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Forragicultura Guia de estudo Tammy Souza dos Santos Jomel Francisco dos Santos Jomel Francisco dos Santos Médico Veterinário Mestre em Sanidade e Reprodução de Ruminantes Doutor em Ciência Veterinária Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE Docente da disciplina: Forragicultura INSTITUTO FEDERAL DO AMAZONAS (IFAM) Autores: Tammy Souza dos Santos Acadêmica de Medicina Veterinária 4° período Discente da disciplina: Forragicultura INSTITUTO FEDERAL DO AMAZONAS (IFAM) Forragicultura Guia de estudo @tammy_vetblog @poesiascomjomelvet Jomel Vet e Poeta https://www.instagram.com/tammy_vetblog/?hl=pt-br https://www.instagram.com/poesiascomjomelvet/?hl=pt-br https://www.youtube.com/channel/UCqnE8cCEtMwRofU_LS1T3IQ Apresentação Caro (a) acadêmico (a)! Este material tem o objetivo de dinamizar sua aprendizagem, unindo as aulas disponibilizadas na plataforma do youtube a um conteúdo simplificado da disciplina de forragicultura ministrada no Instituto Federal do Amazonas pelo docente Dr. Jomel Francisco dos Santos. Nesse guia você encontrará além dos links de acesso as aulas, outros para leitura de apoio. Bons estudos! Tammy Souza Manaus, 2020 Sumário CAPITULO 1 Forragicultura Conceito: Forragem e plantas forrageiras Conceito: Pastagem Conceito: Volumosos e Concentrados Links de acesso 7 8 9 10 11 CAPITULO 2 Pastagem Quais seriam as características observadas na espécie forrageira? Solo: análise e preparo Formação de pastagem via semente Tipos de plantio Principais plantas utilizadas para os estabelecimentos de pastagens Links de acesso 12 13 14 15 16 18 21 CAPÍTULO 3 Fisiologia das plantas Importância do aprendizado sobre a fisiologia das plantas forrageiras? Diferenças entre C3, C4 e CAM Fotossíntese Ciclo de Calvin Links de acesso 22 22 23 25 27 32 CAPÍTULO 4 Sistema Silvipastoril Qual a diferença entre SSP, arborização de pastagens e ILPF? Importância, vantagens e desvantagens do SSP Links de acesso 33 34 35 37 CAPÍTULO 5 Uso de leguminosas e banco de proteínas Leucena Stilozanthes guianensis Gliricidia sepium Links de acesso 38 39 41 41 42 CAPÍTULO 6 Capineira Vantagens e desvantagens da utilização da capineira Links de acesso 43 44 45 CAPÍTULO 7 Produção e utilização de feno Importância da utilização de feno Características ideais de plantas para fenação Processo de fenação Ponto certo do feno Links de acesso 46 47 48 50 52 54 CAPITULO 8 Produção e utilização de silagem Vantagens do uso da silagem Desvantagens do uso da silagem O que ensilar? Teor de carboidratos solúveis Etapas de ensilagem Fases da ensilagem Tipos de silos Abertura do silo e uso da silagem Links de acesso 55 56 57 57 59 59 62 63 64 65 A Forragicultura é uma ciência de relevância para os profissionais de Zootecnia, Medicina Veterinária e Agronomia, concentra seus estudos nas plantas forrageiras, no solo, no meio ambiente e na interação com os animais. É uma importante estratégia para o Brasil, pois o país possui o maior rebanho comercial de bovinos e os maiores produtores e exportadores de proteína animal. Seu estudo possibilita a melhoria das práticas de manejo e criação de tecnologias que possam garantir uma produção mais eficaz e melhor nutrição aos animais. 01 Capítulo Forragicultura Forragem são plantas que contêm propriedades nutritivas que ajudam a suprir parte das necessidades nutricionais dos animais, convertendo as fibras em energia para uma boa produtividade e desenvolvimento dos mesmos. Figura 1. A - gramineas; B - leguminosas; C - cactáreas. As plantas forrageiras são divididas em três grandes grupos, as Gramíneas (fig.1 A) família Poacea com aspecto de grama ou capim têm grande valor econômico na utilização da alimentação animal, as Leguminosas (fig.1 B) são plantas que produzem vagens que proporciona maior . Conceito: Forragem e plantas forrageiras valor alimentício, pois tem um alto teor de proteína, e, as Cactáceas (fig.1 C) que são plantas espinhosas com bastante resistência a climas quentes e secos pois armazenam águas em seus tecidos, tem alto valor energético e é também fonte de água para os animais. São classificadas: a natureza exótica ou nativa, ao ciclo anual, bianual e perene. Conceito: Pastagem capineiras legumineiras banco de proteínas pastagens consorciadas. Pastagem são áreas com vários pastos de vegetação, elas podem ser natural ou cultivada apropriadamente para a alimentação animal. Como por exemplo: Os alimentos volumosos têm alto teor de fibras e baixo valor energético, com tipos diferentes de volumosos, os secos tendo como exemplo o feno (fig.2) e as palhas com umidade inferior de 10% -12% e os úmidos como capim verde, silagens e a cana de açúcar com umidade superior a 10% - 12% em sua composição. Conceito: Volumosos e Concentrados Os concentrados são alimentos com menos de 18% de fibra e um elevado teor energético, são mais ricos em nutrientes comparados aos volumosos. Classificam-se como proteicos quando a mais de 20% de proteína bruta, e, como energéticos que apresenta menos de 20% de proteína bruta na matéria seca. Figura 2. Feno (volumoso). Links de acesso: IMPORTÂNCIA DA FORRAGICULTURA CONCEITOS IMPORTANTES EM FORRAGICULTURA VOLUMOSO X CONCENTRADO: VOCÊ SABE A DIFERENÇA? QUANDO DEVEMOS CONSERVAR AS FORRAGENS? https://www.youtube.com/watch?v=JbdUXncdxa0 https://www.youtube.com/watch?v=0HwdbXCfJfg https://www.youtube.com/watch?v=n48_Fa9-UbE https://www.youtube.com/watch?v=WX6RGNlhRPI&t=10s Como foi visto no conteúdo anterior pastagem é uma unidade de manejo de pastejo, o que significa que está destinada a alimentação de animais, ela é fechada e separada de outras áreas por meio de cercas ou barreiras. Pode ser natural, onde são encontradas as vegetações originais, ou cultivada, que é composta de espécies exóticas ou nativas, onde já não existe a vegetação original, portanto são implantadas. As pastagens normalmente passam por três momentos: • Implantação • Recuperação • Renovação 02 Capítulo Pastagem São processos que exigem planejamento, nele serão analisados os seguintes fatores: • Finalidade (leite ou corte). • Escolha do local (características do solo e clima). • Escolha da espécie forrageira (adaptação e produtividade). Quais seriam as características observadas na espécie forrageira? - tolerância (à seca; à geadas; à inundação periódica; às pragas e doenças; à acidez do solo); - capacidade de produção de sementes. - hábitos de crescimento - com relação a sua morfologia, cespitosas (fig.3) ou estoloníferas (fig.4); - compatibilidade entre espécies - no caso de pastos consorciados; - potencial produtivo da espécie forrageira a ser implantada; - rapidez de estabelecimento; - capacidade de rebrotação; - potencial produtivo; - preferência animal; Figura 3. Cespitosas (crescimento vertical). Figura 4. Estoloníferas (crescimento rasteiro). Valor Cultural é o índice utilizado para conhecer a qualidade da semente. A sua % é uma síntese dos principais parâmetros de qualidade de um lote de sementes. ANOTA AÍ: A análise física do solo determina se ele é arenoso, argiloso ou misto e, dependendo dos achados, será definida a melhor estratégia de adubação ou correção. Observar a topografia também evitará problemas futuros com relação a possíveis erosões. Outro ponto a ser avaliado são os métodos de formação/estabelecimento que podem ser: convencional, integrado, agricultura + pecuária e plantio direto. Solo: análise e preparo Formação de pastagem via semente Sementes de qualidade são a garantia de um bom cultivo. Dentre os fatores que afetam a qualidade das sementes, destacam-se os genéticos, fisiológicos e ambientais. Os cuidados têm sua ação determinada em todas as etapas, no ambiente durante a produção, na colheita, no beneficiamento, no transporte e no armazenamento. Plantio a lanço (fig.5): apesar do bom rendimento no plantio e distribuição das sementes, possui suas desvantagens, como o maior uso de sementes e problemas com o vento. Plantio em linha (fig.6):se utiliza menor quantidade de sementes, entretanto exige trabalho especializado de tratorista. Tipos de plantio Figura 5. Plantio a lanço. Figura 6. Plantio em linha. Plantio aéreo (fig.8): maior rapidez no plantio, boa distribuição de sementes, em contrapartida se utiliza maior número de sementes, as sementes não são incorporadas e existem problemáticas com o vento. Plantio manual (fig.7): não precisa de equipamentos sofisticados, menor número de sementes, pode ocorrer erro na profundidade do plantio. Figura 7. Plantio manual. Figura 8. Plantio aéreo. Brachiaria spp é considerado pantropical, com origem na África. Muitas braquiárias são extensivamente utilizadas na alimentação de ruminantes. - Brachiaria decumbes Possui alta produtividade sob o uso intensivo, tolerância à baixa fertilidade, bom desempenho sob a sombra, boa qualidade forrageira. Porém é suscetibilidade à cigarrinha-das- pastagens, baixa adaptação a solos mal drenados, suscetibilidade à podridão foliar fúngica, ocorrência de fotossensibilização hepatógena. - Brachiaria brizantha Possui alta resistência à cigarrinha-das- pastagens, alta resposta à aplicação de fertilizantes, alta habilidade de cobertura do solo com domínio sobre invasoras, boa qualidade forrageira, alta produção de raízes e de sementes. Principais plantas utilizadas para os estabelecimentos de pastagens Suas desvantagens são a baixa adaptação a solos mal drenados, resistência moderada a seca, necessidade de solos medianamente férteis para persistência em longo prazo, suscetibilidade à mancha foliar fúngica. - Brachiaria humidicula Possui hábito estolonífero com grande habilidade de enraizamento nos entrenós, adaptação a solos de baixa fertilidade, habilidade de cobertura do solo com domínio sobre invasoras, adaptação a solos mal drenados, baixo requerimento de P e Ca, tolerância à cigarrinha-das- pastagens. Seus pontos negativos, baixa produção de sementes, baixa digestibilidade da matéria seca, baixa concentração de N e Ca na forragem, suscetibilidade à ferrugem foliar, ocorrência de "cara inchada" em equinos. Panicum spp mais comumente utilizadas são da espécie P. maximum, portanto a sua variabilidade morfológica é menor do que das braquiárias, entretanto entre as várias cultivares de Panicum disponíveis no mercado existe diferenças consideráveis. - P. Colonião É conhecido como capim colonião é originário da África. Pode atingir até três metros de altura. Exige altas temperaturas e umidade para crescimento; é pouco resistente a geadas e tem resistência regular à seca e não é resistente ao fogo. Tem crescimento limitado em solos inundados ou excessivamente úmidos, é bastante exigente em solo, tendo maior adaptação nos arenosos férteis, em regiões com boa precipitação. - P. Mombaça É uma planta cespitosa de porte alto (em torno de 1,7 m), com folhas largas (em torno de 3 cm) e eretas quebrando nas pontas. As folhas apresentam pouca pilosidade, sendo os pelos curtos e duros. Links de acesso: UTILIZAÇÃO E MANEJO DE PASTAGENS UTILIZAÇÃO E MANEJO DE PASTAGENS - PARTE 02 PRINCIPAIS PLANTAS UTILIZADAS PARA ESTABELECIMENTO DE PASTAGENS - GÊNERO BRACHIARIA SPP PRINCIPAIS PLANTAS UTILIZADAS PARA ESTABELECIMENTO DE PASTAGENS - GÊNERO PANICUM SPP LEITURA COMPLEMENTAR ESCOLHA DAS FORRAGEIRAS E QUALIDADE DE SEMENTES PANICUM MAXIMUM - BRS ZURI https://www.youtube.com/watch?v=Ue9_N8xxfD0&feature=youtu.be https://youtu.be/xu2h2a4jrfY https://youtu.be/xu2h2a4jrfY https://youtu.be/xu2h2a4jrfY https://www.youtube.com/watch?v=reF4HM0I6+bc&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=8P+zDdnATqQ&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=8P+zDdnATqQ&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=8P+zDdnATqQ&feature=youtu.be https://www.embrapa.br/documents/1354377/1%20743380/Escolha-Forrageiras-Qualidade%20Sementes-Ademir-Zimmer.pdf/9d07df31-f1b3-%204eb5-be4b-15ef2e37aafe?version=1.0 https://www.embrapa.br/documents/1354377/1%20743380/Escolha-Forrageiras-Qualidade%20Sementes-Ademir-Zimmer.pdf/9d07df31-f1b3-%204eb5-be4b-15ef2e37aafe?version=1.0 https://www.embrapa.br/documents/1354377/1%20743380/Escolha-Forrageiras-Qualidade%20Sementes-Ademir-Zimmer.pdf/9d07df31-f1b3-%204eb5-be4b-15ef2e37aafe?version=1.0 https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes%20tecnologicas/-/produto-servico/1309/panicum%20maximum---brs%20%20zuri#:~:text=A%20BRS%20Zuri%20%C3%A9%20%20uma,sa%C3%ADda%20de%2030%2D35%20%20cm Realizada pela professora Dra Geane Dias Gonçalves Ferreira, atualmente é professora Associado III da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Garanhuns. 03 Capítulo Fisiologia das plantas Palestra Importância do aprendizado sobre a fisiologia das plantas forrageiras? Produção de hormônio sintético. Atender a necessidade do público vegano. Quando se trabalha com animais de produção é necessário que se conheça a aplicação de manejo correto. Abertura para investigações científicas como: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4794968T4&tokenCaptchar=03AGdBq27zY-WgCfCzldUD6KIjEWN4hOrfJvluGQhKn20KtT70hfReDnf4HgvdCpqpvrVil9fzC6PyR2n8ujNvKQafSgFq3X26SpHtxZuoei-ZtmZ4WLXYu10jOK8e0U3C5rjRUa94H8i4nXDslI9sgQQS5PJAMzhK9iSdGLYox4Uheo-2LH102t0RM52nw6qK5OzgZH5tLzfbwiGqBefmrjA1AK0CQpjvstHz-AxcHTy1gGuDqq7OVdqv24z9llB6hHK6lCdEI1_K6wpy88ix8mB2_dKZOqMlXbk-Go2IdmRC56-zolp0I70ewsaGuDSdxGWWXWysncCN0aKXq9Ew4vgKC2dFuSz7fAoEvnequq-Za1ehWWI_eqdbRhuYspyC9zd3LncWMNDgqH0pjO59h4O6L1cWNdIfFNh9vtqIoxF6s-pfG5uo20u7GZ2rFGH27MUGAwFGzjgYhfNBJonHYtuT-cO-YzChFg http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4794968T4&tokenCaptchar=03AGdBq27zY-WgCfCzldUD6KIjEWN4hOrfJvluGQhKn20KtT70hfReDnf4HgvdCpqpvrVil9fzC6PyR2n8ujNvKQafSgFq3X26SpHtxZuoei-ZtmZ4WLXYu10jOK8e0U3C5rjRUa94H8i4nXDslI9sgQQS5PJAMzhK9iSdGLYox4Uheo-2LH102t0RM52nw6qK5OzgZH5tLzfbwiGqBefmrjA1AK0CQpjvstHz-AxcHTy1gGuDqq7OVdqv24z9llB6hHK6lCdEI1_K6wpy88ix8mB2_dKZOqMlXbk-Go2IdmRC56-zolp0I70ewsaGuDSdxGWWXWysncCN0aKXq9Ew4vgKC2dFuSz7fAoEvnequq-Za1ehWWI_eqdbRhuYspyC9zd3LncWMNDgqH0pjO59h4O6L1cWNdIfFNh9vtqIoxF6s-pfG5uo20u7GZ2rFGH27MUGAwFGzjgYhfNBJonHYtuT-cO-YzChFg http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4794968T4&tokenCaptchar=03AGdBq27zY-WgCfCzldUD6KIjEWN4hOrfJvluGQhKn20KtT70hfReDnf4HgvdCpqpvrVil9fzC6PyR2n8ujNvKQafSgFq3X26SpHtxZuoei-ZtmZ4WLXYu10jOK8e0U3C5rjRUa94H8i4nXDslI9sgQQS5PJAMzhK9iSdGLYox4Uheo-2LH102t0RM52nw6qK5OzgZH5tLzfbwiGqBefmrjA1AK0CQpjvstHz-AxcHTy1gGuDqq7OVdqv24z9llB6hHK6lCdEI1_K6wpy88ix8mB2_dKZOqMlXbk-Go2IdmRC56-zolp0I70ewsaGuDSdxGWWXWysncCN0aKXq9Ew4vgKC2dFuSz7fAoEvnequq-Za1ehWWI_eqdbRhuYspyC9zd3LncWMNDgqH0pjO59h4O6L1cWNdIfFNh9vtqIoxF6s-pfG5uo20u7GZ2rFGH27MUGAwFGzjgYhfNBJonHYtuT-cO-YzChFg C3 – Gramíneas temperadas, leguminosas temperadas e leguminosas tropicais. Seu nome deriva do ácido 3- fosfoglicérico formado após a fixação das moléculas de CO2. Englobam a maioria das espécies terrestres, de ocorrência principalmente nas regiões tropicais úmidas. Exemplos: Gramíneas temperadas; - Azevém (Lolium multiflorum) - Aveia (Avena strigosa e sativa) Leguminosas temperadas; - Alfafa (Medicago sativa) - Trevo branco (Trifolium repens) Leguminosas tropicais; - Leucena (Leucaena leucocephala) - Amendoim forrageiro (Arachis pintoi) Diferenças entre C3, C4 e CAM Principais plantas forrageiras: • Gramíneas • Leguminosas • Cactácias C4 – Gramíneas tropicais. Seu nome deriva do fato do ácido oxalacético possuir 4 moléculas de carbono, formado após o processo de fixação de carbono. São também conhecidas como “plantas de sol” por ter ocorrência em áreas sem sombra alguma ou ainda em áreas áridas com menor disponibilidade de água nos solos. Exemplos: - Capim-elefante (Pennisetum purpureum); - Milheto (Pennisetum americanum); CAM – Metabolismo das Crassuláceas Mais econômicas com relação ao uso da água do que as plantas C4. Ocorrem em áreas desérticas ou intensivamente secas. Realiza a abertura dos estômatos no período noturno, o que corrobora a baixa perda de água, simultaneamente o CO2 é fixado, por meio do ácido málico. Exemplos: -Xique-xique (Pilosocereus polygonus) - Palma-forrageira (Opuntia cochenillifera) Os organismos fotossintéticos captam a luz e utilizam a energia solar para oxidar H2O, liberando O2, e para reduzir CO2, produzindo compostos orgânicos, primariamente açúcares. A energia que fica estocada nas moléculas orgânicas é utilizada nos processos celulares da planta. Dividida em duas fases: 1° Fase (fig.9): conhecida como fase clara, ocorre na membrana dos tilacoides e dela participam um complexo de pigmentos existente nos grana, aceptores de elétrons, moléculas de água e a luz. Resulta na produção de oxigênio, ATP e também a formação de NADPH2. Fotossíntese Figura 9. Fases da fotosintese. 2° Fase (fig.9): chamada de fase escura, onde o dióxido de carbono é reduzido para molécula de glicose, processo endotérmico, em um processo chamado de Ciclo de Calvin-Benson. O agente redutor é o NADPH que transfere elétrons para o ciclo enquanto que o ATP fornece energia para o processo. A glicose é o produto do ciclo de Calvin. No que a célula vegetal difere da célula animal? Na parede celular que dá maior rigidez à célula, vacúolos e cloroplastos. ANOTA AÍ: Está presente na C3, C4 e CAM, nas plantas C3 ocorrem diretamente no mesofilo (conjunto de tecidos parenquimáticos das folhas das plantas). Consiste de três fases: - Carboxilação - Redução - Regeneração Carboxilação Ocorre a reação de fixação de CO2. A enzima envolvida nesse processo é a rubisco (RuBP - 1,5-ribulose bifosfato carboxilase), ocorre em grandes concentrações na matriz do cloroplasto, sendo possivelmente a enzima mais abundante na natureza. Nesta etapa, ocorre a incorporação do CO2 e H2O a rubisco (RuBP) para formar uma molécula de 3-PGA (3-fosfoglicerato). Ciclo de Calvin Redução Aqui ocorre a redução do 3-fosfoglicerato em gliceradeído 3-fosfato (PGAL). Na carboxilação foram formadas 2 moléculas de 3 –fosfoglicerato, ao iniciar a etapa de redução teremos duas moléculas de 3 -fosfoglicerato para serem reduzidas. Nesse momento serão gastos 2 x ATP e 2 x NADPH para cada molécula de CO2 assimilada. A partir daí, o 3-fosfoglicerato pode seguir dois caminhos: a. Transportada para fora do cloroplasto para fazer parte de membranas ou de compostos energéticos os quais iram formar glicose. b. Iniciar a fase de regeneração. Regeneração Uma fase complexa onde açúcares são fosforilados com três, quatro, cinco, seis e sete carbonos. São necessárias dez reações enzimáticas. Reconstitui-se o Rubisco. Ocorrerá o gasto de um ATP. Para se formar uma molécula totalmente nova de 3-fosfogliceraldeído são necessárias três moléculas de carbono fixadas, ou seja, três voltas no ciclo de Calvin, o que requer nove ATPs e seis de NADPH. Algumas plantas, principalmente gramíneas desenvolveram um sistema complementar ao C3 chamado de via C4. Este sistema possibilita armazenamento de ácidos com 4 carbonos pelas folhas antes de deles serem captados pela enzima Rubisco. Essa adaptação gerou uma mudança morfológica, a bainha vascular, uma camada adicional de células que envolvem os feixes vasculares, seus mecanismos bioquímicos ligados à via C3 formaram uma “bomba” que torna o sistema fotossintético mais eficiente em certas situações, praticamente eliminando a fotorrespiração. No metabolismo CAM as plantas apresentam pouca transpiração devido ao baixo déficit de pressão de vapor, elas abrem os estômatos, e o CO2 é fixado ao ácido fosfoenolpirúvico pela ação da PEP- case, essa independente de ATP ou NADPH. Dessa forma, o carbono é assimilado na forma de ácidos orgânicos, aspártico (ASP) e málico (MAL), acumulados nos vacúolos. No decorrer do dia, ocorre uma economia água com os estômatos fechados, pois já assimilaram o CO2, e então descarboxilam estes ácidos . Existem as células do mesófilo e as células da bainha nas plantas C4, o produto formado é composto por 4 carbonos. Nas plantas C3 só existe células no mesófilo e o produto formado é composto de 3 carbonos. ANOTA AÍ: orgânicos pelas mesmas vias de descarboxilação C4, fornecendo o CO2 para o ciclo de Benson-Calvin que, qual, é dependente de energia luminosa. CURIOSIDADE: A mandioca e maniçoba da família das euforbiáceas em condições adversas passam de 3C para CAM. A palma-forrageira dependendo das condições climáticas pode necessitar de irrigação, sendo esta por gotejamento. Links de acesso: FISIOLOGIA DAS PLANTAS FORRAGEIRAS - PROFESSORA GEANE DIAS – UFAPE LEITURA COMPLEMENTAR FORRAGEIRAS - ESPÉCIES PARA A REGIÃO SUL DO BRASIL FORRAGEIRAS - ALTERNATIVAS DE MANEJO PARA O PERÍODO OUTONO-INVERNO. PALMA FORRAGEIRA NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL UNIDADE V – FOTOSSÍNTESE COMPARAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS FOTOSSINTÉTICOS C3 E C4 https://www.youtube.com/watch?v=GkyZrqBrUkM&feature=youtu.be https://www.embrapa.br/clima-temperado/forrageiras https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/zootecnia/ANACLAUDIARUGGIERI/sorgo-milheto-pennisetum.pdf https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/139110/1/Doc233.pdf http://www.fisiologiavegetal.ufc.br/APOSTILA/FOTOSSINTESE.pdf https://saulcarvalho.com.br/wp-content/uploads/2016/10/sistemas-c3-c4.pdf Sistema Silvipastoril - SSP (fig.10) é a combinação intencional de árvores, pastagem e gado numa mesma área ao mesmo tempo e manejados de forma integrada, com o objetivo de incrementar a produtividade por unidade de área. 04 Capítulo Sistema Silvipastoril Figura 10. Sistema Silvipastoril (SSP). ILPF: • Lavoura • Pecuária • Floresta Produtividade Rentabilidade Sustentabilidade De acordo com a Embrapa toda arborização de pastagens é um sistema silvipastoril. E sistema silvipastoril por sua vez é uma forma de sistema que integra pecuária-floresta. No entanto nem todo sistema silvipastoril é uma arborização de pastagens. Exemplo: Quando é feito o desbaste de um plantio florestal e é introduzida uma espécie forrageira e gado entre as árvores remanescentes, a área que antes era silvicultural passa a ser silvipastoril. A arborização de pastagem é a forma de converter pastagens convencionais em sistema silvipastoril. Esse sistema promove: Qual a diferença entre SSP, arborização de pastagens e ILPF? A proposta ganhou forças a partir da aprovação da Lei 708/07 (02/04/2013), que institui a Política Nacional de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) no Brasil. Importância, vantagens e desvantagens do SSP O sistema vem atender uma demanda baseada na atenção a boas práticas na relação meio ambiente e pecuária. Outro ponto importante é o bem-estar animal, onde o sistema atende o critério de conforto térmico, pois viabiliza a presença de árvores quais protegem os animais contra as adversidades climáticas, o que reflete positivamente na produtividade e saúde dos animais. Também beneficia solo, atuando na proteção contra erosões, bem como na recuperação de nutrientes. Agora vou elencar algumas desvantagens, entre elas estão: - maior custo de implantação - retorno do capital é mais lento - o manejo incorreto pode diminuir o rendimento dos cultivos agrícolas - maior complexidade do sistema produtivo - falta de informação dos agricultores. Links de acesso: SISTEMA SILVIPASTORIL LEITURA COMPLEMENTAR SISTEMA SILVIPASTORIL https://www.youtube.com/watch?v=y4gv92nZwzY https://www.embrapa.br/florestas/transferencia-de-tecnologia/sistema-silvipastoril/perguntas-e-respostas Como descrito no capítulo 1, leguminosas são plantas que produzem vagens que proporcionam maior valor alimentício, pois tem um alto teor de proteína. A utilização de leguminosa na pastagem promove um aumento na produção animal em relação à pastagem de gramínea exclusiva com diminuição dos custos de produção. A pastagem consorciada de gramíneas e leguminosas é uma boa opção, de baixo custo, para reduzir o problema da degradação das pastagens. No entanto, precisa-se de conhecimento das espécies para determinada região. Uma técnica com baixo custo e resultados positivos é a utilização de leguminosas . 05 Capítulo Uso de leguminosas e banco de proteínas arbóreasque formam simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico e com fungos micorrízicos bem como as leguminosas herbáceas. Banco de proteína são áreas cultivadas com leguminosas adaptadas ao pastejo, sendo resistente à seca, ter elevado teor proteico, produzir uma boa forragem, ser bem consumida de forma a complementar as deficiências dos animais mantidos em pastagem tradicionais. Leucena Seu manejo para forragem pode ser realizado de três formas: - pastejo direto - pastejo puro - pastejo associado Para a formação dos bancos de proteína é recomendado o uso de plântulas (mudas) formadas em viveiro, buscando utilizar variedades com maior capacidade de formação de biomassa foliar e menor quantidade de mimosina. Leucena é planta tóxica? Primeiro vamos de conceito, a mimosina ou leucenol: é um aminoácido não proteico tóxico, quimicamente semelhante à tirosina, que foi isolado pela primeira vez a partir de Mimosa pudica. Sinais clínicos: Alopecia é o mais frequente, mas também pode ocorrer emagrecimento, ulcerações da língua e esôfago, atrofia de gengiva, sialorreia, bócio, infertilidade e até mesmo a morte. ANOTA AÍ: Não se deve oferecer a equinos e para consumo de outras espécies é recomendado até 30%. Stilozanthes guianensis Leguminosa perene, semi-ereta e altamente resistente à seca, como banco de proteína, deve ocupar 30% do total da área da gramínea. É uma boa alternativa para formação de pastagem consorciada, banco de proteína e adubação verde. Gliricidia sepium A gliricídia tem demonstrado grande potencial como fornecedora de nitrogênio ao solo, podendo substituir total ou parcialmente o uso de fertilizantes nitrogenados. Grande potencial para banco de proteínas. Links de acesso: USO DE LEGUMINOSAS E BANCO DE PROTEÍNA LEUCENA É PLANTA TÓXICA? LEITURA COMPLEMENTAR LEUCENA (LEUCAENA LEUCOCEPHALA): LEGUMINOSA DE USO MÚLTIPLO PARA O SEMIÁRIDO BRASILEIRO SÉRIE LEGUMINOSAS TROPICAIS: GÊNERO STYLOZANTHES (STYLOZANTHES GUIANENSIS) https://www.youtube.com/watch?v=CRey5OApUJA https://www.youtube.com/watch?v=2kddt4f2x2E https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/29169/1/CT262.pdf https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/29169/1/CT262.pdf https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/29169/1/CT262.pdf http://www.agronomia.com.br/conteudo/artigos/artigos_leguminosas_tropicais_stylozanthes_guianensis.htm http://www.agronomia.com.br/conteudo/artigos/artigos_leguminosas_tropicais_stylozanthes_guianensis.htm http://www.agronomia.com.br/conteudo/artigos/artigos_leguminosas_tropicais_stylozanthes_guianensis.htm É uma área de terra onde se cultiva gramínea, estas com elevado potencial de produção de forragem, elas são cortadas e picadas para serem fornecidas no cocho, principalmente, na seca. Muito útil para sistema intensivo, sua implantação deve ocorrer em: Solos bem drenados; Área próxima ao local de fornecimento da forragem aos animais; Área próxima ao local de estocagem de esterco. A espécie mais utilizada é o capim Elefante (fig.11) 06 Capítulo Capineira Figura 11. Capim elefante. Vantagens e desvantagens da utilização da capineira - Vantagens: Possibilitam o aumento na produção de forragem; Viabilizam áreas de difícil acesso para o pastejo do gado; Possibilitam consumo mais uniforme de forragem verde; Permitem o aproveitamento de forragem para a produção de silagem ou feno; - Desvantagens: A produção de forragem de melhor qualidade coincide com as estações em que os pastos alcançam seus maiores rendimentos; Exigem trabalhos diários de cortes do material verde; Impossibilita a seleção feita pelo animal quando em pastejo; Maior necessidade de mão-de-obra, máquinas e implementos; Maior extração de nutrientes do solo. Links de acesso: CAPINEIRA LEITURA COMPLEMENTAR O CAPIM-ELEFANTE https://www.youtube.com/watch?v=nrlC-JqLVIU http://atividaderural.com.br/artigos/530ceffbab5ce.pdf O que é feno? É uma mistura de forragens ceifadas e secas, geralmente gramíneas e leguminosas, que passam por um processo de desidratação e é amplamente utilizada na alimentação de ruminantes. E fenação? Quando é retirada a água da forragem, ela é capaz de manter seu valor nutritivo permitindo uma armazenagem por longo período de tempo sem que haja deterioração dos seus princípios nutritivos. Em outras palavras é a producção do feno. 07 Capítulo Produção e utilização de feno Esclarecido os conceitos principais podemos destacar a sua importância, características das plantas ideais para produção de feno, o processo da fenação e suas etapas, como identificar o ponto ideal, seu armazenamento e verificação da qualidade do feno. Importância da utilização de feno Para assegurar a estocagem de alimentos destinados aos animais no período de seca. Porém sua utilização pode ser feita durante o ano inteiro, por exemplo, em propriedades onde os animais não tem acesso a pasto. A qualidade do feno depende da qualidade da forragem fenada. Pode ser armazenado por longos períodos, permite a utilização de excedentes da produção de forragem, otimiza a produção de forragem por área, democrático pois pode ser produzida em: Escala agroindustrial - o processo é considerado mecanizado. Pequenas escalas - se utiliza de ferramentas manuais, como garfo, alfanje, enfardadeira manual, entre outras. Atende a demanda nutricional de diferentes animais, tanto em espécies quanto em faixa etária. Outra utilização pode ser destacada é para cobertura de superfícies utilizadas pelos animais (cama). Características ideais de plantas para fenação Qualidade nutricional Facilidade de secagem: elevada relação folha e caule; caule fino; desidratação rápida e uniforme; Tolerância ao corte Produtividade Palatabilidade alta Cynodon spp Este gênero se apresenta como mais um recurso forrageiro para as regiões tropicais e subtropicais. elevado valor nutritivo e alimentício elevada resposta à adubação boa resistência ao pastejo adequada para uso tanto na forma de pastejo como na forma de feno boa tolerância ao frio. Atributos positivos: Figura 12. Cynodon propagação por mudas estabelecimento lento exigente em fertilidade queda da qualidade da forragem após 5 semanas de rebrota e após a ocorrência de geada susceptível à cigarrinha das pastagens Atributos negativos: Processo de fernação Corte - manual ou mecânico; realizada pela manhã. Deve-se levar em consideração a escolha da planta forrageira, sua formação adequada para o estande, manutenção da fertilidade do solo, visando a alta extração de nutrientes, controle de plantas daninhas, observação do estágio ideal para corte. Divide-se em três etapas: Realizar cortes em dias ensolarados com pouca nebulosidade, baixa umidade relativa do ar, ocorrência de ventos e temperaturas elevadas. Realizar cortes no período vegetativo. Secagem ou desidratação – com três subetapas; Fase de fácil desidratação, de 70-90% de umidade para 60-65%. Fase de difícil desidratação devido ao fechamento dos estômatos, de 65% para 45% (de umidade). Fase de fácil desidratação devido à morte das células, reduzindo-se de 45% para 10 a 15% de umidade. 1. 2. 3. Sugestão: colocar a forragem sobre lona plástica preta para auxiliar no processo de secagem, facilidade ao recolher e para não contaminar com terra. Armazenamento – pode ser a granel ou ser enfardado em fardos retangulares ou cilíndricos de diversos tamanhos. Ponto certo do feno Existem duas maneiras práticas para identificar: - Técnica do vidro com sal: se utiliza um frasco largo contendo sal (1 colher) de cozinha, acrescenta-se forragem picada, tampa-se, agitar o vidro e virar de boca pra baixo, caso recupere o sal a forragem está pronta. - Técnica da torção: pegar uma amostra, segurar o feixe com ambas as mãos, realizar a torção (como espremer roupa), caso rompa essa desidratação está severa, não romper, porém sair seiva, sinal que ainda não está adequada, sem rompimento ou seiva está ideal para o armazenamento. coloração verde: caso a cor esteja próxima do marrom é sinal deumidade elevada cheiro agradável boa quantidade de folhas ausência de mofo e livre de impurezas Feno de qualidade: Características desejáveis ANOTA AÍ: Links de acesso: PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE FENO LEITURA COMPLEMENTAR PRODUÇÃO DE FENO PRODUÇÃO DE FENO – CONCEITOS BÁSICOS https://www.youtube.com/watch?v=mgvypQw6jws http://www.iz.sp.gov.br/pdfs/1394105141.pdf https://www.beefpoint.com.br/producao-de-feno-conceitos-basicos-6520/ Aqui estão alguns conceitos básicos sobre o tema: Silagem - o produto da fermentação anaeróbica controlada de determinada forragem verde, em uma estrutura denominada de silo. É considerado um volumoso úmido. Silo: local ou estrutura de armazenamento da silagem. Ensilagem - conjunto de operações necessárias para produção do alimento silagem. Tem como objetivo o armazenamento de forragem durante longos períodos, preservando ao máximo suas característica nutritivas. 08 Capítulo Produção e utilização de silagem Para o melhor entendimento vamos fazer uma comparação: Silagem = Produto Ensilagem = Processo de produção Silo = Depósito Vantagens do uso da silagem Quando ensilado corretamente possibilita manutenção do valor nutricional. Favorece a liberação de áreas mais cedo, assim pode-se investir em outras culturas ou até mesmo formação de pastagem. Exige menos espaço para o armazenamento comparado à fenação. Por ser mais palatável é altamente aceitável, quando a silagem possui qualidade. Possibilita ampliação da criação animal. Desvantagens do uso da silagem Exige uma estrutura especial para armazenamento, no entanto não se utiliza de grandes tecnologias apenas precisa ser funcional e de acordo com as possibilidades. Alto custo em relação a pastagens, a produção por hectares é o fator que mais gera custo final. O mau armazenamento apresenta riscos ambientais como contaminação da água por eutrofização. Podendo ocorrer nos animais intoxicação por toxinas fúngicas em alguns casos levando a óbito. O que ensilar? O milho e o sorgo são culturas mais adaptadas ao processo de ensilagem, resultando geralmente em silagens de boa qualidade sem uso de aditivos. Por possuir maior teor de energia são utilizados na produção de vacas de leite, pois exige uma demanda energética grande. Cana-de-açúcar possui maior potencial de produção e alto teor de carboidratos solúveis, entretanto elevada população de levedura epistia, o que proporciona a fermentação alcoólica, esta indesejado, pois predispõe a degradação mais rápida. Deve- se utilizar aditivos junto para diminuir o pH. O girassol é adaptado e resistente, possui grande quantidade de matéria seca. Tem sido recomendado para cultivo de safrinha, sendo sua maior limitação o excesso de umidade no ponto de corte. O capim-elefante é bastante utilizado na produção de silagem das regiões de pecuária leiteira por sua produtividade elevada e grande adaptabilidade. É menos nutritivo que milho e sorgo, têm o teor adequado de carboidratos solúveis. As leguminosas podem ser utilizadas na produção de silagem, contanto que sejam utilizados aditivos para auxiliar na queda do pH. Teor de carboidratos solúveis A conversão do carboidrato solúvel em ácido lático possibilita a baixa do pH entre 3,8 a 4,2. Ideal para o aumento de bactérias que favorecem a ensilagem. O teor mínimo de carboidratos solúveis na forragem a ser ensilada deve ser de 6% a 8% da matéria seca e estes têm sido os valores encontrados nos capins tropicais contra valores acima de 15% nas plantas de milho e de sorgo. Etapas de ensilagem Corte: seu corte deve ser feito de acordo com a idade ou estágio do grão. Picagem: consiste no corte das plantas para silagem padronizando o tamanho. O indicado é variar entre 0,5 a 2 centímetros de comprimento. Transporte e carregamento: são utilizados tratores e carretas, mas pode ser utilizado carrinho de mão e carroças dependendo do tamanho do silo. O enchimento do silo deve acontecer de maneira rápida, para não ocorrer interferências climáticas, como chuva. Compactação: é a etapa mais importante de todo o processo. Normalmente realizada com o trator (fig.13), mas também pode ser feita com animais pisoteando, no caso das silagens de superfície ou de trincheira. Se for com o trator, deve-se ter atenção a limpeza das rodas para não contaminar a forragem e evitar a criação de bolsões de ar no silo, pois estes prejudicam a fermentação. Figura 13. Compactação com trator Vedação: a lona será a barreira entre o meio anaeróbio e o aeróbio. Colocar peso sobre a lona (fig.14) garante a conservação por longos períodos. Figura 14. Silos vedados com filme barreira de oxigênio Processos conservativos: transformação da forragem em silagem. O processo de fermentação pode ser simplificado em três fases: aeróbica (presença de oxigênio), que ocorre durante a colheita e enchimento do silo e deve ser minimizado; em seguida passa para a fase anaeróbica (ausência de oxigênio), condição que permite o crescimento de bactérias láticas e redução de pH; Por fim, retorna para a aeróbica com a abertura do silo e retirada ou movimentação da silagem. Os carboidratos solúveis nas plantas forrageiras serão os substratos que vão possibilitar a produção do ácido lático pelos microrganismos. A umidade sendo inadequada acarretará em menos carboidrato e matéria seca, bem como fermentação indesejada. ANOTA AÍ: Fases da ensilagem Fase aeróbica: representa o tempo entre o corte da planta até seu fechamento. Deve durar no máximo 24h para evitar perdas. Fase Lag (transição): as enterobactérias e bactérias ácido-láticas (BAL) normalmente prevalecem neste ambiente de 24 a 72 h após o fechamento do silo. Quando o pH é reduzido abaixo de 5, a população das enterobactérias declina rapidamente, tornando-se as BAL os principais microrganismos na silagem. Fase anaeróbica: ocorrem às fermentações anaeróbicas, nesse momento inicia a produção dos ácidos orgânicos. O crescimento ativo das BAL varia de 1 a 4 semanas. Fase de estabilização: quando a queda do pH se torna suficiente para inibir o crescimento microbiano ou ocorra à exaustão de substratos, as BAL tornam-se inativas, e sua população decresce. Aqui já pode considerar a silagem pronta, sendo armazenada até dois anos. Tipos de silos Trincheira De superfície Siloplast Silos horizontais: Poço De encosta Cincho (estrutura metálica). Silos verticais: Abertura do silo e uso da silagem Abrir o silo somente 30 dias após o fechamento. Deve ser feito com cuidado. Sua retirada ocorrerá em fatias, elas devem ter no mínimo 20 cm de espessura. Só abrir quando for utilizar. Links de acesso: PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE SILAGEM LEITURA COMPLEMENTAR SILOS, SILAGEM E ENSILAGEM FASES DA FERMENTAÇÃO NO PROCESSO DE ENSILAGEM https://www.youtube.com/watch?v=TrMnxNFNRR8&t=142s http://old.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/divulga/GCD02.html https://www.dracena.unesp.br/Home/Eventos/SICUD2010*/152_2010.pdf
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