Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques Autor: Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF 17 de Março de 2021 37171323005 - Júnior Souza Ferreira Sumário Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 2 Assistência Social à Criança e Adolescente ........................................................................................................ 2 Direitos e políticas públicas de juventude ......................................................................................................... 7 1 - Princípios e diretrizes políticas públicas de juventude .............................................................................. 7 2 - Direitos dos jovens .................................................................................................................................. 11 Sistema nacional de juventude ........................................................................................................................ 29 1 - Sistema nacional de juventude - SINAJUVE............................................................................................. 29 2 - Competências .......................................................................................................................................... 29 3 - Conselhos de juventude........................................................................................................................... 32 Lei de Diretrizes e Bases da Educação ............................................................................................................. 34 1 - Introdução e regras constitucionais ........................................................................................................ 34 2 - Regras Gerais .......................................................................................................................................... 42 3 - Organização da Educação Nacional ....................................................................................................... 44 4 - Níveis e modalidades de educação ......................................................................................................... 45 5 - Educação Especial ................................................................................................................................... 47 Responsabilidade Civil pela Prática de Ato Ilícito ............................................................................................ 47 Considerações finais ......................................................................................................................................... 52 Questões Comentadas ..................................................................................................................................... 52 Lista de Questões ............................................................................................................................................. 88 Gabarito.......................................................................................................................................................... 101 Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 2 101 LEGISLAÇÕES ESPECÍFICAS CONSIDERAÇÕES INICIAIS Nesta aula vamos estudar a Lei 12.852/2013, norma específica que institui o Estatuto da Juventude (EJ), responsável por disciplinar regras sobre direitos dos jovens e por estabelecer o SINAJUVE, o Sistema Nacional de Juventude. Nossa missão será investigar as principais regras relativas à Lei 12.852/2013, dando destaque à aquilo que é mais relevante sobre a norma. O nosso estudo é dividido em duas partes, a primeira que abrange os “direitos e políticas públicas de juventude”. Essa é a parte mais importante. A segunda parte – que envolve o estudo do SINAJUVE – possui menor importância para a nossa prova. Além disso, estudaremos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e a Responsabilidade Civil pela Prática de Atos Ilícitos. Contudo, iniciaremos abordaremos a Assistência Social à Criança e Adolescente. Boa aula! ASSISTÊNCIA SOCIAL À CRIANÇA E ADOLESCENTE Neste capítulo vamos analisar um tópico específico, não muito explorado em provas de concurso, mas que está correlacionado com os direitos das crianças e do adolescente. O direito à assistência social constitui a faculdade de exigir do Estado o dispêndio de recurso para assegurar condições materiais mínimas de sobrevivência, independentemente de qualquer contraprestação por parte da pessoa tutelada. Notem, portanto, que o SUAS é instrumento fundamental para resguardar, ainda que minimamente, a dignidade da pessoa humana. Nesse contexto, o sistema do SUAS atua no sentido de proporcionar uma série de ações de iniciativa pública e, também, em cooperação com a sociedade para garantir os direitos mínimos. É justamente em razão do caráter assistencial que a concessão de benefícios independe de contraprestação do beneficiário é característica fundamental da assistência social. O financiamento da assistência social é de toda a comunidade, de forma solidária. Nesse contexto, confira orientação do art. 203 da CF: Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por OBJETIVOS: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 3 101 III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. Para a nossa prova... Portanto, a assistência social é um direito fundamental indispensável, que se volta para os segmentos mais vulneráveis da nossa sociedade, tendo em vista que a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades constitui, nos termos do art. 3º, III, da CF, um dos objetivos da República. Note, ainda, em relação à tratativa dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, que o amparo às crianças hipossuficiente é um dos objetivos centrais da assistência social. ASSISTÊNCIA SOCIAL – OBJETIVOS proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice. amparo às crianças e aos adolescentes carentes promoção da integração no mercado de trabalho habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e integração na vida comunitária garantia do salário mínimo Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 4 101 Vejamos, na sequência, o art. 204 que se refere aos recursos destinados à assistência social. Esse dispositivo possui relevância especialmente em relação às diretrizes, cuja leitura passamos a fazer agora: Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes DIRETRIZES: I - descentralização político-administrativa,cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social; II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. Dos dispositivos acima podemos notar que duas são as diretrizes que orientam o SUAS. Para a consecução dos objetivos destinados ao SUAS, o parágrafo único, abaixo citado, determina que os estados-membros podem vincular parte da receita líquida para gastar com assistência social. Notem que esses gastos delimitados não poderão ser aplicados com despesas de pessoal, para pagamento de dívidas financeiras do estado-membro ou para quaisquer outras despesas correntes vinculadas às políticas de assistência social. Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: I - despesas com pessoal e encargos sociais; DIRETRIZES DO SUAS descentralizaçao político-administrativa participação da população Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 5 101 II - serviço da dívida; III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados. A partir das orientações constitucionais, que vimos acima, importante, para fins do nosso estudo, dar atenção ao estudo da Lei 8.742/1993 (Lei de Assistência Social). Evidentemente que não iremos tratar de todos os pontos relativos a essas normas, mas apenas os pontos que possam ter relação com a nossa matéria. Inicialmente, cumpre apenas referir que o art. 2º da Lei de Assistência Social retrata novamente os objetivos da assistência social, incluindo entre eles o amparo às crianças e aos adolescentes carentes. Além disso temos as seguintes regras: art. 22, §2º, da Lei de Assistência Social: O Conselho Nacional de Assistência Social pode propor a fixação de benefícios subsidiários no valor de até 25% do salário mínimo para cada criança e de até 6 anos de idade. Veja: § 2º O CNAS, ouvidas as respectivas representações de Estados e Municípios dele participantes, poderá propor, na medida das disponibilidades orçamentárias das 3 (três) esferas de governo, a instituição de benefícios subsidiários no valor de até 25% (vinte e cinco por cento) do salário- mínimo para cada criança de até 6 (seis) anos de idade. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) art. 23, I, da Lei de Assistência Social: No âmbito da lei são estabelecidos serviços socioassistenciais, que envolvem atividades continuadas voltadas para a melhoria da vida da população com ações destinadas a promover os direitos das pessoas tuteladas por esses serviços. Nesse contexto, entre os serviços previstos estão previstos programas de amparo às crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social. Confira: Art. 23. Entendem-se por serviços socioassistenciais as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população e cujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) § 2º Na organização dos serviços da assistência social serão criados programas de amparo, entre outros: (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 6 101 I - às crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social, em cumprimento ao disposto no art. 227 da Constituição Federal e na Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente); (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) art. 24-C, da Lei de Assistência Social: Nesse dispositivo temos a instituição do Peti, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, que envolve a transferência de recursos, trabalho social e oferta de serviços às crianças e adolescentes que estiverem trabalhando. Assim: Confira: Art. 24-C. Fica instituído o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), de caráter intersetorial, integrante da Política Nacional de Assistência Social, que, no âmbito do Suas, compreende transferências de renda, trabalho social com famílias e oferta de serviços socioeducativos para crianças e adolescentes que se encontrem em situação de trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) § 1º O Peti tem abrangência nacional e será desenvolvido de forma articulada pelos entes federados, com a participação da sociedade civil, e tem como objetivo contribuir para a retirada de crianças e adolescentes com idade inferior a 16 (dezesseis) anos em situação de trabalho, ressalvada a condição de aprendiz, a partir de 14 (quatorze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) § 2º As crianças e os adolescentes em situação de trabalho deverão ser identificados e ter os seus dados inseridos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com a devida identificação das situações de trabalho infantil. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) Note que a Lei Orgânica de Assistência Social trata de forma objetiva a respeito do tratamento destinado à criança e ao adolescente. PETI (em relação a crianças e adolescentes que estejam trabalhando) transferência de renda trabalho social com famílias oferta de serviços socioeducativos Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 7 101 DIREITOS E POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE A parte atinente ao estudo dos direitos e políticas públicas envolve uma primeira parte na qual são analisados os princípios e diretrizes e, após, temos a análise do rol de direitos propriamente. 1 - PRINCÍPIOS E DIRETRIZES POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE Esse primeiro dispositivo é um dos mais importantes para fins do nosso estudo, pois traz sobre o que disciplina a lei e a quem se aplica. Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventude - SINAJUVE. § 1º Para os efeitos desta Lei, são consideradas jovens as pessoas com idade entre 15 (quinze) e 29 (vinte e nove) anos de idade. § 2º Aos adolescentes com idade entre 15 (quinze) e 18 (dezoito) anos aplica-se a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, e, EXCEPCIONALMENTE, este Estatuto, quando não conflitar com as normas de proteção integral do adolescente. Para fins de prova: E quem serão considerados jovens? E os adolescentes (idade entre 15 e 18 anos)? A eles é aplicado o ECA ou o Estatuto da Juventude? LEI 12.852/2013 Direito dos jovens Princípios e diretrizes das políticas públicas SINAJUVE JOVENS pessoa entre 15 e 29 anos de idade Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 8 101 Ou seja, o Estatuto da Juventude só deve ser aplicado aos adolescentes de forma excepcional e naquilo que ele acrescentar aos direitos previstos no ECA. Vamos ver como isso já foi cobrado em provas? (UFRR/Assistente Social - 2018) A Lei n° 12.852 de 05/08/2013 (Estatuto da Juventude) define o jovemcomo a pessoa entre 15 e 29 anos de idade. Com isso, estabelece uma conexão com o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei n° 8069/1990) que também contempla o adolescente na faixa etária dos 15 aos 18 anos. Diante dessa questão, é correto afirmar que: a) A inclusão de adolescentes na faixa etária dos 15 aos 18 anos no Estatuto da Juventude se sobrepõe ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). b) A Lei nº 12.852 de 05/08/2013 (Estatuto da Juventude) estabeleceu a maioridade penal para o adolescente. c) Aplica-se o Estatuto da Juventude aos adolescentes na faixa etária dos 15 aos 18 anos, excepcionalmente, quando não conflitar com a Lei nº 8069/1990. d) Diferente do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) o Estatuto da Juventude somente estabelece deveres para os adolescentes na faixa etária dos 15 aos 18 anos. e) A Lei nº 12.852 de 05/08/2013 (Estatuto da Juventude) em nada acrescenta aos direitos os adolescentes na faixa etária dos 15 aos 18 anos. Comentários Como visto, de acordo com o art. 1º, § 2º, do Estatuto, a Lei n. 12.852/2013 só se aplica ao adolescente na faixa etária dos 15 aos 18 anos de forma excepcional e quando não conflitar com a Lei n. 8.069/1990 (ECA). O gabarito, portanto, é a alternativa C. Adolescentes (idade entre 15 e 18 anos) aplica-se o ECA e, excepcionalmente, esse Estatuto Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 9 101 Seguindo! Aponte-se que essa categoria “jovens” (diferenciando pessoas entre 15 e 29 anos de idade de pessoas entre 12 e 18 anos de idade, por exemplo) não é uma novidade. Em 1985, quando ONU estabeleceu o Ano Internacional da Juventude, se deu início a um processo amplo e estruturado, e com alcance mundial, de reconhecimento da juventude como um grupo com características e necessidades específicas. No Brasil, em 2005, foi criada a Secretaria Nacional de Juventude e o grupo “jovens” já faz parte do nosso ordenamento jurídico desde de, pelo menos, 2010, quando a EC n. 65/10 alterou o título do capítulo VII, do Título VIII, da Carta, de “Da Família, Da Criança, Do Adolescente e Do Idoso” para “Da Família, Da Criança, Do Adolescente, Do Jovem e Do Idoso”, além de outros dispositivos (com destaque para o art. 227, § 8º, que determina que a lei estabelecerá o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens, e o plano nacional de juventude, de duração decenal). Essa distinção, portanto, é importantíssima e, inclusive, já foi objeto de questionamento em provas (como vimos acima). É certo que o intervalo (de 15 a 29 anos) não é um consenso mundial. No Brasil mesmo houve muita discussão antes da aprovação do Estatuto em 2013. Propostas falavam no intervalo de 18 a 29, no intervalo de 18 a 24, mas no fim, o que prevaleceu foi o intervalo de 15 a 29. Há ainda vozes que defendem a expansão desse intervalo para os 32 ou 35 anos de idade, a depender da categoria de jovem (juventude rural, juventude trabalhadora, etc.). Mas digo isso apenas para que vocês saibam que esses conceitos são antigos e já vêm sendo discutidos há algum tempo. Vamos em frente! 1.1 - Princípios Os princípios aqui retratados não são princípios jurídicos, espécie de normas. Esses princípios que veremos aqui são linhas gerais e mestras que iram orientar as políticas públicas que estudaremos na Lei 12.852/2013. Na consecução das políticas e prestar serviços o Poder Público deverá levar em consideração os princípios abaixo discriminados. Confira: Art. 2º O disposto nesta Lei e as políticas públicas de juventude são regidos pelos seguintes princípios: I - promoção da autonomia e emancipação dos jovens; II - valorização e promoção da participação social e política, de forma direta e por meio de suas representações; III - promoção da criatividade e da participação no desenvolvimento do País; Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 10 101 IV - reconhecimento do jovem como sujeito de direitos universais, geracionais e singulares; V - promoção do bem-estar, da experimentação e do desenvolvimento integral do jovem; VI - respeito à identidade e à diversidade individual e coletiva da juventude; VII - promoção da vida segura, da cultura da paz, da solidariedade e da não discriminação; e VIII - valorização do diálogo e convívio do jovem com as demais gerações. Parágrafo único. A emancipação dos jovens a que se refere o inciso I do caput refere-se à trajetória de inclusão, liberdade e participação do jovem na vida em sociedade, e não ao instituto da emancipação disciplinado pela Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil. Note que são princípios anunciativos, que indicam uma carta de intenções do legislador em relação ao tratamento dos jovens perante nosso ordenamento jurídico. 1.2 - Diretrizes Gerais As diretrizes gerais, do mesmo modo que os princípios, devem ser consideradas como fios condutores para a aplicação e a interpretação do Estatuto. Além disso, as diretrizes devem ser enxergadas, também, como uma espécie de comando aos agentes públicos ou privados envolvidos com as políticas públicas de juventude, que devem observá-las como um objetivo ou uma meta para a sua atuação. Destaque-se que uma diferença importante entre elas e os princípios está no fato de as diretrizes serem todas vinculadas a uma ideia de ação, que decorre de verbos como “desenvolver”, “incentivar”, “promover”, “ampliar”, etc. Confiram: Art. 3º Os agentes PÚBLICOS ou PRIVADOS envolvidos com políticas públicas de juventude devem observar as seguintes diretrizes: I - desenvolver a intersetorialidade das políticas estruturais, programas e ações; II - incentivar a ampla participação juvenil em sua formulação, implementação e avaliação; III - ampliar as alternativas de inserção social do jovem, promovendo programas que priorizem o seu desenvolvimento integral e participação ativa nos espaços decisórios; IV - proporcionar atendimento de acordo com suas especificidades perante os órgãos PÚBLICOS e PRIVADOS prestadores de serviços à população, visando ao gozo de direitos SIMULTANEAMENTE nos campos da saúde, educacional, político, econômico, social, cultural e ambiental; Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 11 101 V - garantir meios e equipamentos públicos que promovam o acesso à produção cultural, à prática esportiva, à mobilidade territorial e à fruição do tempo livre; VI - promover o território como espaço de integração; VII - fortalecer as relações institucionais com os entes federados e as redes de órgãos, gestores e conselhos de juventude; VIII - estabelecer mecanismos que ampliem a gestão de informação e produção de conhecimento sobre juventude; IX - promover a integração internacional entre os jovens, PREFERENCIALMENTE no âmbito da AMÉRICA LATINA e da ÁFRICA, e a cooperação internacional; X - garantir a integração das políticas de juventude com os Poderes Legislativo e Judiciário, com o Ministério Público e com a Defensoria Pública; e XI - zelar pelos direitos dos jovens com idade entre 18 (DEZOITO) e 29 (vinte e nove) anos privados de liberdade e egressos do sistema prisional, formulando políticas de educação e trabalho, incluindo estímulos à sua reinserção social e laboral, bem como criando e estimulando oportunidades de estudo e trabalho que favoreçam o cumprimento do regime semiaberto. Pontos de destaque: • Desde o caput, vem se falando em agentes e órgãosPÚBLICOS e PRIVADOS; • O inciso IV fala em “visando ao gozo de direitos SIMULTANEAMENTE nos campos da saúde, educacional, político, econômico, social, cultural e ambiental”; • O inciso V fala em “acesso à produção cultural, à prática esportiva, à mobilidade territorial e à fruição do tempo livre”; • O território deve ser promovido como um espaço de integração; • Integração internacional entre jovens, PREFERENCIALMENTE no âmbito da AMÉRICA LATINA e da ÁFRICA; • Integração com os Poderes Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública • O inciso XI, diferentemente do que se vê no art. 1º, § 1º, fala em “jovens com idade entre 18 (DEZOITO) e 29 (anos)” 2 - DIREITOS DOS JOVENS O estatuto da juventude tramitou durante 9 anos no Congresso Nacional e só foi aprovado após a onda de protestos de junho de 2013. Ele determina que o Estado deve garantir diversos direitos aos jovens, dividindo- os em 11 categorias, quais sejam: (i) direito à cidadania, à participação social e política e à representação juvenil; (ii) direito à educação; (iii) direito à profissionalização, ao trabalho e à renda; (iv) direito à diversidade e à igualdade; (v) direito à saúde; (vi) direito à cultura; (vii) direito à comunicação e à liberdade de expressão; (viii) direito ao desporto e ao lazer; (ix) direito ao território e à mobilidade; (x) direito à sustentabilidade e ao meio ambiente; e (xi) direito à segurança pública e ao acesso à justiça. Alguns deles já eram previstos pela Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 12 101 Constituição (art. 227, caput), como o direito à educação, ao trabalho, à saúde e à cultura. Outros são novos, como o direito à participação social, ao território, à livre orientação sexual e à sustentabilidade. Para que nós possamos ter uma visão geral, elaborei a tabela a seguir: DIREITOS PREVISTOS NO ESTATUTO DA JUVENTUDE (LEI N. 12.852/13) Capítulo Direito Artigos I Direito à cidadania, à participação social e política e à representação juvenil 4º ao 6º II Direito à educação 7º ao 13 III Direito à profissionalização, ao trabalho e à renda 14 ao 16 IV Direito à diversidade e à igualdade 17 ao 18 V Direito à saúde 19 ao 20 VI Direito à cultura 21 ao 25 VII Direito à comunicação e à liberdade de expressão 26 ao 27 VIII Direito ao desporto e ao lazer 28 ao 30 IX Direito ao território e à mobilidade 31 ao 33 X Direito à sustentabilidade e ao meio ambiente 34 ao 36 XI Direito à segurança pública e ao acesso à justiça 37 ao 38 Vamos a eles! 2.1 - Direito à Cidadania, à Participação Social e Política e à Representação Juvenil Esse grupo de direitos poderia ser resumido como o grupo dos direitos políticos do jovem, ou, em outras palavras, o grupo dos direitos do jovem ligados às suas possibilidades de influenciar o destino da sua comunidade, da sua cidade, da sua região ou do seu país. Aqui, fica estabelecido que o jovem tem direito à participação social e política seja na formulação, seja na execução ou seja na avaliação das políticas públicas voltadas para a juventude. Os direitos à cidadania, à participação social e política e à representação juvenil são promovidos por meio do que a lei chama de participação juvenil, o que, nos termos legais, se entende pelo(a): • Inclusão do jovem nos espaços públicos e comunitários a partir da sua concepção como pessoa ativa, livre, responsável e digna de ocupar uma posição central nos processos políticos e sociais; • Envolvimento ativo dos jovens em ações de políticas públicas que tenham por objetivo o próprio benefício, o de suas comunidades, cidades e regiões e o do País; • Participação individual e coletiva do jovem em ações que contemplem a defesa dos direitos da juventude ou de temas afetos aos jovens; e • Efetiva inclusão dos jovens nos espaços públicos de decisão com direito a voz e voto. Vejamos como a Lei n. 12.852/13 disciplina esse tema: Art. 4º O jovem tem direito à participação social e política e na formulação, execução e avaliação das políticas públicas de juventude. Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 13 101 Parágrafo único. Entende-se por participação juvenil: I - a inclusão do jovem nos espaços públicos e comunitários a partir da sua concepção como pessoa ativa, livre, responsável e digna de ocupar uma posição central nos processos políticos e sociais; II - o envolvimento ativo dos jovens em ações de políticas públicas que tenham por objetivo o próprio benefício, o de suas comunidades, cidades e regiões e o do País; III - a participação individual e coletiva do jovem em ações que contemplem a defesa dos direitos da juventude ou de temas afetos aos jovens; e IV - a efetiva inclusão dos jovens nos espaços públicos de decisão com direito a voz e voto. Esses direitos, contudo, não seriam efetivos se não existisse uma entidade, ou um conjunto de entidades, capaz de fazer a interlocução da juventude com o poder público. Essas entidades poderão ser associações, redes, movimentos e organizações juvenis, sendo dever do poder público incentivar a livre associação de jovens. Confiram: Art. 5º A interlocução da juventude com o poder público pode realizar-se por intermédio de associações, redes, movimentos e organizações juvenis. Parágrafo único. É dever do poder público incentivar a livre associação dos jovens. Por fim, a lei elenca as diretrizes da interlocução institucional juvenil, estabelecendo que deve ser definido um órgão governamental específico para a gestão das políticas públicas de juventude, bem como, deve ser incentivada a criação de conselhos de juventude em TODOS os entes da Federação (art. 6º). No parágrafo único do artigo em questão, a lei traz, ainda, mais uma distinção entre jovens e adolescentes de idade entre 15 (quinze) e 18 (dezoito) anos. Vale a pena dar uma lida: Art. 6º São diretrizes da interlocução institucional juvenil: I - a definição de órgão governamental específico para a gestão das políticas públicas de juventude; II - o incentivo à criação de conselhos de juventude em TODOS os entes da Federação. Parágrafo único. Sem prejuízo das atribuições do órgão governamental específico para a gestão das políticas públicas de juventude e dos conselhos de juventude com relação aos direitos previstos neste Estatuto, cabe ao órgão governamental de gestão e aos conselhos dos direitos da criança e do adolescente a interlocução institucional com adolescentes de idade entre 15 (quinze) e 18 (dezoito) anos. Vamos dar uma olhada em uma outra questão? Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 14 101 (UECE-CEV/Prefeitura de Sobral-CE - 2018) No Estatuto da Juventude (Lei nº 12.852, de 5 de agosto de 2013) estão previstas vias de interlocução da juventude com o poder público. Essas vias ou meios são: a) ouvidoria, conselhos comunitários, associações e audiências. b) conselhos de juventude, audiências, correspondência e rede socioassistencial. c) associações, redes, movimentos e organizações juvenis. d) comissões das casas legislativas, ouvidoria, movimentos juvenis e audiências. Comentários Como vimos acima, de acordo com o art. 5º, do Estatuto, a interlocução da juventude com o poder público pode realizar-se por intermédio de associações, redes, movimentos e organizações juvenis. O gabarito, portanto, é a alternativa C. 2.2 - Direito à Educação O direito à educação faz parte do rol de direitos quejá estavam previstos na Constituição Federal (art. 227, caput). Aqui o Estatuto aprofunda esse direito, trazendo concretude para o comando da Carta Maior. Segundo o Estatuto, o jovem terá direito não só à educação, mas a uma educação de qualidade, com a garantia de educação básica, obrigatória e gratuita, inclusive para aqueles que a ela não tiveram acesso na idade adequada. O Estatuto, ainda, se preocupa com a educação em situações específicas, como é o caso da educação dos jovens indígenas, dos jovens com surdez, dos jovens com deficiência de um modo geral e dos jovens do campo. Vejamos o art. 7º, da Lei: Art. 7º O jovem tem direito à educação de qualidade, com a garantia de educação básica, obrigatória e gratuita, inclusive para os que a ela não tiveram acesso na idade adequada. § 1º A educação básica será ministrada em língua portuguesa, assegurada aos jovens indígenas e de povos e comunidades tradicionais a utilização de suas línguas maternas e de processos próprios de aprendizagem. § 2º É dever do Estado oferecer aos jovens que não concluíram a educação básica programas na modalidade da educação de jovens e adultos, adaptados às necessidades e especificidades da juventude, inclusive no período noturno, ressalvada a legislação educacional específica. Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 15 101 § 3º São assegurados aos jovens com surdez o uso e o ensino da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, em TODAS as etapas e modalidades educacionais. § 4º É assegurada aos jovens com deficiência a inclusão no ensino regular em TODOS os níveis e modalidades educacionais, incluindo o atendimento educacional especializado, observada a acessibilidade a edificações, transportes, espaços, mobiliários, equipamentos, sistemas e meios de comunicação e assegurados os recursos de tecnologia assistiva e adaptações necessárias a cada pessoa. § 5º A Política Nacional de Educação no Campo contemplará a ampliação da oferta de educação para os jovens do campo, em TODOS os níveis e modalidades educacionais. No que se refere à educação superior, o Estatuto se preocupa em destacar o tema da inclusão e o das políticas afirmativas, além de estabelecer que o poder público deve promover programas de expansão da oferta de educação superior nas instituições públicas, de expansão do financiamento estudantil e de expansão das bolsas de estudos em instituições privadas, dentro da mesma ótica inclusiva (prevalência para jovens com deficiência, negros, indígenas e alunos oriundos da escola pública). Segundo o art. 8º, do Estatuto: Art. 8º O jovem tem direito à educação superior, em instituições públicas ou privadas, com variados graus de abrangência do saber ou especialização do conhecimento, observadas as regras de acesso de cada instituição. § 1º É assegurado aos jovens negros, indígenas e alunos oriundos da escola pública o acesso ao ensino superior nas instituições públicas por meio de políticas afirmativas, nos termos da lei. § 2º O poder público promoverá programas de expansão da oferta de educação superior nas instituições públicas, de financiamento estudantil e de bolsas de estudos nas instituições privadas, em especial para jovens com deficiência, negros, indígenas e alunos oriundos da escola pública. Já tendo falado sobre educação básica e educação superior, o Estatuto fecha as disposições específicas sobre educação falando sobre a educação profissional e tecnológica. Segundo o art. 9º, da Lei, a educação técnica deve ser articulada com os diferentes níveis e modalidades de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, sempre observando a legislação vigente. Art. 9º O jovem tem direito à educação profissional e tecnológica, articulada com os diferentes níveis e modalidades de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, observada a legislação vigente. Na parte mais geral, a lei ainda fala sobre a educação do jovem com deficiência, sobre o transporte escolar, sobre a garantia da participação do segmento juvenil nas instâncias deliberativas de gestão democrática das escolas e universidades e sobre acesso e permanência em escolas e universidades. Confiram: Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 16 101 Art. 10. É dever do Estado assegurar ao jovem com deficiência o atendimento educacional especializado gratuito, PREFERENCIALMENTE, na rede regular de ensino. Art. 11. O direito ao programa suplementar de transporte escolar de que trata o art. 4o da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, será PROGRESSIVAMENTE estendido ao jovem estudante do ensino fundamental, do ensino médio e da educação superior, no CAMPO e na CIDADE. § 1º (VETADO). § 2º (VETADO). Art. 12. É garantida a participação efetiva do segmento juvenil, RESPEITADA sua liberdade de organização, nos conselhos e instâncias deliberativas de gestão democrática das escolas e universidades. Art. 13. As escolas e as universidades DEVERÃO formular e implantar medidas de democratização do ACESSO e PERMANÊNCIA, inclusive programas de assistência estudantil, ação afirmativa e inclusão social para os jovens estudantes. 2.3 - Direito à Profissionalização, ao Trabalho e à Renda Os direitos à profissionalização, ao trabalho e à renda do jovem vêm disciplinados nos artigos 14 a 17 do Estatuto. Aqui, o destaque fica para as medidas que o Estatuto estabelece que o poder público deve adotar para efetivar esses direitos. Vamos dar uma lida nas disposições da lei para depois destacar os seus pontos principais: Art. 14. O jovem tem direito à profissionalização, ao trabalho e à renda, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança, adequadamente remunerado e com proteção social. Art. 15. A ação do poder público na efetivação do direito do jovem à profissionalização, ao trabalho e à renda contempla a adoção das seguintes medidas: I - promoção de formas coletivas de organização para o trabalho, de redes de economia solidária e da livre associação; II - oferta de condições especiais de jornada de trabalho por meio de: a) compatibilização entre os horários de trabalho e de estudo; b) oferta dos níveis, formas e modalidades de ensino em horários que permitam a compatibilização da frequência escolar com o trabalho regular; III - criação de linha de crédito especial destinada aos jovens EMPREENDEDORES; IV - atuação estatal PREVENTIVA e REPRESSIVA quanto à exploração e precarização do trabalho juvenil; Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 17 101 V - adoção de políticas públicas voltadas para a promoção do estágio, aprendizagem e trabalho para a juventude; VI - apoio ao jovem trabalhador rural na organização da produção da agricultura familiar e dos empreendimentos familiares rurais, por meio das seguintes ações: a) estímulo à produção e à diversificação de produtos; b) fomento à produção sustentável baseada na agroecologia, nas agroindústrias familiares, na integração entre lavoura, pecuária e floresta e no extrativismo sustentável; c) investimento em pesquisa de tecnologias apropriadas à agricultura familiar e aos empreendimentos familiares rurais; d) estímulo à comercialização direta da produção da agricultura familiar, aos empreendimentos familiares rurais e à formação de cooperativas; e) garantia de projetos de infraestrutura básica de acesso e escoamento de produção, priorizando a melhoria das estradas e do transporte; f) promoção de programasque favoreçam o acesso ao crédito, à terra e à assistência técnica rural; VII - apoio ao jovem trabalhador com deficiência, por meio das seguintes ações: a) estímulo à formação e à qualificação profissional em ambiente inclusivo; b) oferta de condições especiais de jornada de trabalho; c) estímulo à inserção no mercado de trabalho por meio da condição de aprendiz. Art. 16. O direito à profissionalização e à proteção no trabalho dos adolescentes com idade entre 15 (quinze) e 18 (dezoito) anos de idade será regido pelo disposto na Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, e em leis específicas, não se aplicando o previsto nesta Seção. Pontos de destaque: • Promoção de formas coletivas de organização redes de economia solidária e livre associação; • Condições especiais para conciliar trabalho e estudo (horário de trabalho compatível e oferta de ensino em horários que possibilitem o trabalho regular); • Linha de crédito especial para jovens EMPREENDEDORES; • Atuação PREVENTIVA e REPRESSIVA do Estado contra a precarização e a exploração do trabalho infantil; • Apoio ao jovem trabalhador rural (estímulo à produção e à diversificação; fomento à produção sustentável; investimento em pesquisa e tecnologia; estímulo à comercialização direta, aos Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 18 101 empreendimentos familiares e às cooperativas; garantia de infraestrutura básica priorizando a melhoria de estradas; acesso ao crédito, à terra e à assistência técnica rural); • Apoio ao jovem trabalhador com deficiência (estímulo à formação, qualificação, à inserção no mercado de trabalho e à oferta de condições especiais) • Aplicação do ECA aos jovens entre 15 e 18 anos 2.4 - Direito à Diversidade e à Igualdade Do mesmo modo, no que se refere aos direitos à diversidade e à igualdade, primeiro o Estatuto vem dizendo no que consistem esses direitos, para depois dar um comando ao poder público estabelecendo como efetivá- los. Vamos dar uma lida nas disposições dos arts. 17 e 18, para depois destacarmos os pontos principais: Art. 17. O jovem tem direito à diversidade e à igualdade de DIREITOS e de OPORTUNIDADES e não será discriminado por motivo de: I - etnia, raça, cor da pele, cultura, origem, idade e sexo; II - orientação sexual, idioma ou religião; III - opinião, deficiência e condição social ou econômica. Art. 18. A ação do poder público na efetivação do direito do jovem à diversidade e à igualdade contempla a adoção das seguintes medidas: I - adoção, nos âmbitos federal, estadual, municipal e do Distrito Federal, de programas governamentais destinados a assegurar a igualdade de direitos aos jovens de todas as raças e etnias, independentemente de sua origem, relativamente à educação, à profissionalização, ao trabalho e renda, à cultura, à saúde, à segurança, à cidadania e ao acesso à justiça; II - capacitação dos professores dos ensinos FUNDAMENTAL e MÉDIO para a aplicação das diretrizes curriculares nacionais no que se refere ao enfrentamento de todas as formas de discriminação; III - inclusão de temas sobre questões étnicas, raciais, de deficiência, de orientação sexual, de gênero e de violência doméstica e sexual praticada contra a mulher na formação dos profissionais de educação, de saúde e de segurança pública e dos operadores do direito; IV - observância das diretrizes curriculares para a educação indígena como forma de preservação dessa cultura; V - inclusão, nos conteúdos curriculares, de informações sobre a discriminação na sociedade brasileira e sobre o direito de todos os grupos e indivíduos a tratamento igualitário perante a lei; e VI - inclusão, nos conteúdos curriculares, de temas relacionados à sexualidade, respeitando a diversidade de valores e crenças. Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 19 101 Pontos de destaque: • O jovem tem direito à diversidade e à igualdade de DIREITOS e OPORTUNIDADES; • As medidas relativas à adoção de programas governamentais destinados a assegurar a igualdade de direitos aos jovens devem ser tomadas em todos os âmbitos da Federação (federal, estadual, municipal e distrital); • Capacitação dos professores dos ensinos FUNDAMENTAL e MÉDIO no que se refere ao enfrentamento de todas as formas de discriminação; • Observância das diretrizes curriculares para a educação indígena como forma de preservação dessa cultura. 2.5 - Direito à Saúde Seguindo o mesmo modelo, aqui, o Estatuto primeiro dispõe que o jovem tem direito à saúde, para, depois, determinar como esse direito será efetivado (apenas para destacar, diferentemente do que se refere aos capítulos anteriores, neste o legislador não fala em “medidas”, mas em “diretrizes”). Vejamos: Art. 19. O jovem tem direito à saúde e à qualidade de vida, considerando suas especificidades na dimensão da prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde de forma integral. Art. 20. A política pública de atenção à saúde do jovem será desenvolvida em consonância com as seguintes DIRETRIZES: I - acesso UNIVERSAL e GRATUITO ao Sistema Único de Saúde - SUS e a serviços de saúde humanizados e de qualidade, que respeitem as especificidades do jovem; II - atenção integral à saúde, com especial ênfase ao atendimento e à prevenção dos agravos mais prevalentes nos jovens; III - desenvolvimento de ações articuladas entre os serviços de saúde e os estabelecimentos de ensino, a sociedade e a família, com vistas à prevenção de agravos; IV - garantia da inclusão de temas relativos ao consumo de álcool, tabaco e outras drogas, à saúde sexual e reprodutiva, com enfoque de gênero e dos direitos sexuais e reprodutivos nos projetos pedagógicos dos diversos níveis de ensino; V - reconhecimento do impacto da gravidez PLANEJADA OU NÃO, sob os aspectos médico, psicológico, social e econômico; VI - capacitação dos profissionais de saúde, em uma perspectiva multiprofissional, para lidar com temas relativos à saúde sexual e reprodutiva dos jovens, inclusive com deficiência, e ao abuso de álcool, tabaco e outras drogas pelos jovens; VII - habilitação dos professores e profissionais de saúde e de assistência social para a identificação dos problemas relacionados ao uso abusivo e à dependência de álcool, tabaco e outras drogas e o devido encaminhamento aos serviços assistenciais e de saúde; Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 20 101 VIII - valorização das parcerias com instituições da sociedade civil na abordagem das questões de prevenção, tratamento e reinserção social dos usuários e dependentes de álcool, tabaco e outras drogas; IX - proibição de propagandas de bebidas contendo QUALQUER teor alcoólico com a participação de pessoa com menos de 18 (dezoito) anos de idade; X - veiculação de campanhas educativas relativas ao álcool, ao tabaco e a outras drogas como causadores de dependência; e XI - articulação das instâncias de saúde e justiça na prevenção do uso e abuso de álcool, tabaco e outras drogas, INCLUSIVE ESTERÓIDES ANABOLIZANTES e, ESPECIALMENTE, crack. Pontos de destaque: • O direito à saúde deve ser considerado em suas várias dimensões: prevenção, promoção, proteção e recuperação; • O acesso universal e gratuito ao SUS deve respeitar as especificidades do jovem; • Garantia da inclusão de temas relativos ao consumo de álcool, tabaco e outras drogas, à saúde sexual e reprodutiva, comenfoque de gênero e dos direitos sexuais e reprodutivos nos projetos pedagógicos dos diversos níveis de ensino; • Impacto da gravidez PLANEJADA ou NÃO (lembrando que a Lei n. 13.798, de 2019, introduziu no ECA o art. 8º-A instituindo a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência); • Proibição de propagandas de bebidas contendo QUALQUER teor alcoólico com a participação de pessoa com menos de 18 (dezoito) anos de idade; • Articulação das instâncias de saúde e justiça na prevenção do uso e abuso de álcool, tabaco e outras drogas, INCLUSIVE ESTEROIDES ANABOLIZANTES e, ESPECIALMENTE, CRACK. 2.6 - Direito à Cultura No que se refere ao direito à cultura, o Estatuto primeiro estabelece esse direito, depois, aponta as competências do poder público e, por fim, se aprofunda na questão do acesso a salas de cinema, cineclubes, teatros, espetáculos musicais e circenses, eventos educativos, esportivos, de lazer e entretenimento mediante pagamento da metade do preço do ingresso cobrado (o que inclui normas específicas sobre a CIE – Carteira de Identificação Estudantil – e questões orçamentárias e tributárias). Vejamos, primeiro os artigos 21 e 22, depois os artigos 23 e seguintes: Art. 21. O jovem tem direito à cultura, incluindo a livre criação, o acesso aos bens e serviços culturais e a participação nas decisões de política cultural, à identidade e diversidade cultural e à memória social. Art. 22. Na consecução dos direitos culturais da juventude, compete ao poder público: I - garantir ao jovem a participação no processo de produção, reelaboração e fruição dos bens culturais; Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 21 101 II - propiciar ao jovem o acesso aos locais e eventos culturais, mediante preços reduzidos, em âmbito NACIONAL; III - incentivar os movimentos de jovens a desenvolver atividades artístico-culturais e ações voltadas à preservação do patrimônio histórico; IV - valorizar a capacidade criativa do jovem, mediante o desenvolvimento de programas e projetos culturais; V - propiciar ao jovem o conhecimento da diversidade cultural, regional e étnica do País; VI - promover programas educativos e culturais voltados para a problemática do jovem nas emissoras de rádio e televisão e nos demais meios de comunicação de massa; VII - promover a inclusão digital dos jovens, por meio do acesso às novas tecnologias da informação e comunicação; VIII - assegurar ao jovem do campo o direito à produção e à fruição cultural e aos equipamentos públicos que valorizem a CULTURA CAMPONESA; e IX - garantir ao jovem com deficiência ACESSIBILIDADE e ADAPTAÇÕES RAZOÁVEIS. Parágrafo único. A aplicação dos incisos I, III e VIII do caput deve observar a legislação específica sobre o direito à profissionalização e à proteção no trabalho dos adolescentes. Pontos de destaque: • O acesso do jovem aos locais e eventos culturais, mediante preços reduzidos, deve ser proporcionado em âmbito NACIONAL; • O Estatuto fala na expressão “CULTURA CAMPONESA”, ao se referir ao jovem do campo; • Ao jovem com deficiência deve ser garantida a ACESSIBILIDADE e as ADAPTAÇÕES RAZOÁVEIS; Lembrando: segundo a Lei n. 13.146/15 (Estatuto da Pessoa com Deficiência): Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se: I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida; (...) VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 22 101 assegurar que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais; Arts. 23, 24 e 25: Art. 23. É assegurado aos jovens de até 29 (vinte e nove) anos pertencentes a famílias de baixa renda e aos estudantes, na forma do regulamento, o acesso a salas de cinema, cineclubes, teatros, espetáculos musicais e circenses, eventos educativos, esportivos, de lazer e entretenimento, em TODO o território nacional, promovidos por QUAISQUER entidades e realizados em estabelecimentos PÚBLICOS ou PARTICULARES, mediante pagamento da METADE do preço do ingresso cobrado do público em geral. § 1º Terão direito ao benefício previsto no caput os estudantes regularmente matriculados nos níveis e modalidades de educação e ensino previstos no Título V da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que comprovem sua condição de discente, mediante apresentação, no MOMENTO da AQUISIÇÃO do ingresso E na PORTARIA do local de realização do evento, da Carteira de Identificação Estudantil - CIE. § 2º A CIE será expedida PREFERENCIALMENTE pela Associação Nacional de Pós-Graduandos, pela União Nacional dos Estudantes, pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e por entidades estudantis estaduais e municipais a elas filiadas. § 3º É garantida a gratuidade na expedição da CIE para estudantes pertencentes a famílias de baixa renda, nos termos do regulamento. § 4º As entidades mencionadas no § 2o deste artigo deverão tornar disponível, para eventuais consultas pelo poder público e pelos estabelecimentos referidos no caput, banco de dados com o nome e o número de registro dos estudantes portadores da Carteira de Identificação Estudantil, expedida nos termos do § 3o deste artigo. § 5º A CIE terá validade até o dia 31 de março do ano subsequente à data de sua expedição. § 6º As entidades mencionadas no § 2o deste artigo são obrigadas a manter o documento comprobatório do vínculo do aluno com o estabelecimento escolar, pelo mesmo prazo de validade da respectiva Carteira de Identificação Estudantil. § 7º Caberá aos órgãos públicos competentes federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal a fiscalização do cumprimento do disposto neste artigo e a aplicação das sanções cabíveis, nos termos do regulamento. § 8º Os benefícios previstos neste artigo NÃO incidirão sobre os eventos esportivos de que tratam as Leis nos 12.663, de 5 de junho de 2012, e 12.780, de 9 de janeiro de 2013. § 9º Considera-se de baixa renda, para os fins do disposto no caput, a família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - CadÚnico cuja renda mensal seja de até 2 (dois) salários mínimos. Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 23 101 § 10. A concessão do benefício da meia-entrada de que trata o caput é limitada a 40% (quarenta por cento) do total de ingressos disponíveis para cada evento. Art. 24. O poder público destinará, no âmbito dos respectivos orçamentos, recursos financeiros para o fomento dos projetos culturais destinados aos jovens e por eles produzidos. Art. 25. Na destinação dos recursos do Fundo Nacional da Cultura - FNC, de que trata a Lei no 8.313, de 23 de dezembro de 1991, serão consideradas as necessidades específicas dos jovens em relação à ampliação do acesso à cultura e à melhoria das condições parao exercício do protagonismo no campo da produção cultural. Parágrafo único. As pessoas físicas ou jurídicas poderão optar pela aplicação de parcelas do imposto sobre a renda a título de doações ou patrocínios, de que trata a Lei no 8.313, de 23 de dezembro de 1991, no apoio a projetos culturais apresentados por entidades juvenis legalmente constituídas há, pelo menos, 1 (um) ano. Pontos de destaque: • Requisitos para a fruição do benefício do pagamento de METADE do preço do ingresso para o acesso a eventos culturais: • Ser jovem (até 29 anos) • Pertencer a família de baixa renda OU ser estudante, na forma do regulamento • Abrangência do acesso: TODO o território nacional; • Acesso a quê? Salas de cinema, cineclubes, teatros, espetáculos musicais e circenses, eventos educativos, esportivos, de lazer e de entretenimento promovidos por QUAISQUER entidades e realizados em estabelecimentos PÚBLICOS ou PARTICULARES; • Quem é estudante? Aquele regularmente matriculado nos níveis e modalidades de educação e ensino previstos no Título V da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; • Como se comprova a condição de estudante? Mediante apresentação da Carteira de Identificação Estudantil – CIE; • Em que momento se apresenta a CIE? No MOMENTO da AQUISIÇÃO do ingresso E na PORTARIA do local de realização do evento; • Quem pode expedir a CIE? A CIE será expedida PREFERENCIALMENTE pela Associação Nacional de Pós-Graduandos, pela União Nacional dos Estudantes, pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e por entidades estudantis estaduais e municipais a elas filiadas; • Qual é a validade da CIE? A CIE terá validade até o dia 31 de março do ano subsequente à data de sua expedição; • Quem pode fiscalizar e aplicar sanções? Todos os entes federados; • Existem hipóteses em que não se aplica o benefício? Sim (pelo menos, havia). Os benefícios previstos neste artigo NÃO incidiram sobre os eventos esportivos de que tratavam as Leis nos 12.663, de 5 de junho de 2012, e 12.780, de 9 de janeiro de 2013. Foram eles: • Copa das Confederações FIFA 2013; • Copa do Mundo FIFA 2014; • Jornada Mundial da Juventude 2013; • Jogos Olímpicos de 2016; Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 24 101 • Jogos Paraolímpicos de 2016; • Baixa renda: “Considera-se de baixa renda, para os fins do disposto no caput, a família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - CadÚnico cuja renda mensal seja de até 2 (dois) salários mínimos” • Existe algum limite global para a concessão do benefício? Sim, 40% (quarenta por cento) do número total de ingressos disponíveis para cada evento; • Aplicação de parcela do IR (imposto de renda): As pessoas físicas ou jurídicas poderão optar pela aplicação de parcelas do imposto sobre a renda a título de doações ou patrocínios, de que trata a Lei no 8.313, de 23 de dezembro de 1991, no apoio a projetos culturais apresentados por entidades juvenis legalmente constituídas há, pelo menos, 1 (um) ano. Seguindo! 2.7 - Direito à Comunicação e à Liberdade de Expressão Nos mesmos moldes do que vem sendo apresentado sobre o Estatuto, até agora, a Lei, ao tratar do direito à comunicação e à liberdade de expressão, primeiro estabelece o direito, para, depois, trazer as medidas que devem ser tomadas pelo poder público para concretizá-lo. Aqui não há pontos de destaque. A redação da lei é bem simples e vai direto ao ponto. Minha sugestão é de que vocês deem apenas uma lida atenta nos dispositivos. Confiram: Art. 26. O jovem tem direito à comunicação e à livre expressão, à produção de conteúdo, individual e colaborativo, e ao acesso às tecnologias de informação e comunicação. Art. 27. A ação do poder público na efetivação do direito do jovem à comunicação e à liberdade de expressão contempla a adoção das seguintes medidas: I - incentivar programas educativos e culturais voltados para os jovens nas emissoras de rádio e televisão e nos demais meios de comunicação de massa; II - promover a inclusão digital dos jovens, por meio do acesso às novas tecnologias de informação e comunicação; III - promover as redes e plataformas de comunicação dos jovens, considerando a acessibilidade para os jovens com deficiência; IV - incentivar a criação e manutenção de equipamentos públicos voltados para a promoção do direito do jovem à comunicação; e V - garantir a acessibilidade à comunicação por meio de tecnologias assistivas e adaptações razoáveis para os jovens com deficiência. 2.8 - Direito ao Desporto e ao Lazer Na mesma toada, O Estatuto trata sobre o direito ao esporte e ao lazer. Vejamos o que dispõem os arts 28, 29 e 30 para, depois, destacarmos os pontos mais relevantes: Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 25 101 Art. 28. O jovem tem direito à prática desportiva destinada a seu pleno desenvolvimento, com PRIORIDADE para o desporto de PARTICIPAÇÃO. Parágrafo único. O direito à prática desportiva dos ADOLESCENTES deverá considerar sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Art. 29. A política pública de desporto e lazer destinada ao jovem deverá considerar: I - a realização de diagnóstico e estudos estatísticos oficiais acerca da educação física e dos desportos e dos equipamentos de lazer no Brasil; II - a adoção de lei de incentivo fiscal para o esporte, com critérios que priorizem a juventude e promovam a equidade; III - a VALORIZAÇÃO do desporto e do paradesporto EDUCACIONAL; IV - a oferta de equipamentos comunitários que permitam a prática desportiva, cultural e de lazer. Art. 30. TODAS as escolas deverão buscar pelo menos UM local apropriado para a prática de atividades POLIESPORTIVAS. Pontos de destaque: • Segundo a Lei de Incentivo ao Esporte (Lei n. 11.438/06), três são as principais modalidades de desporto para o poder público (art. 2º): (i) o desporto educacional; (ii) o desporto de participação; e (iii) o desporto de rendimento; • Para o Estatuto da Juventude, o jovem tem direito à prática desportiva destinada a seu pleno desenvolvimento, com PRIORIDADE para o desporto de PARTICIPAÇÃO; • E o que é desporto de participação? O desporto de participação é aquele que compreende as modalidades esportivas praticadas com a finalidade de contribuir para a integração dos praticantes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e educação e na preservação do meio ambiente; • O direito à prática desportiva dos ADOLESCENTES (e NÃO dos jovens) deverá considerar sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento; • Enquanto o desporto de participação deve ser a prioridade, deve ser VALORIZADO o desporto e o paradesporto EDUCACIONAL; • TODAS as escolas deverão buscar pelo menos UM local apropriado para a prática de atividades POLIESPORTIVAS. 2.9 - Direito ao Território e à Mobilidade O Estatuto da Juventude, como já dito, sofreu uma forte influência dos movimentos de 2013. E a previsão de direitos ao território e à mobilidade são decorrência disso. Expressões como “passe livre”, “catraca livre”, “não são só R$ 0,20 centavos”, estão todas ligadas, de alguma forma, à insatisfação do grupo “jovens” com a mobilidade, de um modo geral. Vejamos o que o legislador previu em decorrência disso: Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 26 101 Art. 31. O jovem tem direito ao território e à mobilidade, incluindoa promoção de políticas públicas de moradia, circulação e equipamentos públicos, no campo e na cidade. Parágrafo único. Ao jovem com deficiência devem ser garantidas a acessibilidade e as adaptações necessárias. Art. 32. No sistema de transporte coletivo INTERESTADUAL, observar-se-á, nos termos da legislação específica: (Regulamento) (Vigência) I - a reserva de 2 (DUAS) vagas GRATUITAS por veículo para jovens de baixa renda; II - a reserva de 2 (DUAS) vagas por veículo com DESCONTO de 50% (cinquenta por cento), no MÍNIMO, no valor das passagens, para os jovens de baixa renda, a serem utilizadas após esgotadas as vagas previstas no inciso I. Parágrafo único. Os procedimentos e os critérios para o exercício dos direitos previstos nos incisos I e II serão definidos em regulamento. Art. 33. A União envidará esforços, em articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, para promover a oferta de transporte público subsidiado para os jovens, com prioridade para os jovens em situação de pobreza e vulnerabilidade, na forma do regulamento. Pontos de destaque: • O art. 31 fala expressamente em “campo” e “cidade”; • No art. 31, parágrafo único, fala-se em “adaptações necessárias”. Esse não é um termo técnico definido pela Lei n. 13.146/15, mas pode ser entendido como “adaptações razoáveis” (cuidado com questões que cobrem a literalidade da Lei); • O art. 32 fala em transporte INTERESTADUAL; • Originalmente o artigo previa meia-passagem (desconto de 50%) em transporte interestadual para todos os estudantes com até 29 anos, independentemente da finalidade da viagem. Mas esse dispositivo foi vetado pelo Chefe do Executivo e no seu lugar veio a disposição do art. 32; • Em primeiro lugar, reservam-se 02 (DUAS) vagas GRATUITAS por veículo para jovens de baixa renda; • Em segundo lugar (esgotadas as 02 vagas gratuitas), reservam-se mais 02 (DUAS) vagas por veículo, com DESCONTO de 50%, no MÍNIMO, também para jovens de baixa de renda; • Os critérios para o exercício desses direitos serão definidos em regulamento; 2.10 - Direito à Sustentabilidade e ao Meio Ambiente O Estatuto trata, também, do direito à sustentabilidade e ao meio ambiente (arts. 35 e 36). O destaque, aqui, fica por conta de o art. 34 trazer o único dever que o Estatuto estabelece para o jovem, o dever de defender e preservar o meio ambiente. Vejamos: Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 27 101 Art. 34. O jovem tem direito à sustentabilidade e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida, e o DEVER de defendê-lo e preservá-lo para a presente e as futuras gerações. Art. 35. O Estado promoverá, em TODOS os níveis de ensino, a educação ambiental voltada para a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade, de acordo com a Política Nacional do Meio Ambiente. Art. 36. Na elaboração, na execução e na avaliação de políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, o poder público deverá considerar: I - o estímulo e o fortalecimento de organizações, movimentos, redes e outros coletivos de juventude que atuem no âmbito das questões ambientais e em prol do desenvolvimento sustentável; II - o incentivo à participação dos jovens na elaboração das políticas públicas de meio ambiente; III - a criação de programas de educação ambiental destinados aos jovens; e IV - o incentivo à participação dos jovens em projetos de geração de trabalho e renda que visem ao desenvolvimento sustentável nos âmbitos rural e urbano. Parágrafo único. A aplicação do disposto no inciso IV do caput deve observar a legislação específica sobre o direito à profissionalização e à proteção no trabalho dos adolescentes. Pontos de destaque: • O jovem tem o DEVER de defender e preservar o meio ambiente para a presente e as futuras gerações (único dever que o Estatuto estabelece para o jovem); • O Estado promoverá, em TODOS os níveis de ensino, a educação ambiental voltada para a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade, de acordo com a Política Nacional do Meio Ambiente 2.11 - Direito à Segurança Pública e ao Acesso à Justiça Pondo fim ao extenso rol de direitos dos jovens, o Estatuto aborda o direito à segurança pública e ao acesso à Justiça. Seguindo os moldes do que foi exposto até o presente, o legislador primeiro estabelece o direito e, depois, traz as obrigações do poder público (aqui chamadas de diretrizes). Vamos à lei e aos destaques: Art. 37. Todos os jovens têm direito de viver em um ambiente seguro, sem violência, com garantia da sua incolumidade física e mental, sendo-lhes asseguradas a igualdade de oportunidades e facilidades para seu aperfeiçoamento intelectual, cultural e social. Art. 38. As políticas de segurança pública voltadas para os jovens deverão articular ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e ações não governamentais, tendo por diretrizes: Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 28 101 I - a integração com as demais políticas voltadas à juventude; II - a prevenção e enfrentamento da violência; III - a promoção de estudos e pesquisas e a obtenção de estatísticas e informações relevantes para subsidiar as ações de segurança pública e permitir a avaliação periódica dos impactos das políticas públicas quanto às causas, às consequências e à frequência da violência contra os jovens; IV - a priorização de ações voltadas para os jovens em situação de risco, vulnerabilidade social e egressos do sistema penitenciário nacional; V - a promoção do acesso efetivo dos jovens à Defensoria Pública, considerando as especificidades da condição juvenil; e VI - a promoção do efetivo acesso dos jovens com deficiência à justiça em igualdade de condições com as demais pessoas, inclusive mediante a provisão de adaptações processuais adequadas a sua idade. Pontos de destaque: 1) A lei fala em União, Estados, Distrito Federal, Municípios e ações não governamentais; 2) O art. 38 estabelece uma prioridade para as ações voltadas para os jovens em situação de risco, de vulnerabilidade social e egressos do sistema penitenciário; 3) No que se refere ao jovem com deficiência, a lei fala em promoção do efetivo acesso dos jovens com deficiência à justiça em igualdade de condições com as demais pessoas, inclusive mediante a provisão de adaptações processuais adequadas a sua idade. Vamos ver como isso já foi cobrado em provas? (VUNESP - 2014) As políticas de segurança pública voltadas para os jovens e estabelecidas pelo Estatuto da Juventude terão, entre outras diretrizes, a seguinte: a) reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para jovens de baixa renda. b) promoção do efetivo acesso dos jovens à Defensoria Pública. c) adoção de lei de incentivo fiscal para o esporte. d) educação ambiental voltada para a preservação do meio ambiente. Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 29 101 c) criação de Delegacias Especiais para Jovens Cidadãos. Comentários Essa foi uma questão um tanto infeliz. O examinador tenta confundir o candidato trazendo dispositivos do Estatuto que não se enquadram no capítulo que trata sobre o direito à segurança. Além disso, a banca omite que o direito à segurança é tratado no mesmo capítulo em que o direito de acesso à justiça. Isso faz com que seja difícil de reconhecer a alternativa B como o gabarito da questão. Masno final, o que o examinador quer é saber qual dessas diretrizes está prevista no art. 38 do Estatuto. Enfim, a resposta é a promoção do efetivo acesso dos jovens à Defensoria Pública, conforme art. 38, V. SISTEMA NACIONAL DE JUVENTUDE 1 - SISTEMA NACIONAL DE JUVENTUDE - SINAJUVE Nessa segunda parte da Lei, o que o Estatuto faz é, em primeiro lugar, estabelecer o Sistema Nacional de Juventude – SINAJUVE, em segundo, estabelecer quais são as competências dos entes federados no que se refere a esse Sistema e, em terceiro, estabelecer os conselhos da juventude, seus objetivos e atribuições. Como apontamos no início da aula, essa é uma parte menos importante da lei, porque tende a ser menos cobrada em provas. Mas vale a pena uma lida nos dispositivos, com atenção para os destaques. Vejamos: Art. 39. É instituído o Sistema Nacional de Juventude - SINAJUVE, cujos composição, organização, competência e funcionamento serão definidos em regulamento. Art. 40. O financiamento das ações e atividades realizadas no âmbito do Sinajuve será definido em regulamento. 2 - COMPETÊNCIAS As competências são divididas entre a União, os Estados e os Municípios. O Distrito Federal acaba acumulando as competências desses dois últimos (art. 44). Confiram, primeiro, as competências da União: Art. 41. Compete à União: I - formular e coordenar a execução da Política Nacional de Juventude; II - coordenar e manter o Sinajuve; III - estabelecer diretrizes sobre a organização e o funcionamento do Sinajuve; Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 30 101 IV - elaborar o Plano Nacional de Políticas de Juventude, em parceria com os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e a sociedade, em especial a juventude; V - convocar e realizar, em conjunto com o Conselho Nacional de Juventude, as Conferências Nacionais de Juventude, com intervalo MÁXIMO de 4 (quatro) anos; VI - prestar assistência técnica e suplementação financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de juventude; VII - contribuir para a qualificação e ação em rede do Sinajuve em todos os entes da Federação; VIII - financiar, com os demais entes federados, a execução das políticas públicas de juventude; IX - estabelecer formas de colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios para a execução das políticas públicas de juventude; e X - garantir a publicidade de informações sobre repasses de recursos para financiamento das políticas públicas de juventude aos conselhos e gestores estaduais, do Distrito Federal e municipais. Pontos de destaque: • As competências da União se situam em um nível mais estratégico (“coordenar”, “estabelecer diretrizes”, “prestar assistência”, etc.); • Fala-se também em “Plano Nacional”, “Conselho Nacional”, “Conferências Nacionais”, “todos os entes da Federação”, que são expressões que remetem à União; • O intervalo MÁXIMO entre as Conferências Nacionais de Juventude é de 04 (QUATRO) anos. Competências dos Estados: Art. 42. Compete aos Estados: I - coordenar, em âmbito estadual, o Sinajuve; II - elaborar os respectivos planos estaduais de juventude, em conformidade com o Plano Nacional, com a participação da sociedade, em especial da juventude; III - criar, desenvolver e manter programas, ações e projetos para a execução das políticas públicas de juventude; IV - convocar e realizar, em conjunto com o Conselho Estadual de Juventude, as Conferências Estaduais de Juventude, com intervalo MÁXIMO de 4 (quatro) anos; V - editar normas complementares para a organização e o funcionamento do Sinajuve, em âmbito estadual e municipal; Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 31 101 VI - estabelecer com a União e os Municípios formas de colaboração para a execução das políticas públicas de juventude; e VII - cofinanciar, com os demais entes federados, a execução de programas, ações e projetos das políticas públicas de juventude. Parágrafo único. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à população jovem do País. Pontos de destaque: • São utilizadas expressões como “âmbito estadual”, “planos estaduais”, “Conselho Estadual” e “Conferências Estaduais”, o que remete aos Estados; • Destaque para as normas complementares para a organização e o funcionamento do Sinajuve, que devem ser editadas pelos estados abrangendo o âmbito ESTADUAL e MUNICIPAL; • O intervalo MÁXIMO entre as Conferências Estaduais de Juventude é de 04 (QUATRO) anos; • Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à população jovem do País. Competências dos Municípios: Art. 43. Compete aos Municípios: I - coordenar, em âmbito municipal, o Sinajuve; II - elaborar os respectivos planos municipais de juventude, em conformidade com os respectivos Planos Nacional e Estadual, com a participação da sociedade, em especial da juventude; III - criar, desenvolver e manter programas, ações e projetos para a execução das políticas públicas de juventude; IV - convocar e realizar, em conjunto com o Conselho Municipal de Juventude, as Conferências Municipais de Juventude, com intervalo máximo de 4 (quatro) anos; V - editar normas complementares para a organização e funcionamento do Sinajuve, em âmbito municipal; VI - cofinanciar, com os demais entes federados, a execução de programas, ações e projetos das políticas públicas de juventude; e VII - estabelecer mecanismos de cooperação com os Estados e a União para a execução das políticas públicas de juventude. Parágrafo único. Para garantir a articulação federativa com vistas ao efetivo cumprimento das políticas públicas de juventude, os Municípios podem instituir os consórcios de que trata a Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005, ou qualquer outro instrumento jurídico adequado, como forma de compartilhar responsabilidades. Ricardo Torques Aula 06 - Somente em PDF D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 32 101 Pontos de destaque: • Uso de expressões como “âmbito municipal”, “plano municipal”, etc.; • Compete ao Município, também, editar normas complementares para a organização e funcionamento do Sinajuve, em âmbito MUNICIPAL; • O intervalo MÁXIMO entre as Conferências Municipais de Juventude é de 04 (QUATRO) anos; • Para garantir a articulação federativa com vistas ao efetivo cumprimento das políticas públicas de juventude, os Municípios podem instituir os consórcios de que trata a Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005, ou qualquer outro instrumento jurídico adequado, como forma de compartilhar responsabilidades. Competências do Distrito Federal: Art. 44. As competências dos Estados e Municípios são atribuídas, cumulativamente, ao Distrito Federal. 3 - CONSELHOS DE JUVENTUDE Como dito, nesta parte final, o Estatuto trata dos Conselhos de Juventude. Do mesmo modo como fizemos com as competências, vamos dar uma lida nos dispositivos legais para depois elencar os pontos principais para a sua prova. Primeiro vamos ver os objetivos desses Conselhos. Depois veremos as suas atribuições. Vamos lá: Art. 45. Os conselhos de juventude são órgãos PERMANENTES e AUTÔNOMOS, NÃO JURISDICIONAIS, encarregados de tratar das políticas públicas de juventude e da garantia do exercício dos direitos do jovem, com os seguintes OBJETIVOS: I - auxiliar na elaboração de políticas públicas de juventude que promovam o amplo exercício dos direitos dos jovens estabelecidos nesta Lei; II - utilizar
Compartilhar