.
• Silo: local onde a silagem é armazenada e conservada.
2.3 Processo de produção da silagem
A produção de silagem envolve, como principais alimentos, milho e sorgo. O animal ingere cerca de 25 
kg de silagem de milho/dia e cerca de 35 kg de capim diariamente, embora outras espécies de gramíneas, 
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como cana‑de‑açúcar, Brachiaria brizantha e Panicum maximum (conhecido como capim‑colonião) 
também possam ser utilizadas para produção de silagem.
O processo de ensilagem é uma forma de preservação, por acidificação, de forragens úmidas. Em 
termos gerais, é correto dizer que para produzir silagem é necessário apenas adicionar quantidade 
correta de ácido até que a forragem chegue ao pH desejado, o que também pode ser feito por meio 
da fermentação dessa forragem. Na fermentação, há a estimulação de bactérias anaeróbicas, que na 
ausência de oxigênio convertem o açúcar do material orgânico (forragem) em ácidos orgânicos (como 
o ácido láctico), alterando o seu pH.
Assim, é correto dizer que o processo de ensilagem depende de processos químicos, de forma 
que a composição química da forragem utilizada possui grande influência sobre esse processo, sendo 
fundamental na qualidade do produto final. Dentre os requisitos para a produção de uma boa silagem, 
estão envolvidos o teor de umidade da planta e seu conteúdo proteico, assim como a quantidade e a 
qualidade dos carboidratos presentes na forragem.
As plantas possuem carboidratos, que são importantes para o processo de ensilagem. Os carboidratos 
podem ser estruturais e não estruturais.
Os carboidratos são sintetizados pelas plantas a partir do processo de fotossíntese, quando convertem 
CO2 e água (H2O) em glicose e oxigênio. São moléculas bio‑orgânicas e correspondem por mais de 50% 
do peso seco da biomassa. Apresentando fórmula molecular Cn(H2O)n, os carboidratos estruturais são 
polissacarídeos que participam na formação da estrutura e na sustentação dos vegetais, sendo o mais 
importante deles a celulose. A celulose é um polissacarídeo de cadeia longa que precisa ser hidrolisado 
em cadeias menores para que possa disponibilizar seus sacarídeos mais simples, como a glicose, para 
que estes estejam disponíveis para as bactérias realizarem os processos fermentativos.
Os carboidratos não estruturais são monossacarídeos mais simples, como a glicose, a frutose e a 
sacarose, sendo estes solúveis em água, e são facilmente fermentados pelas bactérias.
O amido também é considerado um carboidrato de reserva dos vegetais, sendo a mistura de dois 
polissacarídeos: a amilose e a amilopectina. Assim como os carboidratos estruturais, as bactérias precisam 
que o amido seja hidrolisado em carboidratos menores até que seus monossacarídeos (açúcares) fiquem 
disponíveis para serem utilizados nos processos fermentativos.
As plantas apresentam uma variada quantidade de carboidratos solúveis em água. Essa variação 
pode ocorrer dependo da espécie e seu estágio de maturidade, assim como com o clima submetido 
e o modo de seu cultivo. Normalmente as gramíneas tropicais possuem baixos níveis desse tipo de 
carboidrato quando comparadas às espécies de clima temperado.
As proteínas são compostos orgânicos de estrutura complexa e massa molar elevada. São sintetizadas 
pelos organismos vivos por meio de ligações peptídicas. Podem apresentar quatro tipos de estrutura, 
dependendo do tipo de aminoácido que possuem, assim como o tamanho de sua cadeia e configuração 
espacial da cadeia polipeptídica. A estrutura primária (dada pela sequência de aminoácidos ao longo da 
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cadeia polipeptídica) de uma proteína é a mais importante, pois dela deriva todo o arranjo espacial da 
sua molécula, sendo determinada geneticamente.
A maior parte do nitrogênio das plantas está na forma de proteína, enquanto na silagem esse 
nitrogênio ocorre na forma de amônia, nitratos, nitritos, aminoácidos livres e peptídeos.
Durante o processo de ensilagem, as paredes celulares da planta são rompidas e com isso as enzimas 
proteases são liberadas. Essas enzimas são responsáveis pela clivagem das proteínas, liberando o 
nitrogênio nas demais formas. A ação dessas enzimas é controlada por fatores de pH e temperatura. 
Em situações de diminuição de pH, elevada quantidade de matéria seca e baixas temperaturas há a 
diminuição da atividade enzimática. Leguminosas normalmente são mais sensíveis a esse processo.
O estágio de crescimento da espécie forrageira costuma ser determinante para seu conteúdo 
proteico, embora a ação de adubos nitrogenados também cause efeito nelas.
Assim como o teor de carboidratos, a quantidade de proteínas tende a ser maior em espécies de 
gramíneas de clima temperado.
A ação enzimática é responsável por diversas mudanças na forragem, que ocorrem quase 
imediatamente após esta ser cortada ou entrar no silo. Podemos citar os processos de respiração celular 
e proteólise como sendo os processos mais importantes e responsáveis por essas mudanças.
A respiração celular é o processo onde ocorre a oxidação da glicose de modo que, com a degradação 
da glicose pela oxidação, ocorra a síntese de energia que será utilizada pelas células. O processo de 
respiração celular na planta após sua colheita continua até houver presença de oxigênio (O2) e substratos 
e enquanto o pH do meio estiver elevado.
A fórmula geral do processo de respiração celular é representada como:
C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O + Energia
Outro processo importante que ocorre com a planta logo após sua colheita é a proteólise. Nele 
ocorre a hidrólise das ligações peptídicas que formam as proteínas da planta. Esse processo ocorre de 
forma rápida logo após a colheita da planta. A degradação das proteínas presentes na forragem colhida 
apresenta diversas variantes que dependem da espécie forrageira, variação do pH, porcentagem de 
matéria seca e temperatura do silo, entre outras. Cabe dizer que essas variações podem ser responsáveis 
por até 60% da perda de conteúdo proteico da silagem produzida.
A qualidade da silagem produzida é influenciada por sua composição microbiológica, sendo que as 
plantas forrageiras apresentam inúmeras espécies de microrganismos epífitas. Esse número é variante 
do tipo de forragem, assim como das condições às quais elas podem estar sujeitas, como temperatura, 
umidade, picagem e estágio de maturação, entre outros. Normalmente, o processo de picagem aumenta 
a quantidade dos microrganismos presentes na forragem, de modo que costuma favorecer o aumento 
da população de bactérias que sintetizam ácido láctico quando comparada à cultura em pé. Quando 
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a forragem é colhida junto com resíduos, palhas e até alguma outra espécie de planta invasora, a 
qualidade dasilagem produzida tende a ser de qualidade inferior ao desejado. Normalmente, o material 
indesejável apresenta grande quantidade de fungos, que podem prejudicar o processo fermentativo, 
interferindo assim na qualidade do produto final.
É importante que se tenha conhecimento do momento ideal para se realizar o corte da forragem 
para a produção de silagem. O momento ocorre quando a forragem apresenta entre 28 e 32% de 
matéria seca – por exemplo, para silagem de milho, o momento ideal para o corte é quando o milho 
está no ponto de cural (farináceo). Após o corte da forragem, ocorre a picagem (ou trituração), em que 
a forragem é cortada em partículas que devem ser cortadas em pedaços entre 3 e 5 cm, sendo que 
quanto menor a partícula, melhor será a silagem, pois o material se torna mais compactado, o que 
faz com que o meio se torne anaeróbico. Isso é ideal para que o processo fermentativo ocorra, embora 
partículas muito pequenas não sejam interessantes para o processo digestivo do animal, pois fazem com 
que o alimento passe mais rapidamente para o abomaso. Ao picar a forragem, há o rompimento das 
células vegetais de forma que as enzimas sejam liberadas. Dentre as enzimas liberadas estão a amilase e 
a hemicelulase, responsáveis respectivamente pela clivagem do amido e da hemicelulose, e com isso há 
um aumento na quantidade de carboidratos solúveis na silagem. Outras enzimas também são liberadas 
e soltam amônia, aminoácidos e peptídeos na silagem.
Durante o processo de ensilagem, enquanto ainda há grande quantidade de O2, os microrganismos 
aeróbicos (ou facultativos), como as leveduras, fungos e algumas bactérias, são favorecidos e suas 
populações crescem, podendo chegar a altas concentrações. Com o aumento desses microrganismos 
há um aumento do consumo de açúcares que, junto com o processo de respiração celular da forragem, 
pode gerar grande perda dos carboidratos solúveis. Essa perda interfere na preservação da silagem, 
pois afeta a população das bactérias produtoras de ácido láctico, que são fundamentais para a 
preservação do material vegetal ensilado. Além disso, com a diminuição dos carboidratos há redução 
no teor energético e aumento da concentração dos constituintes fibrosos de modo a interferir no 
valor nutricional da silagem.
O aumento da atividade dos microrganismos pode levar a um aumento na temperatura do material 
ensilado; com isso, favorece a quebra das proteínas em compostos nitrogenados solúveis. Sempre que 
há situações de calor excessivo, ocorre a redução da capacidade de digestão dos compostos nutritivos da 
silagem. Junto a isso, pode‑se ter o risco de silagens muito secas entrarem em combustão espontânea.
A fase aeróbica pode gerar inúmeros efeitos negativos na qualidade da silagem produzida. Forragens 
mal compactadas fazem com que haja O2 em seu interior, de modo a permitir os processos aeróbicos que 
costumam ser responsáveis por sua deterioração. Para serem minimizados, é necessário que ocorram de 
forma rápida a compactação, o enchimento e o fechamento do silo. Com a vedação do silo, é impedida 
a entrada de O2.
É recomendado que o silo esteja o mais próximo possível da região de cultivo e do local de fornecimento. 
Após o corte do material vegetal, ele deve ser colocado no silo, onde será compactado (com auxílio de um 
trator) e vedado (com lona) para que esteja exposto à menor quantidade de O2 possível. No silo, o material 
deve ficar armazenado por um mínimo de 21 dias, não podendo ultrapassar um ano.
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Assim que o material ensilado apresenta condições anaeróbicas, diversos processos são iniciados. As 
bactérias produtoras de ácido láctico passam a fermentar (fermentação anaeróbica – com ausência de 
O2) os açúcares liberados, junto com enzimas, com rompimento das células das plantas. Essas enzimas 
degradam as proteínas presentes na forragem em compostos nitrogenados solúveis, mas também 
degradam os polissacarídeos, gerando açúcares que serão utilizados no processo de fermentação pelas 
bactérias. É importante estar atento para o percentual de umidade da forragem ensilada, pois quando 
ela apresenta um excesso de umidade, pode gerar colapso das células, de modo que sejam produzidos 
efluentes que carregam junto a eles grade parte dos compostos da forragem, gerando grande perda 
nutricional para a silagem.
Quando a silagem atinge as condições anaeróbicas, os microrganismos anaeróbicos passam a se 
multiplicar de forma rápida. O ácido láctico é o responsável pela preservação das forragens ensiladas, de 
modo que as bactérias produtoras de ácido láctico são consideradas as mais importantes do processo 
de ensilagem. Estas, por meio do processo de fermentação anaeróbica, utilizam carboidratos solúveis 
para sintetizar o ácido láctico. Junto com ele, essas bactérias podem produzir, em menor quantidade, 
outros produtos de menor importância para o processo, como CO2, CH3OH (etanol) e CH3COOH (ácido 
acético), entre outros. Estas podem ser divididas em dois grandes grupos: as que sintetizam apenas o 
ácido láctico e as que além do ácido láctico sintetizam os demais produtos citados anteriormente. A 
fermentação que sintetiza apenas o ácido láctico é a mais desejada, pois com ela quase não há perdas 
de energia ou matéria seca, além de preservar os demais componentes da silagem. Isso ocorre porque, 
com a produção de ácido láctico na silagem, o pH é reduzido de forma rápida e com isso há a diminuição 
das enzimas proteolíticas, o que diminui a perda de proteínas da silagem e inibe o crescimento de outros 
microrganismos anaeróbicos menos eficientes.
Há ainda as chamadas enterobactérias, que também são bactérias anaeróbicas, mas que podem se 
desenvolver na presença de O2. Estas têm o ácido acético como seu produto principal de fermentação, 
embora produzam ácido láctico e etanol em quantidades menores. Embora o CH3COOH também faça 
com que o pH diminua, com ele a diminuição do pH ocorre em menor velocidade, o que proporciona uma 
maior perda de matéria seca. Além disso, quando em grande quantidade, é responsável pela diminuição 
do consumo de silagem pelo gado.
Após o período de crescimento das bactérias produtoras de ácido láctico, a silagem entre na fase 
estável. Quando bem vedado, na fase estável ocorre pequena atividade biológica mesmo que, devido 
ao fato de a degradação da hemicelulose ser muito lenta, ocorra liberação de açúcar. Nesta fase, a 
compactação do material vegetal, assim como permeabilidade ao O2 pelo silo, são os fatores que podem 
afetar a qualidade e possíveis perdas da silagem produzida. O silo até pode permitir que ocorra a entrada 
de O2, mas para não causar prejuízo ao produto final o O2 deve entrar no silo de forma muito lenta, de 
modo a se evitar que microrganismos aeróbicos possam se desenvolver na silagem, o que levaria ao 
aquecimento do sistema e à perda de matéria orgânica.
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O processo de ensilagem tem como base a fermentação dos alimentos.
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Para obtenção de silagem de qualidade, é ideal o uso de três tratores 
simultâneos, sendo um para o corte do material, outro para o transporte e 
outro para a compactação no silo.
2.4 Tipos de silos
2.4.1 Silo de superfície
Silo mais comum, de fácil execução, em que o material é picado, amontoado e coberto. É feito no 
solo, colocando a lona por cima.
Figura 4 – Silo de superfície (Araçatuba, 2014)
2.4.2 Silo trincheira
Silo mais difundido, possui paredes resistentes em forma de trapézio, o que facilita o descarregamento 
e a compactação do material vegetal. Nele costumam ocorrer poucas perdas (que variam entre 8 e 10%). 
É um silo de fácil manejo eo produtor deve evitar alturas acima de 3 metros.
2.4.3 Silo aéreo em tubo
Apresenta custo elevado e formato cilíndrico. É feito em superfície e protegido por lona cilíndrica. 
Tem dificuldade de descarregamento.
2.4.4 Silo aéreo
Possui custo elevado e dificuldade de descarregamento. Apresenta paredes espessas e formato 
cilíndrico e pode ser feito de alvenaria ou metal (comumente o inox), sendo a desensilagem em faias 
horizontais. Normalmente é utilizado para o armazenamento de grãos.
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Figura 5 – Silo aéreo em inox (Pirassununga, 2006)
2.4.5 Silo subterrâneo (tipo poço)
Também conhecido como cisterna, é de difícil construção e possui características que geram 
silagens ótimas, de carregamento fácil, mas desensilagem trabalhosa, sendo necessário para isso o 
uso de carretilhas. Apresenta dificuldade para o escoamento de líquidos, mas não há grandes perdas 
(entre 8 e 10%).
2.5 Aspectos negativos na ensilagem
O processo de ensilagem pode acarretar em perdas dos nutrientes da forragem. Essa perda pode 
ocorrer por meio do efluente, que escorre de silagens muito úmidas. Para evitar que isso ocorra, é 
importante que a porcentagem mínima de matéria seca seja adequada para o tipo de silo utilizado.
Os efluentes de silagem podem carregar materiais solúveis e gerar grande impacto ambiental, pois 
apresentam índices de DBO (demanda biológica por O2) que podem ser até 200 vezes maiores que 
os efluentes domésticos. Quando não se pode evitar sua ocorrência, esse efluente deve ser coletado, 
podendo ser utilizado como fertilizante.
O sucesso da produção de silagem depende de uma sequência de operações que devem ser 
planejadas e executadas de forma correta, de modo que cada etapa do processo seja feita com 
cuidado, em especial aos detalhes de cada etapa, desde a escolha da espécie de forragem até o 
fornecimento aos animais.
A ensilagem pode ser realizada para quase todas as culturas forrageiras. O valor nutricional e a 
adequação ao processo de ensilagem são fatores que influenciam a qualidade da silagem produzida. 
Assim como é possível que forragens de boa qualidade possam perder componentes importantes durante 
o processo de ensilagem por erro de manejo, também é possível produzir silagens de boa qualidade a 
partir de forragens de baixa qualidade.
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2.6 Colheita da matéria‑prima e finalização
Independentemente da espécie forrageira utilizada no processo de ensilagem, é fundamental 
determinar o momento correto da colheita de forma que se garanta um bom processo fermentativo e 
a máxima produção de material digestível por área. O período de colheita costuma ser decidido após a 
avaliação dos seguintes fatores:
• estágio de maturação da espécie;
• clima;
• manejo do rebanho.
Lembrando que a data de plantio também deve ser considerada para decisão de colheita. Como o 
objetivo final é obter o maior rendimento de modo a se obter o maior lucro com a forragem, é necessário 
ter conhecimento da fisiologia de cada tipo de forrageira para que se saiba determinar o momento 
correto da colheita.
A parte inferior das hastes das plantas costuma ser menos digestível; com isso, reduz a qualidade da 
forragem como um todo. Como o processo de ensilagem não se preocupa com a quantidade de material 
vegetal, mas sim com a qualidade, é recomendado que para essa finalidade o corte da forragem seja 
elevado.
Conforme já citado em outras partes deste texto, a porcentagem de matéria seca é importante 
para a produção de uma boa silagem. Para isso, é necessário que as forrageiras sofram um processo de 
pré‑secagem, de modo a serem expostas ao sol logo após o corte, processo que não é obrigatório mas é 
recomendado quando a forragem está muito úmida, por exemplo. Assim como o processo de picagem, 
que afeta diretamente a compactação que o material vegetal pode sofrer dentro do silo, interfere na 
eficiência da fermentação e na qualidade final da silagem, embora necessite de máquinas mais potentes 
para que ocorra a picagem em partículas pequenas.
Como a demora em se preencher os silos aumenta o período em que a forragem está sujeita aos 
processos aeróbicos (que interferem na qualidade e no rendimento da silagem produzida), é importante 
que o produtor opte pelo preenchimento dos silos o mais rápido possível. De forma geral, é importante 
que os processos para a produção de silagem (corte, transporte, enchimento e compactação) sejam 
sincronizados.
Para que ocorra ausência de ar, é preciso que a forragem seja muito bem compactada durante o 
processo de preenchimento do silo, o que costuma ser facilitado em silos aéreos devido ao fator positivo 
exercido pelo peso da forragem. A compactação em silos horizontais pode ser realizada por tratores, 
evitando os tratores de esteira, uma vez que estes costumam distribuir seu peso, o que diminui a pressão 
na superfície da silagem. Como a compactação costuma ser efetiva nos 30 a 50 cm superiores da massa 
total ensilada, é importante que a distribuição desses materiais seja feita em camadas finas e de forma 
ininterrupta, de modo a evitar que se formem bolsões em que a silagem entre em contato com o O
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evitar também que o material sofra ações dos processos aeróbicos, que resultam em perda de material. 
Portanto, o processo de vedação da silagem também é muito importante. Para silos horizontais, esse 
fator apresenta problemas, pois é necessário que uma maior área seja coberta por lonas para que ocorra 
a vedação do material. Recomenda‑se que a silagem possua uma superfície uniforme para facilitar 
o processo de vedação. É importante também que os silos tenham revestimentos especiais em suas 
paredes a fim de evitar que sofram corrosão pela ação dos ácidos produzidos durante o processo de 
ensilagem, que podem até comprometer a estrutura dos silos.
Na fase de descarregamento é importante manter alguns cuidados para evitar que ocorram perdas 
pelo contato da silagem com o ar. Nesta fase, a silagem deve ser manejada com cuidado para minimizar 
as perdas. A retirada da cobertura plástica deve ser feita apenas na área que exponha a quantidade 
necessária de silagem a ser utilizada.
Durante o descarregamento, os microrganismos presentes na silagem têm acesso às quantidades 
de O2, mesmo limitadas, de modo a permitir que os microrganismos aeróbicos se multipliquem 
rapidamente.
Silos horizontais são os mais utilizados para o armazenamento de alimentos, possuem os menores 
custos, embora sua disposição e profundidade permitam que grande parte da silagem esteja exposta as 
intempéries do tempo, o que pode comprometer parte da produção de silagem. Para as condições do 
Brasil (clima tropical), o uso desse tipo de silo costuma resultar em cerca de 15% de perda de material. 
Para que ocorram menores percentuais de perda, podem ser utilizados aditivos na silagem. Esses 
aditivos costumam melhorar a fermentação ou reduzir as perdas, sendo classificados como inibidores 
ou estimuladores de fermentação.
Os aditivos inibidores suprimem o crescimento dos microrganismos aeróbicos, assim como a ação 
enzimática das forragens. Os aditivos estimuladores costumam melhorar a eficiência da fermentação, 
sendo compostos de fontes de substratos (como melaço, soro de leite e sacarose), culturas vivas 
de bactérias produtoras de ácido láctico (dos gêneros Lactobacillus, Pediococcus, Lactococcus e 
Enterococcus) e enzimas, como amilase e xilanase.
Grãos e farelos de cereais também costumam ser considerados aditivos, poispodem ser adicionados 
em silagens que apresentam alto teor de umidade de forma a aumentar a quantidade de matéria seca, 
favorecendo o processo de ensilagem.
Também há a possibilidade de adição de amônia e ureia, que podem ser acrescidas às forragens 
como uma forma de aumentar o teor de proteína bruta na silagem. A adição de amônia interfere no pH, 
elevando‑o.
Esse processo possui duas facetas: a faceta negativa é que com a elevação do pH, os microrganismos 
atuam por um período mais longo no material vegetal, aumentando o consumo dos açúcares; por 
outro lado, a amônia inibe a degradação de proteínas entres outros componentes da parede celular das 
forragens, o que faz com que a silagem produzida apresente maior digestibilidade.
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A ureia possui efeito na silagem similar à amônia, pois é degradada em amônia e água, porém essa 
degradação ocorre de forma lenta e assim o efeito da amônia a partir da degradação de ureia costuma 
ser mais devagar.
A avaliação visual pode ser utilizada como controle de qualidade de forragens frescas e conservadas, 
de modo que a partir de algumas alíquotas tem‑se uma amostra de todo processo.
 Saiba mais
Para conhecer melhor sobre ensilagem, consulte o site a seguir:
EMBRAPA. Silagem. [s.d.]. Disponível em: <www.cnpgl.embrapa.br/
sistemaproducao/15247‑silagem>. Acesso em: 10 nov. 2014.
 Resumo
Conforme visto nesta unidade, fenação é um processo de conservação 
de alimentos para herbívoros (ruminantes e não ruminantes) baseado na 
secagem de material vegetal.
Devido à necessidade do uso de equipamentos, como ceifadeira, ancinho 
e enfardadeira, podemos considerá‑lo um processo que apresenta custo 
relativamente alto, sendo, portanto, utilizado na alimentação de animais 
considerados de elite, ou seja, animais de exposição que possuem alto valor 
de mercado.
Por ser um processo baseado na secagem de material, faz‑se necessário 
que o procedimento seja realizado em um dia sem previsão de chuvas, pois 
após o corte da forragem utilizada, a próxima etapa é a secagem do material.
A matéria‑prima utilizada são forragens do grupo das gramíneas, com 
crescimento estolonífero, ou seja, rente ao chão, como coast cross, tifton 
e estrela – a fenação é um processo utilizado também para a conservação 
de leguminosas, como a alfafa. Diferentemente do processo de fenação, 
o processo de ensilagem, para produção de silagem, é um procedimento 
baseado na fermentação do material vegetal. Os grãos em geral – por 
exemplo, milho e soja –, juntamente com alguns tipos de forragens, são as 
matérias‑primas básicas da silagem.
É imprescindível o corte do material em partículas com tamanho 
aproximado entre 3 e 5 cm, pois partículas muito grandes dificultam o 
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processo de compactação do material, assim como partículas menores de 3 
cm compromotem a digestão, fazendo o alimento passar mais rápido para 
o abomaso.
O processo de ensilagem não necessita de muitos equipamentos; 
portanto, é um procedimento mais econômico para o produtor rural no 
armazenamento de alimentos para os animais. O material fica conservado 
em locais chamados de silos. Há diversos tipos de silos – por exemplo, de 
aço inox, superfícies (utilização de lonas para cobrição), silo tipo poço, 
trincheira e banker.
 Exercícios
Questão 1. (IF/CE, 2017) A conservação de forragem compreende práticas que possibilitam o produtor 
a armazenar alimento volumoso produzido em épocas de chuvas, preservando suas características 
nutricionais, para que este seja fornecido aos rebanhos na época seca do ano. As duas principais técnicas 
empregadas são a ensilagem e a fenação, de acordo com os preceitos contidos na prática destas, é 
correto dizer‑se que:
A) as forrageiras indicadas para ensilagem devem apresentar boa produção de massa verde, boa 
resistência a cortes frequentes, caules finos e muitas folhas, fácil cultivo e adaptação ao solo e 
clima da região.
B) na segunda fase de secagem no processo de fenação, após o fechamento dos estômatos, a perda 
de água acontece via evaporação cuticular. Assim, a estrutura das folhas, as características da 
cutícula e a estrutura da planta afetam a duração desta fase de secagem. 
C) a ensilagem é um método de conservação de forragem que, além de conservar, pode melhorar o 
valor nutritivo da forragem.
D) feno de boa qualidade está associado ao baixo pH, variando entre 3,8 e 4,2 para feno de capim 
Tifton 85 e entre 4,0 e 4,8 para feno de Brachiaria.
E) silagem de boa qualidade deve apresentar umidade adequada em torno de 13% e homogênea, 
coloração esverdeada (verde‑claro), maciez ao tato e alta produção de folhas em relação ao colmo.
Resposta correta: alternativa B.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta. 
Justificativa: atualmente, é possível fenar todo tipo de forrageira, bastando para isso utilizar métodos 
e equipamentos adequados ao processamento das plantas, embora devamos reconhecer que algumas 
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espécies forrageiras apresentam maior facilidade, principalmente no que diz respeito à velocidade 
de desidratação, atingindo o ponto de feno mais adequado ao processo de fenação. As principais 
características de uma planta para produção de feno são a boa quantidade das folhas, a boa composição 
bromatológica, os talos finos e pequenos, a desidratação rápida após o corte, a grande capacidade de 
produção e a resistência a cortes frequentes.
B) Alternativa correta. 
Justificativa: numa segunda fase de secagem, após o fechamento dos estômatos, a perda de 
água acontece via evaporação cuticular. Assim, a estrutura das folhas, as características da cutícula 
e a estrutura da planta afetam a duração desta fase de secagem. A resistência cuticular e a da 
camada limítrofe do tecido vegetal com o ambiente tornam‑se as principais barreiras a perda de 
água. Após o fechamento dos estômatos, 70 a 80% da água deverá ser perdida via cutícula, cuja 
função é de prevenir a perda de compostos da planta pôr lixiviação, de proteção contra a abrasão 
e dos efeitos da geada e da radiação.
C) Alternativa incorreta. 
Justificativa: ensilagem é um método de produção da silagem que se baseia na conservação de 
forragem para alimentação animal baseado na fermentação láctica da matéria vegetal durante a qual 
são produzidos ácido láctico e outros ácidos orgânicos, o que causa a diminuição do pH até valores 
inferiores a 5 e a criação de anaerobiose.
D) Alternativa incorreta. 
Justificativa: o feno de boa qualidade é aquele proveniente de uma forragem cortada no momento 
adequado. A qualidade do feno está associada a fatores relacionados com as plantas a serem fenadas, 
a condições climáticas durante a secagem e ao sistema de armazenamento empregado. O feno de boa 
qualidade apresenta cor verde característica, maciez ao tato e aroma característico.
E) Alternativa incorreta. 
Justificativa: silagem de boa qualidade deve apresentar cor clara, variando do verde ao amarelo, e 
pH na faixa de 3,7 a 4,2.
Questão 2. (ENADE 2013) O capim‑elefante (Pennisetum purpureum), assim como as demais 
gramíneas forrageiras tropicais, utiliza a via C4 da fotossíntese e, por isso, apresenta elevada produção 
de biomassa. Porém, grande parte da produção anual concentra‑se na época de chuvas. Por isso, uma 
opção é conservar parte dessa produção na forma de silagem a fim de utilizá‑la na alimentação animal 
durante a época seca. O capim elefante tem razoável valor nutritivo, mas apresenta inconvenientes para 
ensilagem: altoteor de umidade e baixos teores de carboidratos solúveis. Nesse caso, recomenda‑se a 
utilização de aditivos para melhorar a qualidade da silagem. Pesquisadores realizaram um experimento 
para avaliar a qualidade de silagem de capim elefante (Pennisetum hybridum cv. Paraíso), com e sem 
a presença de aditivos. Aos 100 dias de idade, o capim foi cortado e ensilado conforme os seguintes 
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tratamentos: silagem de capim paraíso sem aditivo (CP); CP + 5% de polpa cítrica; CP + 10% de polpa 
cítrica; CP + 1% de óxido de cálcio; CP + aditivo comercial, composto de Lactobacillus plantarum e 
Pediococcus pentosaceus. 
A tabela abaixo apresenta os valores médios de pH, percentuais de matéria seca (MS), nitrogênio 
amoniacal em relação ao nitrogênio total (NH3/NT), ácido lático (LAT), ácido acético (ACE) e ácido 
butírico (BUT) obtidos nesse experimento.
Considerando os tratamentos experimentais e a análise da tabela apresentada, conclui‑se que: 
A) a adição da polpa cítrica não alterou o pH nem o percentual de matéria seca da silagem quando 
comparado ao tratamento sem aditivo.
B) a adição de 10% de polpa cítrica promoveu uma silagem rica em matéria seca e com padrão 
fermentativo adequado para uma silagem de boa qualidade.
C) o aditivo comercial propiciou efeitos similares aos tratamentos com polpa cítrica no que se refere 
aos percentuais de matéria seca e padrão fermentativo da silagem.
D) a adição de óxido de cálcio proporcionou silagem de boa qualidade, considerando‑se as 
concentrações de nitrogênio amoniacal e de ácido lático.
E) o óxido de cálcio elevou significativamente o pH da silagem e o teor de nitrogênio amoniacal 
em relação ao nitrogênio total, o que promoveu uma silagem de melhor qualidade nutricional 
e mais estável. 
Resolução desta questão na plataforma.

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