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TCC Desafios junto ao trabalho técnico do Assistente Social perante a irresponsabilidade do Estado

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Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto (SP) 
 
JAÚ (SP) 
2021 
 
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
FLÁVIA MONTAGNOLI DO CARMO MARTINS 
 
 
 
 
 
 
VOLUNTARIADO E TERCEIRO SETOR 
Desafios junto ao trabalho técnico do Assistente Social perante a irresponsabilidade 
do Estado. 
 
 
 
 
 
 
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Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto (SP) 
 
JAÚ (SP) 
2021 
 
 
FLÁVIA MONTAGNOLI DO CARMO MARTINS 
 
 
 
 
 
 
VOLUNTARIADO E TERCEIRO SETOR 
Desafios junto ao trabalho técnico do Assistente Social perante a 
irresponsabilidade do Estado. 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao Centro Universitário 
Estácio de Ribeirão Preto, como requisito de 
avaliação para obtenção do grau de Bacharel 
em Serviço Social. 
Professor Orientador: Doutor Julio Cesar 
Adiala 
 
 
 
 
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Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto (SP) 
 
JAÚ (SP) 
2021 
 
AGRADECIMENTOS 
A colaboração para que nossos sonhos se concretizem ao longo da vida, passa 
por muitas mãos e corações generosos em fazer nossa caminhada ser ainda mais 
importante na jornada da evolução da vida. Ninguém vive ou faz nada sozinho! 
Em primeiro lugar, a Deus, pois é Nele que encontro forças pra seguir em frente 
quando tudo, nesse cenário pandêmico átipo, me pedia pra desistir. 
Minha querida mãe, Célia. Não pôde buscar estudos pois se comprometeu com 
a família e sendo uma guerreira mãe solteira, tinha lições que livros não traria naquele 
momento da vida. E por ela, concretizo um sonho. 
Meu marido Vinicius, que sentou diversas vezes comigo e me puxou a orelha, 
me orientou no termo correto das palavras, como pensar, como pesquisar; sendo um 
advogado, criteriosamente leu esse trabalho e me amou e partilhou comigo desse 
sonho. Se consegui chegar até aqui, foi porque ele me incentivou e acreditou no meu 
sonho. É nossa essa vitória, meu amor. 
A coordenadora do Polo da Estácio em Jaú (SP), a querida Bia. Quanto ânimo 
e quanta paciência pra me orientar por vezes não entendia nada do que estava 
fazendo. Uma educadora nata, uma serva da educação ímpar. Foi fundamental seu 
cuidado, Bia. 
A Associação Beneficente dos Amigos de Jesus, fruto deste trabalho, que me 
acolhe toda semana, para que as observações que poderiam conflitar meu coração, 
fique em último plano. O que importa, é ser olhos de ver e ouvidos para ouvir. 
Por fim, não menos importante, ao querido Professor Doutor Julio, que com me 
amparou de forma vital a escrita desse trabalho com tema tão atual, me deu várias 
oportunidades de correção e indicou um caminho a seguir. Gratidão, professor. 
A todos que contribuíram de alguma forma para a conclusão desses 04 anos 
incríveis de curso, meu muito obrigada! 
 
 
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Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto (SP) 
 
JAÚ (SP) 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"O momento que vivemos é um momento pleno de desafios. É preciso resistir e 
sonhar. É necessário alimentar sonhos e concretizá-los dia a dia no horizonte de novos 
tempos mais humanos, mais justos, mais solidários." (Marilda Iamamoto) 
 Do Livro: O Serviço Social na Contemporaneidade 
 
 
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Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto (SP) 
 
JAÚ (SP) 
2021 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 7 
 
2. A ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE DOS AMIGOS DE JESUS – CASA DA 
SOPA DE JAÚ (SP) ..................................................................................... 9 
 
3. POLÍTICAS SOCIAIS NO CONTEXTO DE TERCEIRO SETOR E 
REESTRUTURAÇÃO CAPITALSTA PERANTE O ESTADO.................... 11 
 
3.1 TRANSFORMAÇÕES PERANTE A CRISE DO CAPITAL ........................ 11 
 
3.2 MOMENTOS IMPORTANTES PARA IMPLEMENTAÇÃO DO TERCEIRO 
SETOR NO BRASIL........................................................................................ 14 
 
3.3 TERCEIRO SETOR OU FUNÇÃO SOCIAL .............................................. 16 
 
4. O ASSISTENTE SOCIAL NO EXERCICIO E DESAFIOS DE SUAS 
FUNÇÕES PERANTE O TERCEIRO SETOR ........................................... 17 
 
5. O TRABALHO ASSALARIADO DO ASSISTENTE SOCIAL NO TERCEIRO 
SETOR E SUA JORNADA DE TRABALHO .............................................. 21 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 24 
 
 
 
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JAÚ (SP) 
2021 
 
RESUMO 
 
Se tem observado ao longo do tempo, de um modo geral, que os profissionais 
que atuam no terceiro setor, não romperam totalmente o conservadorismo em relação 
à caridade. No presente estudo, delimitaremos as contradições e também as 
competências existentes e que são muito comuns no campo de atuação profissional. 
Vale ressaltar, ainda, o elo entre as primeiras escolas de serviço social, totalmente 
caritativas, comparadas com o avanço e conquistas que a classe buscou. Seria 
incorreto também, desprezar o ato tão nobre com o qual nos vemos impelidos a 
praticar, nos tornando sim, centros de caridade. Afinal, observamos um Estado que 
deveria prover políticas efetivas de enfrentamento às questões sociais, porém 
percebemos o crescimento do voluntariado no âmbito terceiro setor, mediante projetos 
sociais que visam suprir a lacuna deixada pelas políticas públicas, sem pretensão em 
substituir as diretrizes da questão no âmbito da sociedade que estamos inseridos nos 
dias de hoje. O objetivo geral foi enfatizar a relevância do voluntariado, inserido na 
lógica do “Terceiro Setor” na conjuntura de reestruturação do capital na 
contemporaneidade, a partir da crítica a este “setor”. Concluímos ainda que é um 
espaço desafiador, mas também possível como meio de garantir o direito e suas 
necessidades relacionadas, bem como a aproximação e conhecimento das políticas 
públicas, e ainda demonstrar que o fazer profissional tem sua importância, seja no 
meio público ou privado, desde que tenha seu viés voltado para um novo projeto 
social. 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Assistente Social. Caridade. Questão Social. Terceiro Setor. 
Políticas Públicas. Voluntariado. 
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1 INTRODUÇÃO 
O presente trabalho, apresenta o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), cujo 
tema central consiste na importância da atuação dos profissionais do Serviço Social 
em instituições do Terceiro Setor, especificamente ONG´S (Organizações não 
governamentais). Referido estudo vem da experiência e vivência própria de atuação 
voluntária e observação, em um Centro Espírita onde não possui profissional 
regulamentado para exercer as atividades assistenciais que a casa possui, sendo queapenas o voluntariado, que tem toda orientação e doutrinação pela FEB (Federação 
Espírita Brasileira). A entidade em questão é denominada “Associação Beneficente 
dos Amigos de Jesus – Casa da Sopa”, na cidade de Jaú, Estado de São Paulo, com 
trinta e oito anos de atuação totalmente caritativa, sem fins lucrativos. 
 Chega-se à conclusão, na presente pesquisa, que o contexto neoliberal 
contribui com o processo real de deslocamento do trato da questão social do Estado 
para o Terceiro Setor, o que institui ações pontuais e focalizadas, transferindo para o 
voluntariado o dever do Estado, ocasião que é empregado um padrão de 
enfrentamento das sequelas da questão social tendo por primazia a perspectiva 
privada. 
 O terceiro setor configura-se a partir dos últimos vinte anos, marcados por 
muitos movimentos sociais organizados e que pleitearam com muito esforço a 
regulamentação da Assistência Social, como segue: 
“[...] No caso da Assistência Social, foram cinco anos de 
debates, pressão e negociação no Congresso e no Governo Federal 
para a sanção, em 07 de dezembro de 1993, da Lei nº 8.742, que 
regulamentou a Assistência Social como política e pública, direito do 
cidadão e dever do Estado.” (Denise Colin, 2013). 
 
Em suas diferentes configurações, tem contado com equipes multiprofissionais, 
onde o/a assistente social evidencia sua atuação através das políticas de Assistência 
Social regulamentadas pela LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social nº 8.742/93 e 
pelo SUAS (Sistema Único de Assistência Social). 
Entende-se por fim, que o voluntário, é fruto de um substancial omissão do 
Estado no trato da questão social, em que o enfrentamento da desigualdade passa a 
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ser obrigação individual da sociedade, em sintonia com o Terceiro Setor como 
alternativa. 
Diante do exposto, estabeleceu-se como objetivo geral desta pesquisa: 
enfatizar a ação do voluntariado, a partir da crítica a este setor. 
Esse trabalho tem a orientação bibliográfica de autores do Serviço Social, para 
que a crítica seja feita assertivamente e de acordo com o objeto de estudo. 
 Finalmente, este Trabalho de Conclusão de Curso, está disposto em três 
capítulos e considerações finais. São eles: 
 O primeiro capítulo, conta a história do objetivo desse trabalho: A 
Associação Beneficente dos Amigos de Jesus de Jaú (SP), a tão querida e essencial 
Casa da Sopa. Sua história, é sem dúvidas, emocionante e indispensável. 
 O segundo capítulo aborda as Políticas Sociais e a relação do Estado 
com o Terceiro Setor, bem como a exploração capitalista do homem pelo homem, o 
que gera os desequilíbrios sociais. 
 O terceiro capítulo, traz um questionamento acerca do serviço social 
como função social. Transformações perante a crise do capital e diversos momentos 
importantes no Brasil para a reorganização do Terceiro Setor. 
 O quarto capítulo, aborda o mercado de trabalho para os Assistentes 
Sociais que, após a década de 90 (que foi o marco da redefinição do papel do Estado 
no Brasil), revelou e desenhou novas atribuições e habilidades de autonomia 
profissional, das demandas atendidas e como a instrumentalidade é utilizada. 
 O quinto, esboça as condições salariais do profissional do Serviço Social 
no terceiro setor, bem assim a luta pela regulamentação da própria profissão, no 
reconhecimento das atividades laborativas importantes que o profissional tem na 
sociedade. Mostra a também importante luta com relação à sua jornada de trabalho. 
 Nas considerações finais, pretende-se fazer uma análise crítica da 
realidade social atual. 
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 Esclarece-se que o objetivo desse trabalho, não é de forma alguma, 
como já explícito no Resumo deste, indicar erros nos processos caridosos que 
devolvem e ajudam de pronto a integridade moral e física do ser humano - resgate da 
qualidade de vida. Pontua-se com este trabalho, a falência e ausência prioridades do 
Estado, que interfere profundamente a integridade de cada ser social. 
2 A ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE DOS AMIGOS DE JESUS – CASA DA 
SOPA DE JAÚ (SP) 
 Entidade filantrópica, mantida exclusivamente pelo trabalho 
caritativo/voluntários. Derivou de um grupo de amigos com seus vinte e poucos anos, 
que em 1981/1982, se encontravam semanalmente para estudos das obras 
fundamentais da Doutrina Espírita de Allan Kardec1. 
Com o passar do tempo, sentiram que os estudos, demandavam algo a mais, 
foi através do preceito: “fora da caridade não há salvação”, que as obras assistências 
se iniciaram. De fato, era preciso colocar em prática tudo aquilo que os espíritos os 
ensinavam e intuíam. 
Após demandarem estudos sobre as áreas mais afetadas pela carência 
material, decidiram por se implantar no bairro de Santo Ivo (antiga Vila Cipó), onde 
iniciou-se, provisoriamente, a distribuição de sopas. Vejamos o que nos conta, um de 
seus fundadores, Ricardo Gavião. 
“[...] A opção escolhida para ser servida no tocante à 
alimentação aos moradores do bairro foi a sopa de legumes, 
fizemos um caldeirão enorme de sopa, mas aí havia uma 
questão técnica, como levar o caldeirão de sopa quente até o 
bairro sem desperdício e sujeira. Conseguimos uma Kombi 
emprestada, e aí fomos nós, ao chegarmos ao bairro e isto foi 
num domingo, optamos por estacionar a Kombi de frente a igreja 
do bairro, avisamos a todos que lá passavam que aqueles que 
quisessem, fossem com vasilhames e panelas para se servirem. 
E assim foi por algumas semanas, conseguimos um barbeiro 
para o corte de cabelo, corte este que fazíamos na calçada da 
igreja. Tudo ia de forma improvisada, mas abençoada por Deus, 
neste momento entra em cena a figura que será a única a ser 
nomeada nesta história, entra a figura de Antonio Aparecido 
Comin, morador muito respeitado por todos da vila, homem 
simples e de Espírito Iluminado, que do alto de sua clareza 
 
1 Allan Kardec foi o codificador e propagador da Doutrina Espírita, em 1857, França - Paris 
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espiritual, nos disse certo dia: - Meus amigos, vocês pelo visto 
vão ficar aqui para ajudar a este pessoal, pois bem, eu tenho 
uma pequena casa, no fundo do meu quintal e seria para mim 
de grande alegria que vocês a usassem, para o feitio da sopa e 
para o andamento dos seus serviços filantrópicos e religiosos. 
Perguntamos o quanto isto iria nos custar, e ele sorrindo nos 
disse que Deus pagaria, com a alegria de ver o nosso trabalho 
crescer, e cresceu...meu querido amigo Comin.” 
 
 O enorme ato de coragem, que se percebe até então nesse pequeno grupo de 
amigos que com pouco, criaram algo sólido, cheio de amor e de referência, continua. 
“(...) Tempo depois, vagou uma pequena casa, que também a 
ele pertencia, quis ele, que para lá fossemos para essa casa de 
alvenaria e que contava com 01 banheiro, 01 cozinha e 01 quarto 
que seria usado como sala de palestras, passes, refeitório e sala 
de aula para as crianças, sempre aos domingos. Corria o ano 
de 1983. Do bom andamento dos trabalhos assistenciais e do 
andamento de nosso Centro Espírita, fizemos uma cotização e 
combinamos a compra do terreno e da pequena casa. Fizemos 
ainda em 1983 o estatuto da Associação e deliberamos dar o 
nomehoje conhecido como “ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE 
DOS AMIGOS DE JESUS”. Novos e queridos amigos vieram e 
o trabalho foi crescendo até a aquisição de um terreno ao lado, 
posteriormente fizemos uma ampliação do prédio e alguns anos 
após, a última reforma e ampliação. Nosso trabalho sempre 
contou com a ajuda de muitas instituições, grupos de diversas 
vertentes religiosas, pessoas do povo e de diversas 
matizes. Norteamos nosso trabalho até hoje pela solidariedade 
humana, acima de conceitos religiosos e pessoais, nosso líder é 
e será sempre JESUS, pois sabemos que estamos apenas de 
passagem pela terra, abençoada escola de preparo espiritual. 
Esta Associação continuará no futuro nas mãos também de 
abnegados irmãos que com certeza continuarão a fazer deste 
pequeno projeto a alegria de muitos, seja no amparo espiritual e 
assistencial.” 
 
Por inúmeras estórias de Associações e ONG’s, como essa, percebe-se o 
porque surge a história do Serviço Social. Quis essa área de atuação, fazer algo a 
mais, além do que a caridade pode dar a curto prazo, lutar para que as mazelas da 
vida cotidiana, para alguns tão expressivas, tivessem seus direitos mais garantidos e 
fixados para que a vida possa ser leve e digna. 
 Mas para tal entendimento de toda luta da categoria profissional, é necessário 
fazer menções da história da profissão, que veremos a seguir e o porque o terceiro 
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setor, se tornou a forma mais clara e explicita da incompetência e hipossuficiência do 
Estado como aparato institucional diante de todas as demandas sociais. 
3 POLÍTICAS SOCIAIS NO CONTEXTO DE TERCEIRO SETOR E 
REESTRUTURAÇÃO CAPITALSTA PERANTE O ESTADO 
Levando em consideração o fato de que as ações voluntárias se desenvolvem 
predominantemente tendo como parâmetro a perspectiva de atenuar situações de 
pobreza, exclusão, subalternidade, violências e carecimentos de diversas naturezas, 
muitas vezes relacionadas ao campo das políticas e ações sócio- assistenciais, 
espaços onde ocorre inserção profissional dos assistentes sociais, temos aí uma 
situação a ser cuidadosamente examinada. 
Com a atual crescente do Terceiro Setor devido à omissão do Estado, o setor 
privado começou a ajudar nas questões sociais, através das inúmeras instituições, ou 
seja, o terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não 
governamentais que tem o objetivo de gerar serviços de caráter público, função essa, 
atribuição originária do Estado. 
Se o profissional de Serviço Social, que tem lutado para combater a 
desigualdade social, querendo inserir novamente a comunidade na obtenção de seus 
direitos, qual é previsto na Constituição Federal de 1988, sem ser refém do capitalismo 
predominante, devolvendo a dignidade e competência em gerir com propriedade cada 
qual a sua vida, como fica o olhar do voluntário e do Assistente Social perante aos 
métodos aplicados na obtenção de resultados sem que o usuário seja “escravo” de 
donativos e sim portador de conquistas que alterem sua condicionalidade? Temos 
aqui, uma importante situação a ser cuidadosamente examinada. 
3.1 TRANSFORMAÇÕES PERANTE A CRISE DO CAPITAL 
Netto e Braz (2006, p. 156) fazem importantes colocações acerca das crises 
ocorridas no sistema capitalista, notemos: 
 
 A história, real e concreta, do desenvolvimento do capitalismo, 
a partir da consolidação do comando da produção pelo capital, é a 
história de uma sucessão de crises econômicas – de 1825 até as 
vésperas da Segunda Guerra Mundial, as faces de prosperidade 
econômica foram quatorze vezes acompanhadas por crises. [...] Em 
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pouco mais de um século, como se constata, a dinâmica capitalista 
revelou-se profundamente instável, com períodos de expansão e 
crescimento da produção sendo bruscamente cortados por 
depressões, caracterizadas por falências, quebradeiras e, no que 
toca aos trabalhadores, miséria e desemprego. 
 No início do século XX, o modelo de organização do trabalho de Henry 
Ford caracterizou um destes momentos da luta de classes. A indústria automobilística 
fordista sistematizou o trabalho mecanizado via esteira de montagem. 
Com a padronização de poucos modelos Ford customizou a produção de carros 
em série, e que, após a Segunda Guerra, ao lado dos métodos desenvolvidos por F. 
Taylor, pode abastecer o consumo de massa. 
O esboço de uma “captura” da subjetividade do trabalhador, que foi 
sistematizado com o Toyotismo, já estava presente em Ford na medida em que “se 
um operário deseja progredir e conseguir alguma coisa, o apto será um sinal para que 
comece a repassar no espírito o trabalho feito a fim de descobrir meios de aperfeiçoá-
lo” (FORD, 1967: 41). 
Também a preocupação de uma organização descentralizada da produção e 
redução dos níveis hierárquicos como forma de combate ao poder dos chefes pode 
ser encontrada no “manual” de Ford, rompendo com a hierarquia da administração 
científica de Taylor: 
Não há disposição mais perigosa do que a dos chamados 
gênios organizadores [...] traçam todas as ramificações da 
autoridade [...] cada um tem um título e exerce funções 
estritamente limitadas [...] as fábricas Ford não possuem nem 
organização, nem atribuições específicas a cargos, nem ordem 
de sucessão ou 
hierarquia determinada [...] a maioria dos homens é capaz de 
manter-se à altura da sua função. 
 
 Finalmente, programas de educação instrumental promovido pela Escola 
Industrial Henry Ford, nos moldes dos programas de trainee atuais, foram alvo das 
preocupações de Ford, que também teve sua parcela de “responsabilidade social 
empresarial”: Para nossa escola não se selecionam os rapazes porque sejam hábeis 
ou promissores. Escolhem-se os necessitados de dinheiro e oportunidades [...] 
outorgamos bolsas a fim de que possam prover ao sustento de suas mães enquanto 
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cursam a escola [...] Todo o trabalho executado na escola é adquirido pela nossa 
empresa e isto faz que a escola se mantenha por si mesma, além de que acentua nos 
alunos o senso da responsabilidade (FORD, 1967, pp. 314- 315). Desvairamento de 
um título (FORD, 1967: 73-74). 
 Essa reorganização separou em esferas: o Estado dinheiro público e 
investimento público; o Mercado composto por empresas privadas seu lucro para 
investimentos privados e a Sociedade Civil ONG´S, fundações, movimentos sociais, 
associações, entre outros. De acordo com Montaño (2007, p. 53): 
Assim, o termo é constituído a partir de um recorte do social 
em esferas: o Estado (“primeiro setor”), o mercado (“segundo setor”) 
e a “sociedade civil (“terceiro setor”). Recorte este [...] claramente 
neopositivista, estruturalista, funcionalista ou liberal, que isola e 
autonomiza a dinâmica de cada um deles, que, portanto, desistoriciza 
a realidade social. Como se o “político” pertencesse à esfera estatal, 
o “econômico” ao âmbito do mercado e o “social” remetesse apenas à 
sociedade civil, num conceito reducionista. 
 
 A expressão “Terceiro Setor” tem sua origem nos EUA em um contexto de 
voluntariado e individualismo neoliberal, é a tradução da expressão “third setor”. É um 
conceito umtanto quanto fragilizado, pelo fato de ser estudado e analisado geralmente 
de forma dissociada dos demais setores, faltam fundamentação e rigor teórico, no que 
tange a linha tênue do que ele parece ser benevolência e caridade tendo em vista as 
antigas entidades sociais e o que realmente é fruto da expressão neoliberal hoje vista 
em ONG´S, estudaremos aqui esse conceito como uma das expressões da 
transformação do capital. 
 As políticas sociais têm sido “paliativos às mais graves vicissitudes geradas 
por um mercado sabidamente pouco regulado e produtor de desigualdades 
crescentes” (DELGADO; THEODORO, 2003, p. 122) pelo seu caráter focalizador e 
assistencialista ao abranger prioritariamente os grupos mais vulneráveis da 
sociedade. 
 Hoje, encontramos políticas sociais, especificamente Política de Assistência 
Social, com programas atenuantes de transferência de renda. É de grande valia 
referidos programas, pois vão ao encontro direto aos grupos mais vulneráveis. Ocorre, 
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que, acabam se tornando uma regra robotizada, engessando desigualdades e 
custando muito caro, implementar projetos eficazes de transformação social. 
 Outrossim, o Terceiro Setor vem cumprir um papel no projeto neoliberal com 
um caráter de responder às demandas/carências, que seriam de responsabilidade do 
Estado, no que diz respeito às políticas básicas, agindo de forma pontual e paliativa 
em seus atendimentos. Vale destacar ainda os critérios desses atendimentos, que por 
muitas vezes acabam sendo menos universais e mais relativos, retirando o sentido do 
direito, como se pode avaliar que; 
As políticas sociais – já precárias, pouco cidadãs e universais, 
com o agravamento das condições econômicas e do mercado de20 
trabalho, sofreram triplamente. Primeiro, pela redução de recursos que 
acompanhou os diversos ajustes fiscais e deteriorou qualitativamente 
e quantitativamente os serviços sociais básicos, sobretudo nas áreas 
com elevada participação de recursos da esfera federal, como a 
saúde. Segundo, pela redução do uso de políticas universalistas e pela 
generalização do uso de programas sociais extremamente 
focalizados, sem estratégia, assistencialista e clientelista na relação 
com o público alvo. Terceiro, porque estas mudanças vieram, quase 
sempre, acompanhadas de propostas de reformas sociais 
explicitamente privatizantes, favorecidas pela falência organizada dos 
serviços públicos (MATTOSO, 2000, p. 37). 
 
3.2 MOMENTOS IMPORTANTES PARA IMPLEMENTAÇÃO DO TERCEIRO 
SETOR NO BRASIL 
 A leitura dos documentos da AS/GESET RELATO SETORIAL (2001), faz uma 
linha do tempo muito importante acerca do que foi fundamental no surgimento do 
terceiro setor. 
Primeiro momento: colonização, marcado pelas ações na área da saúde e 
educação comandadas pela igreja Católica, incluindo asilos, orfanatos, Santas Casas 
de Misericórdia e colégios católicos. Aqui, o teor das atividades, eram todas 
caritativas, ou “voluntárias”, trazendo à tona a filantropia, totalmente ligada à igreja 
Católica. Um exemplo, foi em 1953, registro de uma Santa Casa de Misericórdia, em 
Santos (SP). 
 Segundo momento: era Getúlio Vargas; Estado passa a implementar as 
primeiras políticas sociais à época, contando com ONG’s (Organizações Não 
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Governamentais). O Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS) é criado em 1938, 
com a intenção de que todos os órgãos a eles filiados, receberia subsídios do governo. 
Aqui, ainda tem a igreja Católica com sua relevância na prestação dos serviços 
voluntários, que também se incluiu no recebimento dessas ajudas de custeio das 
ações sociais. 
 Terceiro momento: Regime Militar. Não podemos deixar de mencionar que o 
terceiro setor, surgiu unicamente com um cunho de interesses capitalistas. 
Exemplificando melhor, o fato histórico brasileiro, pós 1964, trouxe o conceito 
“sociedade civil” por autores que apoiam o terceiro setor associando assim os dois 
conceitos. Cumpre ressaltar, que o Brasil, passava por um período crítico de ditadura 
militar que motivou a sociedade civil, que organizada contra o ditar da época, 
tencionou o país transferindo ações para as duas esferas – sociedade civil versus 
Estado ambos com papéis de interesses próprios: de um lado, atores e forças que iam 
contra a ditadura e do outro, um Estado ditatorial. Coutinho afirma “tudo o que provinha 
da sociedade civil era visto de modo positivo, entretanto, tudo o referente ao Estado, 
aparecia marcado por sinal fortemente negativo” (apud MONTAÑO, 2010, p.132). 
Nessa fase crítica e desoladora, surgiram muitas ONG’s ligadas à contestação 
política. 
Quarto momento: Nova fase democrática do Brasil. Aqui, é aprovada a luz do 
que rege até nossos dias de hoje a nova Constituição de 1988. Nessa fase, a 
mobilização social era grande, ainda por conta do período anterior, a atuação e o foco 
das ONG’s ganhavam força e novos vieses, afinal aprovara-se a garantia de direitos 
e cidadania de todos. Também se consolidam sindicatos. 
Quinto momento: A década já é de 1990. O Estado, transfere com grandes 
demandas, a responsabilidade advinda da questão social para o terceiro setor. Sendo 
assim, há um aumento nas demandas e a criação de novas ONG’s no intuito de 
socorrer a defasagem de uma inerente ação do Estado. Esse momento, marca a 
entrada do setor privado e na necessidade de regulamentar essas ONG’s. 
 Após todos esses momentos, a Lei 9.790 de março de 1999, traz novas 
diretrizes para a classificação de entidades sem fins lucrativos de caráter público, com 
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novas possibilidades de articulação entre direito privado e público, com possibilidade 
de remuneração dos dirigentes das instituições dessas instituições. 
3.3 TERCEIRO SETOR OU FUNÇÃO SOCIAL 
Carlos Montaño provoca ao questionar se o “terceiro setor” é um “setor” ou uma 
“função social”. E em mais uma análise crítica podemos colocar em debate este 
conceito. 
O autor retrata que ao realizar uma reflexão crítica sobre a bibliografia do 
“terceiro setor” percebeu alusão a este fenômeno como se abordando de “atividades 
públicas desenvolvidas por particulares”, segundo Thompson, “conformadas pelas 
instituições sem fins lucrativos que a partir do âmbito privado, agem propósitos de 
interesse público” (apud MONTAÑO, 2010, p. 184). O que seria também tratar de 
“função social de resposta às necessidades sociais” ao fornecer algum tipo de serviço 
para “solucionar problemas” de 24 cidadãos comuns, de qualquer pessoa 
“necessitada”; tratando-se também de “valores de solidariedade local, autoajuda e 
ajuda mútua: segundo Salamon, os valores do “terceiro setor” incluem “altruísmo, 
compaixão, sensibilidade para com os necessitados e compromisso com o direito de 
livre expressão” (MONTAÑO, 2010, p. 184). É a partir destas considerações que 
adeptos caracterizam o “terceiro setor”. 
Neste sentido, Montaño afirma que na verdade o “terceiro setor”, portanto, ao 
invés da utilização deste termo - “terceiro setor” – para designá-lo e nomeá-lo deve 
ser considerado e interpretado a partir de suas funções e ações, do fenômeno real, 
pois, “o que os autores chamam de “terceiro setor”nem é terceiro, nem é setor [...], 
nem se refere às organizações desse setor – ONGs, instituições, fundações e outros”. 
Isto é, o “terceiro setor” representa “ações que expressam funções a partir de valores”, 
ações estas desenvolvidas pelas organizações da sociedade civil as quais assumem 
tais funções de respostas as demandas sociais “a partir de valores de solidariedade 
local, autoajuda e ajuda mútua” (MONTAÑO, 2010, p. 184). Assim, o que na realidade 
é chamado de “terceiro setor” na sociedade é um termo equivocado, como tentamos 
ilustrar a partir de algumas definições. 
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E como mesmo ressalta Montaño, essa desarticulação do real, do fenômeno 
escondido, propicia maior aceitação das classes sociais, porém o que ocorre é a 
transformação de uma questão “político-econômico ideológica numa questão 
meramente técnico-operativa. [...] Opera-se não apenas a já mencionada 
setorialização do real, mas uma verdadeira despolitização do fenômeno e do debate” 
(MONTAÑO, 2010, p. 185). 
A discussão é levada, portanto, para a eficiência de uma ou outra instituição 
enquanto o debate necessário, porém encoberto sobre a função social em dar 
resposta às demandas sociais, fica de fora. É relevante pensar as considerações 
levantadas pelo autor. 
Este fenômeno não se esgota em controvérsias na tentativa de tornar-se 
legítimo na atual conjuntura neoliberal brasileira. E a tentativa de desmistificar o 
conceito de “terceiro setor” é só o início de uma análise crítica que pode ser feita de 
um fenômeno disfarçado por mitos e interesses específicos da sociedade burguesa 
capitalista. 
Portanto, todo debate acima referido é no sentido de tornar claro um fenômeno 
que deve ser entendido num projeto de reestruturação social e totalmente produto 
dele, pautado em seus princípios neoliberais e funcional a ele. 
Pretendemos agora partir de sua origem e mostrar de maneira crítica sua real 
pretensão e caráter de um fenômeno que emergiu para assumir juntamente ao Estado 
(e em maiores partes) o seu papel de provedor das políticas sociais em atendimento 
as refrações da questão 25 social. Pois uma coisa é o conceito hegemônico do 
“terceiro setor” e outra, bastante diferente, é o fenômeno real em questão. 
4 O ASSISTENTE SOCIAL NO EXERCICIO E DESAFIOS DE SUAS FUNÇÕES 
PERANTE O TERCEIRO SETOR 
 Todas as profissões são desafiadoras. E no Serviço Social, não seria diferente, 
considerando ainda pela adaptação que se faz necessária perante as mudanças de 
governo, maneiras ainda enraizadas de pensar pequeno e até mesmo na capacidade 
de entender a realidade para criar propostas criativas, críticas, construtivas a fim de 
consolidar uma política pública funcional. 
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É sabido que o Assistente Social, diariamente se depara com falta de estrutura, 
recursos, uma crescente demanda de atendimentos, sobrecarregando assim o 
profissional, falta de gestores comprometidos com o trato social, falta de uma boa 
articulação com a rede, falta de políticas públicas das mais básicas. 
Ronconi e Wieczinky (2010, p. 7), resumem bem: 
As entidades do terceiro setor através do Assistente Social 
devem assim, desenvolver ações que promovam a democracia, a 
liberdade e a participação da sociedade. Devem desenvolver um tipo 
de gestão que resgate as demandas universalistas, no sentido de 
cobrar do Estado o desenvolvimento de políticas públicas, fiscalizar 
essas políticas e denunciar as irregularidades no desenvolvimento 
dessas políticas. Este sim é o pleno exercício da cidadania. 
No caso da Associação Beneficente dos Amigos de Jesus, citado e objeto de 
observação para a escrita deste trabalho, observamos um local atuante em perfazer 
a caridade, com grande potencial para ensinar e garantir os direitos de cada um, mas 
que prefere ainda assim, contar com a ajuda das mãos solidárias e muitas vezes 
anônima, garantindo assim, a integridade física, moral e espiritual dos ali atendida. 
De fato, observa-se um local coordenado, mas que poderia sim, contar com um 
olhar técnico, unindo o útil ao que pode ser agradável a todos. Porém, ainda que o 
olhar técnico faça parte dessa instituição, é uma Associação sem fins lucrativos, ou 
seja, ainda assim, seria um trabalho voluntário sem remuneração, não diminuindo em 
nada a sua autonomia profissional. 
Iamamoto (2008, p.2147/218) faz observação importante sobre a atribuição por 
meio da qualificação e competências, com objetivo de dar respostas e estratégias para 
que haja possibilidades de enfrentamento no que diz ao projeto neoliberal. 
[...] o assistente social, ao ingressar no mercado de trabalho 
condição para que se possa exercer a sua profissão como trabalhador 
assalariado vende sua a sua força de trabalho: uma mercadoria que 
tem valor de troca expresso no salário. O dinheiro que ele recebe 
expressa a equivalência do valor de sua força de trabalho com todas 
as outras mercadorias necessárias à sua sobrevivência material e 
espiritual, que podem ser adquiridas no mercado até o limite 
quantitativo de seu equivalente o salário ou proventos , que 
corresponde a um trabalho complexo que requer formação 
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universitária. É por meio dessa relação mercantil que se dá a 
objetivação do valor de uso dessa força de trabalho, expresso no 
trabalho concreto exercido pelo assistente social, dotado de uma 
qualidade determinada, fruto de sua especialização no concerto da 
divisão do trabalho. 
 Sendo assim, ao analisar a relação de compra e venda da força de trabalho, 
ou seja, o/a assistente social como trabalhador assalariado, observa-se que a mesma 
não deve ser desconsidera apenas pelo seu viés qualitativo por meio de uma 
dimensão criativa e útil. 
Temos sim que nos inserir nesses espaços, até porque já são reconhecidos 
pela população e, portanto, tem proximidade com a classe trabalhadora e suas 
demandas. Assim, toda ou qualquer forma de ferramenta que faça com que haja essa 
aproximação deve ser usada, para a transformação da realidade, e que em questão 
de desafios ou autonomia possuem situações iguais ou parecidas com os profissionais 
inseridos nos órgãos públicos. 
Costa (2005, p.5) elucida as principais características comuns das instituições 
do terceiro setor, que faço a saber: 
• Atuam em uma diversidade e variedade de questões que afetam a 
sociedade na área da assistência social, da saúde, do meio ambiente, 
da cultura, educação, lazer, esporte, etc.; 
• Nas áreas da assistência social, educação e saúde, geralmente, prestam 
atendimento a pessoas e famílias que estão à margem do processo 
produtivo ou fora do mercado de trabalho; 
• Trabalham na garantia dos direitos dessa população; 
• São de caráter privado, mas desenvolvem um trabalho de interesse 
público; 
• Não têm finalidade de lucro no sentido mercantil da palavra; 
• Não são estatais, embora-eventualmente- mantenham vínculos com o 
poder público; 
• Contam com o trabalho de um corpo de voluntariado. 
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 Costa (2005, p.7), também relaciona algumas atribuições e competências do 
assistente social, contidos na Lei de regulamentação profissional 8662/93, só que 
visando à atuação no terceiro setor. 
• Implantar, no âmbito institucional, a Política de Assistência Social, 
conforme as diretrizes da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS/93) 
e Sistema Único e Sistema Único da Assistência Social (SUAS/04), de 
acordo com a área e o segmento atendido pela instituição; 
• Subsidiar e auxiliar a administração da instituição na elaboração, 
execução e avaliação do Plano Gestor Institucional, tendo como 
referência o processo do planejamento estratégico para organizações 
do terceiro setor; 
• Desenvolver pesquisas junto aos usuários da instituição, definindo o 
perfil social desta população, obtendo dados para implantação de 
projetos sociais, interdisciplinares; 
• Identificar, continuamente, necessidades individuais e coletivas, 
apresentadas pelos segmentos que integram a instituição, na 
perspectiva do atendimento social e da garantia de seus direitos, 
implantando e administrando benefícios sociais; 
• Realizar seleção socioeconômica, quando foro o caso, de usuários para 
as vagas disponíveis, a partir de critérios pré estabelecidos, sem perder 
de vista o atendimento integral e de qualidade social; e nem o direito de 
acesso universal ao atendimento; 
• Estender o atendimento social às famílias dos usuários da instituição, 
com projetos específicos e formulados a partir de diagnósticos 
preliminares; 
• Intensificar a relação instituição/família, objetivando uma ação integrada 
de parceria na busca de soluções dos problemas que se apresentarem; 
• Fornecer orientação social e fazer encaminhamentos da população 
usuária ais recursos da comunidade, integrando e utilizando-se da rede 
de serviços socioassistenciais; 
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• Participar, coordenar e assessorar estudos e discussões de casos com 
a equipe técnica, relacionados à política de atendimento institucional e 
nos assuntos concernentes à política de Assistência Social; 
• Realizar perícia, laudos e pareceres técnicos relacionados à matéria 
específica da Assistência Social, no âmbito da instituição, quando 
solicitado. 
Tendo em vista as características dessas organizações somadas às atribuições 
dos assistentes sociais nas mesmas, é muito válido destacar esse campo de atuação 
como importante espaço para se fazer presente e atuante, pois nelas cabem ações 
que somente o assistente social pode cumprir. 
A partir disso entendemos a integralidade dos usuários, percebemos que há a 
necessidade da interdisciplinaridade. Longe de querer parecer um pensamento 
romantizado e fantasioso, esse campo de atuação possui sim contradições e desafios. 
5 O TRABALHO ASSALARIADO DO ASSISTENTE SOCIAL NO TERCEIRO 
SETOR E SUA JORNADA DE TRABALHO 
 O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) , nos termos da Resolução 
CNAS nº 31, de 24 de fevereiro de 1999, as entidades e organizações prestadoras de 
serviços de assistência social que poderão ter registro pelo conselho são aquelas que 
estimulam à proteção à crianças e ao adolescente, à família, à maternidade e à 
velhice, que ampara crianças e adolescentes carentes, que colaboram com a inserção 
dos indivíduos no mercado de trabalho, da assistência educacional ou de saúde, 
desenvolvem a cultura, oferece atendimento e assessoria aos benefícios da Lei 
Orgânica da Assistência Social, defendendo e garantindo os seus direitos, realiza 
ações de habilitação, prevenção, reabilitação e integração das pessoas portadores de 
deficiência à comunidade. 
 Outrossim, pensar a luta travada pela categoria de assistentes sociais, para a 
conquista e efetivação da Lei nº 12.317/2010, remete-nos ao contexto mundial de 
precarização da força de trabalho humana. Isso porque, mediante o processo de 
reestruturação produtiva, intensificado a partir dos últimos 40 anos, vem se 
configurando um crescente processo de intensificação da exploração do trabalho. 
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 Salienta Iamamoto (2008, p. 233): 
Esse contexto altera a demanda de trabalho do assistente 
social, modifica o mercado de trabalho, altera os processos de 
trabalho e as condições em que se realizam, nos quais os assistentes 
sociais ingressam enquanto profissionais assalariados. As relações de 
trabalho tendem a ser desregulamentadas e flexibilizadas. Verifica-se 
uma ampla retração dos recursos institucionais para acionar a defesa 
dos direitos e dos meios de acessá-los. Enfim, tem-se um 
redimensionamento das condições do nosso exercício profissional 
efetivado em condições de assalariamento. 
 Nessa mesma lógica política, a categoria profissional de assistentes 
sociais, por meio do conjunto CFESS/CRESS, enfrentou uma grande luta em defesa 
das 30h semanais, para assistentes sociais, sem redução salarial. 
A luta pela redução da jornada de trabalho para as 30 horas 
semanais sem redução salarial foi construída no e pelo coletivo! Um 
coletivo [...] que, por quase três anos, mobilizou todas as forças e 
estratégias políticas para conquistar esse direito, [...]. E ele se realizou! 
Primeiro, com a aprovação do projeto de Lei da Câmara (PLC) 
152/2008 no senado brasileiro [...]. (CFESS, 2011, p. 6). 
Encontramos explicitados vários motivos relacionados à defesa da aprovação 
deste projeto de lei. Dentre eles, destacam-se: 
Defendemos a sanção do PLC 152/2008, que institui jornada 
de trabalho de 30 horas para assistentes sociais sem redução de 
salário, porque ele contribui na nossa luta por melhores condições de 
trabalho para assistentes sociais e se insere na luta pelo direito ao 
trabalho com qualidade para toda a classe trabalhadora, conforme 
estabelece nosso Código de Ética Profissional. (CFESS, 2010). 
 
Desta feita, em 26 de agosto de 2010, após grande luta da categoria 
profissional, foi sancionada a Lei nº 12.317/2010, que dispõe sobre a duração do 
trabalho do assistente social – determinando que os contratos de trabalho dos 
profissionais brasileiros serão de, no máximo, 30h semanais sem haver redução 
salarial. 
A aprovação da jornada semanal de 30 horas sem redução 
salarial foi, inegavelmente, uma das mais importantes conquistas 
trabalhistas da categoria dos últimos anos, sobretudo porque se deu 
em um contexto de forte resistência política à redução da jornada de 
trabalho no Brasil. Essa conquista resultou de uma luta de quase três 
anos do CFESS, no âmbito do legislativo federal, fortalecida pelo mais 
emocionante ato público organizado pelo CFESS, ABEPSS e 
ENESSO nos últimos 20 anos. (BOSCHETTI, 2012, p. 32). 
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Não podemos nos esquecer, que há também aqueles que prestam serviços 
espontaneamente, sem receber nenhum tipo de remuneração, realizando um trabalho 
voluntário, e nos termos da Lei, é um trabalho que não gera vínculo de trabalho e nem 
obrigações trabalhistas, previdenciária, entre outras. 
Destarte, deve haver um contrato pela prestação desse serviço e as condições 
para o exercício da atividade. Se autorizado pela entidade, o voluntário poderá serreembolsado pelas despesas que obteve durante a realização do trabalho na 
apresentação dos comprovantes. Ainda, Lei do Serviço Voluntário também prevê um 
auxílio financeiro por seis meses há jovens de 16 a 24 anos e que tenha uma renda 
mensal de até meio salário mínimo. Há preferência para jovens presidiários, 
cumprimento de medidas socioeducativas ou grupos de jovens submetidos a taxa de 
desemprego. 
Desde 2008, tramitam no Congresso PLs referentes à instituição de um piso 
salarial para assistentes sociais. O CFESS vem acompanhando as movimentações 
destes projetos. No entanto, é fundamental ressaltar que todos/as os/as 
parlamentares alegam a dificuldade orçamentária e que a instituição do piso salarial 
de categorias profissionais é matéria a ser regulamentada no âmbito do Poder 
Executivo. 
 
É essencial enfatizar também que, apesar da incidência do CFESS e, no caso 
de um dos PLs que teve voto favorável do deputado relator (PL 5278/2009), houve 
pronunciamento da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara 
dos Deputados. Esta considerou que a proposta de estabelecer piso salarial para 
assistente social seria “inadequada e incompatível financeira e orçamentariamente, 
em razão de sujeitar as despesas dos órgãos da União com a remuneração de seus 
assistentes sociais a incertezas decorrentes de aumentos no piso salarial da categoria 
decididos em Convenções Coletivas de Trabalho, sem oferecer qualquer mecanismo 
compensatório que automaticamente assegure sua neutralidade fiscal”. 
 
Assim, há que se considerar que outros/as parlamentares poderão seguir a 
orientação da consultoria e votar contrariamente ao PL 5278/2009, que é o que se 
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encontra em tramitação mais avançada. “Por essas razões é que temos que 
compreender a dinâmica legislativa e as dificuldades a serem enfrentadas, 
principalmente numa conjuntura que não é favorável às conquistas e direitos da classe 
trabalhadora”, explica a presidente do CFESS, Elizabeth Borges. 
 
Em 15 de maio de 2020, o senador Fabiano Contarato (Rede/ES) apresentou, 
no Senado Federal, o PL 2693/2020, que também dispõe sobre a instituição de piso 
salarial para assistentes sociais, propondo alteração da Lei nº 8.662/1993, definindo 
o piso no valor de R$ 7.315,00, para jornada de trabalho de 30 horas semanais, com 
reajuste anual pelo INPC. 
 
Este, porém, encontra-se sem movimentação desde a sua apresentação, 
aguardando encaminhamento da mesa do Senado para uma das comissões e 
consequentemente designação de relatoria. Portanto, existem agora 04 PLs em 
tramitação sobre o assunto. 
 
Ainda, uma informação importante é sobre a função institucional do Conselho 
Federal: tem a atribuição de orientar, disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o 
exercício profissional do/a assistente social no Brasil, em conjunto com os Conselhos 
Regionais de Serviço Social (CRESS). Ou seja, questões sobre direitos trabalhistas e 
remuneração são, em princípio, assuntos de natureza sindical, cabendo às entidades 
sindicais e associativas conduzirem esses processos de luta por piso salarial de 
categorias profissionais, o que não impede a articulação política do CFESS em 
relação ao tema, nem a importante mobilização da categoria com os/as 
parlamentares. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Desde a formulação do conceito sobre terceiro setor, as associações voltadas 
para esse fim, sempre se destacaram pelo assistencialismo e a filantropia que prestam 
à sociedade. 
Fica aqui colocado como reflexão, para que novos debates sejam realizados, 
sejam eles nos diferentes espaços, sejam nas instituições de ensino, nos coletivos 
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representantes da profissão, no dia a dia profissional, pois a maioria das análises 
realizadas são pautadas no trabalho concreto, deixando muito aquém as 
particularidades do trabalho abstrato. 
 Um dos pontos principais desta pesquisa, portanto, é que o Terceiro Setor não 
deve ser negado, e que a atuação nesses espaços pelos/as assistentes sociais são 
importantes e que sua contribuição deve e pode ser por meio de um trabalho 
contextualizado e de qualidade social buscando benefícios para a população, por meio 
de garantia e aproximação dos direitos sociais. No entanto, evidencia-se aqui que o 
Terceiro Setor não poderá ocupar o papel do Estado na execução e formulação de 
políticas sociais no enfrentamento da Questão Social brasileira, ainda que parte das 
ONG’s possam significar meio de acesso e fortalecimento de lutas e conquistas 
desses direitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://portal.estacio.br/unidades/centro-universit%C3%A1rio-est%C3%A1cio-de-ribeir%C3%A3o-preto/
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