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2ª VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM 20211 PRÁTICA FORENSE TRABALHISTA 1

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ANTONIO CARVALHO DA SILVA JÚNIOR 19368600 
01/06/2021 
 
AO JUÍZO DA 50ª VARA DO TRABALHO DE JOÃO PESSOA – PB 
 
Processo nº.: 98.765 
FLORICULTURA FLORES BELAS LTDA, sociedade empresária de direito privado, 
inscrita no CNPJ xxx, com sede na Rua/Av xxx nº xxx, bairro xxx, na cidade de xxx, 
CEP xxx, endereço eletrônico xxx, por intermédio de seu advogado com procuração 
anexa, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento no 
art. 847, parágrafo único, da CLT c/c art. 335 e Art. 343, ambos do CPC/15 apresentar 
CONTESTAÇÃO C/C RECONVENÇÃO 
Nos autos da ação de reclamação trabalhista que lhe move ESTELA, já qualificada nos 
autos em epígrafe, pelas razões e argumentos fáticos e jurídicos que a seguir, passa a 
aduzir: 
DA REALIZADADE DOS FATOS 
A Reclamante realizou suas atividades laborais na empresa Reclamada no período de 
25.10.2012 à 29.12.2017, exercia o cargo de floricultora e tinha jornada de segunda a 
sexta-feira, das 10h às 20h, com intervalo de 2 horas, aos sábados, seu horário era das 
16h às 20h e percebia de salário mensal o valor de dois salários mínimos, a reclamante 
foi dispensada sem justa causa. 
1. PRELIMINAR DE MÉRITO 
 
1.1. DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
A reclamante pleiteia a condenação criminal da reclamada, cominada no 
Art. 49 da CLT contra os sócios da reclamada, alega que foi obrigada a assinar um 
documento autorizando a subtração mensal, contra a sua vontade, para aderir ao 
desconto para plano de saúde. 
Nos termos do Art. 114, IX, da CRFB/88, o juiz do trabalho não tem competência 
material para processar e julgar crimes. 
Diante do exposto, requer seja acolhida a preliminar para determinar a remessa dos 
autos para o juízo competente, conforme artigo 64, §3 do CPC. 
 
 
2. PREJUDICIAL DE MÉRITO 
2.1. DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL 
A reclamante foi contratada pela reclamada em 25.10.2012 e ajuizou a reclamação 
trabalhista em 27.02.2018. 
Nos termos do Art. 7º, XXIX, da CF/88 e artigo 11 da CLT, o empregado pode pleitear 
os direitos referentes aos últimos cinco anos contados do ajuizamento da ação. 
Diante do exposto, requer seja acolhida a prescrição quinquenal para o fim de extinguir 
os direitos anteriores a 27.02.2013, sabendo-se que a reclamação trabalhista foi ajuizada 
em 27.02.2018. 
3. MÉRITO 
3.1. DO PLANO DE SAÚDE 
A Reclamante alega que no momento de sua contratação, foi obrigada a aceitar ao 
desconto referente ao de plano de saúde, tal assinatura se realizou contra a sua vontade, 
autorizando desconto mensal em seus proventos. 
Em Anexo consta documento assinado pela reclamada, que na ocasião, entendeu que se 
tratava de um benefício pessoa e que o desconto era aceitável. 
A OJ diz que "é inválida a presunção de vício de consentimento resultante do fato de ter o 
empregado anuído expressamente com descontos salariais na oportunidade da admissão. É de se 
exigir demonstração concreta do vício de vontade". 
a Súmula 342 do TST não contém, em sua ressalva, a possibilidade de a coação ser 
meramente presumida, visto exigir, de maneira expressa e inequívoca, sua comprovação. 
Constata-se, ainda, que a citada súmula não estabelece a época certa para o empregado 
autorizar a realização dos descontos, razão pela qual não há impedimento para que ela 
seja concedida por ocasião de sua admissão. Nesse sentido, a Orientação Jurisprudencial 
160 da SBDI-I, segundo a qual "é inválida 
a presunção de vício de consentimento resultante do fato de ter o empregado anuído 
expressamente com descontos salariais na oportunidade da admissão. É de se exigir 
demonstração concreta do vício de vontade". 
Em matéria de ônus da prova, dispõe o art. 818 da CLT que a prova das alegações incumbe à 
parte que as fizer. 
Diante do exposto, o desconto referente ao plano de saúde a reclamante está dentro da 
legalidade, não havendo que se falar em vício de vontade durante a assinatura do 
documento, comprova então que a autorização é válida para o desconto outorgada no 
momento da admissão, cabendo a Reclamante o ônus de provar qualquer ilegalidade 
nesse sentido, não devendo prosperar a sua alegação. 
3.2. DO ADICIONAL DE PENOSIDADE 
A Reclamante pleiteia o recebimento de adicional de penosidade, na razão de 30% sobre 
o salário-base, porque, no exercício da sua atividade, era constantemente furada pelos 
espinhos das flores que manuseava. 
Adicional de penosidade, não assiste razão a reclamante, pois o art 7º , XXIX da CF , 
determina que o adicional por atividade penosa é devido na forma da lei e este não foi 
regulamentado.... Diante do exposto, quer a improcedência do pedido da reclamante 
por adicional de penosidade. 
3.3. DAS HORAS EXTRAS 
A reclamante alega que tralhava no horário das 10h ás 20h de segunda a sexta-feira, com 
intervalo de 2 horas, e das 16 às 20 horas sem intervalo no dias de sábado, totalizando 
assim 44 horas semanais. 
O Art. 58 da CLT dispõe que a duração normal do trabalho, para os empregados em 
qualquer atividade privada, não excederá de 8h diárias e o 
Art. 7º, XIII da CF/88 assenta que a duração do trabalho normal não será superior às 8h 
diárias e 44h semanais. Vale destacar que o Art. 71, § 2º da CLT alinha que os 
intervalos não serão computados na duração do trabalho. 
Pois bem, cumpre informar que a reclamante, não faz jus ao recebimento das horas 
extras, em verdade, a reclamante interpreta de forma equivocada as horas pleiteadas, pois 
o módulo constitucional de 8h diárias e 44h semanais não foi ultrapassado. 
3.4. DA MULTA DO ART. 477, § 8º da CLT 
A Reclamante pleiteia o pagamento das verbas rescisórias incontroversas, alegando que 
extrapolou o prazo legal, que somente foi creditada na sua conta 20 dias após a 
comunicação do aviso prévio. 
Conforme estabelece o Art. 477, § 6º da CLT, o pagamento dos valores constantes do 
instrumento de rescisão ou recebido de quitação deverá ser efetuado até dez dias 
contados a partir do término do contrato de trabalho. 
Sendo assim, é sem fundamento o pedido de pagamento da multa prevista no Art. 477, § 
8, da CLT, vez que o pagamento das verbas devidas foi efetuado no prazo legal. 
4. DA RECONVENÇÃO 
Conforme disposição expressa do Art. 343 do CPC, pode o Réu em sede de contestação 
arguir Reconvenção, o que faz pelos fatos e direitos a seguir. 
Extrai-se do art. 343, do Código de Processo Civil, que “na contestação, é lícito ao réu 
propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou 
com o fundamento da defesa”. 
No caso em comento, a Reclamante ao ser informada de seu desligamento e aviso prévio 
expressou um comportamento violento, com tom de voz alterado, externando que estava 
sendo injustiçada, onde a segurança do local teve que conta-la e acompanha-la até a 
saída. Ao deixar o prédio, a Reclamante correu e pegou uma pedra que arremessou 
violentamente contra o prédio da Reclamada, vindo a quebrar uma das vidraças. A 
empresa gastou R$ 300,00 na recolocação do vidro danificado, conforme nota fiscal 
(doc. Anexo). 
Conforme disposto no Art. 186 do CC/02, aquele que por ação, violar o direito e causar 
dano a outrem, comete ato ilícito, já o Art. 927 do mesmo diploma legal, assegura que, 
aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Diante do exposto, requer reparação no valor de R$ 300,00 (trezentos reais), referente 
ao conserto do vidro quebrado pela Reclamante. 
4.1. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de 
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% 
(quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito 
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 
Desta forma, requer honorários de sucumbência na ação principal e na reconvenção, 
nos termos acima citados. 
5. CONCLUSÃO 
Anteo exposto, requer à Vossa Excelência em sede de Contestação: 
1) O acolhimento da preliminar sobre a incompetência absoluta da Justiça do Trabalho 
para apreciação e condenação criminal, conforme o Art. 337, II, do CPC/15 c/c Art. 
114, IX, da CF/88; 
2) O acolhimento da prejudicial de mérito, quanto à prescrição quinquenal das 
pretensões anteriores a 27.02.2013, data do ajuizamento da ação, nos termos da Súmula 
308, I, do TST; 
3) Por hipótese absurda, ultrapassada as preliminares avençadas, no mérito, requer que 
as pretensões apresentadas na exordial sejam julgadas totalmente improcedentes, com 
a consequente condenação da Reclamante em custas processuais e demais cominações 
legais; 
Em sede de RECONVENÇÃO, requer: 
4) Que seja deferido a pretensão reconvencional, condenado o reclamante-reconvindo ao 
pagamento no importe de R$ 300 (trezentos reais), seu devido processamento, de acordo 
com o Art. 343, do CPC/15, relativo ao vidro quebrado pela Autora, nos termos do 
Art. 186 e Art. 927, ambos do CC/02; 
a) A intimação da Reclamante para apresentar resposta, nos termos do Art. 341, § 1º, 
do CPC/15; 
b) Honorários de sucumbência na ação principal e na reconvenção, nos termos do 
Art. 791-A, § 5º da CLT; no percentual de 15% (quinze por cento). 
5) Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, sobretudo, prova 
testemunhal e depoimento. 
5.1. DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa, na Reconvenção, o valor de R$ 300,00 (trezentos reais) 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local xxx e data xxx 
Advogado xxxOAB/UF nº xx.xxx

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