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Aulas 4 e 5 - Escola_de_Frankfurt(1)

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ESCOLA DE FRANKFURT
 ABERTURA
	Unidades	Assuntos
	1 Introdução	Nesta primeira etapa, você saberá como teve início a 1ª fase da Escola de Frankfurt, com o surgimento do Instituto de Pesquisa Social, na Alemanha. Estudará também a diferença entre a pesquisa americana ou Mass Communication Reserarch e a Teoria Crítica.
	2 Base histórica e teórica	Apresentação dos aspectos históricos e teóricos que fundamentaram os autores da 1ª fase da Escola de Frankfurt.
	3 Autores e principais conceitos	Na última unidade, você estudará os principais autores da Escola, as obras mais importantes e conceitos como Indústria Cultural, Razão, Instrumental e Racionalidade Técnica.
UNIDADE 1
Introdução
O campo da comunicação começa a ser problematizado no início do século XX, ou seja, o paradigma comunicacional se inscreve em um espaço / tempo específicos.
Podemos compreender o contexto da pesquisa europeia a partir de duas grandes correntes:
 INTRODUÇÃO
	Corrente	País	Período
	Escola de Frankfurt
	Alemanha	início do século XX
	Estudos Culturais 
	Inglaterra	meados do século XX (década de 1950)
A Escola de Frankfurt surgiu oficialmente como Instituto de Pesquisa Social, em alemão Institus fur Sozialforschun
Foi fundada no auditório da Universidade de Frankfurt, na Alemanha, em 22 de junho de 1924, resultante de um encontro preliminar - na verdade um seminário denominado de Erste Marxistische Arbeitswoche - em que se buscou discutir os rumos das políticas nacionais e internacionais, em uma época marcada de conflitos e crises econômicas.
Participaram das discussões: Friedrich Pollock, Georg Luckás, Karl Wittfogel, Karl Korsh e Vic or Sorge, além de Felix Weil.
 INTRODUÇÃO
A principal preocupação do que posteriormente denominou-se Teoria Crítica da Sociedade foi a tentativa de pensar as dinâmicas da sociedade em sua faceta industrializante, ou seja, analisar o desenvolvimento do capitalismo no início do século.
Foram pesquisas sobre as novas sujeições do homem com o progresso tecnológico, científico e econômico.
 INTRODUÇÃO
DINÂMICAS DA SOCIEDADE EM SUA FACETA INDUSTRIALIZANTE
	
	Esse período foi marcado pela aceleração dos processos de massificação, além de apresentar um contexto extremamente conturbado, marcado pelo fascismo, nazismo e pelos autoritarismos em geral.
	
	Foi um período histórico caracterizado pela crise, pela ruptura. Um contexto que apresentou novas linhas de poder e novas formas de ideologia, que condicionaram socialmente o homem.
Os autores do Instituto de Pesquisa Social formularam, a partir de 1924, diversas teses que compuseram a Teoria Crítica.
A Teoria Crítica teve como pressupostos teóricos:
 INTRODUÇÃO
condições de produção e recepção de bens culturais sob a regência do capitalismo monopolista;
produção de construtos estéticos a partir da reprodução;
industrialização da cultura que quer ser o oposto dos estudos vinculados à exatidão formal e às disciplinas setorizadas.
A Teoria Crítica possuía uma visível preocupação com as relações que se efetivavam entre os indivíduos e as formas sociais a que estão imersos.
Nesse sentido, denunciou a separação entre a sociedade e o indivíduo.
Diferente da Corrente Americana ou Mass Communication Research, a Teoria Crítica buscou um pensamento crítico, mais geral e menos administrativo.
 INTRODUÇÃO
A América observava a crise europeia e buscava lucrar com isso. Já as rupturas estavam acontecendo em solo europeu. Então, tínhamos o olhar americano e o europeu diante do homem.
Mais facilmente observável pelo europeu, os autoritarismos são questionados a partir de um olhar de dentro. Nota-se que a Teoria Crítica desenvolveu uma visão muito mais ácida das relações sociais que se desenrolavam no período.
O modelo capitalista era denunciado como responsável por um pensamento “embrutecedor”, que condicionava o homem a seu caráter mercantil, de mero objeto.
Segundo a Escola de Frankfurt, o modelo capitalista “coisifica” o indivíduo, ocorrendo a massificação e o embrutecimento (degradação da inteligência).
 INTRODUÇÃO
É importante entender que a Escola de Frankfurt apresentou, pela primeira vez, a ideia de que o homem, esse homem industrializante, se tornou um objeto dentro de um momento histórico específico. E também, pela primeira vez, ela problematizou os meios de comunicação.
	A Teoria Crítica foi a primeira que problematizou a relação 
do homem com o campo comunicacional.
Lembre-se de que, no início do século XX, surgem o rádio e as técnicas publicitárias.
Na década de 1940, a televisão já era um modelo de instauração de um código cultural e social.
O cinema, também nesse período, foi um grande capturador de percepção das massas, utilizado para a propaganda das forças aliadas e nazistas.
MASSIFICAÇÃO
	Massificar = homogeneização, uniformização, padronização, serialização, tudo que modula o produto no capitalismo.
 INTRODUÇÃO
Bem diferente da inspiração americana, a Escola de Frankfurt não entende que os meios de comunicação promovem a democracia social.
As duas correntes consideram os meios instrumentos de controle das massas.
Vejamos outra características das duas correntes: 
 PESQUISA AMERICANA
	A pesquisa americana afirmava que as ferramentas de comunicação produzem democratização e regulam o campo social.
 ESCOLA DE FRANKFURT
	A pesquisa europeia diz que não, que essas ferramentas não se explicam por si só, mas que é necessário observar as consequências sociais desses instrumentos, que não são instrumentos neutros.
	A perspectiva frankfurtiana criticava as consequências do desenvolvimento dos meios de comunicação e não simplesmente apostava em seu potencial democratizante.
Dentro da pesquisa americana, conhecida também como sociologia funcionalista, as mídias eram concebidas como ferramenta de democracia e mecanismo de regulação social.
 INTRODUÇÃO
Assim, diferentemente da pesquisa americana, a Escola de Frankfurt se destacou por apresentar proposições críticos-conceituais, já que discutiam a ideologia e o poder.
Já na pesquisa europeia, os autores se questionavam sobre as consequências do desenvolvimento dos meios de comunicação.
Adorno afirma que a cultura do capitalismo é desprovida de perspectiva crítica, porque ela é um produto do mercado.
 INTRODUÇÃO
Exemplo:
A própria ideia de cultura era diferente nas duas pesquisas.
A teoria americana se preocupou em medir a audiência. Já para Adorno, como veremos na terceira unidade, é impossível medir a cultura.
Para ele, a cultura deve ser problematizada como lugar de expressão, de crítica, de um novo modelo de olhar desse homem, o que impede essa medição.
UNIDADE 2
Base histórica e teórica
 BASE HISTÓRICA E TEÓRICA
O Instituto de Frankfurt surgiu como uma terceira opção para se investigar científico-filosoficamente os horizontes do marxismos, abrindo possibilidades para uma nova concepção de esquerda.
A Escola de Frankfurt reuniu pensadores e cientistas sociais alemães, interessados em construir um espaço de reflexão e uma ação que se interpusesse entre o empreendimento científico burguês e a radicalização do Partido Comunista.
Os diversos autores da Escola de Frankfurt - uma escola muito mais política do que a americana - buscaram entender esse momento histórico e produzir um caminho específico de controle social.
A partir da teoria marxista, eles tentam pensar em uma terceira via, em um contraponto às duas propostas estadistas. Eles investigaram científica, filosófica e politicamente o modelo marxista, como um modelo que pudesse trazer luz a uma nova concepção de esquerda.
TEMÁTICA CENTRAL
Os frankfurtianos tratavam de discutir um amplo aspecto dos processos de civilização moderno e, nesse sentido, a grande preocupação era com o destino do ser humano em uma era em que a técnica, a política, a estética e a vida cotidiana cresciam a partir do mercado e da mídia.
 BASE HISTÓRICA E TEÓRICA
Então, a Escola de Frankfurt era formada por um grupo pequeno de pensadores e suas preocupações se alocavam na possibilidade de criticar odestino do homem nos processos velozes da industrialização.
Os frankfurtianos buscaram entender essa era, em que a técnica, a política, a estética e a vida cotidiana cresciam a partir de dois grandes símbolos: o mercado e os meios de comunicação.
 BASE HISTÓRICA E TEÓRICA
Nesse período, o homem se subjugava às máquinas, como podemos ver bem retratado no filme ”Tempos Modernos” (Estados Unidos, 1936), do ator e diretor Charles Chaplin.
Os pensadores da Escola de Frankfurt buscavam uma ideia para entender quem é e onde fica o homem nesse processo de desenvolvimento acelerado da modernidade.
Eles se perguntavam:
	- O homem seria apenas uma peça na grande engrenagem do mercado?
	- As máquinas realmente possuíam potencial libertador?
	
Esses eram questionamentos fundamentais para a Escola de Frankfurt.
 BASE HISTÓRICA E TEÓRICA
Para entendermos essa questão, é importante apontarmos para o conceito da Indústria Cultural, que está relacionada ao conceito de alienação. Os frankfurtianos têm uma outra perspectiva de alienação. Para eles, a alienação estava ligada às práticas culturais.
Para os autores da Escola de Frankfurt, quem alienava a cultura, no início do século XX, eram os meios de comunicação.
O rádio, a televisão e o cinema não vão conseguir uma prática cultural efetiva, mas sim em série, padronizada, esquematizada.
 BASE HISTÓRICA E TEÓRICA
Em relação à questão do método, para esclarecer as novas realidades surgidas com o desenvolvimento do capitalismo no século XX, a abordagem crítica teve como base três pensamentos...
 Pensamento Marxista
 Pensamento Freudiano
 Pensamento Nietzscheano
 BASE HISTÓRICA E TEÓRICA
Para a Escola de Frankfurt, esses três autores territorializam a história, colocam a história como luta, conflito. Por isso, Marx, Freud e Nietzsche estão dentro da escola como método de análise dessas sujeições, desse desenvolvimento tecnológico, dessa perda de sentido humano. Os frankfurtianos são bastante humanistas, eles querem que o homem fique bem, mas eles estão vendo que o homem está sujeito a uma série de questões históricas, desde os meios de produção até a mídia, o capitalismo.
 BASE HISTÓRICA E TEÓRICA
Assim, temos como pontos de apoio da teoria critica...
 CRÍTICA À RAZÃO
	- Para os autores, a razão é motivo de dominação e má consciência. Os homens são levados a acreditar que o modelo racional é libertador. No entanto, a mesma razão deixa de lado o saber em prol de um desenvolvimento robotizado das experiências humanas.
	- É uma crítica dos autores à Indústria Cultural e ao desenvolvimento das tecnologias pós Revolução Industrial. Segundo eles, o mundo acabou depois que o homem virou máquina. As nossas experiências se transformaram em experiências “tecnologizadas”, os sujeitos passaram a ter relações societárias abstratas, o corpo está sendo levado pelo sistema.
	- Para eles, o capitalismo é um sistema desumano, caótico, excludente, não solidário, em que essas relações são pautadas pela razão.
 BASE HISTÓRICA E TEÓRICA
 CRÍTICA À SOCIEDADE
 A sociedade burguesa foi criticada na medida que se coloca como grande representante dos anseios do homem. Toma para si a característica de modelo, mas gera apenas violência e desigualdade.
 O modelo da burguesia é um modelo que serve de padrão para as pessoas, algo que elas colocam como objetivo a ser alcançado. Pressupõe-se que a burguesia sabe o que é bom e o que não é bom, ela diz o que é legal ou não, esteticamente e culturalmente.
 BASE HISTÓRICA E TEÓRICA
 CRÍTICA AO MARXISMO RADICAL
 Os pensadores de Frankfurt não aceitavam o dogmatismo marxista e sua expressão em regimes totalitários.
 Abandonaram conceitos como “ditadura do proletariado”, “luta de classes como motor da história”, “infraestrutura econômica como centro de qualquer sociedade”.
 Não é o modelo de Moscou que eles querem, nem o modelo chinês, porque há um abandono do contexto de ditadura do proletariado, do contexto de luta de classes como motor da história e da superestrutura econômica como centro de qualquer sociedade.
 Os pensadores de Frankfurt não transportaram o pensamento marxista para o início do século XX e, sim, fizeram uma releitura de Marx. Eles resgataram o que era interessante para pensar o desenvolvimento da sociedade dos meios de comunicação, envolvendo outras questões que não aquelas do início do século XIX.
UNIDADE 3
Autores e principais conceitos
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
Max Horkheimer
Theodor Adorno
Walter Benjamin
Erich Fromm
	Sigfried Kracauer
 HORKHEIMER E ADORNO
Max Horkheimer e Theodor Adorno escreveram o principal livro da 1ª fase: Dialética do Esclarecimento (1947).
Juntos também criaram o termo Indústria Cultural, com objetivo de entender os novos modos de sujeição do homem, principalmente, com relação à cultura e crítica ao estado da música, agora rebaixada a entretenimento.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
 MAX HORKHEIMER (1895-1973)
Como todos os intelectuais da Escola de Frankfurt, Max Horkheimer era judeu de origem, filho do industrial Mortitz Horkheimer. Ele estava destinado a continuar os negócios paternos. Por intermédio de seu amigo Pollock, Horkheimer associou-se em 1923 à criação do Instituto para a Pesquisa Social, do qual foi diretor em 1931, sucedendo o historiador austríaco Carl Grünberg.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
Max Horkheimer
 THEODOR ADORNO (1903-1969)
Adorno era filho de pai alemão - um próspero negociante de vinhos, judeu assimilado - e de sua mãe italiana. Cedo em sua vida intelectual, descobriu a obra de Kant por intermédio de seu amigo Kracauer, especialista em sociologia do conhecimento, que ficou conhecido com a publicação da obra De Caligari a Hitler, sobre as relações entre o cinema e o nazismo.
Adorno vinha de um meio de musicistas e amantes de músicas e logo se orientou para a estética musical. Com o fim da Guerra, Adorno foi um dos que mais desejaram o retorno a Frankfurt. Tornou-se diretor-adjunto do Instituto para Pesquisa Social e seu co-diretor em 1955. Com a aposentadoria de Horkheimer, Adorno tornou-se o novo diretor.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
Theodor Adorno
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
No livro Dialética do Esclarecimento, Adorno e Horkheimer indicam como os indivíduos estão condicionados a acreditar na capacidade dos processos civilizadores modernos em construir liberdades, a partir do desenvolvimento econômico-tecnológico.
Eles chamaram isso de má consciência, de alienação - domínio pelo outro. A cultura de massa vende o engodo cultural; ela produz qualquer coisa para as pessoas consumirem como se fosse cultura, mas não é.
O sujeito é condicionado a achar que esse processo civilizador produz suas liberdades.
As sociedades modernas estão, nesse sentido, oprimidas pela ideia de progresso, que no fundo se apresenta como barbárie, negação da criatividade e impossibilidade de autoafirmação individual.
	“A regressão das massas hoje é a incapacidade de ouvir o inaudito com seus próprios ouvidos, de poder tocar com suas próprias mãos o intocado, a nova forma de cegueira, que substitui toda aquela derrotada, mítica.” (Dialética do Esclarecimento, p. 54)
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
Adorno e do Horkheimer viram no progresso o lugar ápice da prisão do homem, subjetiva, psicológica, econômica e tecnológica, que em todos os sentidos só oprime com a ideia de que ele está indo para um lugar melhor.
E a cultura de massa está totalmente conectada ao desenvolvimento urbano e industrial, em que aparece esse homem oprimido, negado, condicionado a essas forças externas do sistema.
A ideia da Dialética dos Esclarecimento é que a regressão das massas é a incapacidade de ouvir o inaudito com seus próprios ouvidos, de poder tocar com suas próprias mãos o intocado.
A massa é incapaz de produzir crítica, de produzir arte, porque ela está oprimida pelas forças do capital.
É o caso também do cinema. O indivíduo assiste a um filme e já sabe tudo o que vai acontecer - está relacionado à ideia de padronização-, mas serve como algo para distrair, sem reflexão, oferecendo uma espécie de amortecimento psicológico.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
Nesse sentido, os meios de comunicação serviram muito bem a esse sujeito cansado. O indivíduo vive em um mundo de ação, mas quando chega em casa e liga a TV é como se diminuísse o sentido de ação.
A pessoa não consegue nem trocar com aquele meio, porque ela está em um estado grande de letargia, apatia, e o que consegue receber daquele meio é só um estado de atenção distraída.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
É importante ficarmos atentos a três conceitos presentes no livro Dialética do Esclarecimento:
	1. Razão Instrumental
	2. Racionalidade Técnica
	3. Indústria Cultural 
 RAZÃO INSTRUMENTAL
Para os autores, a razão instrumental se contrapõe à razão objetiva, responsável por propor uma ordem no mundo e um sentido para a vida humana.
Ao criarem o termo, internamente à discussão da Dialética do Esclarecimento, Adorno e Horkheimer apontam para um novo tipo de mitificação agora assegurada pela razão (operacional e que pode indicar o que pode indicar o que pode ser útil para o homem).
A ideia da razão instrumental é a alienação pela razão, a ideia de que o progresso vai garantir para o indivíduo a sua liberdade.
O capitalismo diz que somos livres, que escolhemos. Na verdade, ele está enganando o sujeito dizendo que ele usa a razão, mas quem dá a razão é o capitalismo.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
 RACIONALIDADE TÉCNICA
Racionalidade Técnica é a crítica a um novo modo de industrialização dos bens culturais.
Também está relacionado à submissão do homem à dominação ideológica, ocasionando contrastes sociais e desnivelamento socioeconômico.
É exatamente essa projeção do homem à ciência. O homem tecnológico é racional, ele resolve os problemas. A razão é o responsável por resolver os problemas dos indivíduos. E quanto mais eu sou racional, mais eu me submeto a ela, a essa lógica, mais eu perco a minha relação com o natural e vou para o artificial.
Portanto, a industrialização promete liberdade, mas ao mesmo tempo só causa submissão, desnivelamento social e violência.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
 INDÚSTRIA CULTURAL
Para os pensadores frankfurtianos, as sociedades capitalistas mobilizam a população a se engajar nas tarefas necessárias à manutenção do sistema.
Marx fala da alienação do trabalho; Adorno e Horkheimer falam da alienação da cultura. Quando ela está dominada, perde a sua potencialidade revolucionária.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
 PRINCIPAL QUESTÃO DA INDÚSTRIA CULTURAL
Como a uniformização da civilização moderna, obtida por intermédio da indústria, surge uma cultura massificada, destituída de valor e criação.
Essa indústria traz a marca da serialização-padronização-divisão do trabalho.
Para os autores, os momentos de lazer do homem moderno preenchem sua existência de modo a se sentirem coisas.
Nesse sentido, os meios de comunicação veiculam produtos a serem consumidos de forma passiva e acrítica.
Uma ideia fundamental para entender a Dialética do Esclarecimento é a de que os meios de comunicação afetam de duas formas a nossa percepção:
produzem o mínimo de resistência do indivíduo às suas práticas - o meio de comunicação quer que o sujeito não resista ao que ele está produzindo;
como também infantiliza, tornando o sujeito infantil, limitando a sua possibilidade de reflexão.
A prática dos meios de comunicação segue a linha da menor resistência, não deseja mudar as pessoas. Elas são peças do sistema.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
Os autores frankfurtianos NÃO aceitam a denominação Cultura de Massa.
Para eles, o que ocorre é uma cultura para a massa e não uma cultura de massa. É uma cultura feita para consumir. Não é algo espontâneo das massas.
Por isso, eles não aceitam a denominação Cultura de Massa e mudam o termo para Indústria Cultura. Isso porque a indústria trabalha com serialização, padronização e divisão do trabalho.
Então, a cultura é vendida da mesma maneira que um sapato, para todas as classes sociais.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
A Obra de Arte na Era da Reprodutibilidade Técnica (1936), de Walter Benjamin.
No livro, Benjamin discute a remodelação dos conceitos da estética clássica, a partir da experiência suscitada pelas técnicas de reprodução.
Para ele, a reprodução técnica abala os alicerces da estética clássica (aura, valor cultural, autenticidade) e empreende novas experiências com o objeto artístico.
Ele analisa os valores de culto e de exposição da obra em um período de excesso de visibilidade do objeto artístico, caracterizando assim um novo desempenho do público e do autor.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
Walter Benjamin
(1892-1940)
Para entender o texto de Benjamin, é importante lembrar que por ser frankfurtianio, ele criticou os processos em desenvolvimento no final do século XIX: o homem que está começando a habitar os centros urbanos.
Benjamin começa a perceber uma nova relação desse homem com o objetivo artístico; ele não tem mais a arte separada do seu esquema social. A arte como algo distante, para ser contemplada.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
Ele percebe que a arte se aproxima cada vez mais do indivíduo, porque ela passa a ser efetivamente reproduzida. No texto, Benjamin diz que não é contra a reprodução.
Segundo o autor, desde o homem de Neandertal, das reproduções rupestres na pedra, o homem sempre reproduziu o objeto artístico. Acontece que estamos em um outro momento histórico, pós Revolução Industrial, e essa reprodutibilidade passa a ser uma reprodutibilidade técnica.
Então, não e algo que se reproduz localmente, é um objeto que é de forma massificado, distribuído dentro do tecido social.
Segundo ele, a reprodução mudou a relação do sujeito com o objeto artístico. Antes ele estava distante, não espacialmente, mas distante enquanto receptor e significador daquela obra. Agora, o objeto artístico está próximo fisicamente, porque é possível afetá-lo instantaneamente a partir das reproduções.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
A relação do homem com esse objeto não é contemplativa, passa a ser uma relação de consumo.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
Distingue
Valor de culto
Valor de Exposição
Característica da arte legítima.
Separa aquele que vê o objeto artístico.
Aproxima arte e espectador.
Transforma contemplação em consumo.
Benjamin diz que na Idade Média, a relação que o homem tinha com a obra de arte era sagrada. Nos mosteiros, os objetos artísticos ficavam a maior parte do tempo no porão e uma vez por ano subiam e eram contemplados. Como não eram vistos o tempo todo, a relação estabelecida com esses objetos artísticos era sagrada.
Na Revolução Industrial, com a reprodução técnica massiva, essas obras estão nos cadernos, na tela do computador, no outdoor, na rua, ou seja, essas obras se aproximam do homem.
A partir do momento em que elas se aproximam, elas passam a desterritorializar sua aura, a não serem mais únicas, que é aquilo que resguardava o valor estético da obra de arte clássica.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
O diagnóstico de Benjamin é de antes esses objetos eram distantes, mas agora se aproximaram pelos meios de comunicação.
O que marcava uma obra de arte da estética clássica era a aura, uma experiência que o sujeito tem com o objeto.
Esse objeto artístico tem uma história, tem uma representatividade e autenticidade. A reprodução técnica tira o objeto do aqui e agora, reproduzindo-o exaustivamente.
A reprodução feriu a aura, o valor cultural e a autenticidade da obra.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
Benjamin não acha nem bom nem ruim tudo isso, mas no texto ele demonstra que está assustado. Ele não quer dizer que é uma experiência que degrada da obra de arte, e sim que são novas experiências com o objeto artístico.
Ele não diz que a fotografia e o cinema servem apenas como modo de domínio para as nossas percepções, mas eles servem como novos modos e modelagens de percepção.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
SegundoBenjamin, a massa fez tudo para se aproximar da obra de arte, porém, muitas vezes, vê esse objeto de forma equivocada. Ela não consegue perceber, fruir, contemplar. Não que o único modela seja o modelo da contemplação, mas esse modelo da aproximação proporciona uma espécie de vertigem ótica, fazendo com que as vezes não seja possível ver o objeto artístico.
A obra de arte quando se aproxima demais do sujeito vira produto, mercadoria, algo que perde a sua potencialidade criativa.
Erich Fromm realizou pesquisas sobre as revoluções.
Para ele, a partir das lutas instauram-se novos modos de conceber o homem. Redigiu diversos artigos relacionando Marx e Freud, ego e revolução, ou seja, como fazer revolução a partir dos desejos das massas.
Erich Fromm afirma que para fazer revolução, ela tem de ser feita na felicidade. Porque, na realidade, toda uma ideia de consciência produz também uma má consciência, gerando impotência.
Ele diz que a revolução precisa estar sempre conectada a um esquema de alegria, a uma nova reestruturação do marxismo.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
Erich Fromm
(1900-1980)
 MEIOS DE COMUNICAÇÃO COMO INSTRUMENTOS DE 
 DOMINAÇÃO
Para os autores da Escola de Frankfurt, os meios de comunicação são instrumentos de dominação.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
 INDÚSTRIA CULTURAL COMO FENÔMENO DE SUJEIÇÃO SIMBÓLICA
A Indústria Cultural é um modelo de sujeição das massas à uma cultura afirmativa, que funciona com padronização e industrialização.
 MASSIFICAÇÃO DA PERCEPÇÃO
Em todos os autores da escola, a ideia da massificação da percepção é fundamental.
 AUTORES E PRINCIPAIS CONCEITOS
Adorno diz que estamos sujeito a uma percepção capitalista;
Benjamin fala que há uma outra percepção com esses novos modelos artísticos;
Kracauer diz que há uma percepção que está na vida urbana;
Erich Fromm diz que temos de tentar uma nova percepção para a revolução. Percepção aqui como ideia de perceber o mundo. Segundo ele, o capitalismo não domina o nosso corpo, ele quer a nossa alma, quer que o nosso olhar esteja conectado ao esquema.
Para Adorno, as massas são burras, acéfalas, desprovidas de pensamento crítico e alienadas, não são sujeitas, são subcidadãos. O cidadão é aquele que escapa do sistema.
Os indivíduos são fruto de um olhar produzido a partir do mesmo olhar. Então, a percepção é massificada. Por isso, a cultura é dominada, porque dominaram a percepção dos indivíduos.

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