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A Linguagem Radiofônica: Usos da Vírgula e Gêneros

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Narrativas midiáticas
Aula 5: A linguagem radiofônica
Apresentação
Nesta aula, continuaremos a estudar a pontuação e o sentido tratando dos usos da vírgula. A vírgula, como uma pausa
que acontece no interior de um período, pode alterar o signi�cado de algo simples como a sentença presente no texto
sobre a herança que trabalharemos em nossa aula.
Como uma brincadeira, esse texto nos mostra que, pontuar de forma diferente, muda o dinheiro de mãos. Seguindo essa
linha, temos a propaganda da ABI que nos traz de forma profunda a importância do uso da vírgula. Então, mãos à obra!
Objetivos
Reconhecer os usos da vírgula;
Distinguir os usos da vírgula e os processos de coordenação e de subordinação.
Primeiras palavras
Video
Ouça aí um pouquinho nosso primeiro programa de jornalismo transmitido pelo rádio: 
o Repórter Esso.
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Essa transmissão aconteceu em 1968. Aliás, essa foi a última desse programa. Direto do túnel do tempo! É emocionante ouvir
a voz embargada do jornalista Roberto Figueiredo ao encerrar o programa e desejar boas festas aos ouvintes. Imagine se o
repórter soubesse o que estaria por vir!
Hoje temos as plataformas digitais com os serviços de streaming de música, com os podcasts e web rádios. A mídia rádio
permanece �rme, mas o objeto rádio agora divide espaço com nosso celular, tablet, computador...
Deixemos de nostalgia.
Vamos prosseguir com nossa jornada?
Os gêneros radiofônicos
O rádio, diferente das mídias impressas, que se utilizam da linguagem verbal escrita, vale-se do registro oral da língua e,
obviamente, de todos os recursos característicos da oralidade:
Frequência (grave, médio ou agudo) Volume (intensidade, potência sonora
– vibração do ar, pressão sonora)
Duração, timbre (a “cor” do som – é a
síntese dos dois primeiros),
frequência
Além desses elementos que constituem a fala, essa mídia faz uso de muitos outros recursos sonoros, como a música e
amostras de sons que complementam o texto verbal.
Exemplo
Veja os exemplos deste locutor, no vídeo.
Observou como, a cada texto, o locutor foi modi�cando o modo de falar?
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1 No primeiro texto, ele imposta a voz e fala em um ritmo mais lento, com mais pausas, a voz é mais grave e macia,quase sem contrastes (imagine João Gilberto cantando), sugerindo um certo drama e comoção, mais estabilidade.
2
No segundo texto, percebe-se um ritmo mais intenso, menos pausas e silêncios, a voz parece fazer mais curvas (tem
um pico de volume e cai), sugerindo uma alegria, um entusiasmo na entonação, percebem-se mais contrastes entre as
intensidades.
3
No terceiro texto, uma lista de ofertas, o ritmo se intensi�ca, reduzem-se mais ainda as pausas e silêncios, a voz tende
a �car menos grave e parece fazer apenas uma curva ascendente e não cai, há uma tendência a permanecer no alto
até o �nal.
4
No último texto, o volume aumenta, o ritmo acelera, tudo se intensi�ca, para que se estabeleça uma relação entre a
linguagem verbal, o que ela representa e a linguagem sonora, sugerindo euforia intensa, muito mais dramaticidade e
contraste.
Agora retome a locução do repórter Esso e compare com as três deste último vídeo.
Percebeu a diferença?
A locução do repórter Esso é bem mais
pausada, mais branda, o ritmo é mais
estável, quase sem mudanças. É como se
a voz não �zesse curvas, como se fosse
horizontal, quase monótona,
caracteristicamente grave, sugerindo
seriedade.

A linguagem radiofônica exige, portanto,
domínio da oratória, a arte de falar, de
proferir textos orais de forma clara,
garantindo os efeitos de sentido desejados
apenas com o uso da linguagem sonora:
voz mais música e efeitos sonoros.
Essa linguagem se faz presente nos gêneros que caracterizam o rádio, garantindo a interação com o público e provocando os
mais diversos efeitos de sentido, incluindo aí o humor.
Dica
Observe o texto deste locutor do interior do Ceará, em Quixeramobim, no vídeo.
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Desde seu surgimento, o rádio tem produzido �guras extraordinárias. Graças a essas �guras, essa mídia criou gêneros
especí�cos que in�uenciaram muitos dos programas de TV e, hoje, de plataformas da internet.
Podemos, então, pensar em uma classi�cação dos gêneros radiofônicos baseada na função comunicativa que essa linguagem
assume nas diversas situações de comunicação que con�guram esse veículo:
Clique nos botões para ver as informações.
Este gênero caracteriza-se pela função comunicativa de tentar persuadir e convencer a audiência, fazendo uso de uma
linguagem que se aproxima dos interlocutores. Surgiu no Brasil na década de 1931, quando Getúlio Vargas liberou
concessões a particulares.
Ouça dois exemplos desse gênero:
Jingle de Getúlio Vargas em 1931;
Jingle de Ciro Gomes em 2018.
Deu para observar a diferença? Em 1931, temos uma marchinha de carnaval, lançada por Lamartine Babo; em 2018,
temos um axé. Percebeu que as músicas se adaptaram ao momento político, social e estético de seu tempo?
Vamos ouvir mais um? Lembra-se deste?
Esse jingle do Pão de Açúcar fez muito sucesso mesmo. Se compararmos com os jingles eleitorais, percebemos que a
temática também de�nirá o gênero musical em que se apoia o jingle.
Publicitário ou comercial 
Talvez este tenha sido o primeiro gênero de nosso rádio, pois a primeira transmissão radiofônica no Brasil foi um
pronunciamento do então Presidente Epitácio Pessoa, em comemoração ao centenário da Independência do Brasil.
O gênero jornalístico se caracteriza por ter como objetivo informar o ouvinte sobre assuntos do cotidiano que se tornaram
notícia ou ainda opinar sobre os fatos.
O primeiro programa jornalístico foi criado por Roquette-Pinto, O Jornal da Manhã. Esse programa informava e comentava
sobre os fatos.
Pensou que tinha sido A Voz do Brasil? Pois é, este programa só foi transmitido pela primeira vez em 1941, dez anos
depois de O Jornal da Manhã.
Mas este gênero se notabilizou mesmo com o programa Repórter Esso, pois foi o primeiro a não apenas ler as notícias
impressas nos jornais do dia e comentá-las. O programa mesmo desenvolvia as notícias em texto dirigido.
Jornalístico ou informativo 
Este gênero praticamente inicia-se com o primeiro momento das transmissões de rádio, pois, inicialmente, este veículo
resumia-se a transmitir música (orquestras) e informação. No Brasil, este gênero se estabelece com uma programação
voltada para a música. Já ouviu falar nas Cantoras do Rádio?
É neste gênero que Carmem Miranda, Aracy de Almeida, Aurora Miranda, Dalva de Oliveira, Dolores Duran e Elizeth
Cardoso, por exemplo, passam a ser conhecidas no Brasil e fora do país.
Além da música, o teatro também se adapta e cria-se a radionovela. Ouça um trecho de O Direito de Nascer.
Esse programa fez muito sucesso na década de 1950. Grandes autores de nossa dramaturgia começaram suas carreiras
como autores nesse momento: Dias Gomes, Mário Lago, Janete Clair e Ivani Ribeiro, só para mencionarmos alguns.
Entretenimento 
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Este gênero tem por �nalidade promover a educação da sociedade, não apenas com programas de alfabetização, como
também com instruções os sobre assuntos mais diversos: desde biogra�as até documentários, relacionando-os a
práticas sociais.
É um gênero ainda não muito explorado no Brasil, pois ainda nos atemos a programas que visam apenas divulgar o que
determinam os Parâmetros Curriculares Nacionais, com o �m pedagógico de alfabetizar a população, funcionando quase
como um programa de educação a distância.
Educativo-cultural 
Os formatos radiofônicos
 (Fonte: Iakov Filimonov / Shutterstock).
Os formatos dizem respeito aos modelos que os gêneros do rádio podem assumir, conforme o conteúdo, função comunicativa,
audiência, linguagem e estilo.
A classi�cação que apresentamos no item anterior é apenas uma proposta de criar uma categorização mais geral dos diversos
programas que a mídia rádio nos possibilita.
Sendo assim, a classi�cação a seguir tem como referência os gênerosmencionados anteriormente: informativo, educativo,
entretenimento e comercial/ publicitário. Apresentaremos, portanto, alguns possíveis formatos para cada um desses gêneros.
 Formatos para cada gênero
 Clique no botão acima.
Formatos para cada gênero
Os formatos do gênero publicitário ou comercial
a. Spot: é uma peça publicitária que se caracteriza por utilizar um texto narrado (a voz) por um ou mais locutores, que
pode ou não ter música acompanhando.
Ouça o spot criado por alunos da Estácio.
b. Jingle: é também uma peça publicitária, mas que se caracteriza pela música, pois é esta que prevalece como
recurso sonoro para divulgar, convencer e persuadir o público.
Ouça um jingle demonstrativo que foi criado para a Estácio.
Observou que é diferente do spot? Enquanto o spot é uma peça falada, o jingle é cantado.
c. Testemunhal: é um formato de texto narrado (lido) pelo apresentador de um programa ou uma �gura pública que
tenha credibilidade e possa garantir a qualidade do produto apresentado pela peça publicitária. Esse texto pode ter ou
não fundo musical, mas geralmente há uma trilha sonora exclusiva que se mantém durante o testemunho.
Ouça a peça publicitária do remédio Advil.
Os formatos do gênero jornalístico ou informativo
a. Debate: é uma discussão entre diversas personalidades sobre determinado assunto ou fato, mediado por um dos
participantes que se posiciona no centro e coordena o debate. Geralmente o debate ocorre em torno de uma mesa, daí
seu outro nome: mesa-redonda, podendo incluir a participação do ouvinte.
b. Programas esportivos: esses programas também podem se inserir no formato mesa-redonda, mas incluem também
as transmissões de eventos esportivos, principalmente de futebol (no Brasil, então, só há transmissão de futebol
praticamente).
c. Entrevista: caracteriza-se pela utilização de uma grade de perguntas prévias, em que outras podem ser inseridas.
Essas perguntas são elaboradas pelo repórter de acordo com o entrevistado e o assunto a ser tratado por este.
O repórter deve tentar manter-se objetivo e imparcial — lembrando que a imparcialidade é uma busca —, garantindo o
máximo de informação do entrevistado.
A entrevista pode acontecer entre um repórter e um ou mais convidados ou entre mais de um repórter e um convidado,
podendo, inclusive, abrir espaço para perguntas feitas pelos ouvintes.
d. Boletim: é um formato que se caracteriza pela objetividade e brevidade, pois trata de um relato resumido das
notícias mais importantes do dia.
e. Crônica: é o formato mais livre, menos institucionalizado, pois o jornalista se apresenta, já que a subjetividade
predomina. A crônica pode ser jornalística, esportiva, política, sobre comportamento etc.
Ouça uma crônica da Rádio Bandeirantes, em 21 de novembro de 2018.
Os formatos do gênero entretenimento
a. Programa musical: é um tipo de programa dedicado à divulgação de música, podendo o locutor falar mais ou menos
durante a programação. Este tipo de formato pode permitir ou não a participação do ouvinte.
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b. Programa humorístico: é um programa que se caracteriza pela produção de mensagens de fácil compreensão,
adequadas ao meio que conserva a característica de ser uma espécie de companheiro de lazer, de diversão.
Os motes para este tipo de programa têm como referência o ridículo, a representação dos vícios, dos maus costumes,
como forma de fazer uma crítica a determinados discursos sociais ou a determinadas situações relacionadas à
política, por exemplo.
Você já ouviu falar no programa do Mução?
c. Programa de auditório: caracteriza-se pela presença de uma plateia que interage durante o programa, aplaudindo ou
não, participando de provas e brincadeiras. Assim, dialogar com o público é a principal característica deste formato.
Ouça a abertura de um antigo programa de auditório.
d. Programa de dramatização: neste tipo de programa, o objetivo é representar uma �cção, seja uma radionovela, uma
poesia, um conto ou um esquete (quadro cômico curto).
A radionovela foi um formato de dramatização que tinha como referência a novela literária. Era uma narrativa sonora
dramatizada nas rádios.
Neste gênero, a �gura do sonoplasta era fundamental para garantir os efeitos de sentido, sugerir as mais diversas
emoções, ajudando o ouvinte a criar imagens sobre as personagens, ambientes, ações. Uma das radionovelas que
mais fez sucesso foi Jerônimo, o Herói do Sertão, além de O direito de nascer.
Ouça um trecho de Jerônimo, o Herói do Sertão.
Os formatos do gênero educativo-cultural
a. Documentário: é um formato que exige uma apuração mais detalhada das informações, com um roteiro que trate
exclusivamente de fatos; sem �cção, portanto. Este formato tem como objetivo abordar determinado tema de modo
mais aprofundado, com o argumento baseado em documentos e entrevistas recentes.
b. Biogra�as: programa dedicado a narrar a história sobre determinada pessoa, geralmente uma �gura pública
importante para a história política ou social, ou mesmo uma celebridade.
c. Temáticos (ou especial): programa cujo objetivo é tratar sobre determinado tema, lançando mão tanto de fatos
quanto de �cções (desde que essas �cções tenham o �m de elucidação do tema ou ilustrá-lo).
O rádio na era digital
Com advento da internet no Brasil, uma questão se pôs em pauta: como �caria o rádio?
Essa mídia respondeu logo a essa questão: “diga ao povo que �co”.
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O rádio não só permaneceu, como se adaptou muito bem às novas possibilidades que a internet proporcionou. Entrou
nas redes sociais, nas plataformas de vídeo (como o YouTube), criou seus sites e blogs, en�m, sobreviveu aos que
desacreditaram seu charme e competência.
A web ofereceu a essa mídia mais mobilidade, alcance, interação, velocidade e instantaneidade. Hoje, temos narrações
de jogos sendo transmitidas pelas emissoras no YouTube e mesmo programas musicais de rádio com imagem, como
nos exemplos que seguem:
 (Fonte: GoodStudio / Shutterstock)
Exemplo
Transmissão de jogo de futebol da Série B;
Abertura de um programa de rádio online.
As vozes do rádio, com a internet, passaram a ter rostos. E o alcance se tornou muito maior, pois o mundo agora é o limite para
o rádio, pois qualquer emissora pode ser sintonizada na web em qualquer lugar e a qualquer hora.
Video
Programa argentino.
 (Fonte: Nattanart P / Shutterstock).
E, se você acha que os streamings de música conseguiram
abalar as rádios, enganou-se, porque as emissoras de rádio
também aderiram a eles e criaram suas playlists. Tente
encontrar sua rádio preferida no Spotify, por exemplo.
Para completar o serviço, a mídia rádio agora é que está
mesmo conosco, já que os dispositivos móveis (celulares,
tablets) permitem que ouçamos nossas rádios onde quer
que estejamos, assim como o radinho de pilha que nossos
pais levavam para os estádios em dia de clássico.
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Podemos pensar, portanto, em dois tipos de rádios na internet: as rádios na web (off-line e online) e as web rádios. As rádios
tradicionais, que estão na web, podem oferecer sua programação ao vivo ou em podcasts (gravações prévias).
A web rádio é um novo formato de rádio, pois existe apenas no ambiente virtual, utilizando-se de streamings e dos recursos que
a web pode oferecer (vídeos, grá�cos, fotogra�as, textos etc.). É o rádio vivendo a era da convergência das mídias.
De acordo com Jenkins (2010, p. 29), convergência seria o:
"(...) �uxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de
mídia, a cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao
comportamento migratório dos públicos dos meios de
comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca de
experiências de entretenimento que desejam."
Ou seja, os limites que separavam as mídias estão sendo dissipados. O que se observa é uma adaptação das mídias
tradicionais ao novo, há uma interconexão entre os meios de comunicação demassa e as redes de comunicação baseadas na
tecnologia da internet.
O papel do espectador também se ajusta a esta nova realidade, pois ele também passa a produzir conteúdo para as mídias e a
interferir na grade de programas.
É um público mais exigente porque tem acesso à informação, é mais preocupado com a qualidade, capacitando-se a assumir o
papel de controlador do conteúdo midiático que consome, trazendo para si mais possibilidades de escolha.
Esse espectador vê-se como um cidadão que exerce seus direitos e que se engaja em movimentos cívicos, participando como
um ser político.
Segundo Mazetti (2009):
"A emergência do consumidor empoderado e a cultura
participativa é uma história sobre comunidade e colaboração
em uma escala nunca antes vista."
Temos agora um público protagonista do processo comunicacional, que tem o poder de escolher o que consumir, onde e como,
e ainda produzir seu próprio conteúdo e replicá-los.
Vivemos em um contexto de construção de uma cultura participativa, ou seja, as pessoas têm sido incitadas pelas
organizações a uma atitude mais participativa, assumindo o controle das mídias; de uma inteligência coletiva.
Ou seja, o interlocutor/ ouvinte é valorizado, e isso faz com que ele se reconheça e se veja como alguém que detém
conhecimento.
Além disso, ao compartilhar esse conhecimento, amplia suas possibilidades e reconhece no outro essa potencialidade,
desenvolvendo uma prática de construção compartilhada do conhecimento; e de uma cultura da convergência.
Essa cultura da convergência quer dizer que as novas mídias se encontram e se imbricam com as mídias tradicionais,
estabelecendo relação entre:
"O poder de quem produz a mídia com o poder das pessoas
de interagirem de maneiras imprevisíveis."
(SANTOS; CALAÇA, 2013)
Saiba mais
Veja as emissoras de rádio que se utilizam da plataforma.
Atividade
1. Os programas musicais produzidos pelo rádio enquadram-se em que gênero radiofônico?
a) Informativo
b) Entretenimento
c) Educativo-cultural
d) Debate
e) Jornalístico
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2. A voz é importante para a mídia rádio, pois o uso da voz gera efeitos de sentido. Portanto, devemos estar atentos à relação
de coerência entre voz e sentidos produzidos.
Assim, em um spot sobre uma academia de atividades físicas, cujo público são jovens adultos entre 20 e 30 anos, a voz deve
ter as seguintes características:
a) Um ritmo mais lento, com mais pausas, voz mais grave e macia, quase sem contrastes de frequência.
b) Um ritmo mais intenso, com poucas pausas, localizada no espectro sonoro mais grave, com grandes contrastes de frequência.
c) Um ritmo mais intenso, menos pausas, mais silêncios, menos contraste.
d) Frequência mais intensa (localizando a voz no espectro sonoro grave), volume com pouca intensidade, e os fonemas são proferidos
com curta duração.
e) Frequência mais intensa (localizando a voz no espectro sonoro mais agudo), volume com mais intensidade (há mais vibração do ar), e
os fonemas podem ser proferidos com longa duração (por exemplo: “gooooool”).
3. Faz parte do gênero radiofônico jornalístico o seguinte formato de programa:
a) Radionovela
b) Jingle
c) Debate
d) Humorístico
e) De auditório
4. Qual dos formatos do gênero informativo se caracteriza pela �exibilidade de temas e linguagem?
a) Crônica
b) Entrevista
c) Debate
d) Boletim
e) Esportivo
5. Considerando o conceito de convergências das mídias, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas:
A convergência das mídias mudou o processo de comunicação entre as organizações e os usuários (leitores, ouvintes,
telespectadores).
PORQUE
As pessoas passaram a ter voz e se tornaram também produtoras de conteúdo e controladoras desses conteúdos.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
a) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
b) A asserção I é verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
c) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
d) A asserção I é falsa, e a II é verdadeira.
e) As asserções I e II são falsas.
Referências
BARBOSA FILHO, André́. Gêneros radiofônicos: os formatos e os programas em áudio. São Paulo: Paulinas, 2003.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Tradução de Paulo Bezerra. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. Tradução: Susana Alexandria. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2010.
MAZETTI, Henrique Moreira. Cultura participativa, espetáculo interativo: do “empoderamento” ao engajamento corporativo
dos usuários de mídia. Artigo apresentado no Intercom – XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste. Rio
de Janeiro, 2009. Disponível em http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sudeste2009/resumos/R14-0611-1.pdf.
Acesso em: 19 jun. 2019.
SANTOS, Lorena; M. S. CALAÇA, Gabriella Luccianni. Convergência, cultura participativa e inteligência coletiva na televisão:
avanços e desa�os. Revista Panorama, Goiás, 2013. Disponível em:
http://seer.pucgoias.edu.br/index.php/panorama/article/view/3409. Acesso em: 19 jun. 2019.
Próxima aula
Narrativas �ccionais televisivas;
Construção do mundo �ccional;
Informação X entretenimento.
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Leia:
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Assista ao vídeo:
Os cantores da era do rádio.
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