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1 Anemia Hemolítica Autoimune D E F IN IÇÃ O ► Anemias causadas por anticorpos (ac) que são produzidos pelo próprio sistema imune do paciente (auto-ac) contra a membrana eritrocitária → leva a destruição precoce das hemácias ► São extracorpusculares, ou seja, geram agressão ao eritrócito ▪ Hemólise extravascular: hemácias são revestidas de Anticorpos IgG → são sequestradas e destruídas nos cordões da polpa esplênica − São sequestradas e destruídas pelos macrófagos que possuem receptores para a porção Fc das moléculas de IgG ► É a mais importante anemia hemolítica adquirida, tanto pela sua frequência quanto pelo seu potencial de gravidade Incidência ► Primária: 40 a 50% ▪ Primária pois não sabe a causa ► Secundária: 50 a 60% ▪ Pensar em Lúpus, Leucemia linfoide crônica (linfocitose → pacientes acima de 65 anos) e Artrite Reumatoide F I S IO PA TO LO GIA ► Os autoanticorpos eritrocitários são patogênicos e uma ligados à superfície da hemácia levam à destruição das mesmas ► Ocorre uma perda de Tolerância Imunológica ▪ Falta de sensibilidade do Sistema imune em reconhecer os antígenos do próprio indivíduo ▪ Anticorpo se liga à membrana da hemácia e, ao passar pelo baço, são destruídos pelos macrófagos ► Os autoanticorpos e se ligam à superfície dos eritrócitos, ocasionando sua destruição via sistema complemento ou sistema reticuloendotelial C LA SS IF IC AÇ ÃO ► De acordo com a temperatura de reatividade dos anticorpos aos eritrócitos: ▪ Quente ▪ Frio ▪ Mista ► De acordo com a etiologia: ▪ Primária/Idiopática − Não apresenta correlação com a doença de base − Prevalência maior em mulheres, com pico entre a 4ª e 5ª décadas de vida ▪ Secundária − Associada a doenças linfoproliferativas (mais da metade dos casos), imunodeficiências, uso de medicamentos ou neoplasias A H AI POR A NT IC ORP OS Q UE NT ES ► Os autoanticorpos “quentes” reagem mais fortemente à temperatura corporal (37ºC) ▪ São incapazes de aglutinas as hemácias ▪ Hemólise ocorre pela destruição do sistema reticuloendotelial ▪ Fixam complemento, mas hemólise intravascular é rara ► Autoanticorpos são quase sempre IgG ▪ IgG: 50% é idiopática e 50% secundária ▪ Raramente IgM ou IgA − IgG + grave que IgM − Forma mediada por IgM é geralmente idiopática (por Mycoplasma) Incidência ► 1 caso: 80.000 pessoas/ano ► 60-70% das AHAI ► Prevalência maior em mulheres, com pico entre a 4ª e 5ª décadas de vida Hemólise Extravascular 1. Primária (Idiopática) – 60% 2. Secundária ▪ LLC (Leucemia Linfocítica Crônica), LNH (Linfomas Não-Hodgkin) – 10% ▪ Drogas (penicilina, cefalosporina, aspirina, cisplatina, metildopamina) – 10% ▪ Colagenoses – 5% ▪ Carcinomas – 5% ▪ Mielodisplasias – 2%% ▪ Infecções, AIDS e outros – 8% 2 Manifes tações clínicas ► Destruição Extravascular – Mais comum ▪ Anemia leve e crônica ▪ Icterícia (Bilirrubina Indireta ↑) ▪ Esplenomegalia (80%) ▪ Hepatomegalina ▪ Linfadenopatia (25%) ▪ Desidrogenase láctica (DHL) aumentado ► Destruição intravascular – rara – infecção ▪ Anemia aguda ▪ Icterícia ▪ Hemoglobinúria ▪ Choque ▪ Diminuição ou ausência de haptoglobina − Haptoglobina: proteína do sangue com muita afinidade para a hemoglobina assim, quando há Hb no sangue, a saturação de hemoglobina irá aumentar → diminui hapto no sangue Laboratório ► Anemia de variada intensidade ► Reticulocitose (10-30%) ► Macrocítica ou Normocítica ► Esfregaço periférico pode ser semelhante ao da esferocitose = presença de microesferócitos (pela fagocitose parcial no baço, retirando pedações de membrana eritrocitária) e reticulócitos ► Síndrome de Evans ▪ Ocorre quando a reação autoimune não é restrita às hemácias → ataca também as plaquetas ▪ Anemia + Plaquetopenia = Bicitopenia − Associação da AHAI por IgG com a PTI (Púroura Trombocitopênica Autoimune) ▪ Quando a plaquetopenia é grave (< 20.000/mm3), o paciente pode se apresentar com petéquias e hemorragia de mucosas (ex.: gengival) ▪ Nos casos de plaquetopenia muito grave (< 5.000/mm3), há risco importante de hemorragia digestiva e AVE hemorrágico ▪ Pode estar associada ou não à neutropenia Diagnóstico ► Teste de Coombs Direto ▪ Identifica a presença de anticorpos ou complemento ligados à superfície das hemácias do paciente → se hemácias revestidas por anticorpos: aglutinação ▪ Positivo em 98% de AHAI por IgG Tratamento ► Na Hemólise mais severa – Objetivo: eliminar a causa 1) Pulsoterapia − Metilprednisolona 1g Endovenoso por 3 dias 2) Predinisona (1mg/kg/dia) − A partir do 4º dia − ↓ hemólise em 70% dos pacientes − ↑ Hb em 1 a 2 semanas na > dos pacientes − Reduzir o medicamento de maneira progressiva em 4 a 6 semanas − 20% mantém remissão após retirada 3) Esplenectomia − Indicada quando não obtém resposta satisfatória ao corticoide ou nos dependentes − 50% curam ou apresentam melhora 4) Imunossupressores − 3ª linha − 40 – 60% melhoram − Melhora em 2 semanas − Manter por 3 a 6 meses − São: Ciclofosfamida, Azatioprina e Ciclosporina 5) Gamaglobulina (IgG) Endovenosa − 0,4g/kg/dia durante 5 dias − Bloquear atividade macrofágica do Sistema Reticuloendotelial 6) Plasmaférese paliativa − Crise aguda: remoção temporária ao anticorpo circulante 7) Passar ácido fólico (por conta da demanda elevada) ► Transfusão ▪ Evitar, pois, nesse tipo de anemia quanto menos transfundir melhor → Auto-ac levarão à destruição das hemácias transfundidas − Risco de agravamento da hemólise ▪ Se necessária em casos de anemia intensa/distúrbios cardiovasculares, fazer em: − Pequenos volumes (100ml) − Menos incompatível − Hemácias lavadas (remoção do complemento) − Acompanhamento transfusional 3 A H AI POR A NT IC ORP OS FR I OS ► Autoanticorpos “frios” se ligam aos eritrócitos em temperaturas entre 4-18ºC ▪ Podem levar a aglutinação de hemácias na circulação sanguínea ▪ Hemólise ocorre pela ativação do sistema complemento ▪ Causam duas doenças clinicamente distintas: doença de aglutinina a frio (crioaglutininas) e a hemoglobinúria paroxística ao frio ▪ Autoaglutinação dificulta testes como tipagem sanguínea e compatibilidade ▪ Ótimos fixadores do complemento, mas a destruição intravascular é rar ► Mediadas pelo anticorpo IgM ▪ Usualmente produzidos em resposta a infecções ou por doenças linfoproliferativas ▪ Pode ser também IgG ou IgA Incidência ► Rara, pouco conhecida ► Pode ser encontrada em indivíduos normais ► 20 a 30% das AHAI ► Acomete todas as idades Quadro clínico ► Costumam ser menos graves ► Podem ser agudas ou crônicas Idiopática – mais comum ► IgM, anti-I ► Hemólise crônica e moderda ▪ Anemia piora com o frio ▪ Icterícia ▪ Esplenomegalia ▪ Acrocianose ► Doença de idosos (>60 anos) Secundária ► IgM, anti-Ii ► Hemólise crônica e moderada ► Patógenos: ▪ Mycoplasma, mononucleose, citomegalovírus, tuberculose, malária, entre outros ► Benigna e autolimitada ao processo infeccioso ► Acomete adultos, crianças e adolescentes Diagnóstico ► Exame a beira leito com um tubo contendo anticoagulante – mostra presença de crioaglutininas ▪ Pode ser falso-positivo ► Teste de Coombs ▪ Só é positivo quando usado o anticorpo anti-C3 humano ► Teste da crioaglutinina Tratamento ► Hemólise menos severa ► Pior resposta ao tratamento ► Manter a temperatura ambiente ▪ Acima de temp máxim ao que o anticorpo reage ▪ Roupas quentes, meias, luvas ► Imunossupressão de escolha 1) Plasmaférese − Anticorpo da classe IgM se distribue 2) Corticoterapia e esplenectomia não são eficazes O BS ER VAÇ ÃO: ► Transfusão ▪ Evitar, pois, nesse tipo de anemia quanto menos transfundir melhor → Auto-ac levarão à destruição das hemácias transfundidas− Risco de agravamento da hemólise ▪ Se necessária em casos de anemia intensa/distúrbios cardiovasculares, fazer em: − Pequenos volumes (100ml) − Menos incompatível − Hemácias lavadas (remoção do complemento) − Aquecimento da bolsa (AHAI a frio) − Acompanhamento transfusional
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