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RELEMBRANDO O ESÔFAGO

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1 Vitória Santos Fraulob 
RELEMBRANDO O ESÔFAGO 
- Esôfago é um órgão condutor muscular, localizado 
entre o extremo inferior da laringo-faringe e o 
superior do estômago, que faz parte do aparelho 
digestório unindo a faringe ao estômago. 
- Sua principal função é levar os alimentos até o 
estômago. 
- Faz movimento de peristaltismo. 
- Localizado entre a musculatura circular e a 
submucosa – plexo submucoso (função é de regular as 
secreções locais). 
- Plexo mioentérico (de Auerbach) – tem função de 
contração e o relaxamento da musculatura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Histologicamente: é uma mucosa revestida por um 
epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado, 
apoiado sobre uma lâmina própria, seguida de uma 
camada muscular da mucosa. 
 
* A submucosa contém abundantes vasos sanguíneos e 
nervos, juntamente com glândulas esofágicas 
mucosas (GEM), as quais estão envolvidas por vasos 
linfoides. 
E: epitélio estratificado pavimentoso não 
queratinizado. 
LP: lâmina própria 
MM: muscular da mucosa 
GE: glândulas esofágicas. 
CASO CLÍNICO 1 
Mulher de 45 anos queixou-se de dor esternal após as 
refeições nos últimos 2 anos. A endoscopia digestiva 
alta é realizada e biópsias são feitas de uma área 
eritematosa da mucosa esofágica inferior 3cm acima 
junção gastroesofágica. As biópsias e endoscopia 
mostram a presença de epitélio colunar com células 
caliciformes. 
 
ESÔFAGO DE BARRETT (EB) 
- EPIDEMIOLOGIA: 15 a 30% das pessoas apresentam 
refluxo gastroesofágico regularmente, dos quais 5-
10% poderão desenvolver EB. 
* Risco de evolução para câncer é elevado – 0,2 a 
2,9% ao ano – calcula-se que seja de 30 a 125 maior 
que o da população geral. 
- FATORES DE RISCO: 
* idade – maior que 55 anos 
* prevalência sexo masculino – 4ª e 6ª década 
* hérnia de hiato 
* 10% DRGE 
- CLÍNICA: 
* semelhantes a DRGE – pirose, disfagia, regurgitação 
do conteúdo gástrico, eructações, náuseas... 
 
2 Vitória Santos Fraulob 
 
ESÔFAGO DE BARRETT – metaplasia intestinal muda 
de: epitélio estratificado pavimentoso não 
queratinizado (normal) para tecido epitelial colunar 
com células produtoras de muco (caliciformes). 
 
 MORFOLOGIA – MACROSCOPIA (EB) 
- Uma ou várias línguas ou placas vermelhas de 
mucosa aveludada a partir da junção gastroesofágica. 
A repetição do refluxo pode causar a formação de 
úlceras (setas) no esôfago. 
- O refluxo pode fazer com que o esôfago se estreite. 
Ulceras ou feridas abertas (setas) acima do 
estreitamento (estenose) do esôfago. 
 
- Classificação: 
* segmento longo > 3cm ou mais 
* segmento curto < 3cm 
- A repetição do refluxo pode fazer com que as 
células do esôfago sofram alterações e se tornem pré-
cancerosas. Nesta fotografia, as áreas vermelhas em 
forma de língua (setas) são exemplos dessas 
alterações. 
MORFOLOGIA – MICROSCOPIA (EB) 
 
3 Vitória Santos Fraulob 
- Metaplasia intestinal, displasias de baixo ou alto 
grau, arquitetura glandular formas irregulares e 
aglomeração e progressão invasão da lâmina própria. 
 
- Displasia epitelial: risco para desenvolvimento de 
adenocarcinoma 30 – 40 vezes maior. 
 
 
Algumas complicações do esôfago de Barrett: 
estenose grave do lúmen e adenocarcinoma. 
CASO CLÍNICO 2 
Paciente de 34 anos, homem, foi ao ambulatório de 
clinicas apresentando disfagia há 4 meses, associados 
ao emagrecimento discreto não quantificado e um 
episódio prévio isolado de compactação alimentas. 
Portador de déficit neurológico desde o nascimento. 
Na endoscopia digestiva de alta (EDA) inicial 
evidenciava pólipo de 1,5cm em esôfago distal com 
achado histológico sugestivo de papiloma escamoso. 
Uma nova endoscopia foi realizada com e radiografia 
contrastada do esôfago e tomografia demonstrou 
adenocarcinoma pouco diferenciado em esôfago 
esádio IV (T4N1M0) 
NEOPLASIAS ESOFÁGICAS 
- Podem ter alguns fatores desencadeantes: 
* refluxo gastroesofágico e epitélio de Barrett, em 
adenocarcinomas. 
* baixo consumo de frutas e vegetais 
* alimentos contaminados com Aspergillus ou contém 
quantidade elevada de nitrosaminas ou seus 
precursores 
* hábito de fumar e o consumo de álcool 
* habito de ingerir alimentos muito quentes 
* estreitamento, megaesôfago e divertículos 
* suspeita-se que certos tipos de vírus do papiloma 
humano (HPV) tenham papel na carcinogênese 
esofágica 
- A vasta maioria dos canceres esofágicos distribui-se 
em dois tipos: adenocarcinoma e carcinoma de 
células escamosas. O carcinoma de células escamosas 
é mais comum em todo o mundo. Tumores benignos 
do esôfago geralmente são mesenquimais e surgem 
dentro da parede do esôfago, sendo que os 
leiomiomas são os mais comuns. Fibromas, lipomas, 
hemangiomas, neurofibromas e linfangiomas também 
ocorrem. 
 
 
 
 
4 Vitória Santos Fraulob 
ADENOCARCINOMA DE ESÔFAGO 
- EPIDEMIOLOGIA: crescente – 8,3 novos casos a cada 
100 mil homens e 2,40 a cada 100 mil mulheres 
- FATORES DE RISCO: 
* esôfago de Barrett 
* prevalência sexo masculino é 7 vezes maior 
* obesidade 
* tabagismo e etilismo 
* radiação 
* dietas pobres em frutas frescas e legumes 
PATOGENIA – inflamação crônica (progressão esôfago 
de Barrett) – acidez HCl – liberação de fatores de 
transição – multiplicação células – diferenciação 
células – metaplasia – displasia – relação pré 
neoplásica 
- Mutação inicial → TP53/CDKN2 
- Mutação avançada → EGFR/MET/CICLINA 
D1/CICLINA D2 
MORFOLOGIA: 
* 1/3 distal do esôfago 
* início: placas planas ou elevadas, na mucosa 
anteriormente intacta, grandes massas de 5cm ou 
mais de diâmetro podem se desenvolver. 
Alternativamente, os tumores podem se infiltrar 
difusamente ou ulcerar e invadir profundamente 
* o esôfago de Barret frequentemente aparece 
adjacente ao tumor 
 
- Os tumores produzem mais comumente mucina e 
formam glândulas, geralmente com morfologia 
semelhante ao tipo intestinal. 
- Sinais: dor na deglutição, perda de peso, vômitos, 
hematêmese e dor torácica 
- Quando os sintomas aparecem geralmente já 
disseminou para os vasos linfáticos 
- Sobrevida de 5 anos. 
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS (CEC) 
- Acima de 45 anos – 4x mais frequente em homens do 
que mulheres – comum em afro descendentes 
- Fatores de riso: 
* álcool 
* tabaco 
* dietas deficientes em frutas e vegetais 
* radiação 
* acalasia 
* bebidas quentes 
- Clinica: insidiosa, disfagia, odinifagia, obstrução 
progressiva, hemorragia, sepse. 
 
 
5 Vitória Santos Fraulob 
PATOGENIA: não é muito bem definida – epitélio 
estratificado pavimentoso não queratinizado entra 
em displasia – começa a produzir queratina – epitélio 
da pele – queratina para proteção. 
- Anormalidades recorrentes: amplificação do gene 
fator de transcrição SOX2 (autorrenovação e 
sobrevida de células tronco), superexpressão da 
ciclina D1 – reguladora de ciclo celular, mutações 
(TP53, E-CADERINA e NOTCH1) 
- Local mais comum na porção proximal e médio. 
- Lesão inicial in situ pequena e acinzentada → placas 
→ displasia escamosa → chamada lesão intra epitelial 
- Ao longo dos anos – polipoides ou exofíticas 
- Lesão ulcerada – difusa – infiltrativa 
- Metástase – linfonodos – sistema linfático 
 
MORFOLOGIA: início com lesão in situ (conhecida 
como uma neoplasia intraepitelial ou carcinoma in 
situ em outras regiões). 
- Lesões iniciais aparecem como espessamentos 
pequenos, acinzentados, semelhantes a placas 
- 1/3 médio 
- Evolução: se tornam massas tumorais polipoides se 
projetam para dentro da luz, obstruindo-a. 
 
- Moderadamente diferenciado até bem diferenciado 
- Ninhos de células malignas que imitam, 
parcialmente, a organização do epitélio escamoso. 
ADENOCARCINOMA ESOFÁGICO X CEC 
ADENOCARCINOMA 
ESOFÁGICO 
CEC 
Neoplasia a partir do 
epitélio colunar 
intestinal 
Neoplasia a partir do 
epitélio escamoso doesôfago 
Alta correlação com 
esôfago de Barrett 
Sem correlação com 
esôfago de Barrett 
Terço distal do esôfago Terço médio do esôfago 
 
 
NEOPLASIAS BENIGNAS 
RARAS → leiomiomas e papiloma escamoso – ambos 
possuem um crescimento intramural ou intraluminal 
LEIMIOMA: 80% das vezes está no terço inferior ou 
médio, acomete a região muscular, é necessário tirar 
a massa tumoral porque ela começa a interferir no 
processo de deglutição. 
- Acontece homens e mulheres – 30 – 50 anos 
PAPILOMA ESCAMOSO: acomete principalmente 
homem com uma media de idade de 50 anos. 
- É associado com infecções do papiloma vírus (HPV). 
- Acomete o terço inferior 
- Acomete principalmente a cama mucosa, 
geralmente são lesões pequenas e solitárias, e é 
chamada de escamosa por estar na mucosa (revestida 
por tecido epitelial escamoso).

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