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● MÉTODOS DE ESTUDO EM PATOLOGIA A patologia pode ser estudada por meio de procedimentos convencionais (pela análise macro e microscópica) e por novos instrumentos de estudo CITOPATOLOGIA É o estudo das células doentes que estão presentes em coleta de secreções, raspagem ou escoriação de superfícies, lavagem e coleta de líquido, aspiração e líquidos eliminados naturalmente Importante na detecção de neoplasias malignas e agentes infecciosos e parasitários Exemplo de neoplasia maligna: exame colpocitólogico para detecção precoce de câncer do colo uterino Vantagem: simples, fácil, barato e rápido Desvantagem: não pega a arquitetura tecidual, pouco material coleto e necessita de treinamento específico O método mais utilizado da citopatologia é a PAAF (punção aspirativa por agulha fina) Líquidos: PAAF Fixador: álcool etílico 95% O álcool de 70% matam microrganismos, enquanto o de 95% apenas fixa A coleta pode ser feita por espátulas cervicais de ayre, swabs, escovas cervicais e paaf A coloração pelo método de Papanicolau exige que o esfregaço seja fixado ainda imediatamente, ainda úmido, enquanto as colorações pelo método hematológico, exige que os esfregaços estejam secos antes da fixação Secreções ricas em muco ou em proteínas podem ser guardadas em geladeira por até 1 dia antes de serem encaminhadas ao laboratório Se for um líquido pobre, só deve ser mantido por poucas horas A coloração universal dos esfregaços celulares é a de Papanicolau, mas outros corantes também podem ser usados O resultado do exame citológico é fornecido em termos do diagnóstico morfológico das doenças e complementando, quando possível, com outros dados de interesse clínico COMO OCORRE A COLETA POR PAAF? Penetra-se a agulha na lesão e puxa- se o embolo, coleta-se o material líquido, coloca-se na lamina, fixa-se e depois cora-se Pode-se usar a ultrassom para fazer a coleta de um nódulo COLETA DE CITOPATOLOGIA POR PAPANICOLAU Coloca-se o especulo na vagina e através do swabs ou das escovas cervicais, eu penetro e faço um raspado do colo uterino O material precisa ser fixado a álcool etílico 95% Classificação de Papanicolau: Classe 0: material inadequado ou insuficiente (repetir a coleta) ● Classe I: normal Classe II: atipias celulares, porém não associadas a malignidades Refere-se em geral a processos inflamatórios Classe III: duvidoso para malignidade Classe IV: sugestivo mas não conclusivo de malignidade Classe V: positivo para malignidade ANATOMOPATOLOGIA Patologia cirúrgica é o estudo anatomopatológico de órgãos ou suas partes retirados cirurgicamente (biópsias ou peças cirúrgicas) Modalidades: material incluído em blocos de parafina ou biópsia por congelação Coloração: hematoxilina-eosina O exame histopatológico precedido de um procedimento cirúrgico, pode ser dividido em: • Biópsia incisional (retirada parcial) • Biópsia excisional ou ablativa (retirada total) • Peça cirúrgica • Autópsia/Necrópsia Biopsias de lesões ulceradas devem conter a margem de transição entre a úlcera e os tecidos adjacentes e subjacentes Uma biopsia superficial pode conter somente material necrótico- inflamatório, não atingindo as lesões graves subjacentes Punção-biópsia de lesões nodulares viscerais necessita do auxílio de equipamentos especiais, como raios X e ultrassom BIÓPSIA INCISIONAL É retirado uma parte da lesão e uma área marginal do tecido normal para a comparação Maior parte da lesão continua no paciente Esse tipo de biópsia serve para indicar qual é o tratamento mais adequado para a lesão A PAAG é uma biópsia incisional BIÓPSIA EXCISIONAL É retirado toda a lesão, com uma pequena margem de tecido normal, como segurança PEÇA CIRÚRGICA É a retirada total ou parcial de qualquer órgão Constitui-se tratamento cirúrgico de doenças variadas, neoplásicas ou não Pode ser simples (retira-se apenas o órgão) ou composta (retira-se o órgão e o que tem ao redor) Fixador: formaldeído 4% (ou seja, formol bruto a 10%) O QUE DEFINE O TIPO DE PROCEDIMENTO UTILIZADO? • A clínica do paciente • Suposições sobre a lesão • Idade do paciente Os materiais coletados por anatomopatologia são fixados a formol bruto a 10% o formol precisa ser de 6 a 10 vezes o volume da peça ● o frasco precisa apresentar a boca larga e fechado de modo que evite a evaporação do fixador Peças achatadas ou biópsias de certos órgãos podem ser fixadas em placas de cortiça ou de papel, a fim de se evitarem dobras ou retrações que prejudicam a boa avaliação Quando o material é encaminhado ao laboratório, necessita-se de uma requisição que constem os dados do paciente, informes clínicos relevantes, resultados de exames complementares e hipóteses diagnósticas PAAG (PUNÇÃO POR AGULHA GROSSA) É retirado um fragmento do tecido para a análise Vantagens: rápida, fácil de realizar, anestesia local, dispensa internação e diminui os custos Normalmente é utilizada em tumores na mama, próstata e biópsia da medula óssea ETAPAS DA TÉCNICA HISTOPATOLÓGICA • Cirurgia + preenchimento de requisição + exames complementares • Recepção • Análise macroscópica • Clivagem (retirada de fragmentos representativos) • Processamento laboratorial (manual ou automático) Desidratação em álcool Diafanização (clareamento) em xilol Impregnação Inclusão em parafina Os fragmentos de tecido são cortados em micrótomo, desparafinizados e corados Coloração universal: hematoxilina- eosina (HE) • Análise microscópica • Resultado – laudo Nos casos de urgência pode-se usar o método de congelação rápida nos tecidos e corte em micrótomos especiais (criostatos) O exame por congelação é empregado sobretudo no diagnóstico pré-operatório Microscópio de contraste de fase permite a análise de células vivas não coradas Microscópio invertido é apropriado para estudo de células em cultura Microscópio de fluorescência serve para examinar elementos fluorescentes nativos ou em reações de imunofluorescência (aumento 1000x) Microscópio confocal permite a análise morfológica em planos de diversas profundidades Microscópio eletrônico de varredura mostra detalhes da superfície natural ou de fratura de diversas estruturas AUTÓPSIA OU NECROPSIA É a retirada de órgãos (total ou parcial) ou partes no post mortem para determinar a causa da morte e conhecer as lesões e doenças existentes no indivíduo Médico-científicas: correlaciona os achados morfológicos com os clínicos – todos os órgãos dissecados são examinados detalhadamente ● Médico-legais: determina a causa da morte – exame dos órgãos + coleta de sangue e secreções para toxicologia Obrigatória por lei nos casos de morte violenta A autópsia também pode ser parcial, quanto apenas alguns órgãos são removidos através de incisões regionais, de reabertura de incisões cirúrgicas prévias ou de punção com agulha IMUNO-HISTOQUÍMICA Utiliza anticorpos como reagentes específicos para detecção de antígenos presentes em células ou tecidos Técnica essencialmente qualitativa A imuno-histoquímica também é utilizada para identificar elementos estranhos, como microrganismos de difícil reconhecimento, como vírus, fungos, bactérias e outros agentes infecciosos Objetivo da imuno-histoquímica: encontro e a localização topográfica de antígenos em tecidos O produto da reação imuno- histoquímica deve ser sempre interpretado em conjunto com os achados morfológicos, e não simplesmente em termos de reação positiva ou negativa Um antígeno em células ou tecidos pode ser reconhecido por sua ligação ao anticorpo seguida da aplicação de um sistema de detecçãoimunofluorescente preparado para identificar a imunoglobulina utilizada inicialmente como anticorpo primário Os anticorpos devem ser marcados com substâncias fluorescentes e enzimas A imunofluorescência e as técnicas imunoenzimáticas são comumente utilizadas em microscopia de luz IMUNOFLUORESCÊNCIA Pode ser direta ou indireta Método direto: o anticorpo primário se liga a um composto fluorescente (isotiocianato de fluoresceína) Método indireto: o anticorpo primário se liga ao antígeno de interesse Específica, já que o anticorpo se encontra livre do marcador A substância fluorescente é conjugada a um anticorpo secundário que reconhece a porção Fc do anticorpo primário e com ele forma uma reação específica TÉCNICAS IMUNOENZIMÁTICAS Técnica que emprega imunoglobulinas marcadas com enzimas Enzima mais utilizada: peroxidase O substrato da peroxidase (H2O2), na presença de uma substância doadora de elétrons, gera um produto cromógeno que se precipita no local Exemplo de substância cromógena: tetra-hidrocloreto de 3,3’ – diaminobenzidina (DAB) O DAB confere coloração marrom- escura ao sítio da reação Uma vez corados, os cortes podem ser desidratados em álcool e xilol, montados entre ● lâmina e lamínula e armazenados indefinidamente para análises posteriores Além desses métodos imunoenzimáticos, há duas novas estratégias: a da peroxidase- antiperoxidase (PAP) e a da avidina- biotina-peroxidase (ABC) Método PAP: consiste na reação em cadeia de três anticorpos O anticorpo primário reage com o antígeno- alvo e o anticorpo secundário reage com a fração Fc do anticorpo primário. O anticorpo terciário é um complexo antígeno-anticorpo formado por duas imunoglobulinas e três moléculas de peroxidase Esse método tem maior sensibilidade do que o método indireto Método ABC: o anticorpo primário livre reage apenas com o antígeno de interesse O anticorpo secundário fica ligado a moléculas de biotina, que tem forte afinidade por moléculas de avidina. Avidina e biotina formam complexos estáveis Os métodos PAP e ABC apresentam elevada sensibilidade, o que permite a identificação de um elevado número de sítios antigênicos em células e tecidos, mesmo em amostras fixadas de modo rotineiro São melhores porque apresentam excesso de moléculas de peroxidase Os fixadores paralisam a autólise e imobilizam os componentes teciduais, mantendo as relações estruturais entre seus constituintes e a morfologia aproximada de cada célula ou tecido O formol tamponado e o fixador de Bouin são adequados para a preservação dos antígenos APLICAÇÕES A classificação precisa de muitas neoplasias depende essencialmente do encontro de marcados antigênicos só identificáveis por reações com seus anticorpos Outra aplicação da imuno-histoquímica em neoplasias é a pesquisa de receptores para hormônios ou para fatores de crescimento em tumores malignos A imuno-histoquímica também é aplicada na identificação da sede primária de tumores desconhecidos quando se analisam amostras de suas metástases CULTURA CELULAR Consiste na manutenção e na multiplicação in vitro de células vivas São populações celulares homogêneas, sem interferência de outros tipos celulares As células obtidas são mantidas no interior de recipientes apropriados em suspensão ou aderidos a uma superfície solida ou semissólida Meio mínimo: contém aminoácidos essenciais, vitaminas e sais ● Meio completo: além dos componentes mínimos, contém outros metabólitos, nutrientes, minerais Os fracos que contêm as células são mantidos em estufas a temperaturas e condições ambientais apropriadas Para manutenção, o meio deve ser trocado a intervalos regulares, de modo a garantir a remoção de produtos do metabolismo celular e assegurar a concentração ideal de todos os metabólitos APLICAÇÕES In vitro: ausência de elementos reguladores da homeostase Análise do metabolismo e do comportamento celular No ambiente em que as células são mantidas, a arquitetura tecidual, as relações mecânicas e as comunicações entre as células ficam perdidas ou simplificadas CITOMETRIA Consiste na determinação quantitativa de componentes celulares O método baseia-se na ligação específica de uma substância a determinado componente celular Existem dois tipos de citometria: citofotometria e citometria de fluxo Citofotometria: a estrutura ou componente celular é corado especificamente por meio de uma reação histoquímica Se apenas esse elemento for corado, vai ocorrer uma interferência na passagem de luz Um sensor é colocado após a preparação corada para captar e quantificar a intensidade de luz que chega Determina-se a quantidade de substância presente na amostra que reagiu pela comparação com a quantidade de luz que passa e pela que não passa pela estrutura corada A citofotometria permite a análise de células individuais Na patologia, determina o conteúdo de DNA nuclear presente em lesões proliferativas, principalmente em neoplasias malignas Citofotometria: utiliza células coradas em esfregaços ou em cortes histológicos Citometria de fluxo: é realizada com células em suspensão Identifica e quantifica as populações celulares especificas normais ou cancerosas, além de fornecer o conteúdo de várias moléculas A célula é tratada com fluorocromo Ao identificar tipos celulares específicos por meio de marcadores específicos, a intensidade do fluorocromo é captada e transferida para um computador que fornece os resultados quantitativos MORFOMETRIA A morfometria fornece dados numéricos obtidos a partir de quantidades, dimensões e cores de estruturas celulares/teciduais ● Identifica a quantidade de leucócitos presentes em um corte histológico: • (+) inflamação discreta • (++) inflamação moderada/acentuada • (+++) número crescente de leucócitos HIBRIDAÇÃO MOLECULAR As técnicas de hibridação repousam na própria estrutura dos ácidos nucleicos A estrutura secundária do DNA é formada por uma dupla hélice estabilizada por pontes de hidrogênios, que podem ser desfeitas pelo calor ou por agentes químicos: a desnaturação Entretanto, assim que o agente desnaturante é retirado, as duas fitas voltam a se juntar Como o sistema não tem memória, uma fita simples de DNA desnaturado pode se associar à fita da qual se separou ou a outra de sequência complementar introduzida no meio: é a hibridação Sonda é a sequência responsável por reconhecer o segmento procurado na hibridação SONDAS DE ÁCIDOS NUCLEICOS Uma sonda é um segmento de DNA ou de RNA obtido por clonagem molecular ou por síntese química A sonda é complementar a uma sequência alvo (a de interesse) Contém uma marca que permite a sua visualização seletiva As sondas de DNA são as mais comuns e comportam-se como anticorpos usados na imuno- histoquímica Vantagens: estabilidade, não depende da expressão gênica na amostra em estudo As sondas são marcadas com compostos radioativos, como 32P ou 33p, ou ainda, pelas chamadas sondas frias Sondas frias: é quando o composto radioativo é substituído por substâncias fluorescentes ou acopladas a enzimas AMOSTRAS Qualquer material biológico obtido por autópsias, biópsias, raspados celulares, punções, secreções e outros fluidos orgânicos podem ser analisados por técnicas de hibridação Com exceção da hibridação in situ, em que são analisados tecidos ou células, nas demais técnicas trabalha-se com os ácidos nucleicos em suspensão REAÇÃO DE HIBRIDAÇÃO Nessa reação, tanto a sonda como a sequência-alvo são desnaturadas pelo calor e em seguida, ambas ficam em contato para que ocorra a hibridaçãopropriamente dita Nas sondas radioativas, a revelação é feita por autorradiografia. Já nas sondas frias, o resultado aparece como composto fluorescente ou corado Hibridação in situ: a sequência-alvo encontra-se no seu sítio nativo (célula ou tecido) Indica a localização precisa da sequência de interesse em um tecido ou célula Se a reação de hibridação utilizar compostos ● fluorescentes, a hibridação in situ com fluorescência, a técnica identifica a localização de um gene em cromossomos Blot ou transferência: é quando o DNA ou RNA alvo é extraído das amostras e imobilizado por absorção em membranas de náilon ou nitrocelulose Southern Blot: o material imobilizado e a sonda são de DNA O DNA é clivado por enzimas de restrição e os fragmentos são separados por eletroforese Northern Blot: o material fixado é um RNA e a sonda é um cDNA O RNA é clivado por enzimas de restrição e os fragmentos são separados por eletroforese Western Blot: o material e a sonda são proteínas, geralmente um anticorpo South Western Blot: o material é uma proteína e a sonda é um DNA As hibridações em membranas, Southern ou Northern Blot, apresentam altas sensibilidade e especificidade REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE(PCR) A técnica se baseia em uma reação de amplificação de sequências específicas de DNA, que se repetem por inúmeros ciclos Para essa amplificação de RNA acontecer, o RNA precisa ser convertido em DNA complementar (cDNA) Essa conversão acontece pela enzima transcriptase reserva Na reação de amplificação, as duas fitas de DNA são separadas pelo calor e, em seguida, dois iniciadores ligam- se à essas duas fitas e flanqueiam a região a ser amplificada A partir do iniciador, a DNA polimerase vai copiar o segmento de DNA desejado Desnaturação – hibridação com iniciador – copias de DNA Essa técnica permite identificar as alterações genômicas e a presença de mRNA que podem ser úteis no diagnóstico de câncer ou de doenças geneticamente transmissíveis A técnica de PCR serve para diagnostico de doenças infecciosas, doenças genéticas e neoplasias