Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
@veterinariando_ Muito comum em indivíduos que possuem insuficiência cardíaca congestiva esquerda – nesse quadro o individuo terá inicialmente congestão passiva pulmonar, caracterizada pela redução do fluxo e aumento do volume sanguíneo O edema pulmonar é caracterizado pelo acúmulo de líquido nos alvéolos pulmonares, provenientes dos vasos sanguíneos – complicação muito comum em diversas doenças pulmonares O fluido de edema que se acumula no alvéolo se mistura ao surfactante alveolar e em consequência dos movimentos respiratórios, ocorre formação de espuma, o que compromete ainda mais as trocas gasosas nos alvéolos, por impedir a entrada do ar no interior dos alvéolos As causas de edema pulmonar, podem ser: aumento da pressão hidrostática, aumento da permeabilidade vascular, diminuição da pressão oncótica e obstrução da drenagem linfática Parte III AUMENTO DA PRESSÃO HIDROSTÁTICA Essa condição favorece o extravasamento de líquido do compartimento vascular para o espaço intersticial e posteriormente para dentro dos alvéolos Ocorre geralmente nos casos de edema cardiogênico por conta do aumento da pressão nos vasos pulmonares em associação à congestão sanguínea decorrente da insuficiência cardíaca esquerda ou bilateral Outra causa importante é a hipovolemia, que geralmente é iatrogênica, devido ao excesso na administração de fluido intravenoso, a qual pode ocorrer acidentalmente durante soroterapia O edema pulmonar por aumento da pressão hidrostática intravascular pode ocorrer também nos casos de edema pulmonar neurogênico, devido à vasoconstrição sistêmica nos casos de lesão encefálica aguda Pode ocorrer congestão pulmonar seguidos de edema nos casos de traumas ou outras lesões graves na região do hipotálamo, resultando em vasoconstrição periférica com aumento abrupto do aporte sanguíneo para os pulmões AUMENTO DA PERMEABILIDADE VASCULAR Ocorre nos casos em que há lesão do endotélio dos capilares alveolares. Além de lesão do endotélio dos capilares alveolares, ocorre lesão no epitélio alveolar, mais especificamente nos pneumócitos tipo I A lesão do epitélio alveolar favorece o extravasamento de líquido para o lúmen alveolar, uma vez que, em condições normais, o revestimento alveolar é praticamente impermeável ao líquido intersticial – pode ser decorrente de diversas causas, como: inalação de gases nocivos, toxinas sistêmicas, anafilaxias, estado de choque e estágios iniciais dos processos inflamatórios do pulmão DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO ONCÓTICA Há diminuição acentuada na concentração de proteínas plasmáticas, especificamente a albumina e em consequência, o sangue perde sua capacidade de retenção de líquido intravascular pelo mecanismo osmótico Como a hipoalbuminemia é uma condição sistêmica, o edema pulmonar, geralmente está associado à ocorrência de edema em outros órgãos e tecidos, podendo estar associado a edema generalizado ou anasarca OBSTRUÇÃO DA DRENAGEM LINFÁTICA Extremamente raro, mas que resulta de processos obstrutivos dos vasos linfáticos, como: linfadenites, linfossarcomas e linfangiomas Macroscopicamente, o edema pulmonar se caracteriza por pulmões úmidos, mais pesados do que o normal e que não se colapsam completamente quando o tórax é aberto A superfície pleural é lisa e brilhante, os pulmões são hipocrepitantes, e flui líquido da superfície de corte do parênquima pulmonar. Há líquido espumoso na traqueia e nos brônquios, o que é um achado importante para a confirmação do diagnóstico Microscopicamente o fluído do edema é eosinófilíco (róseo, por conta de seu conteúdo proteico) e homogêneo e preenche todo o alvéolo São relativamente frequentes nos pulmões, em geral, se localizam sob a pleura e comumente são do tipo petequial As causas são variadas, e incluem: diátese hemorrágica, septicemias, toxemias, congestão intensa, ruptura de aneurisma, traumas, migração de larvas de ciclo hepatotraqueal e erosão de vasos em casos de processos de tromboembolismo séptico, que causam hemorragia para o lúmen brônquico, resultando em hemoptise e epistaxe A epistaxe ocorre em bovinos, particularmente em consequência de trombose da veia cava caudal ou da veia hepática Os equídeos podem apresentar hemorragia pulmonar induzida por exercícios Por definição, é a expansão incompleta do pulmão, que pode ser localizada ou generalizada, e resulta no colapso de alvéolo previamente preenchidos por ar Pode ser caracterizada pela condição na qual os alvéolos pulmonares se encontram sem ar e sem nenhum outro conteúdo em seu interior Pode ser congênita, em decorrência da expansão incompleta dos alvéolos e pode ser subclassificada em total ou parcial (focal ou multifocal) Pode ser adquirida, devido ao colapso alveolar e pode ser obstrutiva devido a obstrução total de vias respiratórias, ou compressiva, por compressão externa do parênquima pulmonar ATELECTASIA CONGÊNITA É difusa, caracterizando atelectasia pulmonar total, que ocorre nos casos de animais natimortos que não tiveram nenhum movimento respiratório Nesses casos, nenhum fragmento do parênquima pulmonar flutua quando colocado em recipiente com água Pode ser focal ou multifocal, nos casos de animais neonatos que têm movimentos respiratórios fracos devido à debilidade ou lesão nos centros respiratórios do sistema nervoso central, que geralmente é provocada por hipoxia, principalmente nos casos de distocia, decorrente de trabalho de parto laborioso e demorado ATELECTASIA OBSTRUTIVA É a forma mais comum e decorre da obstrução total de uma determinada via respiratória, quando a ventilação colateral não é suficiente para expansão da área afetada É uma condição comum na espécie bovina, por apresentar ventilação colateral inexpressiva e menos comum em espécies com ventilação colateral bem desenvolvida, como o cão e o gato ATELECTASIA COMPRESSIVA É causada por lesões pleurais, mediastinais ou pulmonares, que ocupam espaço na cavidade torácica e, consequentemente, comprimem o parênquima pulmonar, como: hidrotórax, quilotórax, pleurite exsudativa com piotórax, processos neoplásicos do mediastino e do pulmão e pneumotórax Por definição, enfisema pulmonar significa distensão excessiva e anormal dos alvéolos associadas à destruição de paredes alveolares, o que caracteriza excesso de ar nos pulmões, ou seja, condição contrária à atelectasia Nas espécies domésticas, o enfisema pulmonar pode ser de dois tipos: alveolar e intersticial ENFISEMA ALVEOLAR Também chamado de enfisema (vesicular), é caracterizado por excesso de ar nos alvéolos, acompanhados ou não de destruição de paredes alveolares Caso ocorra a destruição de paredes alveolares, o processo se torna irreversível A patogênese do enfisema alveolar envolve a obstrução parcial ou “obstrução expiratória” da árvore brônquica. O processo de inspiração é ativo, onde há dilatação das vias respiratórias, enquanto a expiração é passiva e está associada à diminuição do diâmetro brônquico decorrente da contração da musculatura lisa – como resultado de uma obstrução parcial, ocorre entrada de ar nos alvéolos por ocasião da inspiração, mas não ocorre a saída do ar durante a expiração, de modo que há acúmulo de quantidade excessiva de ar nos alvéolos É uma condição importante no humano fumante, que além da obstrução parcial das vias respiratórias, ocorre também destruição enzimática (proteólise) das paredes alveolares Esse enfisema é mais importante na espécie equina, especificamente numa doença conhecida como complexo bronquiolite-enfisema crônico, que acomete principalmente animais mantidos em baias e ambientes empoeirados. Pode ser chamada também de asma equina ou doença pulmonar obstrutiva crônica Macroscopicamente, a área afetada se encontra aumentada de volume, uma vez que não ocorre colapso da área enfisematosa,que tem coloração róseo-clara, superfície elevada em relação as áreas normais, consistência fofa e hipercrepitante, deixando impressões dos dedos durante a palpação ENFISEMA INTERSTICIAL Conhecido como enfisema tipo rosário, é caracterizado pelo acúmulo de ar no interstício, ou seja, nos septos interlobulares e, eventualmente, no conjuntivo subpleural e vasos linfáticos Macroscopicamente pode ser observado bolhas de ar nos septos interlobulares, o que confere um aspecto similar a um rosário ao septo interlobular Esse enfisema é muito comum em bovinos que sofrem morte agônica em que ocorre ruptura de grande número de alvéolos pulmonares e passagem do ar para os septos interlobulares, que são bastante evidentes nessa espécie Supõe-se sobre a patogênese desse processo que o ar seja forçado para o espaço intersticial em situações em que ocorre colapso dos bronquíolos durante expiração forçada – por isso, essa lesão só se desenvolve na ausência de ventilação colateral Movimentos de inspiração forçada também podem fazer com que o ar penetre no espaço intersticial se a pressão no tecido conjuntivo intersticial for menor do que a pressão intra-alveolar Termo utilizado para designar uma inflamação que envolve o pulmão Pode ser classificada quanto ao curso, como: superaguda, aguda, subaguda e crônica Pode ser classificada quanto ao tipo de exsudato produzido: catarral, fibrinosa, purulenta, hemorrágica, necrótica e granulomatosa – pode haver a combinação entre esses tipos Pode ser classificada quanto ao local de início do processo, como: broncopneumonia (se inicia na junção bronquíolo-alvéolo), pneumonia lobar (tem início na junção bronquíolo-alvéolo, porém apresenta evolução rápida) e pneumonia intersticial (pneumonite, que tem início no interstício) TIPOS PORTA DE ENTRADA DISTRIBUIÇÃO DAS LESÕES CONSISTÊNCIA DO PULMÃO Broncopneumonia Aerógena Consolidação crânio – ventral Firmes Lobar Aerógena Consolidação crânio – ventral Firmes Intersticial Hematógena principalmente Consolidação difusa (+ lobos caudais) Elásticas Granulomatosa Aerógena ou hematógena Focal ou multifocal Firmes nos granulomas Embólica Hematógena Focal ou multifocal Dependente do êmbolo • Pneumonia gangrenosa – forma grave, que costuma ter evolução letal e que leva a gangrena do pulmão, ou seja, isquemia de área extensa em decorrência da falta de circulação • Pneumonia por aspiração – aquela que ocorre devido a aspiração/inalação o agente por falsa via • Pneumonia urêmica – em decorrência dos níveis elevados de ureia na circulação • Pneumonia granulomatosa – forma granuloma nos pulmões, ocorre quando o agente etiológico é um fungo ou pela micobactéria • Parainfluenza (Paramyxovirus tipo 3) • Cinomose (Morbilivirus tipo 1) • Adenovírus • Herpesvírus • Pneumovírus • Pasteurelose - (Mannheimia haemolytica/Pasteurella multocida) • Actinobacillus (Haemophilus) pleuropneumoniae – suínos • Bordetelose - (Bordetella bronchiseptica) • Tuberculose - (Mycobacterium bovis, Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium avium) • Pneumonia dos potros - (Rhodococcus equi) • Clamidiose – (Chlamydia psittaci)
Compartilhar