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EMULSÕES ► Conceito: forma farmacêutica liquida, com um ou mais princípios ativos, em um sistema de duas fases que envolvem pelo menos dois líquidos imiscíveis, na qual um liquido é disperso no outro. Normalmente, é estabilizada por meio de um ou mais agentes emulsificantes. ► Fase dispersa = fase interna; fase dispersante = fase externa ou contínua. ► A solubilidade de um fármaco no óleo e na água determinam a fase da emulsão onde deve estar presente. TIPOS DE EMULSÕES ► O/A, A/O ou emulsões múltiplas (A/O/A, O/A/O). ► Microemulsões e nanoemulsões: as gotículas dispersas apresentam dimensões coloidais e se apresentam de forma transparente ou translucida. ► Influência do tensoativo: quando predomina na parte hidrofílica → O/A; quando predomina na parte lipofílica → A/O. VANTAGENS E DESVANTAGENS ► Vantagens: Letícia Morais | Farmacotécnica – Prova II · · Fácil deglutição; · Administração conjunta de fármacos lipo e hidrofílicos; · Mascara sabor e odor; · Proteção do fármaco (oxidação); · Melhor absorção pela pele e mucosa. ► Desvantagens: baixa estabilidade e tendência a separação das fases. ESTABILIDADE ► Teoria da emulsificação: a emulsão é um sistema termodinamicamente instável, uma vez que é formado por líquidos imiscíveis, causando assim a alta tensão interfacial que promoverá a separação de fases. ► Os tensoativos irão promover a estabilidade da emulsão, se intercalando entre as duas fases. ► Teoria da tensão interfacial: força que impede dispersão de um liquido imiscível em outro. Os tensoativos irão diminuir tensão interfacial entre 2 líquidos imiscíveis, favorecendo dispersão de um no outro. ► Cunha orientada: o tensoativo irá se orientar ao redor de gotículas da fase interna da emulsão. Quando hidrofílico, irá envolver gotículas de óleo e quando lipofílico, irá envolver gotículas de água. ► Película interfacial: o tensoativo forma uma película protetora envolta da gotícula, impedindo o encontro e a união entre gotículas (coalescência) e assim mantendo a estabilidade da emulsão. Vale ressaltar que quanto mais resistente e flexível o filme, maior será a estabilidade. ESCOLHA DO TIPO DE EMULSÃO ► Depende das propriedades e do uso do produto final: · Substancias lipofílicas destinadas ao uso oral: O/A → melhor paladar e possibilidade de incorporar aromatizantes na FA; · Emulsões para IV: O/A; · Injeções IM: A/O → terapia de depósito. ► Emulsões são mais utilizadas para veiculação de fármacos para uso tópico, podendo ser cremes (emulsão semissólida) ou loções (emulsão fluida). ► Uso tópico: O/A A/O Efeito local Efeito oclusivo (hidratante) Agradáveis ao uso Filme continuo que repele água Facilmente removidas da pele Limpeza de sujidades solúveis em óleo Textura oleosa (↓aceitabilidade) ESCOLHA DOS COMPONENTES DE UMA FORMULAÇÃO ► Composição: agentes emulsificantes (tensoativos), FA e FO. ► Agentes emulsificantes: polissacarídeos (naturais, O/A, formadores de filme interfacial), proteínas (formam filme interfacial, O/A), álcoois de alto peso molecular (espessantes e estabilizantes, O/A, uso externo). ► FA: devem ser ausentes de íons que desestabilizam emulsão, dissolve componentes hidrossolúveis, como umectantes, espessantes da FA, conservantes e antioxidantes. ► FO: hidrocarbonetos (uso externo), óleos vegetais, ceras, silicones (repele água) e espessantes da FO. TIPOS DE TENSOATIVOS ► Aniônicos: adquirem carga negativa após dissociação em água, uso externo (toxicidade). ► Catiônicos: adquirem carga positiva após dissociação em água, uso externo (toxicidade) em O/A, atividade conservante e bactericida. ► Anfóteros: podem adquirir carga positiva ou negativa dependendo do pH. ► Não iônicos: · · Não adquirem carga; · Estabilizam O/A e A/O; · Se associados: ↑estabilidade; · ↓toxicidade (VO, IV e IM). ESCOLHA DO TENSOATIVO ADEQUADO ► O tensoativo deve ser: compatível com os outros componentes; não interferir na estabilidade e eficácia; pouco irritante; atóxico; pouco odor, sabor ou cor; promover emulsificação mantendo estabilidade e as misturas devem promover emulsão mais estável. SISTEMA EHL ► EHL: relação entre grupos hidrofílicos e lipofílicos constituintes da molécula dos tensoativos. ► EHL entre 3-6: lipofílicos (A/O); EHL entre 8-18: hidrofílicos (O/A). ► Dois ou mais tensoativos podem ser combinados para se obter valor EHL necessário. PREPARAÇÃO DAS EMULSÕES ► Em pequena escala: pode-se usar gral e pistilo ou agitadores mecânicos. Já em larga escala, são usados tanques misturadores. ► Técnicas de preparo: · Método da fusão e emulsificação: mais usual, utilizado para fases oleosas com componente solido de difícil manipulação; · Emulsões a frio: água + conservantes → agitação → emulsão. FATORES QUE PODEM AFETAR ESTABILIDADE DA EMULSÃO ► Adição de substancia incompatível com tensoativo. ► Agitação. ► Crescimento microbiano. ► Material de acondicionamento. ► Oxidação. ► Temperatura. INSTABILIDADE DAS EMULSÕES ► Instabilidade = mudança na aparência, consistência, redispersibilidade e apresentação do produto. POMADAS, PASTAS E GÉIS GÉIS ► Conceito: forma farmacêutica semissólida de ação tópica com um ou mais princípios-ativos. Contem agente gelificante para fornecer firmeza a uma solução ou dispersão coloidal, podem conter partículas suspensas. ► Características: · Sistema disperso de pelo menos 2 fases: solida e liquida; · Partículas solidas = esqueleto tridimensional (matriz) com liquido retido de forma imobilizada; · Fármaco não se liga ao polímero e assim é liberado pelo gel; · Concentração do agente gelificante < 10% (geralmente 0,5-2%); · Rigidez dos géis: forte entrelaçamento da fase dispersa; · Mudanças de temperatura = gel retorna ao estado sol ou liquido; · Tixotropia: quando agitados = fluido, quando repouso = semissólido; · Géis usados em farmácia: maioria das vezes aquosos. ► Natureza da fase dispersante em relação a fase dispersa: atração influencia facilidade da preparação e o caráter da dispersão (liofílico – afinidade pelo solvente, fáceis de preparar e mais estáveis; liofóbico – sem afinidade). ► Classificação: · Solubilidade: · Gel lipofílico: parafina liquida com polietileno ou óleos gordurosos com sílica coloidal ou sabões de alumínio ou zinco; · Gel hidrofóbico: incorporação de agentes gelificantes à água, glicerol ou propilenoglicol. · Fases: · Monofásico: macromoléculas são distribuídas de maneira que não há limite aparente entre elas e liquido; · Bifásico: flóculos de pequenas partículas distintas. São também chamados de magmas. · Composição: · Inorgânico: sistema bifásico, derivado de sílica. Tolerado na pele, mas resseca bastante; · Orgânico: monofásico, podendo ser hidrogel ou organogel. · Podem ser aniônicos, catiônicos ou não-iônicos; · Podem ser naturais, derivados da celulose, polímeros sintéticos ou polímeros obtidos por biotecnologia. ► Vantagens e desvantagens: Vantagens Desvantagens Solúvel em água Limite no uso de excipientes ↓gorduroso PEG = oxidações em alguns fármacos Fácil aplicação Ressecam pele (hidroalcóolicos) Efeito emoliente e refrescante Custo de polímeros Fácil remoção Irritantes na pele e mucosa danificada Textura leve Difícil dispersão Aparência atrativa Problemas de estabilidade (crescimento microbiano) Ressecam rapidamente (glicerina) ► Utilização: tópica (pele, superfície do olho, via nasal, vaginal ou retal) e em cosméticos. ► Características de um gel ideal: reter transparência em ampla faixa de temperatura, reter consistência, manter homogeneidade e não sofrer contração de volume. ► Composição básica: veículos, polímero doador de consistência, neutralizante, conservante, umectantes, solubilizantes. ► Técnicas de preparo: de acordo com o que se adapta melhor às dispersões coloidais. ► Principais agentes gelificantes: derivados de celulose, carbômeros, hidrocolóides inorgânicos, polímeros diversos, goma xantana. ► Principais problemas na formulação: turvação, perda da viscosidade, alterações de cor e odor. ► Gel-creme: emulsões com alta porcentagem de água e baixa de óleo (oilfree). PASTAS E POMADAS ► Penetração de fármacos na pele: as substancias penetram na pele através doas glândulas sudoríparas ou sebáceas, entre as células da camada córnea e ainda pela parede dos folículos pilosos. A substancia pode atingir corrente sanguínea. ► Fatores que afetam absorção percutânea: · [fármaco] e área de aplicação; · Fármaco: ↑atração pela pele do que pelo veículo; · Espalhabilidade do veículo; · Tempo e intensidade da aplicação. ► Pomada: pele seca e sem pelos; Creme: superfície úmida com exudato; loção: área com fricção. ► Pomada: · Conceito: forma farmacêutica semissólida, de uso tópico, que consiste em solução ou dispersão de um ou mais princípios-ativos em baixas proporções em uma base adequada usualmente não aquosa; · São agentes hidratantes com alta adesividade, obturando poros e reseltando na redução da transpiração e favorecendo edemas; · Podem ser hidrofóbicas ou hidrofílicas; · As bases usadas podem ser de hidrocarbonetos, de absorção, removíveis por água ou hidrossolúveis; · Ao se selecionar uma base, deve-se considerar a velocidade de liberação do fármaco, o tipo de absorção necessário, oclusão ou não da pele, estabilidade do fármaco e entre outros; · Composição básica: fármaco (pó) + excipiente (aquoso/oleoso) + umectante + conservante; · Pode ser preparada pelo método de incorporação ou fusão. ► Pastas: · Pomada com elevada porcentagem de sólidos insolúveis; · Uso tópico com maior absorvência e menos gorduras; · Ideal para absorver secreção serosa; · Preparadas por dispersão dos pós na base fundida; · Tipos de pastas: de oxido de zinco, d’agua, de Lassar, d’agua mentolada ou com calamina, de Unna; · Problemas: separação dos componentes, degradação do fármaco, descoloração e rancificação. OUTRAS FORMAS FARMACEUTICAS SEMISSOLIDAS ► Unguentos. ► Cataplasmas. ► Emplastro. SUPOSITÓRIOS E ÓVULOS ► Supositório: forma farmacêutica solida de vários tamanhos e formatos adaptados para introdução retal, vaginal ou uretral. Podem se fundir, derreter ou dissolver na temperatura corporal e pode ter efeito local ou sistêmico. ► Ação esperada: · Local: mecânica (tratamento da dor, ardência); · Sistêmica: todos os fármacos administrados oralmente. ► Vantagens e desvantagens: Vantagens Desvantagens Evita instabilidade em pH gástrico Aversão à via (cultura) Fácil introdução Absorção lenta ou incompleta Substitui via parenteral Variação interindividual Evita aspectos organolépticos desagradáveis Desenvolvimento de proctite Efeito local e/ou sistêmico Condições especiais de armazenamento ► Os supositórios podem ser cônicos, ovoides, cilíndricos ou torpedos. Devem ter superfície lisa, sem cristalização do fármaco e consistência manuseável e aplicável, além do aspecto homogêneo. ► Propriedades para as bases: · Fundir a temperatura retal (36ºC); · Atóxica e não irritante; · Compatível com fármacos; · Possuir propriedades umectantes e emulgentes; · Contrair-se suficientemente durante arrefecimento, libertando-se dos moldes sem necessidade de lubrificante; · ↑Teor de água; · Estável durante armazenagem; · Liberar fármacos de forma apropriada e tempo desejado. ► Classificação das bases: lipofílicas ou hidrofílicas. ► Adjuvantes para formulações: espessantes, ↓viscosidade, gelificantes e emulsionantes, ↑PF, solventes e solubilizantes, conservantes, antioxidantes e corantes. ► Ao selecionar uma base, deve-se considerar o efeito pretendido, a compatibilidade e estabilidade dos ingredientes, além do conforto do paciente. ► Podem ser preparados por fusão ou compressão. ► A embalagem deve ser unitária, de alumínio ou plástico e deve ser mantido sob refrigeração.
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