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Tricomoníase: Infecção Sexualmente Transmissível

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Ilídia Carol dos Santos Pereira - Odontologia - UFPE
Descrita em 1896, pela primeira vez por
Donné, como uma vaginite em uma mulher, é uma
infecção em que o agente causal dessa doença
tem maior incidência nas mulheres (região
urogenital). Também chamada de tricomonose, é
uma infecção sexualmente transmissível (IST)
causada pela espécie de protozoários Trichomonas
vaginalis. É a IST curável de maior incidência no
mundo. az parte do gênero Trichomonas que
existem também as espécies Trichomonas tenax
(vive na cavidade bucal e em chimpanzés e
macacos) e Pentatrichomonas hominis (habita o
trato intestinal). Apesar das três espécies
parasitarem o homem, apenas a T. vaginalis é
patogênica.
❖ Taxonomia:
❖ Morfologia/estrutura anatômica:
As espécies de Trichomonas possuem
morfologia idêntica. Para diferenciá-las é preciso
saber de onde veio o material analisado, sendo
assim, serão: material do trato genital masculino e
feminino (T. vaginalis), da mucosa oral (pode ser
encontrado em tártaro, o T. tenax) e da mucosa
intestinal (T. hominis).
↳ Morfologia do Trichomonas vaginalis:
Protozoário unicelular e polimorfo. Quando
vivo é elipsóide ou oval e, às vezes, esférico. Tem
alta plasticidade (muda de forma com facilidade
quando exposto à tensões), formando pseudópodes
(projeção temporária da parede celular de alguns
protozoários, que permite a captação de alimentos,
fixação e a locomoção).
Possui quatro flagelos na parte anterior e
de tamanho desigual (para efetuar movimento).
Possui núcleo bem evidente e piriforme, O parasito
não possui mitocôndrias, mas sim grânulos densos
paraxostilares (os hidrogenossomos), em fileira, que
possuem enzimas que sintetizam ATP.
Blefaroplasto: Estrutura onde os flagelos se unem
para ‘’sair do corpo’’.
Membrana ondulante, que auxilia na
movimentação.
Axóstilo: Feixe de microtúbulos de estrutura rígida
e hialina que se concentra dentro do parasito e sai
do parasito, formando uma espécie de ‘’espinha
dorsal’’.
Forma: Apenas trofozoíto (forma ativa do
protozoário, ele alimenta e se reproduz, por
Ilídia Carol dos Santos Pereira - Odontologia - UFPE
diferentes processos). Não possui forma cística
(forma inativa e de resistência, na qual o protozoário
desenvolve uma parede resistente (parede cística)
que o protegerá quando estiver em meio impróprio
ou em fase de latência), apenas trofozoítica.
❖ Ciclo de vida:
* Reprodução por divisão binária. A divisão nuclear é do tipo
criptopleuromitótica. Não forma cistos.
**É um parasita extracelular, ou seja, não adentra a célula
do hospedeiro.
Pode se instalar no:
● Trato genital feminino;
● Uretra masculina e feminina;
● Próstata.
Não sobrevivendo fora desses ambientes.
Propiciam a vida do parasito:
- Baixa tensão de oxigênio;
- Temperatura 20 - 40 graus;
- pH entre 5 a 7,5 (mais para ácido).
Obs.: O pH vaginal aumenta na menstruação e vai
propiciar uma maior suscetibilidade de desenvolver
a tricomoníase quando exposta a mulher nessa fase
do ciclo). Cosméticos também podem contribuir
para possibilitar essa instalação. Durante esses dois
períodos específicos na vida da mulher (gravidez e
menstruação) há uma perda de lactobacilos, onde
ocorrerá uma diminuição do pH vaginal, agredindo o
meio de vida dos Trichomonas, fazendo eles se
multiplicarem para garantir a sobrevivência,
invadindo muitas vezes a mucosa.
❖ Contágio:
Via sexual (por ser uma IST)
- Sexo sem proteção/camisinha (sexo oral,
vaginal ou anal), as secreções são o processo mais
comum;
- Compartilhamento de objetos íntimos (como
toalha, calcinhas, sanitários, etc);
- Instrumentos ginecológicos infectados
(espéculo, por exemplo);
- Água de banho;
- Transmissão vertical (de mãe para filha - 2
a 17% de filhas nascidas de mães infectadas
podem desenvolver, pelo rompimento da bolsa
amniótica ou pela passagem na vagina).
Sobrevivência: várias horas numa gota de secreção
vaginal; na água, 2h à 40°C; 3h em urina coletada;
e 6h no sêmen ejaculado.
↪ Transmissão do HIV: O T. vaginalis aumenta o
risco de contaminação. A infecção por T. vaginalis
tipicamente faz surgir uma agressiva resposta
imune celular local que induz uma grande infiltração
de leucócitos, incluindo células-alvo do HIV, como
linfócitos TCD4+ e macrófagos, aos quais o HIV
pode se ligar e ganhar acesso. Além disso, o T.
vaginalis frequentemente causa pontos
hemorrágicos na mucosa, permitindo o acesso
direto do vírus à corrente sanguínea. Desse modo,
há um aumento na porta de entrada para o vírus em
indivíduos HIV-negativos. Similarmente, em uma
pessoa infectada pelo HIV, os pontos hemorrágicos
e a inflamação podem aumentar os níveis de vírus
nos fluidos corporais e o número de linfócitos e
macrófagos infectados pelo HIV presentes na região
genital. Isso resulta no aumento de vírus livres e
ligados aos leucócitos, expandindo a porta de saída
do HIV, e da probabilidade de exposição e
transmissão em parceiro sexual não-infectado.
O aumento da carga viral na secreção
uretral tem sido documentado em indivíduos com
tricomoníase. O aumento na secreção de citocinas
(interleucinas 1, 6, 8 e 10), conhecidas por
aumentar a suscetibilidade ao HIV, está sendo
agora demonstrado durante a tricomoníase. O T.
vaginalis tem capacidade de degradar o inibidor de
protease leucocitária secretória, um produto
conhecido por bloquear o ataque do HIV às células,
Ilídia Carol dos Santos Pereira - Odontologia - UFPE
e este fenômeno também pode promover a
transmissão do vírus.
❖ Sintomas/Manifestações clínicas:
Muitos hospedeiros são assintomáticos,
principalmente homens. O seu período de
incubação vai de 3 a 20 dias.
A mulher pode expressar uma vaginite
acompanhada de corrimento com cheiro forte,
espumoso e amarelo esverdeado. Dor na relação
sexual, ardência e dificuldade para urinar com dor,
coceira nos genitais e prurido. Mucosa:
Hiperemiada () e edemaciada (inchaço).
O cérvice uterino com aspecto de colpis
macularis (aspecto de morango ou framboesa),
atingindo cerca de 2% das mulheres infectadas.
Complicações:
- Na gravidez - Nascimento prematuro e
baixo peso ao nascer;
- Fertilidade - Algumas mulheres podem ter
2x mais chances de infertilidade;
A infecção pode passar para o útero e
trompas, além de dor no cólon, podendo gerar
infertilidade.
Homens: pode ter disúria (dor ao urinar) e
dor ao ejacular. Polaquiúria (vontade de urinar, mas
não tem conteúdo para sair), secreção fina e
branca, com o passar do tempo pode ter alteração
de coloração, odor fétido.
❖ Prevenção:
- Não usar objetos íntimos compartilhados;
- Preservativos;
- Educação sobre a doença/ informação.
❖ Diagnóstico:
O indivíduo pode ser assintomático.
Diagnóstico exclusivamente clínico não existe.
Deve-se fazer exames físico e clínico - cultura e
exame a fresco direto, sendo assim as opções são:
- Sumário de urina;
- Meio de cultura;
- Exames de análise microscópica (centrífuga
- lâmina);
- Coleta de secreções.
❖ Tratamento:
A maioria dos casos desaparece por conta
própria dentro de algumas semanas. Os casos mais
graves são tratados com antibióticos como o
Metronidazol, Tinidazol, Furazolidona (Giarlam),
Secnidazol (Secnidazol) e Naxogin (Nimorazol).

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