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Aula 08 - Carreira Jurídica

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Aula 08 - Somente em
PDF
D. da Criança e do Adolescente p/
Carreira Jurídica 2021 (Curso
Regular)-Prof. Ricardo Torques
Autor:
Ricardo Torques
Aula 08 - Somente em PDF
31 de Março de 2021
37171323005 - Júnior Souza Ferreira
 
Sumário 
Considerações Inicias ......................................................................................................................................... 3 
Política Nacional de Assistência Social – Resolução 145/2004 .......................................................................... 3 
Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais – Resolução 109/2009 .................................................... 4 
Resolução Conjunta CNAS/CONANDA 1/2009 ................................................................................................... 5 
1 - Introdução ................................................................................................................................................. 6 
2 - Histórico e Princípios ................................................................................................................................. 7 
3 - Parâmetros de funcionamento ............................................................................................................... 11 
Resolução Conjunta CNAS/CONANDA 1/2017 ................................................................................................. 15 
Resolução Conjunta CONANDA/CONADE 01/2018 ......................................................................................... 21 
Resoluções do CONANDA ................................................................................................................................ 27 
Resolução CONANDA 170/2014 ....................................................................................................................... 29 
1 - Regras Gerais .......................................................................................................................................... 29 
2 - Da Criação e da Manutenção dos Conselhos Tutelares .......................................................................... 29 
3 - Do Processo de Escolha dos Membros do Conselho Tutelar ................................................................... 32 
4 - Da função, da qualificação, dos direitos, dos deveres e das vedações dos membros do Conselho Tutelar
 ...................................................................................................................................................................... 40 
5 - Do processo de cassação e vacância do mandato .................................................................................. 42 
6 - Do Funcionamento do Conselho Tutelar ................................................................................................. 44 
7 - Da autonomia do conselho tutelar e sua articulação com os demais órgãos na garantia dos direitos da 
criança e do adolescente .............................................................................................................................. 46 
8 - Dos princípios e cautelas a serem observados no atendimento pelo conselho tutelar .......................... 48 
9 - Das disposições finais .............................................................................................................................. 52 
Resolução CONANDA 177/2015 ....................................................................................................................... 53 
Resolução CONANDA 180/2016 ....................................................................................................................... 55 
Ricardo Torques
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Resolução CONANDA 105/2005 ....................................................................................................................... 56 
1 - Regras Gerais .......................................................................................................................................... 56 
2 - Representantes do Conselho ................................................................................................................... 57 
3 - Registro das Entidades Não Governamentais ......................................................................................... 59 
Resolução CONANDA 113/2006 ....................................................................................................................... 61 
1 - Regras Gerais .......................................................................................................................................... 61 
2 - Defesa dos Direitos Humanos ................................................................................................................. 62 
3 - Promoção dos Direitos Humanos ............................................................................................................ 63 
4 - Controle da Efetivação dos Direitos Humanos ........................................................................................ 64 
Resolução Conanda nº 137/2010..................................................................................................................... 64 
1 - Regras Gerais .......................................................................................................................................... 64 
2 - Fontes de Receitas e Normas para as Contribuições .............................................................................. 66 
3 - Controle e da Fiscalização ....................................................................................................................... 67 
Resolução CONANDA 160/2013 ....................................................................................................................... 67 
Resolução CONANDA 139/2010 ....................................................................................................................... 68 
Considerações Finais ........................................................................................................................................ 71 
Questões Comentadas ..................................................................................................................................... 71 
Lista de Questões ............................................................................................................................................. 77 
Gabarito............................................................................................................................................................ 80 
 
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==1bd45a==
 
 
 
 
 
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RESOLUÇÕES CNAS E CONANDA 
CONSIDERAÇÕES INICIAS 
Na aula de hoje estudaremos os seguintes pontos: 
Resoluções CNAS: 145, 109, 1-2009, 1-2017 e 1-2018 
Resoluções do CONANDA: 170, 177, 180, 105, 113, 137, 160, 139 
OBS.: será uma aula singela, pois temos poucas questões sobre estes assuntos. 
Bons estudos a todos! 
POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – RESOLUÇÃO 
145/2004 
Neste tópico vamos analisar a Resolução do Conselho Nacional de Assistência Social nº 145/2004, que aprova 
a Política Nacional de Assistência Social. A Resolução, em si, traz tão somente a aprovação da referida política 
em um ato normativo que contem 5 artigos, os quais nem sequer vamos citá-lo porque sem qualquer 
relevância para fins de prova. O que realmente importa para fins do nosso estudo é o “Anexo I”, que institui 
a Polícia. 
Esse documento pode ser acessado abertamente no site do Ministériodo Desenvolvimento Social 
(https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/PNAS2004.pdf) e 
contém praticamente 200 páginas. Do mesmo modo, não há sentido, para fins da nossa pretensão, analisá-
lo por inteiro, até porque trata-se de tema que não repercute em provas de concurso. Diante disso, vamos 
destacar, em pontos, alguns aspectos relevantes deste documento: 
 A PNAS busca incorporar as demandas presentes na sociedade brasileira no que tange à 
responsabilidade política, objetivando tornar claras suas diretrizes na efetivação da assistência social 
como direito de cidadania e responsabilidade do Estado. 
 A PNAS pauta-se no pacto federativo, no qual devem ser detalhadas as atribuições e competências 
dos três níveis de governo na provisão das ações socioassistenciais. 
 A PNAS permitiu o desenvolvimento de formas inovadoras e criativas na sua implementação, 
gestão, monitoramento, avaliação e informação. 
 A PNAS traz sua marca no reconhecimento de que para além das demandas setoriais e 
segmentadas, o chão onde se encontram e se movimentam setores e segmentos faz diferença no 
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manejo da própria política, significando considerar as desigualdades socioterritoriais na sua 
configuração. 
 A PNAS busca a constituição da rede de serviços que cabe à assistência social prover, com vistas a 
conferir maior eficiência, eficácia e efetividade em sua atuação específica e na atuação intersetorial. 
 A PNAS implica na participação popular, na autonomia da gestão municipal, potencializando a 
divisão de responsabilidades e no co-financiamento entre as esferas de governo e a sociedade civil. 
 A PNAS ressalta o campo da informação, monitoramento e avaliação, salientando que as novas 
tecnologias da informação e a ampliação das possibilidades de comunicação contemporânea têm um 
significado, um sentido técnico e político, podendo e devendo ser consideradas como veios 
estratégicos para uma melhor atuação no tocante às políticas sociais e a nova concepção do uso da 
informação, do monitoramento e da avaliação no campo da política de assistência social. 
Esses são os aspectos centrais da PNAS. 
TIPIFICAÇÃO NACIONAL DOS SERVIÇOS 
SOCIOASSISTENCIAIS – RESOLUÇÃO 109/2009 
A Resolução nº 109/09 do Conselho Nacional de Assistência Social, traz a tipificação nacional dos serviços 
socioassistenciais, que tem por finalidade estabelecer os níveis de complexidade do SUAS. 
 
níveis de 
complexidade
Proteção 
Social Básica
Proteção 
Social Especial 
de Média 
Complexidade
Proteção 
Social de Alta 
Complexidade
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A pretensão é estabelecer, diante das dificuldades de implementação plena do PNAS, linhas prioritárias de 
atuação, a começar pela proteção social básica até a de complexidade alta. 
A partir dessas definições são fixados os serviços que devem ser atendidos em cada nível: 
I - Serviços de Proteção Social Básica: 
a) Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família - PAIF; 
b) Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos; 
c) Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas. 
II - Serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade: 
a) Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos - PAEFI; 
b) Serviço Especializado em Abordagem Social; 
c) Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de 
Liberdade Assistida - LA, e de Prestação de Serviços à Comunidade - PSC; 
d) Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosos(as) e suas Famílias; 
e) Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua. 
III - Serviços de Proteção Social Especial de Alta Complexidade: 
a) Serviço de Acolhimento Institucional, nas seguintes modalidades: - abrigo institucional; - 
Casa-Lar; - Casa de Passagem; - Residência Inclusiva. 
b) Serviço de Acolhimento em República; 
c) Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora; 
d) Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências. 
A partir dessa lista, são detalhadas as atividades de cada serviço, desnecessário para fins da nossa 
preparação. 
RESOLUÇÃO CONJUNTA CNAS/CONANDA 1/2009 
A presente resolução possui apenas três artigos e o seu objetivo é aprovar o documento “Orientações 
Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes”. 
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O documento é extenso (ele possui 105 páginas), mas, para otimizar o estudo de vocês, vou colocar aqui só 
o que eu considero como mais relevante para a prova. 
Primeiro, vamos dar uma lida nas disposições da resolução em si: 
Art. 1º. Aprovar o documento "Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e 
Adolescentes". 
Art. 2º. O CNAS e o CONANDA deverão adotar medidas para divulgação desse documento e fazer 
o acompanhamento da regulamentação dos Serviços de Acolhimento para Crianças e 
Adolescentes no âmbito Estadual, Municipal e do Distrito Federal. 
Art. 3º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. 
Agora, vamos às “Orientações Técnicas”. 
1 - INTRODUÇÃO 
As “Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes” têm por finalidade 
regulamentar, no território nacional, a organização e a oferta de Serviços de Acolhimento para Crianças e 
Adolescentes, no âmbito da política de Assistência Social. A regulamentação em questão é uma ação prevista 
no Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência 
Familiar e Comunitária e representa um compromisso partilhado entre diversos órgãos, nos quais se incluem 
o CONANDA e o CNAS, para a afirmação, no Estado brasileiro, do direito de crianças e adolescentes à 
convivência familiar e comunitária1. 
O documento é divido em três capítulos: (i) o Capítulo I traz uma breve síntese do processo histórico de 
aprimoramento do atendimento a crianças e adolescentes em serviços de acolhimento, bem como, 
apresenta os princípios que devem nortear esses serviços; (ii) o Capítulo II está reservado para as Orientações 
Metodológicas, tais como orientações para o Estudo Diagnóstico, para a elaboração do PIA, para o 
acompanhamento da Família de Origem, etc. (razão pela qual ele não será analisado neste estudo); e (iii) o 
Capítulo III apresenta os parâmetros de funcionamento das diferentes modalidades de serviços de 
acolhimento: abrigo institucional, casa-lar, serviços de acolhimento em família acolhedora e república (após 
a definição de cada serviço são apresentados o público ao qual se destina, os aspectos físicos mínimos 
 
 
1 É importante destacar que os serviços de acolhimento para crianças e adolescentes não devem ser 
confundidos com estabelecimentos organizados para o acompanhamento de adolescentes que estejam 
cumprindo medidas socioeducativas de internação em estabelecimento educacional (art. 112, do ECA), bem 
como com estabelecimentos destinados à Educação Infantil, regidos pela Lei n. 9.394/96. 
 
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sugeridos para seu funcionamento e os recursos humanos que minimamente devem possuir para assegurar 
umatendimento de qualidade para crianças, adolescentes e jovens). 
Vamos à análise do Capítulo I. 
2 - HISTÓRICO E PRINCÍPIOS 
1) Histórico 
No Brasil, as origens do atendimento a crianças e adolescentes em serviços de acolhimento remontam ao 
período colonial. Mas foi apenas com a promulgação do ECA que crianças e adolescentes passaram a ser 
concebidos como sujeitos de direito, em peculiar condição de desenvolvimento e que o encaminhamento 
para serviço de acolhimento passou a ser concebido como medida protetiva, de caráter excepcional e 
provisório (art.101). O ECA assegurou, ainda, o direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e 
comunitária, prioritariamente na família de origem e, excepcionalmente, em família substituta (art.19). 
Em conformidade com as disposições do ECA, deve-se recorrer ao encaminhamento da criança e do 
adolescente a serviços de acolhimento apenas quando esgotados todos os recursos para sua manutenção na 
família de origem, extensa ou comunidade. A história brasileira revela, todavia, que, frente à situação de 
pobreza, vulnerabilidade ou risco, a primeira resposta à qual durante muitos anos se recorreu foi o 
afastamento da criança e do adolescente do convívio familiar. A promulgação do ECA veio romper com essa 
cultura, ao garantir a excepcionalidade da medida, estabelecendo, ainda, que a situação de pobreza da 
família não constitui motivo suficiente para o afastamento da criança e do adolescente do convívio familiar 
(art. 23). 
Para garantir a excepcionalidade do afastamento do convívio familiar, o art. 130 do ECA estabelece que, nos 
casos de violência praticada por familiar ou responsável com o qual a criança ou adolescente resida, a 
autoridade judiciária poderá determinar o afastamento do agressor da moradia comum. De forma a 
promover a qualidade dos serviços de acolhimento, o ECA prevê, ainda, ações de fiscalização e controle 
social, ao exigir a inscrição das entidades que ofertam “programas de abrigo” no Conselho Municipal dos 
Direitos da Criança e do Adolescente (art. 90) e estabelecer princípios para sua organização (Art. 92). Do 
mesmo modo, como constituem serviços que compõem a rede socioassistencial, os serviços de acolhimento 
devem também possuir registro no Conselho Municipal de Assistência Social e submeter-se também à sua 
fiscalização. 
A despeito dos direitos assegurados no ECA, o Levantamento Nacional de Abrigos para Crianças e 
Adolescentes, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em 2003, identificou o 
descompasso existente entre a legislação e a realidade dos serviços de acolhimento para crianças e 
adolescentes no Brasil. Esse estudo representou um marco na mobilização nacional para a discussão acerca 
do direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e comunitária e é, dentre outras coisas, por causa 
dele, que nós estamos estudando essas Orientações. 
2) Princípios 
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Os serviços de acolhimento para crianças e adolescentes deverão estruturar seu atendimento de 
acordo com os seguintes princípios: 
 a. Excepcionalidade do Afastamento do Convívio Familiar; 
 b. Provisoriedade do Afastamento do Convívio Familiar; 
 c. Preservação e Fortalecimento dos Vínculos Familiares e Comunitários; 
 d. Garantia de Acesso e respeito à Diversidade e Não-discriminação; 
 e. Oferta de Atendimento Personalizado e Individualizado; 
 f. Garantia de Liberdade de Crença e Religião; 
 g. Respeito à Autonomia da Criança, do Adolescente e do Jovem; 
Vamos apenas destacar os aspetos principais de cada um deles: 
 
• todos os esforços devem ser empreendidos no sentido de manter o convívio com a
família (natural ou extensa, em seus diversos arranjos), a fim de garantir que o
afastamento da criança ou do adolescente do contexto familiar seja uma medida
excepcional, aplicada apenas nas situações de grave risco à sua integridade física e/ou
psíquica;
• como este afastamento traz profundas implicações, tanto para a criança e o
adolescente, quanto para a família, deve-se recorrer a esta medida apenas quando
representar o melhor interesse da criança ou do adolescente e o menor prejuízo ao seu
processo de desenvolvimento;
• destaca-se que, em conformidade com o Art. 23 do ECA, a falta de recursos materiais
por si só não constitui motivo suficiente para afastar a criança ou o adolescente do
convívio familiar, encaminhá-los para serviços de acolhimento ou, ainda, para inviabilizar
sua reintegração;
• Do mesmo modo, caso haja criança, adolescente ou algum outro membro da família
com deficiência, doenças infecto-contagiosas, transtorno mental ou outros agravos, isso
não deve por si só motivar o afastamento do convívio familiar ou a permanência em
serviços de acolhimento.
EXCEPCIONALIDADE DO AFASTAMENTO DO CONVÍVIO FAMILIAR
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• quando o afastamento do convívio familiar for medida mais adequada para se garantir a
proteção da criança e do adolescente em determinado momento, esforços devem ser
empreendidos para viabilizar, no menor tempo possível, o retorno seguro ao convívio
familiar, prioritariamente na família de origem e, excepcionalmente, em família
substituta (adoção, guarda e tutela);
• todos os esforços devem ser empreendidos para que, em um período inferior a dois
anos, seja viabilizada a reintegração familiar;
• a permanência de crianças e adolescentes em serviço de acolhimento por período
superior a dois anos deverá ter caráter extremamente excepcional, e estar
fundamentada em uma avaliação criteriosa acerca de sua necessidade pelos diversos
órgãos que acompanham o caso;
• quando o prognóstico de permanência da criança e do adolescente no serviço de
acolhimento for de mais de dois anos, deve ser encaminhado à Justiça da Infância e da
Juventude relatório baseado no acompanhamento da situação pelo serviço de
acolhimento e em outros serviços da rede que também prestem atendimento à criança,
ao adolescente e sua família;
• em nenhuma hipótese a perspectiva de um acolhimento de longa permanência deve
acarretar a desistência pela busca de alternativas para se garantir à criança e ao
adolescente seu direito ao convívio familiar.
PROVISORIEDADE DO AFASTAMENTO DO CONVÍVIO FAMILIAR
• todos os esforços devem ser empreendidos para preservar e fortalecer vínculos
familiares e comunitários das crianças e dos adolescentes atendidos em serviços de
acolhimento;
• é importante que esse fortalecimento ocorra nas ações cotidianas dos serviços de
acolhimento - visitas e encontros com as famílias e com as pessoas de referências da
comunidade da criança e do adolescente, por exemplo.
• crianças e adolescentes com vínculos de parentesco, NÃO devem ser separados ao
serem encaminhados para serviço de acolhimento, SALVO se isso for contrário ao seu
desejo ou interesses ou se houver claro risco de violência.
PRESERVAÇÃO E FORTALECIMENTO DOS VÍNCULOS FAMILIARES E 
COMUNITÁRIOS 
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• devem ser combatidas quaisquer formas de discriminação às crianças e aos adolescentes
atendidos em serviços de acolhimento e às famílias de origem, baseadas em condição
socioeconômica, arranjo familiar , etnia, religião, gênero, orientação sexual, ou, ainda, por serem
pessoas com necessidades especiais em decorrência de deficiência física ou mental, que vivem
com HIV/AIDS ou outras necessidades específicas de saúde;
• ematenção ao princípio da não-discriminação, os serviços de acolhimento devem buscar o
crescente aprimoramento de estratégias voltadas à preservação da diversidade cultural,
oportunizando acesso e valorização das raízes e cultura de origem das crianças e dos adolescentes
atendidos, bem como de suas famílias e comunidades de origem;
• em atenção, ainda, ao princípio da não discriminação, destaca-se que a presença de deficiência
ou de necessidades específicas de saúde não deve motivar o encaminhamento para serviço de
acolhimento ou, ainda, o prolongamento da permanência da criança ou adolescente nestes
serviços.
GARANTIA DE ACESSO E RESPEITO À DIVERSIDADE E NÃO-
DISCRIMINAÇÃO
• toda criança e adolescente tem direito a viver num ambiente que favoreça seu processo
de desenvolvimento, que lhe ofereça segurança, apoio, proteção e cuidado;
• o atendimento deverá ser oferecido para um pequeno grupo;
• deve-se garantir espaços privados, objetos pessoais e registros, inclusive fotográficos,
sobre a história de vida e desenvolvimento de cada criança e adolescente;
• o planejamento do atendimento no serviço deve possibilitar, portanto, espaços que
preservem a intimidade e a privacidade, inclusive, o uso de objetos que possibilitem à
criança e ao adolescente diferenciar “o meu, o seu e o nosso”.
OFERTA E ATENDIMENTO PERSONALIZADO E INDIVIDUALIZADO
• os antecedentes religiosos de crianças e adolescentes devem ser respeitados tanto pelo
serviço de acolhimento quanto por aqueles com os quais venha a manter contato em
razão de seu acolhimento;
• nenhuma criança ou adolescente deverá ser incentivado ou persuadido a mudar sua
orientação religiosa enquanto estiver sob cuidados;
• deve ser viabilizado o acesso às atividades de sua religião, bem como o direito de não
participar de atos religiosos e recusar instrução ou orientação religiosa que não lhe seja
significativa.
GARANTIA DE LIBERDADE DE CRENÇA E RELIGIÃO
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Tendo visto os principais aspectos de cada um dos princípios elencados no documento, vamos em frente! 
3 - PARÂMETROS DE FUNCIONAMENTO 
Como dito, não vamos analisar o Capítulo II, pelo fato de ele ser muito técnico e não parecer ser importante 
para a sua prova. 
O principal no Capítulo III são as definições que o documento traz para as diferentes modalidades de serviços 
de acolhimento: abrigo institucional, casa-lar, serviços de acolhimento em família acolhedora e república. 
Vamos trazer aqui a definição de cada um deles e, também, alguns aspectos relevantes, destacando o que 
cada modalidade tem de diferente. 
Acredito que se alguma questão da sua prova abordar esse assunto, ela vai se referir a essas definições e 
esses aspectos tabelados abaixo. Vejamos: 
ABRIGO INSTITUCIONAL 
Definição 
Abrigo institucional é o serviço que oferece acolhimento provisório para crianças 
e adolescentes afastados do convívio familiar por meio de medida protetiva de 
abrigo (ECA, Art. 101), em função de abandono ou cujas famílias ou responsáveis 
encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de 
cuidado e proteção, até que seja viabilizado o retorno ao convívio com a família 
de origem ou, na sua impossibilidade, encaminhamento para família substituta. 
O serviço deve ter aspecto semelhante ao de uma residência e estar inserido na 
comunidade, em áreas residenciais, oferecendo ambiente acolhedor e condições 
institucionais para o atendimento com padrões de dignidade. Deve ofertar 
atendimento personalizado e em pequenos grupos e favorecer o convívio 
familiar e comunitário das crianças e adolescentes atendidos, bem como a 
utilização dos equipamentos e serviços disponíveis na comunidade local. 
Público alvo Crianças e adolescentes de 0 a 18 anos sob medida protetiva de abrigo 
• as decisões acerca de crianças e adolescentes atendidos em serviços de acolhimento
devem garantir-lhes o direito de ter sua opinião considerada;
• a organização do ambiente de acolhimento também deverá proporcionar o
fortalecimento gradativo da autonomia, de modo condizente com o processo de
desenvolvimento e a aquisição de habilidades nas diferentes faixas etárias;
• crianças e adolescentes devem ter a oportunidade de participar da organização do
cotidiano do serviço de acolhimento, por meio do desenvolvimento de atividades como,
por exemplo, a organização dos espaços de moradia, limpeza, programação das
atividades recreativas, culturais e sociais;
• devem ser planejadas ações que favoreçam a interação das crianças e dos adolescentes
entre si e com os contextos nos quais freqüentam, como a escola, a comunidade, e as
instituições religiosas.
RESPEITO À AUTONOMIA DA CRIANÇA, DO ASOLESCENTE E DO 
JOVEM
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D. da Criança e do Adolescente p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Ricardo Torques
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Especificidades 
Devem ser evitadas especializações e atendimentos exclusivos (o abrigo 
institucional deve ser a modalidade de acolhimento genérica) 
Número 
máximo de 
usuários por 
equipamento 
20 (vinte) crianças e adolescentes 
Localização 
Áreas residenciais, sem distanciar-se excessivamente, do ponto de vista 
geográfico e socioeconômico, da realidade de origem das crianças e 
adolescentes acolhidos. 
Fachada e 
aspectos 
gerais 
Deverá manter aspecto semelhante ao de uma residência, seguindo o padrão 
arquitetônico das demais residências da comunidade na qual estiver inserida. 
Não devem ser instaladas placas indicativas da natureza institucional do 
equipamento, também devendo ser evitadas nomenclaturas que remetam à 
aspectos negativos, estigmatizando e despotencializando os usuários 
-- 
CASA-LAR 
Definição 
A Casa-Lar é o serviço de acolhimento provisório oferecido em unidades 
residenciais, nas quais pelo menos uma pessoa ou casal trabalha como 
educador/cuidador residente – em uma casa que não é a sua – prestando 
cuidados a um grupo de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar 
por meio de medida protetiva de abrigo (ECA, Art. 101), em função de abandono 
ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente 
impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e proteção, até que seja 
viabilizado o retorno ao convívio com a família de origem ou, na sua 
impossibilidade, encaminhamento para família substituta. 
Esse tipo de serviço visa estimular o desenvolvimento de relações mais próximas 
do ambiente familiar, promover hábitos e atitudes de autonomia e de interação 
social com as pessoas da comunidade. Com estrutura de uma residência privada, 
deve receber supervisão técnica, localizar-se em áreas residenciais da cidade e 
seguir o padrão socioeconômico da comunidade onde estiverem inseridas. 
O serviço deve organizar ambiente próximo de uma rotina familiar, proporcionar 
vínculo estável entre o educador/cuidador residente e as crianças e adolescentes 
atendidos, além de favorecer o convívio familiar e comunitário dos mesmos, bem 
como a utilização dos equipamentos e serviços disponíveis na comunidade local, 
devendo atender a todas as premissas do Estatuto da Criança e do Adolescente, 
especialmente no que diz respeito ao fortalecimento dos vínculos familiares e 
sociais, e oferecimento de oportunidades para a (re) inserção na família de 
origem ou substituta. 
Público alvo Crianças e adolescentes de 0 a 18 anos sob medida protetiva de abrigo 
Especificidades 
Devem ser evitadas especializações e atendimentos exclusivos (assim como no 
abrigo institucional) 
Este equipamento é particularmente adequado ao atendimento a grupos de 
irmãos E a crianças e adolescentes com perspectiva de acolhimento de média ou 
longa duração. 
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Número 
máximo de 
usuários por 
equipamento 
10 (dez) crianças e adolescentes 
Localização 
Áreas residenciais, sem distanciar-se excessivamente, do ponto de vista 
geográfico e socioeconômico, da realidade de origem das crianças e 
adolescentes acolhidos. 
Deve funcionar em uma edificação residencial inserida no território de forma 
análoga às demais residências locais, devendo ser evitadas estruturas que 
agreguem diversas casas-lares em um terreno comum, visto que tais estruturas 
acabam por se tornar ambientes “fechados” que dificultam a integração das 
crianças/adolescentes ali acolhidos à vizinhança 
Fachada e 
aspectos 
gerais 
Similar a uma residência unifamiliar, seguindo o padrão arquitetônico das demais 
residências da comunidade na qual estiver inserida. 
Não devem ser instaladas placas indicativas da natureza institucional do 
equipamento, também devendo ser evitadas nomenclaturas que remetam à 
aspectos negativos, estigmatizando e despotencializando os usuários 
-- 
SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA 
Definição 
O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora é o serviço que organiza o 
acolhimento, em residências de famílias acolhedoras cadastradas, de crianças e 
adolescentes afastados do convívio familiar por meio de medida protetiva (ECA, 
Art. 101), em função de abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-
se temporariamente impossibilitados de cumprir sua função de cuidado e 
proteção, até que seja viabilizado o retorno ao convívio com a família de origem 
ou, na sua impossibilidade, encaminhamento para adoção. Propicia o 
atendimento em ambiente familiar, garantindo atenção individualizada e 
convivência comunitária, permitindo a continuidade da socialização da 
criança/adolescente. 
Público alvo Crianças e adolescentes de 0 a 18 anos sob medida protetiva 
Especificidades 
Este serviço de acolhimento é particularmente adequado ao atendimento de 
crianças e adolescentes cuja avaliação da equipe técnica do programa e dos 
serviços da rede de atendimento indique possibilidade de retorno à família de 
origem, ampliada ou extensa, SALVO casos emergenciais, nos quais inexistam 
alternativas de acolhimento e proteção. 
Para as crianças pequenas que vivenciam situações de violação de direitos, o 
acolhimento familiar tem se mostrado uma forma de atendimento adequada a 
suas especificidades. 
Número 
máximo de 
usuários por 
equipamento 
Cada família acolhedora deverá acolher 01 (uma) criança/adolescente por vez, 
exceto quando se tratar de grupo de irmãos, quando esse número poderá ser 
ampliado. 
Neste último caso, em se tratando de grupo de mais de dois irmãos, deverá haver 
uma avaliação técnica para verificar se o acolhimento em família acolhedora é a 
melhor alternativa para o caso, ou se seria mais adequado o acolhimento em 
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outra modalidade de serviço, como Casa–lar, por exemplo. A decisão fica a 
critério da avaliação da equipe técnica do programa, como também da 
disponibilidade da família em acolher. 
Localização Trata-se de uma residência familiar 
Fachada e 
aspectos 
gerais 
Trata-se de uma residência familiar 
-- 
REPÚBLICA 
Definição 
A República é o serviço de acolhimento que oferece apoio e moradia subsidiada 
a grupos de jovens em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social; com 
vínculos familiares rompidos ou extremamente fragilizados; em processo de 
desligamento de instituições de acolhimento, que não tenham possibilidade de 
retorno à família de origem ou de colocação em família substituta e que não 
possuam meios para auto-sustentação. 
Com a estrutura de uma residência privada, deve receber supervisão técnica e 
localizar-se em áreas residenciais da cidade, seguindo o padrão socioeconômico 
da comunidade onde estiverem inseridas, sem distanciar-se excessivamente, do 
ponto de vista socioeconômico, da comunidade de origem dos usuários. 
A república oferece atendimento durante o processo de construção de 
autonomia pessoal e possibilita o desenvolvimento de auto-gestão, auto-
sustentação e independência. Possui tempo de permanência limitado, podendo 
ser reavaliado e prorrogado em função do projeto individual formulado em 
conjunto com o profissional de referência. 
Público alvo 
Jovens entre 18 (dezoito) e 21 (vinte e um) anos em situação de vulnerabilidade 
e risco pessoal e social, com vínculos familiares rompidos ou extremamente 
fragilizados e que não possuam meios para auto-sustentação. 
Especificidades 
As repúblicas devem ser organizadas em unidades femininas e unidades 
masculinas 
Especial atenção deve ser dada à escolha dos componentes de cada república, a 
qual deverá ser feita por equipe técnica capacitada, devendo ser levados em 
consideração aspectos como perfil, demandas específicas e grau de autonomia 
de cada usuário, bem como o grau de afinidade entre os mesmos. 
Sempre que possível e recomendável, os jovens deverão ter participação ativa 
na escolha dos colegas de república 
Número 
máximo de 
usuários por 
equipamento 
06 (seis) jovens 
Localização 
Áreas residenciais, sem distanciar-se excessivamente, do ponto de vista 
socioeconômico, da realidade de origem dos usuários. 
Fachada e 
aspectos 
gerais 
O serviço deve funcionar em construção destinada ao uso residencial, seguindo 
o padrão arquitetônico das demais residências da comunidade na qual estiver 
inserida. 
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Deve-se evitar a instalação de placas indicativas da natureza institucional do 
equipamento. 
Com isso, encerramos o estudo da Resolução Conjunta CNAS/CONANDA n. 1/2019. 
Seguindo! 
RESOLUÇÃO CONJUNTA CNAS/CONANDA 1/2017 
A Resolução Conjunta CNAS/CONANDA n. 1/2017 estabelece diretrizes políticas e metodológicas para o 
atendimento de crianças e adolescentes em situação de rua no âmbito da Política de Assistência Social. Ela 
possui apenas um artigo, sendo que esse artigo traz 32 (trinta e duas) diretrizes. Vamos ler com calma na 
redação dessas diretrizes para, logo em seguida, trazermos os destaques daquelas que nós consideramos 
mais relevantes para a sua prova: 
Art. 1º Estabelecer as seguintes Diretrizes Políticas e Metodológicas para o atendimento de 
crianças e adolescentes em situação de rua no âmbito da Política de Assistência Social: 
I - reconhecer a criança e o adolescente em situação de rua como sujeito de direitos, pessoa em 
desenvolvimento e público prioritário das políticas públicas, incluindo a Política de Assistência 
Social; 
Até aqui, nenhuma novidade. A criança e o adolescente, em qualquer situação, devem ser considerados 
como sujeitos de direitos e pessoas em desenvolvimento. Ademais, faz todo o sentido que a criança ou o 
adolescente em situação de rua sejam o público prioritário das políticas públicas. 
II – compreender de forma contextualizada a criança e o adolescente em situação de rua, suas 
trajetórias de vida e a situação de rua em um dado contexto familiar e social, rejeitando-se 
culpabilizações individualizadas em razão de sua condição; 
A preocupação do CNAS/CONANDA, aqui no inciso II, era a de que a criança ou o adolescente em situação 
de rua não fosse “culpado” dessa situação. Para compreender a forma como aquela criança ou aquele 
adolescente chegou àquela situação, é preciso que se faça uma análise global, de toda a situação, levando-
se em consideração a trajetória de vida do menor e o seu contextofamiliar e social. 
III - reconhecer a rua como espaço de violação de direitos e de extremo risco ao desenvolvimento 
integral das crianças e dos adolescentes, exigindo identificação precoce destas situações e dos 
aspectos relacionados, de modo a viabilizar ações para a retomada do convívio familiar – 
priorizando o convívio com a família de origem – e vinculação a serviços voltados à proteção da 
criança e do adolescente e apoio à família, além de medidas que possam agir preventivamente; 
A rua é um espaço de violação de direitos por si só. Podemos citar vários: direito à moradia, direito à 
intimidade, direito à dignidade, apenas para dizer alguns. É por isso que a situação de rua deve ser detectada 
o mais cedo possível (“identificação precoce”), de modo a se reduzir ao máximo os efeitos danosos que dela 
podem decorrer. 
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IV - valorizar os vínculos familiares, comunitários e de pertencimento significativos, observando 
o superior interesse da criança e do adolescente em situação de rua quanto à preservação ou 
fortalecimento destas vinculações; 
V - respeitar os ciclos de vida das crianças e dos adolescentes em situação de rua e a sua 
autonomia, considerando as vulnerabilidades próprias a seu estágio de desenvolvimento, que 
demanda a proteção por parte do Estado, da família e da sociedade; 
VI - respeitar as singularidades, diversidades e especificidades das crianças e dos adolescentes 
em situação de rua - considerando raça, etnia, gênero, orientação sexual, identidade de gênero, 
geracional, territorial, de nacionalidade, de posição política, religião, deficiência, entre outros - e 
fortalecimento da identidade da criança e do adolescente e de vínculos de pertencimento 
sociocultural; 
No inciso IV o CNAS/CONANDA mostram a sua preocupação com a valorização dos vínculos da criança e do 
adolescente (familiares, comunitários e de pertencimento). Nos incisos V e VI, prossegue-se nessa mesma 
toada, ressaltando-se a relevância do respeito aos ciclos de vida, à autonomia e às singularidades, 
diversidade e especificidades desses menores. Sua raça, sua etnia, seu gênero, sua orientação sexual, enfim, 
sua identidade. 
VII - garantir recursos humanos e tecnologias assistivas que assegurem acessibilidade às crianças 
e aos adolescentes com deficiência, em situação de rua, e atendimento qualificado, em igualdade 
de condições, com suportes e apoios para superação de barreiras, articulando-se 
intersetorialmente para tanto; 
VIII - respeitar a liberdade de crenças ou religião, isento de qualquer julgamento ou imposições, 
permitindo, assim, a oferta de atendimento laico, livre de qualquer constrangimento à criança 
ou ao adolescente em situação de rua; 
IX - não discriminar desde o primeiro contato na rua até o acesso a benefícios e inclusão em 
serviços, programas e projetos socioassistenciais, tratando a criança e o adolescente em situação 
de rua e sua referência familiar com respeito e dignidade; 
No inciso VII, é ressaltada a situação especial da criança ou adolescente com deficiência em situação de rua, 
a necessidade de se garantir recursos para que se assegure acessibilidade a esses menores e a necessidade 
de tratamento em igualdade de condições. 
No inciso VIII, fala-se mais uma vez em personalidade, dessa vez, no que se refere ao respeito a liberdade de 
crenças e religião. O menor em situação de rua deve receber atendimento laico, livre de qualquer 
constrangimento ou imposição. 
No inciso IX, fala-se em não discriminação, mas sob outro prisma: o do preconceito em relação à situação de 
rua em si. Prega o dispositivo que, desde o primeiro contato até o acesso aos benefícios, o menor em situação 
de rua não deve ser discriminado, devendo ser tratado com respeito e dignidade, em especial no que se 
refere a sua referência familiar. 
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X – prover atendimento baseado na aproximação gradativa, na construção de vínculos de 
confiança, na atenção personalizada e na socialização de informações quanto às ofertas, serviços 
disponíveis e direitos, respeitando a individualidade da criança e do adolescente, seu tempo e 
limites, devendo-se contar com avaliação conjunta e estratégias diferenciadas das políticas de 
Assistência Social, Saúde e outros atores do Sistema de Garantia de Direitos nos casos extremos 
em que a permanência na situação de rua representar riscos a seu desenvolvimento ou 
integridade física, mental e moral; 
XI – promover acesso à criança e adolescente em situação de rua e suas famílias à segurança 
socioassistencial de renda, de convívio familiar e comunitário e de acolhida; às demais políticas 
públicas e a direitos; e incluir as famílias no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo 
Federal; 
XII – buscar a intersetorialidade e interdisciplinaridade, desde o planejamento até a oferta de 
atenção em serviços, programas e projetos socioassistenciais voltados a crianças e adolescentes, 
em situação de rua, e suas famílias, articulando-se, sobretudo, com as políticas de saúde, 
educação, habitação, cultura, esporte, lazer, segurança alimentar, segurança pública, trabalho, 
aprendizagem, Sistema de Garantia de Direitos e a comunidade local, objetivando a proteção 
integral; 
XIII – fortalecer a intersetorialidade por meio de diversas estratégias como fomentar a 
elaboração e estabelecimento de protocolos com fluxos operacionais definidos localmente; 
XIV – articular ações com o Sistema de Garantia de Direitos, visando ao enfrentamento de 
situações de risco pessoal e social e violação de direitos e a proteção aos direitos e à integridade 
física, mental e moral de crianças adolescentes em situação de rua; 
XV – articular ações com a política de saúde, visando ao fortalecimento de estratégias para a 
promoção, prevenção e cuidados às crianças e aos adolescentes em situação de rua e suas 
famílias, considerando suas condições gerais e necessidades específicas; 
A intersetorialidade também é uma preocupação do CNAS/CONANDA. Segundo os incisos XII e XIII, ela deve 
ser buscada desde o planejamento até a oferta de atenção em serviços, programas e projetos. Fortalecer a 
instesetorialidade por meio de estratégias de fomento a elaboração e do estabelecimento de protocolos 
também é uma das diretrizes da Resolução Conjunta CNAS/CONANDA n. 1/2017. 
A mesma preocupação pode ser vista também nos incisos XIV e XV, quando se fala em articular ações com o 
Sistema de Garantias de Direitos e com a política de saúde. 
XVI – desenvolver a abordagem social de forma planejada e continuada, visando à busca ativa, a 
escuta qualificada e à construção de vínculos de confiança entre crianças e adolescentes em 
situação de rua e profissionais do Sistema Único de Assistência Social - SUAS, respeitando suas 
singularidades, especificidades e histórias de vida; 
XVII - atender e acompanhar as famílias de forma sistemática e continuada, desde a busca ativa 
até as aproximações gradativas, visando a vinculação aos serviços de proteção social básica e 
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especial do SUAS, o fortalecimento ou reconstrução dos vínculos familiares e, na sua 
impossibilidade, a construção de novas referências familiares, na perspectiva da garantia da 
segurança de convívio familiar; 
XVIII - fortalecer a convivência comunitária com base no reconhecimento de vínculos 
significativosde pertencimento e contextualização das histórias de vida das crianças e dos 
adolescentes em situação de rua, na perspectiva da garantia da segurança de convívio 
comunitário; 
XIX - garantir o acesso da criança ou do adolescente em situação de rua a serviços de 
acolhimento, assegurando-se estratégias diferenciadas para o atendimento personalizado, 
considerando as especificidades e singularidades deste público; 
XX - prestar serviços de acolhimento de crianças e adolescentes em situação de rua nas 
modalidades previstas na Tipificação Nacional dos Serviços Socioasssistenciais, aprovada pela 
Resolução nº 109 de 11 de novembro de 2009, do CNAS, priorizando-se o acolhimento do grupo 
familiar quando estiverem acompanhados dos pais ou responsáveis; 
XXI - reconhecer que os serviços de acolhimento para crianças e adolescentes em situação de rua 
não podem se constituir como espaços de estigmatização, segregação, isolamento, discriminação 
e devem favorecer, prioritariamente, o restabelecimento dos vínculos familiares e comunitários 
e, quando isso não for possível ou não atender ao superior interesse da criança ou do 
adolescente, buscar o encaminhamento para família substituta ou transição para a vida 
autônoma; 
Uma preocupação que se repete na Resolução, também, é a questão dos vínculos familiares. No inciso XX, 
podemos perceber essa preocupação quando a Resolução diz que deve-se priorizar o acolhimento do grupo 
familiar quando as crianças ou os adolescentes estiverem acompanhadas dos seus pais ou responsáveis. 
Além disso, no inciso XXI, fica expresso, também que os serviços de acolhimento não devem se constituir 
como espaços de estigmatização. A prioridade é o restabelecimento dos vínculos familiares e comunitários. 
Apenas quando isso não for possível (ou não atender ao superior interesse da criança) é que se deve buscar 
o encaminhamento para família substituta ou a transição para a vida autônoma. 
XXII - garantir a interlocução entre as equipes dos serviços de acolhimento que atendem crianças 
e adolescentes, em situação de rua, enquanto moradia provisória, com as demais equipes da 
rede socioassistencial, pública ou privada, das demais políticas públicas, do Sistema de Justiça e 
demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos; 
XXIII - ofertar serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais baseados em ações 
planejadas e fundamentadas em diagnósticos periódicos sobre criança e adolescente em 
situação de rua e suas famílias, tendo como perspectiva o melhor interesse da criança e do 
adolescente e o acompanhamento de sua situação familiar; 
XXIV - conhecer os territórios e as dinâmicas que contribuem para a situação de rua e violação 
de direitos nestes espaços, de modo a oportunizar ações de prevenção proativas, identificação 
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precoce e atenções às crianças e aos adolescentes e suas famílias logo que a situação seja 
conhecida, tendo em vista sua proteção e a prevenção de agravamentos; 
Aqui o CNAS/CONANDA estabelece que a sua prioridade é a prevenção. Conhecer os territórios e as 
dinâmicas que levam à situação de rua é fundamental para prevenir que esta se desenvolva. O objetivo são 
as ações preventivas, a identificação precoce do problema e a atenção às crianças e aos adolescentes e suas 
famílias logo que a situação seja conhecida. 
XXV - desenvolver ações que envolvam e sensibilizem a comunidade, oportunizando o 
enfrentamento de preconceitos e discriminações e fortalecendo a cultura de proteção das 
crianças e dos adolescentes em situação de rua e de suas famílias; 
Mais uma vez a Resolução vem tratando de preconceito e discriminação, fatores preponderantes para o 
agravamento da situação. 
XXVI – promover a escuta qualificada à criança e ao adolescente em situação de rua e às suas 
famílias, quando identificada, em todos os serviços socioassistenciais; 
XXVII - garantir espaços e metodologias que assegurem a construção gradativa de vínculos de 
confiança entre crianças e adolescentes e os profissionais, a vinculação aos serviços 
socioassistenciais e à rede de proteção e a construção conjunta de novos projetos de vida 
enquanto alternativa à situação de rua, respeitando o superior interesse da criança e do 
adolescente e a história de vida de cada sujeito; 
XXVIII – construir e adotar metodologias que considerem as especificidades dos sujeitos e dos 
territórios, valorizando a cultura local, e que contemplem a oferta de atividades pedagógicas 
variadas e atrativas no atendimento a crianças e adolescentes em situação de rua, em conjunto 
com as demais políticas sociais; 
XXIX – fomentar a educação continuada dos diversos profissionais do SUAS que trabalhem com 
crianças e adolescentes, em situação de rua, considerando suas especificidades, cultura e 
linguagem e o papel fundamental desta relação no atendimento; 
XXX - qualificar a oferta da rede socioassistencial, pública ou privada, independente da fonte de 
financiamento, considerando as especificidades deste público, suas vulnerabilidades e o papel 
da rede socioassistencial na sua proteção e cuidados; 
XXXI - articular com a rede socioassistencial, com as demais políticas públicas, como saúde, 
educação e política de segurança pública, e Sistema de Garantia de Direitos, fomentando ações 
de sensibilização e formação para priorizar abordagens sociais em contraposição às práticas 
higienistas e abusivas que utilizam da força física no atendimento de crianças e adolescentes em 
situação de rua, inclusive no cumprimento de medidas judiciais que determinam a retirada 
compulsória; 
XXXII - aprimorar ou ampliar instrumentos de Vigilância Socioassistencial, ferramentas e sistemas 
de monitoramento e avaliação da Política de Assistência Social, visando ao aperfeiçoamento da 
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gestão do SUAS no conhecimento e atendimento de crianças e adolescentes em situação de rua 
e suas famílias. 
Resumindo: 
 
• São Diretrizes Políticas e Metodológicas para o atendimento de crianças e adolescentes
em situação de rua no âmbito da Política de Assistência Social:
• reconhecer a criança e o adolescente em situação de rua como sujeito de direitos,
pessoa em desenvolvimento e público prioritário das políticas públicas;
• compreensão contextualizada (trajetórias e contexto familiar e social);
• reconhecer a rua como espaço de violação de direitos e de extremo risco ;
• valorizar os vínculos familiares, comunitários e de pertencimento;
• respeitar os ciclos de vida, as singularidades, diversidades e especificidades;
• garantir recursos humanos e tecnologias assistivas que assegurem acessibilidade às
crianças e aos adolescentes com deficiência, em situação de rua, e atendimento
qualificado, em igualdade de condições;
• respeitar a liberdade de crença e religião e ofertar atendimento laico;
• não discrimnar, tratando a criança e o adolescente em situação de rua e sua referência
familiar com respeito e dignidade;
• prover atendimento baseado na aproximação gradativa;
• buscar e fortalecer a intersetorialidade;
• atender e acompanhar as famílias de forma sistemática e continuada, desde a busca
ativa até as aproximações gradativas;
• priorizar o acolhimento do grupo familiar quando estiverem acompanhados dos pais ou
responsáveis;
• priorizar o restabelecimento dos vínculos familiares e comunitários;
• conhecer os territórios e as dinâmicas que contribuem para a situação de rua e violação
de direitos nestes espaços, de modo a oportunizar ações de prevenção proativas,
identificação precoce e atenções às crianças e aosadolescentes e suas famílias logo que a
situação seja conhecida;
• desenvolver ações que envolvam e sensibilizem a comunidade, oportunizando o
enfrentamento de preconceitos e discriminações e fortalecendo a cultura de proteção;
• garantir espaços e metodologias que assegurem a construção gradativa de vínculos de
confiança entre crianças e adolescentes e os profissionais;
• construir e adotar metodologias que considerem as especificidades dos sujeitos e dos
territórios, valorizando a cultura local;
• qualificar a oferta da rede socioassistencial, pública ou privada, independente da fonte
de financiamento;
• aprimorar ou ampliar instrumentos de Vigilância Socioassistencial, ferramentas e
sistemas de monitoramento e avaliação da Política de Assistência Social.
RESOLUÇÃO CONJUNTA CNAS/CONANDA N. 1/2017
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RESOLUÇÃO CONJUNTA CONANDA/CONADE 01/2018 
A Resolução Conjunta CONANDA/CONADE n. 01/2018 é uma Resolução de um artigo só, que estabelece 
diretrizes para o atendimento de criança e adolescente com deficiência no Sistema de Garantia dos Direitos 
da Criança e do Adolescente. Dessa vez são 29 (vinte e nove) diretrizes (incisos). Vamos a elas: 
Art. 1º Estabelecer as diretrizes para o atendimento de criança e adolescente com deficiência no 
O Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente. 
I. Reconhecer a criança e o adolescente com deficiência como cidadãos plenos de direitos, ou 
seja, capazes de expressar suas opiniões, buscar, receber e compartilhar informações e ideias e 
tomar decisões; 
Percebam que, aqui, o termo “cidadãos” não foi usado de forma técnica. E há, também, um contraste entre 
a ideia de “criança” (pessoa com menos de 12 anos de idade) e a de “plenitude de direitos” (algo que poderia 
remeter à capacidade civil). A despeito disso, caso a literalidade do dispositivo apareça na sua prova, você 
considerar a assertiva como correta. 
II. Reconhecer que as barreiras para o pleno desenvolvimento da criança e do adolescente com 
deficiência não estão no indivíduo e sim na sociedade, na interação com o meio, visto que são as 
barreiras que impedem o pleno e efetivo exercício dos seus direitos; 
Esse é o novo conceito de pessoa com deficiência que deve ser levado em consideração hoje em dia. A 
doutrina mais moderna defende que a deficiência não está nas pessoas, mas no meio (é o meio que é 
impróprio, inadequado, às particularidades de cada um). Esse entendimento é inclusive estampado no 
Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei n. 13.146/15), que considera como pessoa com deficiência aquela 
que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em 
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em 
igualdade de condições com as demais pessoas. Quer dizer, não havendo barreiras, não há deficiência. 
III. Reconhecer que o atendimento da criança e do adolescente com deficiência deve ser feito de 
maneira transversal, de diferentes áreas disciplinares e setores, não somente pelo viés 
médico/clínico/da saúde, mas também na educação, assistência social, preparação para o 
trabalho, programas e políticas públicas e condições ambientais; 
No inciso III nós podemos ter um vislumbre da intersetorialidade (sobre a qual comentamos na seção 
anterior). O detalhe aqui fica para o termo “atendimento transversal”. 
Portanto, lembre: 
 
ATENDIMENTO 
TRANSVERSAL
é aquele que permeia diferentes áreas disciplinares e setores; o atendimento 
deve ser realizado não somente pelo viés médico/clínico/da saúde, mas 
também na educação, assistência social, preparação para o trabalho, 
programas e políticas públicas e condições ambientais
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IV. Reconhecer a necessidade de inclusão social, ou seja, as crianças e os adolescentes com 
deficiência devem ocupar espaços públicos ou/e privados, não devendo ser excluídas das 
crianças e dos adolescentes sem deficiência e da sociedade como um todo, sem prejuízo dos 
atendimentos especializados; 
V. Reconhecer que a criança e o adolescente com deficiência não devem ser vistos em condições 
diferenciadas de sua faixa etária; 
Aqui, a Resolução mostra a sua preocupação com a inclusão da criança e do adolescente com deficiência. O 
atendimento especializado não pode, em hipótese alguma, justificar a segregação. 
VI. Garantir que toda a rede de defesa e proteção atenda às crianças e aos adolescentes com 
deficiência junto aos demais públicos sem segregação por gênero, raça, etnia, idade, ou tipo de 
deficiência; 
No inciso VI, fala-se de preconceito. A Resolução deixa claro que a defesa e a proteção das crianças e dos 
adolescentes com deficiência deve ser posta em prática sem segregação por gênero, raça, etnia, idade, ou 
tipo de deficiência. 
VII. Assegurar que a atenção especializada quando necessária deverá ser feita por meio da 
articulação com a rede de serviços a qual poderá contribuir inclusive na capacitação específica 
dos cuidadores, técnicos e demais profissionais responsáveis pelo atendimento; 
VIII. Garantir o diagnóstico e a estimulação precoces das crianças com deficiência; 
O inciso VIII, trata da necessidade de se detectar as condições especiais de forma precoce, de modo a, desde 
logo, se poder adotar as medidas específicas a cada caso. 
IX. Reconhecer que o adolescente com deficiência tem o direito de exercer seus direitos políticos, 
econômicos, do consumidor, vida afetiva, direitos sexuais e reprodutivos, vedada esterilização 
compulsória, respeitando a idade, os ciclos de vida e as fases de desenvolvimento; 
Nesse ponto, a Resolução reforça disposições que já existem no Estatuto da Pessoa com Deficiência (ex.: art. 
6º, da Lei n. 13.146/15). É importante destacar que o fato de o adolescente ou a criança possuírem alguma 
deficiência, não modifica em nada o seu direito de exercer seus direitos políticos, econômicos, do 
consumidor, vida afetiva, direitos sexuais e reprodutivos, vedada esterilização compulsória, respeitando a 
idade, os ciclos de vida e as fases de desenvolvimento. 
X. Garantir que as crianças e os adolescentes não sejam discriminados em razão de sua 
deficiência, ou seja, qualquer tratamento desigual em razão da diferenciação baseada na 
deficiência, com propósito ou efeito de impedir ou impossibilitar o seu reconhecimento 
enquanto sujeito de direitos; 
XI. Garantir que as crianças e os adolescentes com deficiência recebam atendimento qualificado 
e adequado de acordo com suas necessidades de recursos humanos e tecnológicos que garantam 
igualdade de condições com as demais crianças e adolescentes, levando em consideração a 
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acessibilidade em todas as dimensões: arquitetônica, atitudinal, comunicacional, programática, 
metodológica e instrumental; 
Vamos relembrar o que significa cada um desses conceitos? 
 barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados (diferem das barreiras 
urbanísticas, que são aquelas existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos ao 
público ou de uso coletivo); 
 barreira atitudinal: atitudes ou comportamentos que impeçam ou prejudiquem a participação 
social da pessoa com deficiência em igualdade de condições e oportunidades com as demais 
pessoas; 
 barreira comunicacional: ou barreira nas comunicações e nainformação; qualquer entrave, 
obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o 
recebimento de mensagens e de informações por intermédio de sistemas de comunicação e de 
tecnologia da informação; 
 barreira programática: verifica-se quando as leis, portarias, regulamentos e políticas 
perpetuam a exclusão. São as barreiras invisíveis que se encontram nas políticas públicas, em 
regulamentos e normas em geral ou quando garantem os direitos dessas pessoas, mas deixam 
de ser obedecidas; 
 barreiras metodológicas: são aquelas que decorrem dos métodos de ensino, trabalho e lazer. 
A acessibilidade metodológica deve ser utilizada para garantir que todos os métodos de ensino, 
trabalho e lazer sejam homogêneos, “sem barreiras nos métodos e técnicas de estudo 
(adaptações curriculares, aulas baseadas nas inteligências múltiplas, uso de todos os estilos de 
aprendizagem, participação do todo de cada aluno, novo conceito de avaliação de aprendizagem, 
novo conceito de educação, novo conceito de logística didática, etc.), de trabalho (métodos e 
técnicas de treinamento e desenvolvimento de recursos humanos, ergonomia, novo conceito de 
fluxograma, empoderamento, etc.), de ação comunitária (metodologia social, cultural, artística, 
etc. baseada em participação ativa), de educação dos filhos (novos métodos e técnicas nas 
relações familiares etc.) e de outras áreas de atuação.; 
 barreira instrumental: é encontrada quando os instrumentos utilizados para trabalhar, 
brincar, estudar, realizar atividades comuns da vida diária, além de outras áreas de atuação, não 
atendem às limitações das pessoas com deficiência. 
A ideia da Resolução, aqui, é justamente, superar essas barreiras por meio da acessibilidade. 
XII. Garantir que a escuta qualificada em todos os espaços e serviços ofertados à criança e 
adolescente, na qual a comunicação dependendo da deficiência deve abranger as línguas, LIBRAS 
a visualização de textos, o braile, a comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos de 
multimídia acessível, assim como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os 
meios de voz digitalizada e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de 
comunicação, inclusive a tecnologia da informação e comunicação acessíveis. A língua abrange 
as línguas faladas e de sinais e outras formas de comunicação não falada; 
Aqui, quando se fala em comunicação, o destaque fica para o conceito de “língua”. A língua abrange as 
línguas faladas e de sinais e outras formas de comunicação não falada. 
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XIII. Garantir a formação dos atores do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do 
Adolescente para qualificação sobre o tema; 
XIV. Garantir a formação teórica e prática, inicial e continuada dos profissionais/funcionários que 
trabalham com as crianças e adolescentes com deficiência para qualificação sobre o tema; 
XV. Garantir o acesso da criança e do adolescente com deficiência na comunidade (escola, 
espaços de cultura, lazer e esporte, bibliotecas, espaços urbanos em geral e outros); 
XVI. Garantir a promoção de atividades pedagógicas direcionadas às crianças e aos adolescentes 
sem deficiência para trabalhar temas relacionados à deficiência como o preconceito, 
discriminação, bem como o empoderamento das pessoas com deficiência, para romper 
principalmente com rótulos estigmatizantes de modo a garantir o respeito à diversidade 
humana; 
XVII. Promover o envolvimento das famílias no sentido do rompimento com os estigmas de 
“incapacidade” e superproteção para reforçar as potencialidades das crianças e dos 
adolescentes, visando à criação e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários; 
No inciso XVII, a Resolução retoma a ideia de barreira atitudinal ao falar em estigma de “incapacidade” e 
superproteção. Esses comportamentos são também considerados barreiras, limitadores, do 
desenvolvimento das crianças e adolescentes com deficiência, e devem ser combatidos. 
O que deve chamar atenção, aqui, é que existem alguns comportamentos que, em uma primeira vista, 
podem não parecer prejudiciais, mas o são (como por exemplo, a superproteção). Esses comportamentos 
podem ser usados pelo seu examinador para tentar te confundir na hora da prova, portanto, fiquem atentos. 
Para não perder a oportunidade, segue uma lista de alguns desses comportamentos: 
 Inferioridade: acreditar que a pessoa com deficiência não acompanhará os demais em alguma 
atividade em grupo, por exemplo. Isso é incorrer num grave engano, pois todas as pessoas 
apresentam ritmos de aprendizagem diferentes. Assim sendo, cada um faz seu percurso 
singularmente; 
 Piedade: sentir-se pesaroso e ter atitudes protetoras em relação a pessoa com deficiência. 
Estimular o grupo a antecipar-se às pessoas com deficiência, realizando as atividades por elas, 
atribuindo-lhes uma pseudoparticipação; 
 Adoração ao herói: considerar uma pessoa com deficiência como sendo “especial”, 
“excepcional” ou “extraordinária”, simplesmente por superar uma deficiência ou por fazer uma 
atividade qualquer; elogiar exageradamente a pessoa por qualquer mínima ação realizada na 
escola, faculdade ou no ambiente de trabalho, como se inusitada fosse sua capacidade de viver 
e interagir com o grupo e o ambiente; 
 Exaltação ao modelo: usar a imagem da pessoa com deficiência como modelo de persistência 
e coragem diante os demais; 
 Compensação: acreditar que as pessoas com deficiência devem ser compensadas de alguma 
forma; seja minimizando a intensidade das atividades ou oferecendo-lhes vantagens; 
 Substantivação da deficiência: referir-se à falta de uma parte ou sentido da pessoa como se 
a parte “faltante” fosse o todo. Ex: o deficiente mental, o cego, o “perneta”, etc. Essa barreira faz 
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com que a pessoa com deficiência perca sua identidade em detrimento da deficiência, 
fragilizando sua autoestima 
Vejamos os demais incisos: 
XVIII. Garantir o respeito à orientação sexual e a identidade de gênero de crianças e adolescentes 
com deficiência; 
XIX. Desenvolver ações que promovam a independência de crianças e adolescentes com 
deficiência em relação às habilidades sociais, cuidado pessoal, comunicação, utilização dos 
recursos da comunidade, saúde e segurança, lazer e profissionalização; 
XX. Garantir que as famílias das crianças e adolescentes com deficiência tenham conhecimento 
e acesso sobre todos os direitos das pessoas com deficiência; 
XXI. Garantir que a criança e o adolescente com deficiência tenham acesso a todos os serviços e 
programas de saúde regulares, bem como se necessário os atendimentos específicos para 
pessoas com deficiência para promoção, proteção e prevenção da saúde; 
XXII. Garantir que as crianças e os adolescentes com deficiência tenham acesso ao sistema 
regular de ensino em classes comuns, bem como o Atendimento Educacional Especializado (AEE) 
quando necessário; 
XXIII. Garantir que a oferta de educação bilíngue em Libras como primeira língua e na modalidade 
escrita da Língua Portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas 
inclusivas. 
No inciso XXIII, a Resolução reforça disposição que também já existe no Estatuto da Pessoa com Deficiência 
(art. 28, IV). 
XXIV. Promover a intersetorialidade no planejamento e desenvolvimento das ações voltadas às 
crianças e aos adolescentes com deficiência do serviço, visando acesso à educação, saúde, 
qualificação e inclusão profissional, cultura, esporte, lazer, respeitando a idade, os ciclos de vidae as fases de desenvolvimento; 
Aqui a Resolução fala expressamente em intersetorialidade, assunto que já abordamos. 
XXV. Garantir que as crianças e os adolescentes que gozam de benefícios previdenciários e/ou 
assistenciais devem ser esclarecidos e/ou compartilhadas as decisões em relação à destinação 
deste recurso, uma vez que deve ser utilizado em benefício da criança e adolescente com 
deficiência. 
XXVI. Garantir que as crianças e os adolescentes tenham asseguradas informações em relação 
aos canais de denúncias em caso de violações de seus direitos; 
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XXVII. Garantir o acesso das crianças e dos adolescentes com deficiência à denúncia de violência, 
tendo respeitada a veracidade de seus relatos, como violência sexual, física, psicológica, 
negligência, abandono, bullying, entre outros; garantindo ainda a continuidade do processo nas 
instâncias competentes, como, conselho tutelar, delegacia, vara da infância e juventude e outros; 
XXVIII. Assegurar que as instâncias do controle social competentes sejam notificadas acerca das 
denúncias de violações de direitos de crianças e de adolescentes com deficiência; 
XXIX. Estimular apoiar e promover a manutenção de bancos de dados com informações sobre 
crianças e adolescentes com deficiência, respeitando seu direito à privacidade, para subsidiar a 
formulação, monitoramento e avaliação de políticas públicas. 
Resumindo: 
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RESOLUÇÕES DO CONANDA 
Antes de analisarmos os atos normativos indicados, vamos compreender quem é o CONANDA, Conselho 
Nacional dos Direito da Criança e do Adolescente. Trata-se de órgão vinculado à Presidência da República, 
criado pela Lei 8.242/1991. 
• São diretrizes para o atendimento de criança e adolescente com deficiência no O
Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente:
• reconhecer a criança e o adolescente com deficiência como cidadãos plenos de
direitos, ou seja, capazes de expressar suas opiniões, buscar, receber e compartilhar
informações e ideias e tomar decisões;
• reconhecer que as barreiras para o pleno desenvolvimento da criança e do
adolescente com deficiência não estão no indivíduo e sim na sociedade;
• reconhecer que o atendimento da criança e do adolescente com deficiência deve ser
feito de maneira transversal, de diferentes áreas disciplinares e setores, não somente
pelo viés médico/clínico/da saúde, mas também na educação, assistência social,
preparação para o trabalho, programas e políticas públicas e condições ambientais;
• garantir o diagnóstico e a estimulação precoces das crianças com deficiência;
• Reconhecer que o adolescente com deficiência tem o direito de exercer seus direitos
políticos, econômicos, do consumidor, vida afetiva, direitos sexuais e reprodutivos,
vedada esterilização compulsória, respeitando a idade, os ciclos de vida e as fases de
desenvolvimento;
• garantir que as crianças e os adolescentes com deficiência recebam atendimento
qualificado e adequado de acordo com suas necessidades de recursos humanos e
tecnológicos que garantam igualdade de condições com as demais crianças e
adolescentes, levando em consideração a acessibilidade em todas as dimensões:
arquitetônica, atitudinal, comunicacional, programática, metodológica e instrumental;
• garantir que a escuta qualificada em todos os espaços e serviços ofertados à criança e
adolescente, na qual a comunicação dependendo da deficiência deve abranger as
línguas, LIBRAS a visualização de textos, o braile, a comunicação tátil, os caracteres
ampliados, os dispositivos de multimídia acessível, assim como a linguagem simples,
escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizada e os modos, meios e
formatos aumentativos e alternativos de comunicação, inclusive a tecnologia da
informação e comunicação acessíveis. A língua abrange as línguas faladas e de sinais e
outras formas de comunicação não falada;
• promover o envolvimento das famílias no sentido do rompimento com os estigmas de
“incapacidade” e superproteção para reforçar as potencialidades das crianças e dos
adolescentes, visando à criação e o fortalecimento dos vínculos familiares e
comunitários;
• garantir que a oferta de educação bilíngue em Libras como primeira língua e na
modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda língua, em escolas e classes
bilíngues e em escolas inclusivas;
• promover a intersetorialidade ;
RESOLUÇÃO CONJUNTA CONANDA/CONADE 01/2018
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As atribuições do órgão estão descritas no art. 2º da Lei que, em síntese, envolvem a coordenação das 
atividades em políticas públicas na área de infância de juventude. Nesse contexto, é atribuição do CONANDA: 
 elaborar normas gerais da política nacional de atendimento aos direitos da criança e do 
adolescente; 
 zelar pela aplicação da política nacional de atendimento; 
 apoiar e avaliar a política estadual e municipal dos conselhos estudais e municipais da criança 
e do adolescente; 
 poderá sugerir modificações nas estruturas públicas e privadas de atendimento da criança e 
do adolescente; 
 poderá sugerir modificações nas estruturas públicas e privadas de atendimento à criança e ao 
adolescente; 
 apoiará a promoção de campanhas educativas e a indicação de medidas a serem adotadas 
contra violações aos direitos protegidos pelo ECA; e 
 em relação aos aspectos financeiros, o CONANDA é responsável por: a) acompanhar a 
execução de proposta orçamentária da União; e b) gerir o Fundo Nacional para a Criança e o 
Adolescente. 
Dessas atribuições destacamos a primeira, que implica na edição das Resoluções do CONANDA, que serão, 
nesta aula, estudadas. 
Para a execução dessas atividades, o CONANDA será integrado por: 
 representantes do Poder Executivo; 
 representantes dos órgãos executores de políticas sociais básicas; 
 representantes de entidades não governamentais de atendimento à criança e ao adolescente. 
Esses representantes atuarão no CONANDA de forma gratuita (não remunerados) e o Presidente do órgão 
deliberativo será nomeado (e destituído) pelo Presidente da República. 
A partir da Lei 8.242/1991, foi editado o Decreto Executivo 5.089/2004, que dispõe a composição, 
estruturação, competência e funcionamento do CONANDA. Do referido ato normativo, citamos o art. 1ºm 
que traz caracterização do órgão: 
Art. 1º O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA, órgão 
colegiado de caráter deliberativo, integrante da estrutura básica da Secretaria Especial dos 
Direitos Humanos da Presidência da República, tem por finalidade elaborar normas gerais para a 
formulação e implementação da política nacional de atendimento dos direitos da criança e do 
adolescente, observadas as linhas de ação e as diretrizes conforme dispõe a Lei no 8.069, de 13 
de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como acompanhar e avaliar a sua 
execução. 
No decorrer do ato, temos a reafirmação das atribuições (art. 2º), composição (art. 3º), estrutura de 
funcionamento (art. 5º), entre outros temas de organização do órgão. 
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RESOLUÇÃO CONANDA 170/2014 
1 - REGRAS GERAIS

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