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Resenha sobre Educação Politécnica

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Organização da Educação no Brasil – 2020.1
Aluna: Marina Custodio Nascimento
Resenha 02
	O livro “Trabalho, Educação e Saúde – 25 anos de Formação Politécnica no SUS”, traz diversos autores que versam sobre o Sistema de Saúde, Educacional e do Trabalho no Brasil. A presente resenha é referente ao segundo capítulo do livro, intitulado “25 Anos de Educação Pública: notas para um balanço do período”, escrito por Roberto Leher, atualmente professor da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
	Leher traz uma análise das políticas públicas de educação no país ao longo do tempo e como isso se relaciona/ está relacionado ao modelo econômico adotado pelo país. O autor inicia o texto relatando a luta contra as políticas educacionais e de saúde impostas pelo AI nº5 durante o período da ditadura pelos partidos de esquerda, PT, PCB e PCdoB, que embora lutassem pelo mesmo propósito, se utilizaram de estratégias diferentes. 
	Ainda no início do texto, o autor versa sobre a reforma universitária de 68, que promoveu mudanças institucionais e sociais nas universidades brasileiras, tornando-as mais semelhantes ao modelo estadunidense, e fazendo com que a pesquisa tivesse uma função social e com pautas – definidas - pelo governo vigente. 
Acerca da educação básica, o autor traz ao texto que, durante a ditadura, tal modalidade de ensino era puramente tecnicista. E na década de 80, a crítica educacional feita, apontava para a necessidade de modificar a organização da educação brasileira, principalmente devido ao financiamento quase nulo da União. 
Leher aponta ainda que, os educadores durante a ditadura, objetivavam uma escola de caráter unitário, no qual o Estado deve assegurar a educação de todos os cidadãos como um direito humano universal, muito bem ressaltado pela esquerda marxista, que objetivava o rompimento entre o pensar e o fazer. Esse objetivo tomou forma com a criação da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) na Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) em 1985. 
O propósito colocado ao texto por Roberto Leher, foi fazer um panorama geral sobre a educação brasileira pública e privada, em todos os seus níveis e modalidades, guiando-se principalmente pelas problemáticas: envolvendo o capitalismo, relação público-privada, políticas governamentais (em diferentes momentos e governantes do Brasil), as diferenças entre as instituições de ensino de acordo com classe social, e por fim, as ações de entidades e sujeitos que lutam pela escola pública. 
As mudanças e continuidades da educação pública foram retratadas, além do período da ditadura (1964-1985), em três períodos:
1. 1985-1988, intitulado pelo autor como Nova República e Constituinte; 
2. 1989-2002, intitulado Ásperos anos 1990: resistências e alternativas, e;
3. 2003-2010, intitulado Educação no contexto social-liberal (2010 foi o ano de publicação do livro em questão).
O destaque geral feito pelo autor acerca de todos os períodos, foi sobre a evidente importância e força das mobilizações sociais, principalmente dos educadores, que foram inegavelmente importantes nas conquistas e mudanças que favoreceram os docentes e discentes das instituições de ensino, bem como do povo brasileiro em geral. O autor tece comentários sobre a incompatibilidade do Brasil, um país capitalista dependente, com modelos educacionais públicos, autônomos e comprometidos com as problemáticas socioambientais, energéticas e de saúde de seus habitantes, que foram geradas e mantidas pela acentuada desigualdade social. 
Enveredando para o final do texto, Leher discorre sobre a comemoração da melhoria da escolarização no Brasil nos últimos 25 anos (à época em que o texto foi escrito), no entanto, o mesmo argumenta sobre o verdadeiro significado dessa escolarização, chamando atenção para a real democratização do conhecimento (onde há o domínio da ciência, tecnologia, arte e cultura) e o presente analfabetismo entre a população, principalmente jovem, do país. O autor torna evidente que a baixa escolaridade não é de fato um problema a acumulação de capital, e que por isso, mesmo com a elevação do nível de escolaridade não houve mudança significativa na qualidade do trabalho e salários dos trabalhadores.
Roberto Leher, finaliza seu texto com o seguinte apontamento: a desmercantilização da educação é uma eterna luta anticapitalista, e que para isso, é importante que os educadores se organizem, tracem táticas e estratégias que transformem a luta educacional em uma das pautas da luta de classes no século XXI. E que a participação dos trabalhadores requer que os educadores sejam aliados comprometidos com a educação e luta popular e com os movimentos sociais. Como forma de ilustrar o que foi dito, o autor cita a Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST. 
Referência Bibliográfica:
LEHER, R. “25 Anos de Educação Pública: notas para um balanço do período”. In: GUIMARÃES, C. (Org.), BRASIL, I. & MOROSINI, M. V. Trabalho, Educação e Saúde: 25 anos de Formação Politécnica no SUS. Rio de Janeiro: EPSJV, 2010.