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A Educação na Primeira República Seminário de Educação Brasileira Professor: Angelo F. Monteiro Pedagogia | 3° Período 2 Caroline Adriano de Souza Flaviane Roberto de Souza Josielle Cristina M.T. da Rocha Rodrigues Valéria Rodrigues dos Santos Alunas: A Educação na Primeira República O Período da Primeira República (de 1889 a 1929) são marcados pelas primeiras tentativas de: ❑ Disseminação da escolarização elementar. ❑ Políticas de institucionalização. ❑ Democratização da Educação Escolar no Brasil. Com a Proclamação da República, o Brasil adota o federalismo e o poder, até então centralizado no imperador, passa a ser dividido entre o presidente e os governos estaduais, que são responsáveis também pela Educação básica daquele período. Em 19 de abril de 1890, o Marechal Deodoro da Fonseca criou, uma Secretaria de Estado dos Negócios da Instrução Pública, Correios e Telégrafos. 3 Primeiro presidente Marechal Deodoro da Fonseca (1889 -1891) Criada pelo decreto n° 346, de 19 de abril de 1890, sua finalidade era superintender os serviços e estabelecimentos de educação e ensino, os institutos, academias e sociedades dedicadas as ciências, as letras e artes e os assuntos relacionados aos correios e telégrafos, atribuições anteriormente divididas entre as secretarias de Estado dos Negócios do Interior e dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Na curta vigência da pasta foram empreendidas importantes reformas em quase todas as instituições de ensino cujo eram subordinadas, aprovados novos regulamentos para instrução primária e secundária, conhecido como Reforma Benjamin Constant, para os Correios da República e para a Repartição-Geral dos Telégrafos, bem como emitidas instruções para o serviço telefônico. Foi extinta pela lei n° 23, de 30 de outubro de 1891, que reorganizou a administração pública brasileira, transferindo suas competências relativas ao ensino para o Ministério da Justiça e Negócios Interiores. 4 Secretaria de Estado dos Negócios da Instrução Pública, Correios e Telégrafos A Educação na Primeira República A administração central e secretaria de Estado, são compostas por diversas secretarias que ainda não eram consideradas ministérios de instrução pública, mas tinham o poder de atuar como ministério. Reformas Educacionais 5 A Primeira República (1889-1929) foi marcada por acontecimentos de grandes transformações da sociedade brasileira, assim como o desenvolvimento da indústria, a reestruturação da força de trabalho (não mais escrava) e grandes modificações principalmente no que se refere às questões da educação nacional, até então esquecidas. Essas transformações ecoaram na educação. A ideia do ensino como direito público se fortaleceu e surgiram modelos que se perpetuaram. Com a Constituição de 1891 a União ficou responsável pela educação apenas no Distrito Federal, então, o Rio de Janeiro. Os estados e municípios eram responsáveis pelas demais ofertas de ensino. Diante da fragmentação organizativa e da falta de uma orientação nacional, surgiram diversas propostas de reforma. De acordo com essa preocupação com a questão educacional, foram apresentadas entre outras, cinco reformas educacionais, que de algum modo queriam organizar o ensino secundário, com o intuito de aperfeiçoá-lo e estender seu alcance para maior número de pessoas da população. Essas reformas ficaram conhecidas pelos nomes de seus idealizadores: ➢ Benjamin Constant (1891) ➢ Epitácio Pessoa(1901) ➢ Rivadávia Corrêa (1911) ➢ Carlos Maximiliano (1915) ➢ Rocha Vaz (1925) 6 ❖ Benjamin Constant (1891) De formação positivista esteve à frente do primeiro ministério criado para cuidar das questões educacionais (ministério da instrução pública e dos correios e telégrafos). Os princípios orientadores desta reforma eram liberdade, ensino laico e gratuidade da escola primária. A reforma do ensino primário e secundário elaborada por Benjamin Constant para o Distrito Federal, apresentava uma nova fase do ensino secundário, com uma verdadeira formação educativa. O ensino primário não deveria ser apenas preparatório, mas uma ponte para a ascensão ao ensino superior. A organização escolar estruturava-se da seguinte forma: ➢ Escola primária organizada em dois ciclos: 1º grau para crianças de 7 a 13 anos; 2º grau para crianças de 13 a 15 anos; ➢ Escola secundária com duração de 7 anos; ➢ Ensino superior reestruturado: politécnico, de direito, de medicina e militar; Foram implementados projetos educacionais pautados na doutrina positivista, que visavam atender às necessidades do Estado Nacionais e às demandas de setores da sociedade. Após a implantação da República em 1889, Benjamin Constant propõe uma reforma que seria implantada parcialmente. Esta reforma tinha por intuito substituir o currículo acadêmico pelo currículo enciclopédico, ou seja, o currículo prático, característico das ideias positivistas. A reforma incluiu disciplinas científicas, visto que as disciplinas oferecidas, até então, tinham influência humanista, fazendo com que as disciplinas científicas fossem excluídas, logo o currículo do ginásio era composto por sete anos e predominava as disciplinas científicas em relação às disciplinas clássicas ou humanistas. Benjamin Constant abriu espaço para outras propostas, e a que teve maior êxito foi a reforma paulista, de 1892 a 1896, baseada na criação de grupos escolares. 7 O modelo foi reproduzido em diversos estados, organizando o ensino em séries e dividindo os estudantes por faixa etária. A mudança exigiu mais professores, e enquanto escolas para essa formação eram criadas, uma solução mais rápida foi escolhida: as escolas complementares. Em paralelo foi preciso estruturar a administração da educação, formatar diretrizes e normas, gerando novas relações de poder nas escolas, incluindo o surgimento do cargo de diretor escolar, em 1894. As vagas para diretores eram preenchidas na maioria por homens, enquanto a de professores por mulheres. A educação tinha ainda alguns aspectos excludentes, alunos que reprovavam eram vistos como um gasto a mais, e nas áreas rurais havia escolas isoladas com apenas uma sala e alunos de idades diferentes. 8 9 A escola modelo primária experimental paulista afirmava-se como parâmetro para as escolas públicas republicanas, no sentido de promover uma organização da escola, como trabalho escolar apoiado no princípio da seriação e no destaque aos métodos pedagógicos, entre os quais estavam: • o intuitivo; • a divisão e hierarquia da atuação dos profissionais envolvidos na escola; • a racionalização dos tempos escolares; • o controle mais efetivo das atividades escolares, entre outros; O plano de estudos proposto por Benjamin Constant, além das razões expostas, não foi levado em consideração pela falta de interesse que despertou nos alunos e por contrariar a concepção preparatória do ensino secundário. Assim no primeiro ano da sua implantação, vozes de protesto pediram a sua imediata revogação. ❖ Epitácio Pessoa(1901) A reforma curricular proposta pelo Ministro do Interior (Justiça e Educação) do governo Campos Sales, Epitácio Pessoa, acentua a parte literária do currículo do ensino secundário. Na prática, assumia que o curso secundário passava a ser um preparatório para ingresso nas faculdades existentes da época. Entre outras medidas, reduzia para seis anos o curso secundário, que era de sete anos. A reforma Epitácio Pessoa, apresentava uma nova fase na evolução do ensino secundário brasileiro, seguido ao período iniciado pela reforma de Benjamin Constant. Comparada com esta última, representava uma mudança radical no sentido da atuação federal em face do ensino secundário de todo o país. Essa mudança se retrata em dois pontos principais: • a consolidaçãoda igualdade ao Colégio Pedro II, tanto dos colégios particulares quanto dos estabelecimentos estaduais; • e sua transformação em instrumento de rigorosa uniformização de todo o ensino secundário nacional. Portanto, fracassou a tentativa de dar ao ensino secundário um sentido próprio, já que o mesmo continuaria funcionando como um curso preparatório ao ensino superior. 10 ❖ Reforma Rivadávia Corrêa (1911) Os principais destaques desta reforma são: • O ensino passa a ser de frequência não obrigatória; • Os diplomas são abolidos; • São criados exames de admissão às Faculdades (uma espécie de vestibular), que são realizados nas próprias instituições de ingresso dos candidatos. Essas medidas propiciaram a proliferação de cursos sem qualidade, unicamente preocupados em formar bacharéis e doutores. Como consequência, foram desastrosos os seus resultados, que acabou sendo revogada parcialmente em 1915, pelo ministro do interior Carlos Maximiliano. ❖Reforma Carlos Maximiliano (1915) De formação liberal, Carlos Maximiliano se distancia da orientação de Epitácio Pessoa, sendo a rigorosa uniformização do ensino , uma vez que ele estava mais preocupado em melhorar a qualidade do ensino secundário, bastante abalada pela ineficácia reforma por Rivadávia Corrêa. Todavia, Carlos Maximiliano se preocupou apenas com a função de preparatório ao ensino superior que ainda, era o que os estudantes e seus familiares esperavam do ensino secundário. 11 Essa reforma é ainda responsável pela criação da primeira Universidade Brasileira, a Universidade do Rio de Janeiro, resultado da junção em uma única instituição da Escola Politécnica, da Faculdade de Medicina e de uma escola livre de Direito. ❖ Reforma Rocha Vaz (1925) Trata-se de um prolongamento e de uma ampliação das medidas preconizadas por Carlos Maximiliano em 1915, portanto, uma reforma de consolidação da anterior e que preparou o terreno de modo definitivo para a implantação de um ensino secundário, que marcará o fim dos exames de parcelados a partir dos anos 1930. Desse modo, procurou dar ao ensino secundário um caráter de ensino regular, capaz de preencher funções mais amplas do que a mera preparação fragmentária e imediatista aos cursos superiores. Com as medidas adotadas pelos ministros João Luiz Alves e Rocha Vaz, o ensino secundário passa a ser seriado, com a duração de seis anos, sendo o último ano um curso de Filosofia. Tem por finalidade fornecer preparo fundamental e geral para a vida, qualquer que seja a profissão a que se dedicasse posteriormente o estudante. 12 13 A escola passou a ocupar a centralidade na sociedade como instituição educativa, que provocava deslocamentos em outras instituições sociais. Um outro elemento-chave a ser observado na educação da escola republicana diz respeito ao papel assumido pela instituição na formação do caráter e no desenvolvimento de virtudes morais, de sentimentos patrióticos e de disciplina do aluno. ❖ A república e a Educação no Brasil: Acervo Digital da Unesphttps://acervodigital.unesp.br ❖ Educação escolar na Primeira República: SciELO http://www.scielo.br › pdf ❖ editorarealize.com.br ❖ https://www.frentedaeducacao.org.br
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