Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Autores: Anderson Bernardino e Oliveira Samuel Henrique Tenório Seco F O fígado é, reconhecidamente, a maior glândula do corpo humano, possuindo funções endócrinas e exócrinas. Sendo assim, recebe o título de órgão acessório do sistema digestório pois é o grande responsável pela indireta excreção da bile (substância com importante poder emulsificador de lipídeos). Tal órgão localiza-se na cavidade abdominal, principalmente no quadrante superior direito, mas estende-se para o esquerdo também. Sua localização é de fácil visualização pois, além de volumoso, está logo abaixo do diafragma (separado apenas pelos recessos Subfrênicos) e apresenta-se parcialmente (crianças) ou totalmente (adulto) coberto pelas últimas costelas. Fisiologicamente, o fígado é um órgão relacionado a diversas funções, como: Metabolismo da glicose regulado via hormonal (armazenamento de glicogênio e liberação de glicose); Conversão da bilirrubina não conjugada (componente secretado pelo Sistema Retículo Endotelial, fruto da destruição dos eritrócitos) em bilirrubina conjugada (componente da bile, produto da associação da bilirrubina não conjugada com o ácido glicurônico) e sua secreção nas vias biliares. Armazenamento de sangue (importante para situações que exijam maior débito cardíaco); Digestão final de peptídeos e triglicerídeos, assim como suas conversões em energia quando necessário. Além disso, por meio das transaminases (específicas enzimas presentes nos hepatócitos) sintetiza aminoácidos a partir de ácidos graxos; Autores: Anderson Bernardino e Oliveira Samuel Henrique Tenório Seco Síntese do fator II da coagulação sanguínea (protrombina); Armazenamento de micronutrientes (vitaminas e minerais) e controle e armazenamento de parte do ciclo do ferro (liga o íon ferro a apoferritina, transformando-a em ferritina); Filtragem de impurezas e microrganismos oriundos do sistema gastrointestinais que chegam via porta. Conversão da amônia (resíduo de reações metabólicas) em ureia (composto descartado pelo sistema urinário) e desintoxicação do corpo humano Ativação de pró-fármacos Anatomicamente, o fígado pode ser dividido em quatro lobos- lobo esquerdo, lobo direito, lobo caudado e lobo quadrado- e duas superfícies – diafragmática e visceral, sendo a última diretamente relacionada a estruturas como: duodeno, vesícula biliar, flexura hepática, cólon transverso, rim direito, glândula suprarrenal. Diferente da maioria dos demais órgãos, o fígado recebe mais sangue venoso do que arterial, pois ele é responsável por auxiliar na limpeza do sangue oriundo do sistema digestório. Sendo assim, a maior parte do suprimento vascular é levada ao órgão pela veia porta, e o restante é complementado pela artéria hepática. Ao centro dos lóbulos hepáticos encontram-se as veias centrais que irão se unir para formar, no fim, a veia hepática que desembocará diretamente na veia cava inferior, logo antes do diafragma. A inervação autônoma ocorrerá por meio do plexo hepático, que viaja ao longo da artéria hepática e da veia porta carregando as fibras simpáticas do plexo celíaco e parassimpáticas dos troncos vagais. Autores: Anderson Bernardino e Oliveira Samuel Henrique Tenório Seco H Histologicamente, esse órgão encontra-se coberto externamente por peritônio, exceto na área nua do fígado, e, mais internamente, pela cápsula de Glisson, constituída de tecido conjuntivo propriamente dito denso não modelado. Sendo assim, tal cápsula projeta invaginações para o interior do parênquima hepático, dividindo o órgão em pequenas unidades funcionais (lóbulos hepáticos). Tais unidades funcionais apresentam na delimitação de suas extremidades o chamado espaço porta, uma massa de tecido conjuntivo onde se encontra ramos da tríade portal (artéria hepática, veia porta e ductos biliares) e vasos linfáticos. O parênquima hepático é majoritariamente constituído por hepatócitos, que são células de formato poliédrico e citoplasma acidófilo, característica oriunda do grande número de mitocôndrias e glicogênio no meio intracelular. Essas células unem-se formando verdadeiras placas que se direcionam da periferia do lóbulo para o seu centro. Sendo assim, observa-se, concomitantemente, a presença de capilares sinusóides (vasos tortuosos de pequeno calibre com células endoteliais separadas por fenestras, sem diafragma, e com macrófagos em suas paredes) entre as placas celulares, e esses convergem para na veia centro lobular que se encontra axialmente em relação aos lóbulos. Além disso, os ductos biliares (revestidos por um epitélio cubóide) transportam a bile sintetizada pelos hepatócitos, passando pelo ducto hepático, até a vesícula biliar- onde a mesma sofrerá do processo de concentração.
Compartilhar