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Processos Fisiopatológicos II - 4° Semestre ESÔFAGO DE BARRETT E NEOPLASIAS DO ESÔFAGO ESÔFAGO DE BARRETT • Esôfago de Barret: é uma complicação da DRGE crônica, caracterizada por metaplasia intestinal dentro da mucosa escamosa esofágica, ou seja, consiste na substituição do epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado do esôfago por um epitélio colunar metaplásico com células produtoras de muco (caliciformes).Isso ocorre na tentativa de “corrigir” o esôfago. • A maior preocupação no esôfago de Barrett é que ele confere um grande risco de adenocarcinoma esofágico, pois apresenta com frequência displasia do epitélio colunar metaplásico, a qual é uma lesão lesão precursora do adenocarcinoma do esôfago. OBS: displasia → desarranjo da arquitetura normal do tecido. • Na transformação maligna do epitélio metaplásico do EB, às displasias tem papel de destaque e por esse motivo os exames de biópsias endoscópicas deve ser cuidado no sentido de se afirmar ou descartar a presença de displasia. Então tem sido adotado a classificação histopatológica de Viena: (1) amostras negativas para displasia; (2) amostras com lesões indefinidas para displasia; (3) amostras com lesões positivas para displasia; (4) amostras positivas para carcinoma intramucoso (se alastrou na lâmina própria). • Fatores de Risco: - Idade maior que 55 anos - Prevalência no sexo masculino (4ª a 6ª década) - Hérnia de hiato - Ocorre em cerca de 10% dos indivíduos com DRGE sintomática. • Sintomatologia semelhante da DRGE: epigastralgia, dor retroesternal, pirose (azia), disfagia, náuseas. • Diagnóstico: o diagnóstico endoscópico de esôfago de Barrett baseia-se no encontro de mucosa com aspecto aveludado e de cor salmão ou rosa-claro que forma pequenas projeções digitiformes ou linguetas acima da junção esofagogástrica. • Macroscopia: - O refluxo pode fazer com que o esôfago se estreite úlceras ou feridas abertas (setas) acima do estreitamento (estenose) do esôfago. - Uma ou várias línguas ou placas vermelhas de mucosa aveludada a partir da junção gastroesofágica. - A repetição do refluxo pode causar a formação de úlceras (setas) no esôfago. - A repetição do refluxo pode fazer com as células do esôfago sofram alterações e se tornem pré-cancerosas (displasia). - Nesta fotografia, as áreas vermelhas em forma de língua (setas) são exemplos dessas alterações. → Classificação do EB: - Segmento longo: > 3 cm - Segmento curto: < 3 cm Bruna Embacher Sanz ❥ Processos Fisiopatológicos II - 4° Semestre • Microscopia: histologicamente, o achado característico são áreas de metaplasia intestinal em substituição ao epitélio escamoso; displasia de alto ou baixo grau; arquitetura glandular com formas irregulares e aglomeração; progressão invasiva da lâmina própria. IMAGEM: "Displasia em esôfago de Barrett. A, Transição abrupta da metaplasia de Barrett para displasia leve (seta). Note a estratificação nuclear e a hipercromasia. B, Irregularidades arquiteturais, incluindo glândula-dentro de glândula ou cribriforme, observadas em displasia de alto grau." → Complicações do EB: NEOPLASIAS DE ESÔFAGO Bruna Embacher Sanz ❥ Processos Fisiopatológicos II - 4° Semestre → NEOPLASIAS BENIGNAS: ❖ Tumores esofágicos benignos são raros, em geral esses tumores têm crescimento intramural ou intraluminal e somente pequeno número representa crescimento extramural. ❖ Leiomiomas (musculatura do esofago) - acomete homens e mulheres da mesma forma - 80% ocorrem no terço médio inferior do esofago. O tumor origina-se na camada muscular interna e pode ser múltiplo, o epitélio continua intacto. Frequentemente são assintomáticos, porém quando volumoso pode provocar disfagia (dificuldade ao deglutir). ❖ Papiloma escamoso (lesão que ocorre no epitélio escamoso estratificado do esofago) - acomete mais homens do que mulheres - lesão polipóide na luz do esofago (cresce como uma lesão vegetativa - lesão protuberante na luz do esofago) - pode ser retirado endoscopicamente esse papiloma; pode estar associado ao HPV (ainda não tem a certeza). → NEOPLASIAS MALIGNAS: ❖ A maioria dos pacientes permanece assintomático por longo tempo e em geral as lesões são diagnosticadas tardiamente. ❖ Epidemiologia varia muito de região para região evidenciando vários fatores etiológicos para o desenvolvimento do câncer esofágico, tais como: - Refluxo gastroesofágico e epitélio de Barrett, em adenocarcinomas; - Baixo consumo de frutas e vegetais, com deficiência de vitaminas A, B e C; - Alimentos contaminados com Aspergillus ou contêm quantidade elevada de nitrosaminas ou seus precursores; - O hábito de ingerir alimentos muito quentes; - Certos tipos do vírus do papiloma humano (HPV); - Estreitamentos, megaesôfago e divertículos; - Fatores genéticos, dentre eles a supressão dos genes TP53 (esse gene impede o aparecimento do câncer), caderina-E e NOTCH1. 1. Carcinoma de células escamosas: - Mais frequente em homens acima dos 55 anos de idade; mais comum em afrodescendentes. - Acomete mais o terço médio e distal do esôfago. - Carcinoma no terço superior 10x mais comum em mulheres entre 40 e 50 anos. - Está associado ao uso de álcool, pobreza, lesões esofágicas cáusticas, acalasia, supressão dos genes TP53, caderina- E e NOTCH1. - Sintomatologia: disfagia, odinofagia, perda de peso, hemorragia, sepse. - Patogenia: ● Não está relacionada ao esôfago de Barrett. ● Não é muito bem definida. ● Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado entra em displasia - começa a produzir queratina (como o epitélio da pele). - Anomalias recorrentes: ● Amplificação do gene fator de transcriação SOX2 (autorrenovação e sobrevida de cél tronco ● Superexpressão da Ciclina D1 - reguladora de ciclo celular ● Mutações : TP53, E-Caderina e NOTCH1 - Morfologia: ● Lesão mais comum na porção proximal e médio ● Lesão inicial in situ pequena e acinzentada - placas - displasia escamosa - chamada de lesão intra epitelial. ● Lesão ulcerada. Bruna Embacher Sanz ❥ Processos Fisiopatológicos II - 4° Semestre - Macroscópica da lesão: discreta elevação da mucosa, irregular, às vezes ulcerada, que corresponde a displasia ou a carcinoma inicial do esôfago (carcinoma in situ ou carcinoma minimamente invasivo). 1. Ulcerado, formado por lesão de bordas elevadas, irregulares e endurecidas, com escavação central anfractuosa (irregular). 2. Anular, com crescimento predominantemente infiltrativo e em anel, ao longo da circunferência do órgão, provocando disfagia progressiva - esofago fica mais rígido - mais localizado. 3. Vegetante, que cresce para a luz do órgão, em geral como massa sólida, lobulada e, às vezes, de aspecto nodular. 4. Infiltrante difuso, com tendência de crescimento predominantemente infiltrativo na parede do órgão, menos localizado do que o tipo anular. - se espalha mais - enrijecendo o esofago - Microscópica: o aspecto histológico do tumor é de carcinoma de células escamosas geralmente bem ou moderadamente diferenciado. IMAGEM: Carcinoma de células escamosas composto por ninhos de células malignas que imitam, parcialmente, a organização do epitélio escamoso. 2. Adenocarcinoma: - Os adenocarcinomas localizados no terço distal do esôfago, na junção esofagogástrica e na cárdia são, em conjunto, o grupo de neoplasias malignas humanas em que houve o maior aumento na taxa de incidência nas últimas décadas em países desenvolvidos. Nos EUA, é o tipo mais comum de câncer de esôfago. - Fatores de risco: ● Esôfago de Barrett é a principal condição de risco para adenocarcinoma de esôfago. ● Obesidade (acaba levando ao refluxo esofágico). ● Tabagismo. ● Alterações genéticas e epigenéticas tais como anormalidades cromossômicas, mutação do TP53, entre outras. - Patogenia: ● Inflamação crônica ( progressão esôfago de barrett) ● Acidez HCl ● Liberação de fatores de transição ● Multiplicação celular ● Diferenciação ● Metaplasia ● Displasia →MUTAÇÃO INICIAL: - TP53 (supressor tumoral) - CDKN2 (gene também relacionado à supressão tumoral – cromossomo 6). →MUTAÇÃO AVANÇADA: - EGFR (reguladordo crescimento epidérmico) – com a alteração, o crescimento é exagerado ou deficiente. - MET (proto-oncogene relacionado a fator de crescimento). - CICLINA D1: relacionada ao ciclo celular – impede/diferencia a multiplicação normal. - CICLINA D2 - ciclo celular. Bruna Embacher Sanz ❥ Processos Fisiopatológicos II - 4° Semestre - Manifestações clínicas: são dor, disfagia progressiva, vômitos, hemorragia digestiva (lesão é grande) e perda de peso. - Devido ao fato dos adenocarcinomas crescerem ao longo dos linfáticos da mucosa, eles podem se propagar para outras áreas do esôfago e aí formar colônias secundárias. Por contiguidade (por estar próximo a outro órgão; continuidade com outro órgão) o tumor atinge traqueia, brônquios principais, parênquima pulmonar e mediastino. - As metástases mais frequentes são para os linfonodos do mediastino e abdominais (porque é muito comum acometer o terço inferior do esofago). - Os tumores do terço superior tendem a dar metástases em linfonodos cervicais; os do terço médio, nos traqueobrônquicos; os do terço inferior, nas cadeias gástrica e celíaca. Metástases viscerais ocorrem principalmente no fígado, nos pulmões e nas suprarrenais. - Diagnóstico e prognóstico: ● A propedêutica do cancer de esofago inclui, além do exame clínico, exames de imagem, endoscopia e biópsia. ● Quando diagnosticado em fases iniciais, há grande chance de cura com a realização de cirurgia endoscópica. ● O prognóstico é pior no carcinoma de células escamosas avançado, com sobrevida média de um ano após o diagnóstico. - Macroscopia e microscopia: A: Adenocarcinoma em esôfago de Barrett invadindo o fundo gástrico. B: Aspecto histológico do tumor mostrado em A, que é constituído por glândulas atípicas revestidas por células secretoras de muco. Morfologia: → ⅓ distal do esôfago. → Início: placas planas ou elevadas na mucosa anteriormente intacta, grandes massas de 5 cm ou mais de diâmetro podem se desenvolver. Os tumores podem se infiltrar ou ulcerar e invadir profundamente. → O esôfago de Barrett frequentemente aparece adjacente ao tumor. → Os tumores produzem mais comumente mucina e formam glândulas, geralmente com morfologia semelhante ao tipo intestinal. → Adenocarcinoma esofágico constituído por glândulas encostadas umas às outras (back to back). → Pode infiltrar difusamente ou ulcerar e invadir massa poliplóide. → Esôfago de Barrett aparece adjacente ao tumor. → Placas elevadas ou planas. → Produz mucina e formam glândulas. → Células em sinete menos comum. → Sinais: dor na deglutição, perda de peso, vômitos, hematêmese, vômitos e dor torácica → Quando sintomas aparecem geralmente já disseminou para os vasos linfáticos. → Sobrevida de 5 anos. RESUMÃO: Bruna Embacher Sanz ❥
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