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Profa. Dra. Aracelle de A.S.Guimarães João Pessoa PB http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=ufersa&source=images&cd=&cad=rja&docid=eTrr1rp2WsZzXM&tbnid=aAPha-rORXsn3M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www2.ufersa.edu.br/portal/extensao/consab&ei=rRmcUeaeAoiC8AStwYGIDA&bvm=bv.46751780,d.dmQ&psig=AFQjCNHMeBtXYDBoTOwFb8wTqrWKHKC1aw&ust=1369271045036114 INTRODUÇÃO/IMPORTÂNCIA É obrigação dos engenheiros conhecer com as propriedades mecânicas são medidas e o que cada uma das propriedades representa; elas são necessárias para poder fazer projetos utilizando materiais com as propriedades coerentes como os tipos de cargas e solicitações que serão necessários para o material suportar e assim não falhar. Ou seja, é necessário utilizar um material com as propriedades que atenda as exigências de serviço conforme previsto pela análise de tensões prevista no projeto. INTRODUÇÃO/IMPORTÂNCIA O comportamento mecânico de um material reflete a relação entre sua resposta ou deformação a uma carga ou força aplicada. Propriedades mecânicas importantes para o projeto são: Rigidez; Resistência; Dureza; Ductilidade; e Tenacidade. INTRODUÇÃO/IMPORTÂNCIA Como as propriedades mecânicas dos materiais são verificadas? ◦ Realizando experimentos em laboratórios cuidadosamente programados, que tentam reproduzir a solicitação o mais próximo da realidade. Para que as propriedades mecânicas obtidas nos ensaios realizados sejam aceitas e até comparadas é necessária uma normalização. ◦ Exemplo: Nos Estados Unidos, a organização mais ativa é a Sociedade Americana de Ensaios de Materiais (ASTM – American Society for testing and Materials) e muitos grupos de pesquisadores a usam para ter seus resultados de pesquisas reconhecidos e utilizados. Ao elaborar um projeto é importante antes de realizar uma análise experimental e necessária saber qual a análise experimental deve realizado. Um corpo pode está submetido a diversos tipos de carregamentos. Outros fatores importantes além da natureza da carga são também considerados, como: ◦ Duração da sua a aplicação; ◦ Condições ambientais (a temperatura, por exemplo, é um fator que influência nos resultados). Para cada tipo natureza da carga e duração/ forma de solicitação da mesma tem um ensaio para medir as propriedades importantes para um determinado projeto. Os principais ensaios são: ◦ Ensaio de tração; ◦ Ensaio de compressão; ◦ Ensaio de cisalhamento; ◦ Ensaio de flexão; e ◦ Ensaio de fadiga. O corpo-de-prova é destruído (ensaio destrutível) Uma observação importante é que para cada ensaio realizado e para cada tipo de material utilizado terá um tipo de corpo de prova normatizado. Exemplificando: se eu quero fazer um ensaio de tração num polímero e num metal seus corpos de provas serão diferentes; da mesma forma que para um ensaio de compressão e tração num metal, os corpos de provas serão diferentes. Assim, é necessário olhar a norma correspondente ao ensaio que se deseja realizar e o material do mesmo. Corpo de prova de ensaio de tração uniaxial para um compósito polimérico. Corpos de prova de ensaio de flexão em três pontos para um compósito polimérico. Corpos de provas de Impacto Corpos de prova de concreto para ensaio de compressão Ensaio de Flexão Ensaio de dobramento Um ensaio MUITO IMPORTANTE para obter algumas propriedades importantes na engenharia é o ensaio de dureza o corpo de prova não é destruído (ensaio não destrutível), às vezes, o mesmo pode ser realizado até mesmo sobre o próprio objeto que se deseja obter as propriedades. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO A resistência de um material depende de sua capacidade de suportar a carga sem deformação excessiva ou ruptura e os ensaios de tração e compressão são os mais utilizados. NO ENSAIO DE TRAÇÃO, a máquina é projetada para alongar o corpo de prova a uma taxa constante, além de medir contínua e simultaneamente a carga instantânea aplicada (usando uma célula de carga) e os alongamentos resultantes (usando um extensômetro). ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Porém, se o corpo de prova tiver uma área de seção reta dobrada a sua carga será alterada. Assim, para minimizar esses fatores geométricos, a carga e o alongamento são normalizados de acordo com os seus respectivos parâmetros de tensão de engenharia ou deformação de engenharia (mostradas a seguir). A tensão (σ) é definida como: 𝝈 = 𝑭 𝑨 = 𝑵 𝒎² = 𝑷𝒂 106N/m2 = MPa ( MPa é a unidade mais usada) Onde: F – é a carga instantânea aplicada A – é a área de seção transversal do corpo de prova A deformação (ϵ) é definida como: 𝝐 = 𝒍𝒊 − 𝒍𝟎 𝒍𝟎 Onde: 𝑙0 - é o comprimento útil original do corpo de prova (esse valor é obtido na norma) 𝑙𝑖 - é o comprimento instantâneo (medido pelo extensômetro) ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO PARA O ENSAIO DE COMPRESSÃO, a força irá comprimir o corpo de prova, logo tanto a tensão quanto a deformação serão negativas. Poucas informações são obtidas dele, o mesmo é usado mais quando deseja saber o comportamento de um material frágil sobre compressão. ◦ Exemplo: engenheiros civis normalmente fazem teste de compressão no concreto. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Os dados coletados pela máquina do ensaio de tração e pelo ensaio de compressão é obtido o diagrama Tensão-Deformação. Existem dois tipos de diagrama Tensão-Deformação que são: Diagrama Tensão-Deformação convencional: que todo o cálculo da tensão é obtido levando em consideração a área inicial; e Diagrama Tensão-Deformação real: que leva em consideração a variação que a área da seção transversal vai sofrendo. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Diagrama Tensão-Deformação típico de um metal. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Diagrama Tensão-Deformação típico de um metal. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Diagrama Tensão-Deformação típico de um metal: ◦ Deformação elástica: são deformações reversíveis, ou seja, quando a carga e retirada, o material volta as suas dimensões originais; ◦ Deformação plástica: são deformações irreversíveis, ou seja, quando a carga e retirada, o material não recupera totalmente suas dimensões originais; Uma observação importante é que para alguns materiais na engenharia, a deformação elástica depende do tempo, explicando como funciona a deformação elástica irá continuar após a aplicação da tensão e com a liberação da carga o material necessitará de um tempo finito para obter a sua recuperação completa. Esse comportamento elástico é conhecido por anelasticidade (pode ser desprezado nos metais). Para polímeros se da o nome de comportamento viscoelástico. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Na região de comportamento elástico temos: ◦ LIMITE DE PROPORCIONALIDADE (𝝈𝒑𝒓): região onde a tensão é proporcional à deformação. Existe uma relação (conhecida como lei de Hooke) entre a tensão e a deformação que é chamada de módulo de elasticidade (𝑬) ou módulo de Young. 𝐸 = 𝜎 𝜖 𝜎 = 𝐸𝜖 Onde: σ – Tensão ϵ – Deformação ENSAIO DE TRAÇÃO/ COMPRESSÃO Na região de comportamento elástico temos: Como se percebe no gráfico tensão versus deformação, o módulo de elasticidade corresponde a inclinação da reta. Esse módulo pode ser considerado como a rigidez do material ou uma resistência do material a deformação elástica. Foto de um gráfico Tensão deformação de compósitos poliméricos. O módulo é um importante parâmetro de projeto empregado para calcular deflexões elásticas. A magnitude do módulo de elasticidade é proporcional à inclinação de cada curva de separação interatômica de equilíbrio, r0. O módulo de elasticidade sofre influência do efeito da temperatura. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Na região de comportamentoelástico temos: Observação: Existem alguns materiais (por exemplo, ferro fundido cinzento, concreto e muitos polímeros) que o módulo de elasticidade não é linear, logo não tem módulo de elasticidade. Para esses tipos de materiais, se encontra o módulo tangente ou o módulo secante. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Callister 2013 - Problema 6.3: Um corpo de prova de alumínio com seção transversal retangular de 10mm X 12,7mm é puxado em tração com uma força de 35,5 KN, produzindo apenas deformação elástica. Calcule a deformação resultante. 𝜀 = 4,05 × 10−3 ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Na região de comportamento elástico temos: ◦ Limite de elasticidade: A tensão um pouco acima do limite de proporcionalidade antes da curva fletir. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Na região de comportamento plástico temos: ◦ Escoamento: um pequeno aumento na tensão acima do limite de elasticidade faz com que o material sofra um colapso e se deforme permanentemente. ◦ Limite de escoamento (𝝈𝒆); ◦ O limite de escoamento para alguns casos (em metais) não é bem definido, adota-te uma convenção onde uma linha reta é construída paralelamente à porção proporcional da curva numa deformação de 0,002. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Na região de comportamento plástico temos: ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Callister 2013 - Problema exemplo 6.3: A partir do comportamento tensão-deformação em tração para o corpo de provas de latão que está mostrado na figura ao lado, determine: a) O módulo de elasticidade b) A tensão limite de escoamento para uma pré-deformação de 0,002. c) A carga máxima que pode ser suportada por um corpo de provas cilíndrico que possui um diâmetro original 12,8mm. d) A variação do comprimento de um corpo de provas originalmente com 250mm de comprimento e que foi submetido a uma tensão de tração de 345MPa. 𝜀 = 0,06 ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Na região de comportamento plástico temos: ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Na região de comportamento plástico temos: ◦ LIMITE DE RESISTÊNCIA (𝝈𝒓): quando o escoamento termina, ao se aplicar uma carga adicional ao corpo de prova, a curva irá crescer continuamente até alcançar a tensão máxima, que é o limite de resistência. O aumento da curva é chamado de endurecimento por deformação. ◦ LIMITE DE RUPTURA (𝝈𝒓𝒖𝒑): A tensão que o corpo de prova sofre ruptura. Antes de sofrer ruptura e após o limite de resistência o corpo de prova sofre estricção. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Outras propriedades mecânicas são obtidas: ◦ DUCTILIDADE: representa a medida do grau de deformação plástica que foi suportado até a fratura. O mesmo pode ser medida pelo alongamento percentual ou pela redução de área percentual. %𝐀𝐋 = 𝒍𝒇 − 𝒍𝟎 𝒍𝟎 × 𝟏𝟎𝟎 %𝐑𝐀 = 𝑨𝒇 − 𝑨𝟎 𝑨𝟎 × 𝟏𝟎𝟎 Para um dado material, normalmente as magnitudes de %AL e %RA, serão diferentes ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Outras propriedades mecânicas são obtidas: ◦ DUCTILIDADE: A maioria dos metais possui pelo menos um grau de ductilidade moderado a temperatura ambiente; entretanto, alguns se tornam frágeis conforme a temperatura é reduzida; Importância da ductilidade: Indica ao projetista o grau ao qual uma estrutura irá se deformar plasticamente antes de fraturar; Especifica o grau de deformação permitido durante operações de fabricação. Materiais frágeis são considerados, de maneira aproximada, como aqueles que possuem uma deformação de fratura menor que, aproximadamente, 5%. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Outras propriedades mecânicas são obtidas: ◦ DUCTILIDADE: A tabela a seguir apresenta alguns valores típicos para a tensão limite de escoamento, para o limite de resistência à tração e para a ductilidade de alguns metais comuns à temperatura ambiente Essas propriedades são sensíveis a qualquer deformação anterior , à presença de impurezas e/ou a qualquer tratamento térmico ao qual o metal tenha sido submetido. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Outras propriedades mecânicas são obtidas: DUCTILIDADE: O módulo de elasticidade é um parâmetro mecânico insensível a esses tratamentos. Da mesma forma que para o módulo de elasticidade, as magnitudes tanto das tensões limite de escoamento como limite de resistência à tração diminuem com o aumento da temperatura; justamente o contrário é observado para a ductilidade, que geralmente aumenta com a temperatura, mostrado na figura a seguir. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Outras propriedades mecânicas são obtidas: ◦ RESILIÊNCIA (𝑼𝒓): é a capacidade de um material absorver energia quando ele é deformado elasticamente e depois, com o descarregamento, e ter essa energia recuperada. A resiliência pode ser calculada pela área que abaixo da curva na região de comportamento elástico. 𝑼𝒓 = 𝟏 𝟐 𝝈𝒍𝝐𝒍 = 𝟏 𝟐 𝝈𝒍 𝝈𝒍 𝑬 = 𝝈𝒍² 𝟐𝑬 𝑼𝒓 = 𝝈𝒅𝝐 𝝐𝒍 𝟎 = 𝟏 𝟐 𝝈𝒍𝝐𝒍 𝑼𝒓 = 𝑱 𝒎3 , 𝒆𝒒𝒖𝒊𝒗𝒂𝒍𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒂 𝑷𝒂 Exemplo: Os materiais resilientes são aqueles que possuem limites de escoamento elevado e módulo de elasticidade baixos, tais ligas encontram aplicação como molas. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Outras propriedades mecânicas são obtidas: TENACIDADE: (Vários contextos) TENACIDADE OU TENACIDADE À FRATURA: é uma propriedades indicativa da resistência de um material à fratura quando uma trinca (ou outro defeito concentrador de tensões) está presente. TENACIDADE: Habilidade de um material absorver energia e se deformar plasticamente antes de fraturar Condições dinâmicas (elevadas taxas de deformação) é quando um entalhe (concentrador de tensão ) está presente → tenacidade ao entalhe (ensaio de impacto) Condições estáticas (pequena taxa de deformação) Essa grandeza representa toda a área sob o diagrama tensão deformação – ensaio de tração. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Outras propriedades mecânicas são obtidas: TENACIDADE: A geometria do corpo de prova, bem como a maneira como a carga é aplicada, são fatores importantes nas determinações de tenacidade; Materiais com tenacidade elevada dão sinais antes da ruptura e com tenacidade baixa rompem sem dar sinal eminente; e Para que um material seja tenaz, ele deve apresentar tanto resistência como ductilidade; e frequentemente materiais dúcteis são mais tenazes do que materiais frágeis. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Verificação de conceito: Dentre os metais listados na tabela: a) Qual é o material mais resistente? Explique. b) Qual é o mais rígido? Explique c) Qual terá o maior redução percentual em área? Explique. a) D, maior limite de escoamento e resistência. b) E, maior módulo de elasticidade c) B, maior deformação na fratura. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Outras propriedades mecânicas são obtidas: COEFICIENTE DE POISSON (𝝂): é definido como a razão entre as deformações lateral e axial (obtido na região elástica) Se a tensão aplicada for uniaxial (apenas na direção z) e o material for isotrópico, então 𝜖𝑥 = 𝜖𝑦. Logo: 𝝂 = − 𝝐𝒙 𝝐𝒛 = − 𝝐𝒚 𝝐𝒛 ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Outras propriedades mecânicas são obtidas: COEFICIENTE DE POISSON (𝝂): Normalmente os coeficientes de Poisson variam entre 0,25 e 0,35. Para materiais isotrópicos, os módulos de cisalhamento e de elasticidade estão relacionados entre si pelo coeficiente de Poisson de acordo com a expressão: Na maioria dos metais, G é equivalente a aproximadamente 0,4E. 𝑮 = 𝑬 𝟐(𝟏 + 𝝂 ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Outras propriedades mecânicas são obtidas: COEFICIENTE DE POISSON (𝝂): A tabela a seguir mostra o coeficiente de Poisson para alguns materiais. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Callister 2013 - Problema exercício6.2: Uma tensão de tração deve ser aplicada ao longo do eixo do comprimento de uma barra cilíndrica de latão, com diâmetro de 10mm. Determine a magnitude da carga necessária para produzir uma variação de 2,5 × 10−3𝑚𝑚 no diâmetro, se a deformação for puramente elástica. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Outras propriedades mecânicas são obtidas: RECUPERAÇÃO ELÁSTICA DURANTE A DEFORMAÇÃO PLÁSTICA ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO Hibbeler 3.2 – 2004: O diagrama tensão- deformação de uma liga de alumínio usada para fabricar peças de aeronaves é mostrado a seguir. Supondo que um corpo-de-prova seja tracionada com 600MPa, determinar a deformação permanente que ficar quando a carga for removida. Calcular também o módulo de resiliência tanto antes como depois da aplicação da carga. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIRA: Da a impressão que o material está ficando menos resistente. Porém, na verdade a resistência está aumentando. A área da seção transversal está diminuindo rapidamente. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIRA: ◦ TENSÃO VERDADEIRA (𝝈𝒗): 𝝈𝒗 = 𝑭 𝑨𝒊 ◦ DEFORMAÇÃO VERDADEIRA (𝝐𝒗): 𝝐𝒗 = 𝒍𝒏 𝒍𝒊 𝒍𝟎 ◦ Considerando que durante o ensaio o volume é constante: 𝑙𝑖𝐴𝑖 = 𝑙0𝐴0 Área da seção transversal instantânea ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIRA: ◦ As tensões e deformações verdadeiras e da engenharia estão relacionadas de acordo com as seguintes expressões: 𝝈𝒗 = 𝝈 𝟏 + 𝝐 𝝐𝒗 = 𝐥𝐧 𝟏 + 𝝐 São válidas apenas até o início da estricção; além desse ponto, a tensão verdadeira e a deformação verdadeira devem ser calculadas a partir de medidas de carga, da área da seção transversal e do comprimento útil reais. TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIRA: Paralelamente à formação do pescoço, ocorre a introdução de um complexo estado de tensões na região do pescoço (isto é, a existência de outros componentes além da tensão uniaxial). Como consequência disso, a tensão corrigida (axial) no pescoço é ligeiramente menor do que a tensão calculada a partir da carga aplicada e da área da seção transversal do pescoço. ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIRA: ◦ Para alguns metais e ligas, a região da curva tensão-deformação verdadeira desde o início da deformação plástica até o ponto onde tem o início do pescoço pode ser aproximada pela relação: 𝝈𝒗 = 𝒌𝝐𝒗 𝒏 Constante: coeficiente de encruamento, possui valor inferior a uma unidade Constante ENSAIO DE TRAÇÃO/COMPRESSÃO TENSÃO E DEFORMAÇÃO VERDADEIRA: ◦ CALLISTER – exercício 6.42: um ensaio de tração é realizado em um corpo de prova metálico e determina-se que uma deformação plástica verdadeira de 0,20 é produzida quando uma tensão verdadeira de 575 MPa é aplicada; para o mesmo metal o valor de K é 860 MPa. Calcule a deformação verdadeira que resulta da aplicação de uma tensão verdadeira de 600 MPa. ENSAIO DE CISALHAMENTO/TORÇÃO Para um corpo que está submetido a uma força de cisalhamento puro, a tensão cisalhante, a deformação do cisalhamento, o módulo de cisalhamento e o diagrama estão mostrados a seguir. A tensão cisalhante (𝜏): 𝛕 = 𝐅 𝐀𝟎 Onde: 𝐹 – é a carga ou força imposta paralelamente a área 𝐴0–é a área inicial. O módulo de elasticidade a cisalhamento (𝐺): 𝐆 = 𝛕 𝛄 Onde: 𝛾 – é deformação de cisalhamento e é definida como sendo a tangente do ângulo de deformação ENSAIO DE CISALHAMENTO/TORÇÃO A TORÇÃO é uma variação do cisalhamento puro, onde um membro estrutural é torcido (como mostrado no início) as forças torcionais produzem um movimento de rotação em torno do eixo longitudinal de uma das extremidades em relação a outra; São considerados exemplos de torção nos eixos em máquinas e eixos de acionamento (como exemplos, furadeira e torno mecânico). Ensaios de torção em geral são executados para eixos sólidos cilíndricos ou tubos. ENSAIO DE CISALHAMENTO/TORÇÃO A cisalhante vai ser em função do torque (T), enquanto que a deformação (𝛾) está relacionada com o ângulo de torção (𝜙). As propriedades mecânicas obtidas serão: ◦ Tensão cisalhante; ◦ Deformação cisalhante; ◦ Módulo de elasticidade transversal; ◦ Limite de proporcionalidade e de escoamento ao cisalhamento; ◦ Módulo de ruptura. ENSAIO DE FLEXÃO/DOBRAMENTO Consiste na aplicação de uma carga crescente em determinados pontos de uma barra geométrica padronizada. Mede-se o valor da carga versus a deflexão; Muito comum em materiais cerâmicos e metais duros. Os materiais dúcteis quando sujeito a esse tipo de carga são capazes de sofrer grandes deformações, ou dobramento, não fornecendo resultados quantitativos confiáveis, assim utiliza-se o ensaio de dobramento; ENSAIO DE FLEXÃO/DOBRAMENTO Existem dois tipos principais desse ensaio: ◦ Flexão em três pontos; e ◦ Flexão em quatro pontos. Fonte das figuras: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfyT oAJ/ensaio-flexao-ensaio-cisalhamento ENSAIO DE FLEXÃO/DOBRAMENTO As principais propriedades mecânicas obtidas no ensaio de flexão são: módulo de ruptura a flexão, módulo de elasticidade, módulo de resiliência e módulo de tenacidade. Os resultados obtidos podem variar com a temperatura, a velocidade da aplicação da carga, os defeitos superficiais e as características microscópicas e, principalmente a geometria transversal da amostra. ENSAIO DE FLUÊNCIA Fluência: definida como a deformação plástica que ocorre em função do tempo para um material submetido a uma tensão constante. É um fenômeno indesejável e que consiste em um fator determinante da vida útil de um componente. A fluência ocorre em qualquer tipo de material, e particularmente nos metais o fenômeno é influenciado pelo acréscimo de temperatura para valores acima de 40% da temperatura de fusão do material. Locais que existem operações que exigem altas temperaturas (por exemplo, indústrias petroquímicas) assim, a fluência é uma propriedade mecânica que deve ser avaliada cuidadosamente. Assim, o ensaio de fluência se faz necessário. ENSAIO DE FLUÊNCIA O ensaio consiste na aplicação de uma carga inicial e constante em um material durante um período de tempo, quando submetido a temperaturas elevadas. O principal objetivo é prever a vida útil do material sob essas condições. Não é um ensaio de rotina, devido seu longo tempo para a realização, motivo pelo qual se criou técnicas de extrapolação de resultados para longos períodos e ensaios alternativos em condições severas. ENSAIO DE FADIGA Um material, quando submetidos a tensões flutuantes ou repetitivas, isto é, quando sob ação de esforços cíclicos, rompem-se a tensões muito inferiores àquelas determinadas aos ensaios estáticos de tração e compressão. A ruptura se deve a condições dinâmicas de aplicação de esforços é diz que o corpo rompeu por fadiga. A fadiga é uma propriedade mecânica muito estudada na indústria aeronáutica entre outras, pois a falha por fadiga é imprevisível, acontece sem que haja qualquer aviso prévio. ENSAIO DE FADIGA De forma simplificada, o ensaio de fadiga consiste na aplicação de carga cíclica em um corpo de prova apropriado. O gráfico obtido é a resistência em função do número de ciclos até a fratura. Os principais resultados obtidos no ensaio são: ◦ Limite de resistência à fadiga; ◦ Resistência à fadiga; e ◦ Ciclo de vida em fadiga. ENSAIO DE DUREZA Dureza: é a medida da resistência de um material a uma deformação plástica localizada (por exemplo, uma pequena impressão ou um risco). Os primeiros ensaios de dureza foram baseados nos minerais naturais, com a escala construída unicamente em função da habilidade de um materialriscar o outro material mais macio. ◦ Escala Mohs Técnicas quantitativas para determinação da dureza foram desenvolvidas durantes anos. ENSAIO DE DUREZA ESCALA MOHS : Se baseia no principio que o mineral com maior dureza é capaz de riscar os de menor dureza. Fonte: http://profalexandregangorra.blogspot.com.br/2013/11/a -escala-mohs-e-dureza-dos-minerais.html Se algum mineral é capaz de riscar o quartzo, mas não é capaz de riscar o topázio, sua dureza será algo entre 7 e 8. È uma escala relativa, só podemos identificar que um mineral é mais duro que outro, mas não o quanto um mineral é mais duro do que o outro. Fonte: http://blog.poesie.com.br/pedras- preciosas/propriedades-das-pedras- preciosas-dureza/ ENSAIO DE DUREZA Atualmente, em geral, um pequeno penetrador é forçado contra a superfície de um material a ser testado sobre condições controladas de carga e taxa de aplicação. Faz-se a medida da profundidade ou tamanho da impressão resultante, a qual por sua vez é relacionada a um número de índice de dureza; quanto mais macio for o material, maior e mais profunda será a impressão e menor será a dureza. ENSAIO DE DUREZA Existem varias técnicas de dureza, na engenharia as mais comuns são: ◦ Dureza Rockwell; ◦ Dureza Brinell; ◦ Microdureza Vickers; e ◦ Microdureza Knoop. As medidas das durezas são apenas relativas uma dureza de um método não deve ser comparada com uma dureza de outro método. ENSAIO DE DUREZA ENSAIO DE DUREZA ENSAIO DE DUREZA CONVERSÃO DE DUREZA: Como a dureza não é uma propriedade bem definida, e devido as diferenças experimentais entre técnicas, não existe um sistema de conversão abrangente, a conversão foi obtida experimentalmente. ENSAIO DE DUREZA Razões para o ensaio de dureza ser amplamente utilizado: ◦ São simples e baratos Não precisa de corpo de prova e os equipamentos são relativamente baratos. ◦ O ensaio é não destrutível ◦ Outras propriedades podem ser estimadas com os dados obtidos pelo ensaio de dureza, por exemplo, o limite de resistência à tração. ENSAIO DE DUREZA ENSAIO DE DUREZA Apesar de não precisar de nenhum corpo de prova especial, alguns cuidados como espessura do corpo de prova e distância entre as impressões deixada pelo ensaio tem que ser observada. Impressões muito próximas ou corpo de prova muito fino pode causar imprecisões no resultado. Para cada tipo de ensaio tem suas características e materiais mais indicados. ENSAIO DE DUREZA Callister 2013 – Problema 6. : ◦ (a) Um penetrador para ensaios de dureza Brinell com 10mm de diâmetro produziu uma impressão com diâmetro de 2,5mm em uma liga de aço quando foi usada uma carga de 1000kg. Calcule a HB desse material. ◦ (b) Qual será o diâmetro de uma impressão para produzir uma dureza de 300HB quando é usada uma carga de 500kg? VARIABILIDADE NAS PROPRIEDADES DOS MATERIAIS Existirá sempre alguma dispersão ou variabilidade nos dados que são coletados de diferentes amostras do mesmo material. Fonte: DONG C., et al.. Flexural properties of hybrid composites reinforced by S-2 glass and T700S carbon fibres. Composites: Part B, n. 43, p. 573-581, 2011 VARIABILIDADE NAS PROPRIEDADES DOS MATERIAIS Vários fatores levam às incertezas nos dados medidos. Estes incluem: ◦ O método de ensaio; ◦ Variações nos procedimentos de fabricação dos corpos de prova; ◦ Influências do operador; e ◦ Calibração dos equipamentos. Além dos fatores citados, podem existir falhas na homogeneidade dentro de um mesmo lote de material e/ou pequenas diferenças na composição ou outros tipos de diferenças de um lote para outro lote. VARIABILIDADE NAS PROPRIEDADES DOS MATERIAIS Obviamente, devem ser tomadas medidas apropriadas para minimizar a possibilidade de erros de medição, bem como para diminuir aqueles fatores que levam à variabilidade dos dados, calculando um valor médio e o desvio padrão. Onde, 𝑛 é o número de observações ou medições e 𝑥𝑖 é o valor de uma medição específica. Média (𝑥 𝐱 = 𝐱𝐢 𝐧 𝐢=𝟏 𝐧 Desvio Padrão (𝑆 𝐒 = (𝐱𝐢−𝐱 𝐧 𝐢=𝟏 ² 𝐧−𝟏 𝟏/𝟐 VARIABILIDADE NAS PROPRIEDADES DOS MATERIAIS Callister 2013 - Problema exercício 6.6: Os seguintes limites de resistência à tração foram medidos para quatro corpos de prova da mesma liga de aço: (a) Calcule o limite de resistência à tração médio. (b) Determine o desvio padrão. Número da amostra Limite de resistência a tração (MPa) 1 520 2 512 3 515 4 522 FATORES DE PROJETO/SEGURANÇA Existirão sempre incertezas na caracterização da magnitude das cargas aplicadas e de seus níveis de tensão associados para aplicações em condições de serviço; de maneira geral, os cálculos de carga são apenas aproximados. Buscando uma segurança em materiais dúcteis em situações estáticas se usa: ◦ Tensão de projeto (𝝈𝒑) ◦ Tensão admissível (𝝈𝒕) ou tensão de trabalho FATORES DE PROJETO/SEGURANÇA ◦ Tensão de projeto (𝝈𝒑): é definida como o nível de tensão calculado máximo 𝝈𝒄 (com base na carga máxima estimada) multiplicado por um fator de projeto, 𝑁´ (maior que uma unidade); 𝝈𝒑 = 𝑵 ′𝝈𝒄 (𝑠𝑒𝑙𝑒𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎 𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑐𝑜𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝜎𝑒𝑠𝑐 ≈ 𝜎𝑝 ◦ Tensão admissível (𝝈𝒕) ou tensão de trabalho: está baseada no limite de escoamento de um material, e é definida como o limite de escoamento dividido por um fator de segurança, 𝑁 (variam normalmente entre 1,2 e 4) : 𝝈𝒕 = 𝝈𝒆𝒔𝒄 𝑵 FATORES DE PROJETO/SEGURANÇA Callister 2013 – Exemplo de Projeto 6.1: Um dispositivo para ensaio de tração deve ser construído, com capacidade para suportar uma carga máxima de 220000N. O projeto pede duas barras de sustentação cilíndricas, cada uma das quais deve suportar metade da carga máxima. Além disso, devem ser usadas barras redondas de aço carbono (1045), lixadas e polidas; o limite de escoamento e o limite de resistência à tração mínimos para essa liga são de 310MPa e 565MPa, respectivamente. Especifique um diâmetro apropriado para essas barras de sustentação. (use N=5) FATORES DE PROJETO/SEGURANÇA Callister 2013 – Exemplo de Projeto 6.23: Um bastão cilíndrico com 100𝑚𝑚 de comprimento e que possui um diâmetro de 10𝑚𝑚 deve ser submetido a uma carga de tração de 27 500𝑁. Se o bastão não deve apresentar deformação plástica ou uma redução no diâmetro de mais de 7,5 × 10−3𝑚𝑚. Qual dos quatro metais listados adiante são possíveis candidatos? Justifique sua escolha. Material Módulo de elasticidade (GPa) Limite de escoamento (Mpa) Coeficiente de Poisson Liga de Alumínios 70 200 0,33 Liga de Latão 101 300 0,34 Liga de aço 207 400 0,30 Liga de Titânio 107 650 0,34 PRINCIPAIS REFERÊNCIAS CALLISTER, W. D. JR. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. Rio de Janeiro, RJ. Editora LTC. 2013. (Capítulo 6) HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. São Paulo: Prince Hall, 2004. (Capítulo 3)
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