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Pediatria I Triagem Neonatal Triagem significa separação, escolha. Os testes de triagem neonatal não são diagnósticos. Eles separam a população de recém–nascidos em dois grupos: um constituído por aqueles que podem ter uma doença, outro por aqueles que não devem tê–la. Inclui testes e exames realizados nos recém nascidos que previnem e detectam doenças precocemente, com o objetivo de evitar a morbidade e mortalidade infantil; detectar doenças raras e evitar que causem danos irreversíveis ao desenvolvimento do bebê. TESTE DO PEZINHO: O período ideal para coleta deve ser superior a 48 horas de vida (pois crianças com menos de 48 horas ainda não ingerir proteína suficiente para serem detectadas na triagem de fenilcetonúria) – entre o terceiro e o quinto dia após o nascimento. Gota de sangue do calcanhar do bebê é enviada ao laboratório, onde é feito o teste e os resultados são analisados. O teste é feito no pezinho por ser uma região bastante irrigada no corpo, o que facilita o acesso ao sangue para coleta da amostra. Rápido e pouco invasivo. A amostra de sangue pode ser testada para mais de 30 doenças. Para as 6 doenças detectadas no programa do SUS, há tratamento adequado. TESTE DO OLHINHO: É um exame simples, rápido e indolor que consiste na identificação de um reflexo vermelho, que aparece quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê. Esse teste pode detectar qualquer alteração que causa obstrução no eixo visual, como catarata, glaucoma congênito e outros problemas, cuja identificação precoce pode possibilitar o tratamento no tempo certo e o desenvolvimento normal da visão. Caso a cor seja opaca, branca ou amarelada, significa que o recém nascido possui alguma patologia e que deve ser tratada. O exame é realizado na maternidade até a alta do RN. A recomendação é que o teste do olhinho seja feito pelo pediatra logo que o bebê nasce. Continua sendo importante nas consultas regulares de avaliação da criança. TESTE DA ORELHINHA: A triagem neonatal auditiva é feita geralmente no segundo ou terceiro dia de vida do bebê e identifica problemas auditivos no RN. É determinado por lei que nenhuma criança saia da maternidade sem ter feito o teste. O teste da orelhinha é realizado no bebê dormindo, em sono natural, é indolor e não machuca, não precisa de picadas e nem de sangue do bebê, não tem contraindicações e dura em torno de 10 minutos. É um pequeno fone colocado na parte externa do ouvido- capaz de gerar estímulos sonoros que mostram como o ouvido do RN reage aos sons. Se o ouvido responde aos estímulos: audição normal e posteriormente a fala será desenvolvida. Se o ouvido não responde aos estímulos, devem ser feitos exames que esclareçam se o problema é temporário ou permanente. É realizado pelo fonoaudiólogo. TESTE DO CORAÇÃOZINHO: Todo bebê tem o direito de realizar esse teste ainda na maternidade, entre 24h a 48h após o nascimento. O teste é simples, gratuito e indolor. Consiste em medir a oxigenação do sangue e os batimentos cardíacos do recém nascido com o auxílio de um oxímetro (espécie de pulseirinha no pulso e no pé do bebê). Lado direito o punho e pé qualquer lado. Detecta cardiopatia grave. Ex: tetralogia Caso algum problema seja detectado (diferença entre uma oximetria e outra a diferença tem que ser menor que 3% entre o braço e o pé), o bebê é encaminhado para fazer um ecocardiograma. (com saturação maior que 95%) Quanto mais cedo for diagnosticado, melhores são as chances de tratamento. TESTE DA LINGUINHA: Para ver se o RN tem língua presa, é realizado por conta da sucção. É realizado pelo fonoaudiólogo. Adaptações pós-natal do bebê As principais adaptações do neonato à vida extra-uterina são cardiovascular, respiratória e térmica, que podem ser influenciadas por fatores de risco, principalmente devido a problemas maternos. A adaptação do recém-nascido à vida extra-uterina é favorecida pelo trabalho de parto, porque este ocasiona modificações nos sistemas e órgãos do feto. A via de parturição influencia no processo de adaptação, principalmente em relação sistema respiratório, onde problemas como doença da membrana hialina, má adaptação pulmonar, infecção, aspiração de mecônio e pneumotórax, ocorrem em maiores porcentagens em bebês nascidos por cesariana do que por via vaginal. O sistema cardiovascular também é afetado, onde a frequência cardíaca e os níveis de pressão sistólica e diastólica são mais elevados no parto vaginal nas primeiras 2 horas de vida. Adaptação cardiovascular: O sistema circulatório fetal funciona como se fosse duas bombas interligadas funcionando em paralelo, e após o nascimento, o arranjo dos ventrículos faz com que a circulação neonatal funcione como uma conexão em série. Durante o período de transição, a circulação fetal necessita sofrer modificações para se tornar uma circulação neonatal. Desde o início do desprendimento materno, com o pinçamento do cordão umbilical, as principais modificações são o desaparecimento da circulação placento-fetal, aumento do fluxo sangüíneo pulmonar e fechamento dos shunts fetais . O fechamento funcional das estruturas cardíacas fetais (forame oval, canal arterial e ducto venoso), acontece progressivamente, e completa-se em torno de um a dois dias de vida, sendo que o fechamento anatômico pode durar semanas. Devido aos shunts fetais se fecharem funcionalmente antes de se fecharem anatomicamente, podem ocorrer aberturas intermitentes dessas estruturas, ocorrendo passagem de sangue não oxigenado do lado direito para o esquerdo do coração, levando o recém-nascido a apresentar uma cianose transitória e com o choro, aumenta a pressão da veia cava e átrio direito, que leva ao aparecimento de sopros. A simples presença de sopros não significa, necessariamente, a presença de um problema cardíaco, mas quando são acompanhados de cianose e sinais de dificuldade cardíaca e respiratória devem ser investigados. Adaptação respiratória: Durante a gravidez, o feto tem seu sangue oxigenado e gás carbônico eliminado através da placenta, uma vez que seus pulmões estão inativos. Logo após a expulsão, o recém-nascido deve estabelecer sua respiração através dos alvéolos, substituindo o líquido pulmonar por atmosférico de maneira apropriada no primeiro minuto de vida. No decorrer da 24a e 30a semana de gestação, é produzido surfactante pelas células alveolares, que diminui a tensão superficial, evitando o colabamento dos alvéolos ao término da expiração. Por esse processo, o surfactante faz com que as trocas gasosas sejam facilitadas, a pressão para a insuflação necessária para abertura das vias respiratórias diminuída, a complacência pulmonar melhorada e o esforço respiratório reduzido. Antes do evento do nascimento, o pulmão permanece repleto de líquido e recebe de 10 a 15% do débito cardíaco total. O início da função respiratória é estabelecida por estímulos químicos, térmicos, físicos e sensoriais, como dor e luminosidade, sendo que a primeira respiração deve ocorrer dentro de 20 segundos após o parto . Após os primeiros minutos de vida, com a expulsão e reabsorção do líquido presente nos pulmões, este enche-se de ar e o fluxo sanguíneo aumenta consideravelmente, cerca de oito a dez vezes. Com a compressão do tórax ao passar pelo canal vaginal, cerca de um terço do líquido pulmonar é expelido pela boca e nariz, e os dois terços restantes são absorvidos pela circulação pulmonar e sistema linfático, dentro de 6 a 24 horas após o nascimento. Após o nascimento, com a compressão mecânica do tórax e expulsão do líquido pulmonar, ocorre uma descompressão do tórax, criando-se assim, uma pressão negativa que traz o ar para dentro dos pulmões. A completa expansão pulmonar e distribuição do ar pelos alvéolos ocorre quando o recém-nascido chora, porque o choro cria uma pressão intratorácicapositiva, mantendo os alvéolos abertos e forçando o restante do líquido pulmonar para os capilares pulmonares e sistema linfático. Após as primeiras respirações, o recém-nascido assume sua atividade ventilatória e de oxigenação, com a substituição do espaço antes ocupado pelos fluidos pulmonares por ar atmosférico. Adaptação térmica: O organismo materno é responsável pela manutenção da temperatura fetal, e ao ser expulso do ventre materno, o neonato sofre um brusco impacto térmico, tendo que se ajustar ao novo ambiente através da termogênese sem calafrio. A regulação e manutenção da temperatura é um dos fatores mais críticos na sobrevivência e estabilidade do recém-nascido, por esse motivo, deve-se proporcionar um ambiente termicamente neutro, para que o consumo de oxigênio seja suficiente para a manutenção da temperatura corporal. Logo após o nascimento e com a finalidade de evitar perdas de calor, a criança deve ser colocada em um berço de calor radiante e ser completamente enxuta, principalmente na cabeça, onde uma touca pode ser eficaz contra o resfriamento . É muito importante manter o recém-nascido aquecido, porque este possui uma labilidade térmica, onde o frio (ou até mesmo calor em excesso), podem provocar alterações metabólicas, como perda excessiva de calorias e acidose metabólica, que dificultam adaptação à vida extra-uterina. Quando o bebê está apresentando hipotermia, sua taxa metabólica elevará para gerar calor, podendo ocasionar angústia respiratória que pode evoluir para um quadro de acidose metabólica. As crianças nascidas a termo possuem depósitos de gordura marrom, que representam cerca de 2 a 6% do peso do recém-nascido, e se localizam principalmente no pescoço, região interescapular, mediastino, ao redor dos rins e das supra-renais. Esses depósitos são muito vascularizados e enervados, e quando sofrem estresse pelo frio, aumentam a produção de noradrenalina, que atua nesses depósitos, estimulando a lipólise e gerando calor. Os recém- nascidos prematuros possuem desvantagens para a manutenção da temperatura, porque possuem grande superfície de contato em relação ao peso, menor quantidade de tecido subcutâneo e gordura marrom, incapacidade de consumo de quantidade adequada de calorias para a termogênese e muitas vezes, devido aos problemas pulmonares, possuem consumo limitado de oxigênio. A manutenção da temperatura corporal no neonato se dá por interações entre a temperatura ambiental, perda e produção de calor, sendo que a capacidade de termorregulação é pouco limitada. A exaustão do mecanismo de termorregulação pode levar o recém-nascido à morte, por isso, a prevenção da hipotermia é um dos principais objetivos dos cuidados de enfermagem. Outras adaptações: Além das principais e imediatas adaptações à vida extra-uterina – circulatória, respiratória e térmica – o recém-nascido também passa pelas adaptações hepática, renal, digestiva, imunológica, hematopoiética, neurológica e metabólica. CONCLUSÃO: A transição da vida fetal para a neonatal representa um dos períodos mais difíceis e dinâmicos do ciclo evolutivo humano. Adaptações neuro-hormonais, metabólicas e cardiorrespiratórias importantes precisam ocorrer ao longo de horas ou dias durante o parto para garantir a transição suave e bem-sucedida à vida extrauterina. Tais alterações são suscitadas por vários processos, incluindo salvas perinatais de hormônios, trabalho de parto, nascimento, ventilação gasosa e oxigenação dos pulmões, oclusão do cordão umbilical e redução da temperatura ambiente. Pesquisas intensas durante o século 20 aumentaram bastante nossa compreensão do desenvolvimento normal do sistema cardiorrespiratório, que permite ao feto adaptar-se de maneira rápida e eficiente à respiração de ar ao nascimento. Este período transicional caracteriza-se por remoção do volume de líquido pulmonar dos espaços alveolares e secreção de material surfactante no ácino, garantindo a expansão física satisfatória dos pulmões após as primeiras incursões respiratórias pós-natais. Para manter a ventilação e a oxigenação adequadas, o RN também precisa trocar a respiração fetal intermitente pela respiração contínua ao nascimento, processo que ainda não é plenamente compreendido. A mudança de troca gasosa placentária para pulmonar também requer a eliminação dos shunts fetais e uma diminuição rápida e persistente da resistência vascular pulmonar (RVP) a fim de permitir o aumento significativo do fluxo sanguíneo pulmonar. Desse modo, a circulação muda de um padrão caracterizado por débito ventricular combinado relativamente baixo, dominância ventricular direita e vasoconstrição pulmonar, para uma circulação em série com alto débito cardíaco igualmente dividido entre os dois ventrículos e um leito vascular pulmonar intensamente dilatado. Muitos fatores podem interferir nesse processo fisiológico, causando morbidade e mortalidade significativas. IG/peso e comprimento/IG Parâmetros de crescimento em recém-nascidos (Comprimento, peso e circunferência cefálica) Os parâmetros de crescimento e a idade gestacional ajudam a identificar o risco de patologia neonatal. O crescimento é influenciado por condições genéticas e nutricionais, e também intrauterinas. Os parâmetros de crescimento avaliados no nascimento ajudam a prever o crescimento e desenvolvimento subsequentes e o risco de doenças. Os parâmetros são comprimento, peso e circunferência cefálica. Comparando o peso com a idade gestacional, cada bebê é classificado ao nascimento como AIG: Adequados para a idade gestacional – quando o peso se encontra entre os percentis 10 e 90 das curvas de crescimento intrauterino. PIG: Pequenos para a idade gestacional – quando o peso está abaixo do percentil 10 para a referida idade gestacional. GIG: Grandes para a idade gestacional – quando o peso está acima do percentil 90 para a idade gestacional em questão. RN Pré-termo: IDADE GESTACIONAL Pré-termo: para todo RN com menos de 37 semanas de idade gestacional (não https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/problemas-perinatais/idade-gestacional leva em consideração o peso de nascimento) Dois grupos de RN pré-termo apresentam denominação específica: Pré-termo tardio: entre 34 semanas e 36 semanas e 6 dias Pré-termo extremo: menor que 28 semanas PESO Baixo peso: < 2.500g Muito baixo peso: < 1.500g Extremo baixo peso: < 1.000g RN a termo: IDADE GESTACIONAL Entre 37 e 41 semanas e 6 dias de gestação Termo precoce: 37 semanas até 38 e 6 dias Termo pleno: 39 semanas até 40 e 6 dias Termo tardio: 41 semanas até 41 e 6 dias RN pós termo: Idade gestacional igual ou superior a 42 semanas Apgar Método que avalia o ajuste imediato do RN à vida extrauterina, avaliando suas condições de vitalidade. A nota vai de 0 a 10 ( 2 para cada um dos 5 itens) e identifica o estado de saúde do bebê. 1, 5, 10 minuto. Se a nota tiver maior que 7, o bebê está bem, e se for menor, precisa realizar o APGAR do décimo minuto. Por ser a única forma de avaliação em países em desenvolvimento, onde os exames laboratoriais podem não estar disponíveis, o baixo valor do escore de Apgar é útil para identificar as crianças que necessitam de cuidados adicionais, mesmo na ausência de dados laboratoriais. Existe consenso de que um escore de Apgar de 7-10 significa uma criança sadia, que provavelmente não terá problemas futuros. Quando < 7, é sinal de alerta para atenção especial. Há diferentes níveis de escore de Apgar baixo, de acordo com alterações fisiopatológicas. Além disso, é parcialmente dependente da maturidade do concepto. As condições maternas também podem influir no escore, tais como medicações e, finalmente, as próprias condições do RN influem na avaliação como, por exemplo, malformações neuromusculares ou cerebrais e condições respiratórias Perda de peso após nascimento Todos os recém-nascidosperdem ao nascer. Durante os 5 primeiros dias de vida os recém-nascidos perdem de entre 7% a 10% do seu peso. Isso ocorre devido a perda de fluido depois do nascimento e ao pouco de alimento que consomem no início. Essa perda de peso acontece, também, pela utilização de tecido adiposo como fonte de energia. O peso perdido, começa a ser recuperado por volta do 10 e 12 dia. Um prematuro com 32 semanas perde, em média, 250 mililitros de líquido por quilo de peso ao dia. Um bebê que nasce a termo perde, no máximo, 20 mililitros por quilo. Essa é uma das razões de as incubadoras dos prematuros serem dotadas de umidificadores, que têm por objetivo reduzir as perdas de água, principalmente pela pele e respiração. O recém-nascido de termo normal, ou seja, aquele que nasceu de 37 a 41 semanas e sem nenhuma doença detectável, costuma perder peso até o terceiro ou quarto dia de vida e, após esse período, costuma ganhar peso. A tendência é que ele recupere o peso de nascimento entre o sétimo e o décimo dia de vida. A maioria das mães associam a perda de peso a amamentação, como se fosse insuficiente, porém não possui nenhuma relação, é um processo completamente normal. A suplementação alimentar só é indicada pelos médicos quando a perda de peso for superior a 10% ou quando a criança não recupera o peso após os 15 dias de vida. Após um período de cinco a sete dias, o colostro passa por uma transição, tornando-se um leite maduro. O denominado “leite maduro” é mais rico em gordura, o que irá efetivamente engordar o bebê e aumentar a sensação de saciedade. Cuidados pós parto do bebê ASSISTÊNCIA AO RN COM BOA VITALIDADE Imediatamente após o nascimento, a necessidade de reanimação depende da avaliação rápida de quatro situações referentes à vitalidade do concepto, sendo feitas as seguintes perguntas: Gestação a termo? Ausência de mecônio? Respirando ou chorando? Tônus muscular bom? Caso a resposta seja afirmativa a todas as perguntas, considera-se que o RN está com boa vitalidade e não necessita de manobras de reanimação e devem ser realizadas as seguintes intervenções: Proceder ao clampeamento do cordão umbilical após cessadas suas pulsações (aproximadamente 1 a 3 minutos), exceto nos casos de mães isoimunizadas ou HIV /HTLV positivas. Nesses casos o clampeamento deve ser imediato. Manter o RN sobre o abdome e/ou tórax materno, usando o corpo da mãe como fonte de calor,garantindo que o posicionamento da criança permita movimentos respiratórios efetivos. O contato pele a pele imediatamente após o nascimento, em temperatura ambiente de 26°C, reduz o risco de hipotermia em RNs a termo com respiração espontânea e que não necessitam de ventilação, desde que cobertos com campos pré –aquecidos. Identificar o RN com pulseira e clamp umbilical contendo o nome da mãe, número de prontuário, data de nascimento, sexo e hora. Realizar o aleitamento precoce para promoção do contato mãe-bebê imediato após o parto, evitando intervenções desnecessárias que interferem nessa interação nas primeiras horas de vida. Deve ser estimulado o contato pele a pele e o aleitamento materno na primeira hora de vida, exceto em casos de mães HIV ou HTLV positivos. Coletar o sangue do cordão umbilical para exames laboratoriais. Realizar a laqueadura do cordão umbilical, fixar o clamp à distância de 2 a 3cm do anel umbilical,envolvendo o coto com gaze embebida em álcool etílico 70% ou clorexidina alcoólica 0,5%. Em RN de extremo baixo peso utiliza-se soro fisiológico para possibilidade de cateterização umbilical. Aspirar boca e narinas, caso seja necessário. Realizar exame físico simplificado. Realizar o “Credé” para prevenção da oftalmia gonocócica. A profilaxia deve ser realizada na primeira hora após o nascimento, tanto no parto vaginal quanto cesáreo, uso do PVPI 2,5% colírio. Administrar vitamina K para prevenção do sangramento, 1mg de vitamina K por via intramuscular ao nascimento. Administração da vacina contra Hepatite B. A administração desta faz parte do calendário vacinal mínimo obrigatório e inicia o esquema de imunização do indivíduo contra a Hepatite B. Tem como objetivo proteger o recém-nascido contra o vírus da Hepatite B. Realizar antropometria, incluindo peso, comprimento e o perímetro cefálico. Cuidados pós-hospitalar Realização da Triagem Neonatal; Visita Domiciliar (VD) na primeira semana após a alta hospitalar para avaliar o estado de saúde do RN e mãe (puerpério); Orientar e apoiar a família para amamentação exclusiva até os 6 meses de idade; Orientar os cuidados com o RN, bem como a cicatrização do coto umbilical por meio da limpeza com álcool 70% apenas; Verificar a situação vacinal ao nascer do RN que deve ser vacinado com BCG e Hepatite B; Identificar os riscos ao RN; Planejamento Familiar; Banho Antes de retirar a roupa do bebê, arrume todo o ambiente, coloque tudo o que vai utilizar por perto e elimine qualquer corrente de ar. Deixe a água em temperatura agradável e teste-a com o seu antebraço ou punho. Se quiser usar termômetro, ele deve ficar entre 36º e 37ºC. Utilize sabonete líquido neutro e evite colônias, óleos e talcos, pois eles podem dar alergia ou irritar a pele do bebê. Troca de fraldas Em todas as trocas de fraldas, utilize água morna para limpar ou lavar. Sempre limpe em sentido único, de cima para baixo, evitando contaminação. Evite deixar a fralda encharcada de urina, porque isso causa desconforto e pode provocar dermatite. Roupas O excesso de roupas pode causar febre ou até desidratação no bebê. Fique atenta a isso. A sensação de frio do recém-nascido não é muito diferente da sua. Lave as roupas com sabão neutro e separadas das demais roupas da família. Cólicas As cólicas são normais e fazem parte do amadurecimento natural do sistema digestivo do bebê. O melhor remédio é o leite materno. Aquecer a barriga, aconchegar o bebê e deixá-lo na posição fetal também são medidas que ajudam a contornar a situação. Siga a orientação do pediatra quanto à utilização de medicamentos. Icterícia Observamos icterícia em cerca de 60% dos recém-nascidos a termo e em 80% dos recém nascidos prematuros em sua primeira semana de vida. O grande desafio do pediatra é saber identificar a natureza desta alteração, isto é, se decorrente causas fisiológicas ou patológicas, e ter o conhecimento do momento exato de intervir, empregando medidas terapêuticas, muitas vezes, salvadoras. Definimos icterícia como a coloração amarelada de pele e mucosas, provocada por um aumento da fração indireta ou lipossolúvel da bilirrubina, geralmente quando > 7 mg/dl ou da sua fração direta, menos frequentemente. A icterícia decorrente do aumento da fração indireta de bilirrubina confere à pele uma tonalidade amarelo-brilhante ou mesmo alaranjada. Nas condições associadas à hiperbilirrubinemia direta, esta confere à pele uma cor amarelo-esverdeada. No entanto essas diferenças são percebidas somente com níveis muito elevados do pigmento. A grande complicação desta impregnação não acontece a nível cutâneo, mas sim encefálico. Em níveis muito elevados, a bilirrubina indireta pode cruzar a barreira hematoencefálica produzindo efeito tóxico sobre os neurônios, levando com isso ao desenvolvimento de um quadro de encefalopatia bilirrubínica ou kernicterus. A hiperbilirrubinemia à custa da fração direta, quando presente nas primeiras horas ou semanas de vida, indica uma desordem subjacente. No período neonatal existem fatores bioquímicos que promovem uma maior elevação da bilirrubina indireta, explicando com isso a elevada incidência desta afecção neste período de vida: 1.Aumento da carga de bilirrubina a ser metabolizada pelo fígado: as hemácias fetais apresentam menor sobrevida e, além disso, o hematócrito ao nascimento é alto (50-63%). Há maior risco de hemólise e infecção. 2.Diminuição da captação e conjugação hepáticas, por imaturidade dos sistemas enzimáticos. A enzima glicuroniltransferasepode ter sua ação e potência reduzidas por fatores como hipóxia, infecção, hipotireoidismo e hipotermia. 3.Competição ou bloqueio da enzima glicuroniltransferase por substâncias que necessitem de conjugação com o ácido glicurônico para excreção e drogas. 4.Presença de defeitos genéticos que acarretem ausência de glicuronil transferase ou sua diminuição e defeitos de captação da bilirrubina pelo hepatócito. 5.Exacerbação da circulação entero-hepática por jejum e demora na eliminação do mecônio. Além disso, o período neonatal é particularmente vulnerável à lesão neurotóxica mediada pela BI em decorrência de fatores como: Hipoproteinemia, levando a uma menor concentração de albumina e, portanto, maior teor de bilirrubina livre. Devemos lembrar que a bilirrubina indireta encontra-se na sua maior parte ligada à albumina, e que, sob condições normais, somente a fração livre atravessa a barreira hematoencefálica. Deslocamento, por uso de determinadas drogas, da bilirrubina de seus sítios de ligação na albumina. Poderíamos citar drogas como as sulfas e a ceftriaxona (cefalosporina de terceira geração). Deslocamento da bilirrubina de seus sítios de ligação na albumina, na presença de determinadas condições como acidose, aumento dos ácidos graxos livres no soro (secundário a hipoglicemia e hipotermia). Aumento da permeabilidade da barreira hematoencefálica por imaturidade (prematuros), asfixia e infecção. Quadro Clínico A época de surgimento da icterícia vai depender do distúrbio patológico que a originou. Mas também devemos lembrar que o aumento do nível de bilirrubina pode ser um evento fisiológico ou decorrente de amamentação. Existe uma regra (não muito precisa, mas bastante difundida na prática clínica pediátrica) que relaciona os níveis de bilirrubina com a topografia da icterícia no RN (zonas de Kramer). Sabemos que a progressão da icterícia se faz de maneira “craniocaudal”, com nível de 5 mg/dl determinando icterícia notada apenas na face. Valor de 15 mg/dl está associado à tonalidade característica alcançando a parte média do abdome, enquanto um teor de 20 mg/dl está associado com coloração amarelada das mãos e pés e, obviamente, de todo o corpo. Mas esta regra é apenas uma estimativa grosseira, e devemos saber que o exame físico não é um método preciso e confiável para determinação do nível sérico de bilirrubina. Portanto, mesmo os bebês a termo, assintomáticos e de baixo risco deverão colher sangue para determinação sérica dos níveis de bilirrubina. Os casos de icterícia neonatal que sugerem origem não fisiológica deverão ser avaliados através de exames laboratoriais complementares, como por exemplo: hemograma completo com contagem de reticulócitos, tipagem sanguínea, teste de Coombs, esfregaço de sangue periférico e avaliação para deficiência de glicose- -6-fosfato. As principais indicações para coleta de testes bioquímicos são: Icterícia de início nas primeiras 24 horas de vida; Icterícia em recém-nascido aparentemente doente; Sinais de hemólise: palidez e hepatoesplenomegalia. Os exames revelarão anemia, reticulocitose e aumento progressivo da bilirrubina (> 0,5 mg/dl/h); Icterícia evidente até a metade do abdome; Incompatibilidade Rh ou ABO; Irmão que tenha necessitado de fototerapia; Céfalo-hematoma ou sangramento significativo. O kernicterus ou encefalopatia bilirrubínica, uma síndrome neurológica decorrente da neurotoxicidade da bilirrubina para o sistema nervoso central. ICTERÍCIA FISIOLÓGICA Normalmente, o nível de bilirrubina indireta no soro do cordão umbilical encontra-se entre 1 e 3 mg/dl e eleva-se a partir de então, chegando no segundo dia ao valor de 5 mg/dl, o que determina a icterícia. Cerca de 60% dos RN a termo e 80% dos RN pré-termo tornam-se ictéricos na primeira semana de vida. Acredita-se que a icterícia fisiológica é reflexo da maior produção de bilirrubina pela degradação de hemácias fetais, que possuem uma sobrevida mais curta que as hemácias dos adultos, combinada com uma limitação transitória da captação e da conjugação hepáticas, além da exacerbação da circulação entero-hepática. Os fatores de risco associados a uma icterícia fisiológica mais intensa incluem: filhos de mãe diabética, raça oriental, prematuridade, altitude, policitemia, drogas (vit. K3), eliminação tardia de mecônio e história familiar de irmão que teve icterícia fisiológica. ICTERÍCIA ASSOCIADA AO LEITE MATERNO Existem duas formas de icterícia associada ao leite materno: uma forma precoce (também conhecida como icterícia do aleitamento materno) e uma forma tardia (ou icterícia do leite materno). Forma Precoce (Icterícia do Aleitamento Materno). Sabe-se que os RN amamentados exclusivamente no seio materno são fisiologicamente mais ictéricos do que os alimentados com fórmulas nos primeiros dias de vida. Isso se deve a um aumento na circulação entero--hepática, por uma ingesta de leite insuficiente relacionada às dificuldades do início da amamentação e, consequentemente, pela menor quantidade de eliminação do mecônio. Esta forma de icterícia não patológica surge entre o 2º e o 3º dia de vida e está associada a sinais de dificuldades alimentares, como pega/posicionamento incorretos, perda de peso acentuada nos primeiros dias de vida. No final da primeira semana, RN alimentados exclusivamente ao seio materno podem apresentar nível elevado de bilirrubina. Forma Tardia (Icterícia do Leite Materno). Tem um início mais tardio, e afeta 2-4% dos RN a termo. Ao redor do 4º dia, ao invés de haver a queda esperada nos níveis de bilirrubina como manda a história natural da icterícia fisiológica, sua concentração continua a subir até o 14º dia de vida, podendo alcançar cifras de 20-30 mg/dl! Se o aleitamento é continuado, estes níveis estabilizam e caem lentamente, atingindo níveis normais em 4 a 12 semanas. Se o aleitamento for suspenso, os níveis caem rapidamente em 48 horas. Estes bebês apresentam-se saudáveis, com bom ganho ponderal, não apresentam qualquer alteração de função hepática ou de hemólise. Quanto ao seu mecanismo patogênico, não se conhece muito, mas parece existir fatores no leite materno que interferem com o metabolismo da bilirrubina. ICTERÍCIA PATOLÓGICA Em neonatos com idade gestacional igual ou acima de 35 semanas de vida, devemos considerar causas patológicas para a icterícia na presença das características abaixo, e com isso, solicitar exames complementares: Icterícia que surge nas primeiras 24 horas de vida; Icterícia além da parte média abdominal; Icterícia associada a sinais clínicos de anemia, sepse, dificuldade respiratória, hepatoesplenomegalia ou qualquer outro sinal de doença sistêmica; Níveis de bilirrubina que ascendem rapidamente nas curvas de percentil da zona de baixo risco, para as zonas de risco intermediário e alto risco; Níveis de bilirrubina que ascendem em uma velocidade superior a 0,5 mg/kg/h; Níveis de bilirrubina que não diminuem com a fototerapia; Níveis elevados de bilirrubina direta; Icterícia que persiste além de três semanas de vida. São causas de icterícia patológica por hiperbilirrubinemia INDIRETA: Teste de Coombs positivo: • Isoimunização ABO • Isoimunização Rh • Isoimunização por outros grupos sanguíneos Teste de Coombs negativo: • Hemoglobina normal/baixa Reticulocitose − Esferocitose − Eliptocitose − Deficiência de glicose-6-fosfatodesidrogenase − Deficiência de piruvato quinase Reticulócitos normais − Asfixia neonatal − Sangramentos/equimoses − Síndrome de Gilbert − Síndrome de Crigler-Najjar − Hipotireoidismo • Policitemia Atraso no clampeamento de cordão Transfusão feto-fetal PIG São causas de icterícia patológica por hiperbilirrubinemia DIRETA: Causas Intra-Hepáticas (Hepatite Neonatal) Infecciosas: sepse neonatal; TORCHS. Doenças metabólicas: fibrose cística, galactosemia, deficiência de alfa-1-antitripsina, tirosinemia. COLESTASE NEONATAL É definida pela hiperbilirrubinemia direta (conjugada)persistente de início do 1º ao 14º dia de vida, e decorre da obstrução mecânica ou funcional do sistema de excreção biliar, por causas anatômicas, genéticas, metabólicas ou infecciosas. Define-se hiperbilirrubinemia direta ou colestase neonatal (que sempre tem conotação patológica) quando os níveis de bilirrubina DIRETA são maiores ou iguais a 1,5 mg/dl OU quando sua dosagem representar 20% ou mais da bilirrubina total. Os distúrbios funcionais podem afetar os hepatócitos ou o sistema biliar, destacando-se neste grupo a hepatite neonatal, as doenças metabólicas (erros inatos do metabolismo) e as infecções virais. A atresia de vias biliares extra-hepáticas é o protótipo da doença que cursa com obstrução mecânica do sistema biliar. As principais manifestações clínicas da icterícia colestática são: a coloração amarelada de pele e mucosas, hepatomegalia, acolia fecal e colúria. A hipoprotrombinemia pode levar a sangramentos. Se a colestase for prolongada, há desenvolvimento de prurido, xantomas associados a hipercolesterolemia e deficiência de vitaminas lipossolúveis, especialmente a vitamina E. Gráfico da Bilirrubina por idade pós-natal. (nomograma de Bhutani) Termorregulação do bebê Os recém-nascidos têm sistemas reguladores de temperatura imaturos. Eles não são capazes de regular sua temperatura, como os adultos fazem. Portanto, eles muitas vezes têm dificuldade em manter uma temperatura normal do corpo. Eles perdem calor rapidamente se estiverem molhados, não cobertos, expostos a corrente de ar ou se forem colocados em, ou perto de, superfície fria. O ambiente intrauterino é termoestável e o controle térmico fetal é dependente da mãe. O feto tem taxa metabólica basal elevada e produz duas vezes mais calor por unidade de peso corporal que o adulto. Assim, a temperatura fetal é 0,5 a 1o C maior que a da mãe, estabelecendo um gradiente que propicia a transferência de calor do feto para o organismo materno. O calor fetal é eliminado predominantemente (85%) pela circulação placentária. Apenas 15% é eliminado pela pele fetal para o líquido amniótico e deste para a parede uterina. Assim, o organismo materno é um reservatório de calor para o feto. Por esse motivo, é importante alertar para algumas situações que podem aumentar a temperatura materna e fetal no parto, como: trabalho de parto prolongado, rotura prolongada de membranas, corioamnionite, infecção urinária e anestesia peridural, enquanto que na cesariana pode haver diminuição da temperatura materna e, consequentemente, do feto. Ao nascimento, a transição do ambiente intrauterino, com temperatura em torno de 37,5o C, para o ambiente seco e frio da sala de parto causa importante perda de calor por evaporação e por convecção. Se não houver intervenção, a temperatura cutânea do RN diminui rapidamente, em torno de 0,3o C por minuto. Essa queda desencadeia resposta termorregulatória mediada pelo sistema nervoso simpático com liberação de noradrenalina nas terminações nervosas da gordura marrom,que está localizada principalmente no pescoço, região interescapular, mediastino, ao redor dos rins e suprarrenais, com liberação do hormônio estimulante da tireoide. Os hormônios tireoidianos, especialmente a triiodotironina (T3), atuam de forma sinérgica com a noradrenalina promovendo a oxidação de ácidos graxos livres e o aumento de uma proteína designada termogenina, resultando em produção de calor, porém com grande consumo de energia. Diferentemente do adulto, que produz calor através do tremor, o recém-nascido produz calor através da termogênese sem calor, ou seja, mediante aumento do metabolismo e do consumo de oxigênio (HOCKENBERRY, 2006).O profissional de enfermagem deve manter o recém-nascido aquecido nas primeiras horas de vida para auxiliar o equilíbrio entre a produção de calor e a conservação deste pelo bebê. Outra ação importante do enfermeiro é viabilizar um ambiente termo neutro ao recém-nascido (minimizando a produção de calor e o consumo de oxigênio), isto favorece a manutenção da temperatura do bebê sem a necessidade de dispor de mecanismos fisiológicos que aumentem a taxa metabólica e o consumo de oxigênio (ORSHAN, 2010). A faixa de normalidade da temperatura axilar do recém-nascido é definida pela Organização Mundial de Saúde entre 36,5ºC e 37,0ºC (BRASIL, 2011b; 2011c). Como consequências do estresse em decorrência de temperaturas menores que 36,0ºC, estão a hipóxia, a acidose metabólica e a hipoglicemia. O aumento do metabolismo acontece em resposta ao resfriamento, gerando um aumento compensatório do consumo de oxigênio e de calorias. Se o oxigênio disponível não for aumentado para poder suprir essas necessidades, haverá diminuição da tensão arterial de oxigênio, levando a uma menor quantidade de oxigênio no sangue (HOCKENBERRY, 2006).Para casos específicos (prematuridade, instabilidade térmica persistente), existem outros métodos que possibilitam a manutenção de um ambiente térmico neutro para o recém-nascido, como os aquecedores ao lado do berço, o Método Canguru, como também o uso de incubadoras e os berços aquecidos. Estes últimos são utilizados em unidades neonatais e não em Alojamento conjunto, pois requerem acompanhamento mais próximo da equipe de saúde (monitorização frequente). É importante destacar que os dispositivos mecânicos (aquecedores ao lado do berço, incubadoras e berços aquecidos) necessitam de avaliação constante do enfermeiro, identificando-se riscos e necessidades do recém-nascido. Programas governamentais de incentivo ao vínculo mãe-criança-família e a saúde perinatal. MÉTODO CANGURU Foi criado por conta do bebê pré-termo, ficar em contato pele a pele com a mãe, além do vínculo. É uma política de saúde instituída pelo Ministério da Saúde no contexto da humanização da assistência neonatal. Amplia os cuidados prestados ao bebê e agrega a necessidade de uma atenção voltada para os pais, irmãos, avós e redes de apoio familiar e social. Implica em contato pele a pele o mais cedo possível entre os pais e o RN, de forma crescente e pelo tempo que ambos entenderem ser prazeroso e suficiente, promovendo autonomia e competência parental a partir do suporte da equipe, da interação familiar e de redes sociais. Destacam-se como pilares do Método: acolhimento ao bebê e à sua família; respeito às individualidades; promoção de vínculos; envolvimento da mãe nos cuidados do bebê; estímulo e suporte para o AM; construção de redes de suporte. Programa de Apoio Materno Paterno Infantil (PAMPI) Este programa tem como objetivo principal qualificar e humanizar os atendimentos prestados pelos profissionais das equipes de saúde às gestantes, puérperas e crianças durante o pré-natal, puerpério e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil, visando à redução da mortalidade materna, fetal e infantil, através da assistência integral à saúde das gestantes, puérperas e crianças de 0 a 24 meses, valorizando e incentivando a participação paterna e fortalecendo o vínculo familiar. A inclusão do parceiro neste Programa pretende promover a maior participação do mesmo no período gestacional, puerperal e no desenvolvimento da criança, além de fortalecer o vínculo afetivo da família e contribuir para a manutenção de sua saúde. No acompanhamento das gestantes nas Unidades Básicas de Saúde durante o pré-natal são agendados três grupos distintos no 1º, 2º e 3º trimestre de gestação onde são abordados temas específicos do período gestacional é oferecido atendimento adequado de enfermagem. No acompanhamento das crianças de 0 a 24 meses são agendados os atendimentos de enfermagem aos 2, 4, 8, 10 e 15 meses, nos quais são realizados grupos abordando temas pertinentes às faixas etárias e também realizado atendimento individual das crianças com avaliação de peso, estatura, situação vacinal, desenvolvimento infantil e queixas gerais. Programa Saúde integral da criança Programa Nacionalde Incentivo ao Aleitamento Materno (Pniam) – promoção e incentivo ao aleitamento materno Programa de Assistência à Saúde Perinatal (PROASP) - organização da assistência perinatal de forma hierarquizada e regionalizada; a melhoria da qualidade da assistência ao parto; o incremento da qualidade da assistência ao recém-nascido, promovendo o alojamento conjunto e reservando os berçários para os recém-natos de risco; o incentivo ao aleitamento materno; orientações voltadas para o planejamento familiar e a supervisão e avaliação do atendimento, através de um sistema de informação perinatal. Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) - não apenas voltado ao binômio mãe-filho, mas à atenção à saúde da mulher em sua totalidade e abrangência Programa de Saúde Materno-Infantil (PSMI) - ações estavam basicamente voltadas para o acompanhamento do pré-natal, o controle dos partos domiciliares e do puerpério, e também para as ações de promoção de saúde da criança. Iniciativa de Hospitais Amigos da Criança (IHAC) - por meio de duas portarias: uma assegurando pagamento de 10% a mais sobre assistência ao parto a Hospitais Amigos da Criança vinculados ao SUS, e outra, estabelecendo critérios para o credenciamento dos hospitais como Amigos da Criança. Esta iniciativa evoluiu para o que se conhece como sendo os 10 passos para o sucesso do aleitamento materno. Programa Nacional de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PNHPN) - objetivo primordial de reduzir as altas taxas de morbimortalidade materna, perinatal e neonatal no país Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso – Método Canguru - recém-nascidos prematuros e de baixo peso. Apoiado em quatro fundamentos básicos: acolhimento do bebê e sua família, respeito às singularidades, promoção do contato pele a pele o mais precoce possível e o envolvimento da mãe nos cuidados com o bebê Caderneta da gestante Programa Rede Cegonha com objetivo de garantir o atendimento integrado e de qualidade a todas as brasileiras pelo SUS assegurando o direito ao planejamento reprodutivo, atenção humanizada, recebimento de práticas seguras durante todo o ciclo gravídico-puerperal e cuidados no nascimento, crescimento e desenvolvimento do recém- -nascido. Prevê ainda a qualificação dos profissionais de saúde, bem como a criação de Casa da Gestante e a Casa do Bebê, e os Centros de Parto Normal, que contribuem significativamente para a saúde da mulher na concepção, contracepção e durante o ciclo gravídico-puerperal no intuito de colaborar para o cumprimento do quinto objetivo de desenvolvimento do Milênio. Caderneta da criança Projeto Maternidade Segura - 8 passos para maternidade segura Rede Cegonha: é uma estratégia lançada em 2011 pelo governo federal para proporcionar às mulheres saúde, qualidade de vida e bem estar durante a gestação, parto, pós-parto e o desenvolvimento da criança até os dois primeiros anos de vida. Tem o objetivo de reduzir a mortalidade materna e infantil e garantir os direitos sexuais e reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes. A proposta qualifica os serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no planejamento familiar, na confirmação da gravidez, no pré-natal, no parto e no puerpério (28 dias após o parto). Entre as ações da Rede Cegonha está a implantação de Centros de Parto Normal (CPN), onde a mulher é acompanhada por uma enfermeira obstetra, num ambiente preparado para que possa exercer as suas escolhas, como se movimentar livremente, ter acesso a métodos não farmacológicos de alívio da dor. Um objetivo do CPN é reduzir cada vez mais a taxa de mortalidade materna e neonatal e as ocorrências de cesarianas desnecessárias na rede pública de saúde. Os Centros de Parto Normal funcionam em conjunto com as maternidades para humanizar o parto, oferecendo às gestantes um ambiente mais adequado, privativo e um atendimento centrado na mulher e na família. O Ministério da Saúde também repassa incentivos aos municípios para implantação das Casas da Gestante, Bebê e Puérpera (CGBP), um espaço intermediário para aquelas mulheres e bebês que precisam de cuidados especiais, necessitando estar próximo ao hospital, mas não internadas. Outra medida incentivada pela Rede Cegonha é a ampliação e qualificação de leitos para gestantes de alto risco, UTI e UCI neonatal. Mãe Paranaense: A Rede Mãe Paranaense propõe a organização da atenção materno-infantil nas ações do pré-natal e puerpério e o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças, em especial no seu primeiro ano de vida. É um conjunto de ações que envolve a captação precoce da gestante, o seu acompanhamento no pré-natal, com no mínimo 7 consultas, a realização de 17 exames, a classificação de risco das gestantes e das crianças, a garantia de ambulatório especializado para as gestantes e crianças de risco, a garantia do parto por meio de um sistema de vinculação ao hospital conforme o risco gestacional.
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