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Tricomoníase: Infecção Sexualmente Transmissível

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: engloba os protozoários que 
apresentam flagelos como estrutura de locomoção. 
Ex: Trypanosoma sp (Filo Kinetoplastida), 
Leishmania sp (Filo Kinetoplastida), Trichomonas 
vaginalis (Filo Parabasilida), Giardia duodenalis (Filo 
Diplomonadida). 
 
•É uma infecção sexualmente transmissível causada 
pelo Trichomonas vaginalis; 
•Existe apenas na forma de trofozoítos; 
•Forma alongada, ovóide ou piriforme; 
•Se localizam na vagina, uretra e próstata; 
•Possuem metabolismo preferencialmente anaeróbio 
(relacionados a um odor fétido); 
•Sobrevive cerca de 6 horas em uma gota de secreção; 
•Propagação pelo coito é a forma mais frequente mas 
pode haver por água ou fômites; 
•Algumas mulheres podem ser resistentes às infecções 
(relacionado ao pH vaginal)#•Maior incidência em pH 
entre 6 a 6,5, porém pode ser encontrado entre 4 e 8. 
 
A transmissão se dá pelo ato sexual. O homem é 
o vetor da doença, com a ejaculação os tricomonas 
presentes na mucosa da uretra são levados a 
vagina pelo esperma. Uma vez que o parasita se 
instala no canal vaginal, induz uma reação 
inflamatória, essa que cursa com o aumento de 
secreção e presença de leucorréia. 
 
 
 
 
 
 
Fatores que favorecem seu desenvolvimento: 
I. Modificações da microbiota vaginal 
II. Diminuição da acidez local 
III. Diminuição do glicogênio nas células 
epiteliais. 
IV. Acentuada descamação epitelial. 
 
Baciilos de Döderlein são bacilos da 
flora vaginal, que se nutrem de 
glicogênio, produzido por células contidas 
na vulva. Tais bacilos produzem ácido 
lático que é essencial para manter o pH 
da vagina ácido, ajudando a evitar que 
bactérias oportunistas se proliferem, 
causando doenças, como o Trichomonas 
vaginalis. Ou seja, ↓ bacilos ↑ 
Trichomonas. 
→ Estudos mostram a associação entre 
tricomoníase e ruptura prematura de membrana, 
parto prematuro, baixo peso de recém-nascido em 
grávidas com ruptura espontânea de membrana, 
baixo peso ao nascer associado a parto prematuro, 
endometrite pós-parto, natimorto e morte neonatal. 
A resposta inflamatória gerada pela infecção por T. 
vaginalis pode conduzir direta ou indiretamente a 
alterações na membrana fetal ou decídua. 
 
→ : O risco de infertilidade é quase duas 
vezes maior em mulheres com história de 
tricomoníase comparado com as que nunca tiveram 
tal infecção. O T. vaginalis está relacionado com 
doença inflamatória pélvica pois infecta o trato urinário 
superior, causando resposta inflamatória que destrói 
a estrutura tubária e danifica as células ciliadas da 
mucosa tubária, inibindo a passagem de 
espermatozóides ou óvulos através da tuba uterina. 
Mulheres com mais de um episódio de tricomoníase 
têm maior risco de infertilidade do que aquelas que 
tiveram um único episódio. 
 
→ : A infecção por T. vaginalis tipicamente faz surgir 
uma agressiva resposta imune celular local com 
inflamação do epitélio vaginal e exocérvice em 
mulheres e da uretra em homens. 
Essa resposta inflamatória induz urna grande 
infiltração de leucócitos, incluindo células-alvo do 
HIV, como linfócitos TCD4+ e macrófagos, aos quais 
O HIV pode se ligar e ganhar acesso. 
Além disso, o T. vaginalis frequentemente causa 
pontos hemorrágicos na mucosa, permitindo o 
acesso direto do vírus para a corrente sanguínea. 
Desse modo, há um aumento na porta de entrada 
para o vírus em indivíduos HIV-negativos. 
Similarmente, em uma pessoa infectada pelo HIV, 
os pontos hemorrágicos e a inflamação podem 
aumentar os níveis de vírus nos fluidos corporais e 
o número de linfócitos e macrófagos infectados pelo 
HIV presentes na região genital. Isso resulta em 
aumento de vírus livres e ligados aos leucócitos, 
expandindo a porta de saída do HIV. Deste modo, 
há uma probabilidade oito vezes maior de exposição 
e transmissão de parceiro sexual não-infectado. Além 
disso, um aumento da carga viral na secreção uretral 
tem sido documentado em indivíduos com 
tricomoníase. Um aumento na secreção de citocinas 
(interleucinas 1, 6, 8 e 10), conhecidas por aumentar 
a suscetibilidade ao HIV, está sendo agora 
demonstrado durante a tricomoníase. O T. vaginalis 
têm a capacidade de degradar o inibidor de protease 
leucocitária secretória, um produto conhecido por 
bloquear o ataque do HIV às células, podendo esse 
fenômeno também promover a transmissão do vírus. 
Em adição, muitos pacientes são assintomáticos e, 
mantendo-se sexualmente ativos, propagam ainda 
mais a infecção. Essas descobertas sugerem que o 
diagnóstico e o tratamento para a infecção por T, 
vaginalis em homens e mulheres podem reduzir 
significativamente a transmissão do HIV. 
 
→ : O espectro clínico da tricomoníase varia 
da forma assintomática ao estado agudo. 
A tricomoníase provoca uma vaginite que se 
caracteriza por um corrimento vaginal fluido 
abundante de cor amarelo-esverdeada, bolhoso, de 
odor fétido (leucorréia) mais frequentemente no 
período pós-menstrual. O processo infeccioso é 
acompanhado de prurido ou irritação vulvovaginal de 
intensidade variável e dores no baixo ventre. 
A mulher apresenta dor e dificuldade para as 
relações sexuais (dispareunia de intróito), 
desconforto nos genitais externos, dor ao urinar 
(disúria) e freqüência miccional (poliúria). A vagina 
e a cérvice podem ser edematosas e eritematosas, 
com erosão e pontos hemorrágicos na parede 
cervical, conhecida como colpitis macularis o u 
cérvice com aspecto de morango. A tricomoníase é 
mais sintomática durante a gravidez ou entre 
mulheres que tomam medicamento anticoncepcional 
oral. 
 
→ : A tricomoníase no homem é comumente 
assintomática ou apresenta-se como uma uretrite 
com fluxo leitoso ou purulento e uma leve sensação 
de prurido na uretra. Pela manhã, antes da 
passagem da urina, pode ser observado um 
corrimento claro, viscoso e pouco abundante, com 
desconforto ao urinar (ardência miccional) e por 
vezes hiperemia do meato uretral. Durante o dia, a 
secreção é escassa. O parasito desenvolve-se 
melhor no trato urogenital do homem, em que o 
glicogênio é mais abundante. Nos portadores 
assintomáticos, o parasito permanece na uretra e 
talvez na próstata. As seguintes complicações são 
atribuídas a esse organismo: prostatite, balanopostite 
e cistite. Esse protozoário pode se localizar ainda na 
bexiga e vesícula seminal. 
 
→ : Não pode ter como base somente a 
apresentação clínica, pois a infecção poderia ser 
confundida com outras doença (como candidíase e 
infecção por Gardnerella sp), visto que o clássico 
achado da cérvice com aspecto de morango é 
observado somente em 2% das pacientes e o 
corrimento espumoso somente em 20% das 
mulheres infectadas. 
 
→ : A demonstração do parasito é 
essencial para o diagnóstico seguro. 
•I. Exame à fresco: coleta de secreção vaginal por 
uma pipeta grossa e espátula.$Secreção + Solução 
fisiológico = observar ao microscópio (procurar pelo 
trofozoíto). 
•II. Exame de urina tipo I: pesquisa do parasito no 
sedimento urinário ao microscópio 
•III. Exame de Papanicolau: coleta de material 
vaginal da cérvice uterina; observação das estruturas 
pirifomes, coradas pela hematoxilina (sugestivas de 
Trichonomas sp. 
•IV. imunológico: reações de aglutinação,métodos de 
imunofluorescência (direta e indireta) e técnicas 
imunoenzimáticas (ELISA) contribuem para aumentar o 
índice de certeza do resultado. Essas técnicas não 
substituem os exames parasitológicos, mas podem 
completá-los quando negativos. Os métodos 
imunológicos têm significado maior naqueles casos 
de pacientes assintomáticos, permitindo uma triagem 
adequada com a possibilidade de um tratamento 
precoce e uma diminuição do risco da transmissão. 
 
•Prática do sexo seguro (uso de preservativo, 
abstinência de contato sexual com pessoas 
infectadas) 
•Tratamento simultâneo para parceiros sexuais. 
 
: 
•Metronidazol (Flagyl): 2g em dose única; 
•Tinidazol (Fasigyn): 4 comprimidos 500mg em dose 
única; 
•Ornidazol (Tiberal), Nimarazol (Nagoxin), Carnidazol 
e Secnidazol. 
→Gestantes: Não deve ser via oral, somente pela 
aplicação local de cremes, geléias ou óvulos.

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