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CURSO UNASUS_PLANEJAMENTOEMSAUDE

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CURSO UNASUS – PLANEJAMENTO EM SAÚDE 		10/06/2021
OBJETIVOS
· Conhecer Portarias e Decretos próprios do Planejamento em Saúde;
· Conhecer o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA), em cada esfera de gestão;
· Descrever os métodos de planejamento: normativo e estratégico;
· Compreender as ferramentas do planejamento;
· Compreender a importância da utilização dos sistemas de informações, dos planos municipais e estaduais e da análise situacional do território, para a realização do planejamento;
· Analisar a importância do planejamento nas ações das equipes de saúde;
· Analisar os Indicadores de saúde.
UNIDADE 1 – PLANEJAMENTO
Planejamento – não-improvisação (pensar antes de agir, uma ação planejada), é o cálculo que precede e preside a ação. 
DEFINIÇÃO: processo pelo qual determinamos que caminhos tomar para que cheguemos à situação que se deseja. Significa, portanto, definir de antemão o que fazer para mudar as condições atuais para que se chegue à condição definida como desejável (CHORNY et al., 2008).
	Para CARLOS MATOS: Planejar significa pensar antes de agir, pensar sistematicamente, com método; explicar cada uma das possibilidades e analisar suas respectivas vantagens e desvantagens; propor-se objetivos. É projetar-se para o futuro, porque as ações de hoje terão sido eficazes, ou ineficazes, dependendo do que pode acontecer amanhã e do que pode não acontecer. O Planejamento é a ferramenta para pensar e criar o futuro porque contribui com um modo de ver que ultrapassa as curvas do caminho e chega à fronteira da terra virgem ainda não palmilhada e conquistada pelo homem. Essa visão ampla serve como suporte das decisões de cada dia: os pés no presente e o olhar no futuro (HUERTAS,1996, p.31).
Planejamento em saúde – optar pelo planejamento significa assumir uma alternativa à improvisação. É decidir aonde se quer chegar, é acreditar que o futuro pode ser construído. Isto porque planejar implica transformar ideias em ação. Uma rápida reflexão sobre nosso dia a dia, já revela que o ato de planejar é inerente ao ser humano. As instituições de saúde em que a complexidade das tarefas e o elevado volume de recursos e pessoas envolvidas na sua realização não podem correr o risco do improviso? “Acresce-se o fato de lidarem com situações que envolvem a vida de milhões de pessoas e que podem resultar em doenças, incapacidades e mortes” (PAIM, 2006, p.17).
	Para esse mesmo autor, o planejamento também ajuda a mobilizar vontades. “A identificação dos problemas e dos meios de superá-los eleva a consciência sanitária das pessoas, facilitando a mobilização política dos interessados pela questão saúde” (PAIM, 2006, p.22).
	Segundo Paim (2006, p.25), planejamento também é “um modo de explicitação do que vai ser feito, quando, onde, como, com quem, e para quê.”
O documento que registra essas escolhas é o Plano.
DEFINIÇÃO: Matus nos ensina que o Plano é um produto momentâneo de um processo de planejamento. É um instrumento de negociação, nunca está acabado, mas sempre em construção.
OBJETIVO: No contexto da Estratégia Saúde da Família, o principal objetivo do Plano deve ser o de orientar a ação da equipe de saúde do município, apontar para correções de rumos e avaliação dos resultados obtidos em relação aos objetivos propostos.
	Na saúde, quase sempre pretendemos alcançar objetivos complexos, de maneira pactuada entre os gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) e com a cogestão da sociedade civil. Para tanto, não só é importante planejar, como também dispor de um método de planejamento.
	Além disso, como planejamos em situações onde a incerteza, em maior ou menor grau, está sempre presente, o planejamento deve ser um processo permanente, considerando que as situações são dinâmicas e estão em constantes transformações. Por isso, um processo permanente de planejamento deve facilitar a direcionalidade das ações, a correção de rumos e o enfrentamento de imprevistos.
	Existem muitos métodos de planejamento, cada um com suas vantagens e desvantagens, conforme a situação em que se apresenta. No entanto, as maiores influências no Planejamento em Saúde são as do pensamento normativo e estratégico.
	Para melhor compreensão de como esses dois olhares influenciaram o Planejamento em Saúde, é preciso voltar no tempo e conhecer um pouquinho da história do planejamento na América Latina e as origens do Planejamento em Saúde, expressos no esquema abaixo.
	Para realizar o planejamento, temos que conhecer a legislação e instrumentos que regulamentam o ato de planejar.
Legislações Aplicáveis ao Planejamento do SUS
	Para realizar Planejamento em Saúde, deve-se conhecer a legislação aplicada ao planejamento do SUS. Algumas perguntas são importantes, como por exemplo: de quem é a responsabilidade? E a parte orçamentária como fica? Como o planejamento está estruturado? Existem princípios para esse planejamento?
	A princípio, deve-se compreender que o planejamento no SUS é de responsabilidade conjunta das três esferas da federação, sendo que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem desenvolver suas respectivas atividades de maneira a gerar complementariedade e funcionalidade.
	Na Lei nº. 8.080, de 1990, Lei Complementar (LC) nº. 141, de 2012 (BRASIL, 1990) é possível visualizar as competências de cada esfera de Governo e como as ações de planejamento são importantes para as três esferas.
COMPETÊNCIAS COMUNS:
· Acompanhar, avaliar e divulgar o nível de saúde da população;
· Administrar recursos orçamentários e financeiros;
· Estabelecer padrões e mecanismos de controle e avaliação dos serviços de saúde;
· Organizar e coordenar sistemas de informação;
· Elaborar e atualizar os planos de saúde, Relatório de Gestão, Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior (RDQA) e a Programação Anual de Saúde (PAS);
· Elaborar normas para regular as atividades dos serviços privados de saúde;
· Fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos;
· Elaborar proposta orçamentária (Inciso X da Lei nº. 8.080, de 1990).
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS:
- ESFERA MUNICIPAL:
· Planejar, organizar e avaliar a provisão local de serviços de saúde;
· Gerenciar as unidades públicas de saúde;
· Executar serviços de vigilância epidemiológica e sanitária, de alimentação e nutrição, de saneamento básico e de saúde do trabalhador;
· Implementar a política de insumos e equipamentos em saúde;
· Controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde.
- ESFERA ESTADUAL:
· Promover a articulação sistêmica, o planejamento e coordenação regional das políticas, ações e serviços de saúde;
· Monitorar e avaliar as redes regionalizadas e hierarquizadas no SUS;
· Elaborar e sistematizar os planos de médio e longo prazo no âmbito estadual;
· Fornecer apoio técnico e financeiro aos Municípios nas ações de descentralização;
· Coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros.
- ESFERA DA UNIÃO:
· Formular, apoiar a implementação e avaliar as políticas prioritárias em âmbito nacional;
· Elaborar o planejamento estratégico do SUS;
· Coordenar sistemas de alta complexidade;
· Coordenar sistemas de laboratórios de saúde pública, de vigilância epidemiológica e de vigilância sanitária;
· Formular a política nacional de produção de insumos e equipamentos;
· Promover a descentralização de ações e serviços de saúde;
· Estabelecer e coordenar os sistemas nacionais de auditoria e ouvidoria.
	As diretrizes gerais para elaboração do planejamento para todas as esferas de gestão e o estabelecimento de prioridades e objetivos nacionais são definidos pelo Ministério da Saúde, em articulação com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), em conformidade com as políticas de saúde aprovadas pelo Conselho Nacional de Saúde.
	A instância de pactuação onde são definidos os rumos da política de saúde no país é a Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Os integrantes da CIT são os representantesda direção do Ministério da Saúde, do CONASS e do CONASEMS. Tem composição paritária formada por 15 membros, sendo cinco indicados pelo Ministério da Saúde, cinco pelo CONASS e cinco pelo CONASEMS. A representação de estados e municípios nessa comissão é regional, sendo um representante para cada uma das cinco regiões no país. Nesse espaço, as decisões são tomadas por consenso e não por votação. A CIT está vinculada à direção nacional do SUS. 
	Cada estado também possui uma Comissão Intergestores Bipartite (CIB) que tem atribuições semelhantes e complementares as da CIT, mas atuam em seus respectivos estados, em consonância com as definições nacionais. Elas são espaços estaduais de articulação e pactuação política que objetivam orientar, regulamentar e avaliar os aspectos operacionais do processo de descentralização das ações de saúde. São constituídas, paritariamente, por representantes do governo estadual, indicados pelo Secretário de Estado da Saúde e dos Secretários Municipais de Saúde, indicados pelo órgão de representação do conjunto dos municípios do estado, em geral denominado COSEMS. Os Secretários Municipais de Saúde, por meio de seus espaços de representação, debatem entre si os temas estratégicos, antes de apresentar suas posições na CIB. Os COSEMS são, também, instâncias de articulação política entre Gestores Municipais de Saúde, sendo de extrema importância a participação dos gestores locais nesses espaços. As CIB foram institucionalizadas pela Norma Operacional Básica nº 1 de 1993, e instaladas em todos os estados do país. O Gestor Municipal deve procurar o COSEMS de seu estado e discutir, ali, quais são as possibilidades de participação no processo de constituição e funcionamento da CIB.
	Para completar, temos a Comissão Intergestores Regionais (CIR) que estão vinculadas às Secretarias Estaduais de Saúde para efeitos operacionais e administrativos, devem seguir as diretrizes da CIB (BRASIL, 2011a). São instâncias deliberativas compostas por representantes do estado e todos os Secretários Municipais de Saúde de um determinado território (região de saúde), que tem por finalidade viabilizar a integralidade das ações de saúde, considerando a singularidade dos locais. Funciona como um órgão colegiado. Devem pactuar a organização e o funcionamento das ações e serviços de saúde integrados em redes de atenção à saúde.
E como a sociedade participa?
	A sociedade participa nas três esferas de governo por meio dos Conselhos de Saúde e Conferências de Saúde.
	Os Conselhos de Saúde são instituições presentes nas três esferas de governo, voltados para formular estratégias e controlar a execução da política de saúde, incluindo as questões relativas aos aspectos econômicos e financeiros (MOREIRA; ESCOREL, 2009).
	Portanto, para realizar o planejamento deve-se incluir o Conselho nas discussões, pois isso irá fortalecer a atuação dos atores que têm o desafio de planejar as ações no território.
LEGISLAÇÃO
	A legislação no campo da saúde é composta por normas gerais aplicáveis ao planejamento governamental e pelas normas específicas editadas para o SUS. Para desenvolver o Planejamento em Saúde, é desejável conhecer e seguir a legislação. As principais leis referentes ao planejamento governamental são:
· Lei nº 4.320, de 1964 – Trata das normas para elaboração e controle financeiro e orçamentário da União, Estados e Municípios.
· Art. 165 a 169 da Constituição Federal de 1988 – Estabelece o Plano Plurianual (PPA), a Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
· Lei Complementar nº 101, de 29 de dezembro de 2000 – Trata das normas de finanças públicas referentes à responsabilidade e gestão fiscal e institui disposições complementares para a execução do PPA, da LDO e da LOA.
· PORTARIA Nº 2.979, DE 12 DE NOVEMBRO DE 2019 – Institui o Programa Previne Brasil, que estabelece novo modelo de financiamento de custeio da Atenção Primária à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde, por meio da alteração da Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017.
Já as principais leis e normas específicas do planejamento governamental do SUS, são:
· Art. 36 da Lei nº 8.080, de 1990 - O processo de planejamento e orçamento no SUS será de natureza ascendente da esfera municipal até a federal. Destaca a observação do equilíbrio financeiro dos entes da Federação, define o Plano de Saúde como instrumento básico do planejamento setorial e confere ao Conselho Nacional de Saúde (CNS) a atribuição de estabelecer as diretrizes gerais para a elaboração dos planos de saúde.
· Lei n° 8.142, de 1990 - Define as conferências de saúde como instâncias para avaliação da situação de saúde e para a proposição de diretrizes que subsidiarão a formulação da política de saúde, e estabelece a elaboração dos planos de saúde como condição para o recebimento de transferências do Fundo Nacional de Saúde (FNS). O Conselho de Saúde atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder, legalmente constituído em cada esfera do governo (§ 2 Lei Nº 8.142).
· Emenda Constitucional n° 29, de 2000 - Institui a obrigatoriedade da aplicação por parte dos três entes da Federação de patamares mínimos de recursos fiscais para o financiamento das ações e serviços de saúde no SUS.
· Portaria n° 4.279, de 2010 - Estabelece os fundamentos conceituais e operativos essenciais ao processo de organização das redes de atenção à saúde e as diretrizes para sua implementação, visando a regionalização das ações e serviços de saúde no SUS e consequente a garantia da integralidade do cuidado.
· Decreto n° 7.508, de 2011 - Regulamenta a Lei 8.080/1990 no que se refere à organização do SUS, ao planejamento da saúde, à assistência à saúde e à articulação interfederativa.
· Resolução CIT n° 01/2011 - Estabelece as diretrizes gerais para a instituição das regiões de saúde no âmbito do SUS, institui a Região de Saúde como base para o planejamento dos entes federados e define as CIR, as CIB e a CIT.
· Lei Complementar n° 141, de 2012 - Regulamenta o § 3º do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; além de estabelecer os critérios de rateio dos recursos de transferências à saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo.
· Portaria n° 2.135, de 2013 - Estabelece diretrizes para o processo de planejamento no âmbito do SUS, define o Plano de Saúde, as respectivas Programações Anuais e o Relatório de Gestão, como os instrumentos fundamentais para o planejamento no âmbito do SUS. Estabelece ainda que o Plano de Saúde deverá observar os prazos do PPA de cada ente da Federação. Dispõe que o processo de planejamento regional integrado será coordenado pela gestão estadual, envolverá os três entes federados e será elaborado no âmbito das regiões de saúde.
	Os sete princípios de planejamento governamental em saúde extraídos do Manual de Planejamento no SUS:
Segundo o Manual de Planejamento do SUS (Ministério da Saúde e FIOCRUZ 2016), o planejamento governamental em saúde é regido pelos seguintes princípios:
1. O planejamento consiste em uma atividade obrigatória e contínua;
2. O planejamento no SUS deve ser integrado à Seguridade Social e ao planejamento governamental geral;
3. O planejamento deve respeitar os resultados das pactuações entre os gestores nas comissões intergestores regionais, bipartite e tripartite;
4. O planejamento deve estar articulado constantemente com o monitoramento, a avaliação e a gestão do SUS;
5. O planejamento deve ser ascendente e integrado;
6. O planejamento deve contribuir para a transparência e a visibilidade da gestão da saúde;
7. O planejamento deve partir das necessidades de saúde da população.
	Esses princípios devem ser seguidos no Planejamento em Saúdepara cumprir a missão principal do serviço de saúde que é realizar o cuidado à pessoa. Agora com essa base sobre legislação, é importante entender os instrumentos de Planejamento do SUS. Os instrumentos básicos de planejamento no SUS são:
· PLANO DE SAÚDE
· PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE
· RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO
1. PLANO DE SAÚDE
	Plano de Saúde é um instrumento do planejamento que tem como função consolidar as políticas de saúde e seus compromissos. Ele serve para nortear a elaboração do Planejamento em Saúde e o orçamento do governo relacionados ao setor saúde. Esse instrumento deve ser elaborado por todas as esferas do poder (federal, estadual e municipal), com validade de 4 anos.
	Sua elaboração é baseada na análise situacional, respeitando as necessidades e particularidades dos diferentes territórios. Nele, estão apontados as diretrizes e objetivos que deverão orientar a gestão da política de saúde. É organizado na forma programática, trazendo as metas e indicadores que irão permitir o monitoramento e avaliação das ações propostas.
	No plano de saúde estão contempladas todas as áreas de atenção à saúde dos indivíduos, de forma a assegurar a integralidade do cuidado do indivíduo e sua família. Abordando as ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação em saúde.
	O Plano de Saúde deve ser submetido à apreciação e aprovação do Conselho de Saúde, devendo ser disponibilizado para acesso público, utilizando-se do Sistema de Apoio ao Relatório de Gestão (SARG-SUS).
De acordo com a Portaria n° 2.135, de 2013, a elaboração do Plano de Saúde deve conter a seguinte estrutura:
· Período de vigência do Plano de Saúde;
· Identificação (esfera de gestão correspondente);
· Ato do Conselho de Saúde que avalia o Plano de Saúde;
· Análise da situação de saúde com base no Mapa da Saúde;
· Diretrizes, Objetivos, Metas e Indicadores;
· Monitoramento e Avaliação.
	1.1 PLANO NACIONAL DE SAÚDE
	Instrumento que orienta todas as ações de gestão no SUS. Nele estão definidos os objetivos, metas e indicadores em saúde. Suas diretrizes foram elaboradas em eixos temáticos. O Plano traz as informações sobre a fundamentação legal, apresenta uma análise de situação de saúde da população brasileira, assim como a oferta de serviços para assegurar a atenção à saúde. Por fim, aponta os objetivos e metas que devem ser alcançadas para ampliar o acesso ao SUS e qualificar as ações de saúde ofertadas.
	1.2 PLANO ESTADUAL DE SAÚDE
	A nível estadual, o Plano de Saúde deve explicitar a metodologia de alocação dos recursos estaduais e a previsão anual de repasse de recursos aos Municípios, pactuada pelos gestores estaduais e municipais na CIB e aprovada pelo Conselho Estadual de Saúde. Cabe destacar o § 2°, art. 36 da Lei n° 8.080, de 1990, que estabelece a vedação da transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde.
	1.3 PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE
	É o instrumento central de Planejamento Municipal para definição e implementação de todas as iniciativas no âmbito da saúde para o período de quatro anos. Deverá ser elaborado no primeiro ano de mandato e viger nos três últimos anos e no primeiro ano do próximo mandato. Explicita os compromissos do governo para o setor saúde e reflete, a partir da análise situacional, as necessidades de saúde da população. É a base para a execução, o acompanhamento, a avalição da gestão do sistema de saúde e contempla todas as áreas da atenção à saúde, de modo a garantir a integralidade dessa atenção.
	O Plano Municipal de Saúde (PMS) tem vigência de 04 anos, sendo detalhado na Programação Anual de Saúde (PAS), que é o instrumento que especifica as ações e os serviços, as metas, os indicadores e os recursos para a operacionalização do PMS naquele ano específico. É elaborada no mesmo momento da elaboração do PMS, que gerará uma programação para cada ano. A cada ano, a PAS deverá ser atualizada e subsidiar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Deve ser apreciada pelo conselho municipal, antes do envio da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) à Câmara Municipal. A data de apreciação da LDO pela Câmara Municipal é definida pela Lei Orgânica do município. A PAS deve ser anexada em meio eletrônico no Sistema de Apoio ao Relatório de Gestão.
2. PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE
	Instrumento que tem como finalidade operacionalizar as intenções definidas no Plano de Saúde, inclusive prevendo como serão alocados os recursos orçamentários para execução das ações. Nesse documento, estão definidas as ações que devem ser realizadas para alcançar os objetivos e o cumprimento das metas do Plano de Saúde, os indicadores para monitoramento e avaliação.
	Ele deve ser composto contendo a seguinte estrutura:
· Período de vigência do Plano de Saúde;
· Identificação (esfera de gestão correspondente);
· Ato do Conselho de Saúde que avalia o Plano de Saúde;
· Diretrizes, objetivos e indicadores do Plano de Saúde;
· Metas do Plano de Saúde anualizadas/ revisadas;
· Ações que, no ano especifico, garantirão o alcance dos objetivos e o cumprimento das metas do Plano de Saúde.
· Previsão de alocação de recursos orçamentários necessários ao cumprimento da PAS.
3. RELATÓRIO DE GESTÃO
	Outro instrumento importante no Planejamento em Saúde é o relatório de gestão (RG). Nele, são apresentados os resultados alcançados com a execução da PAS, apurados com base no conjunto de diretrizes, objetivos e indicadores do Plano de Saúde, e orienta eventuais redirecionamentos que se fizerem necessários ao Plano de Saúde e as Programações seguintes. Por essas características, é o instrumento em que os gestores do SUS prestam contas das ações do Plano de Saúde operacionalizadas pela PAS, que foram executadas no ano anterior.
UNIDADE 2 – MÉTODOS E FERRAMENTAS DO PLANEJAMENTO EM SAÚDE
	Os métodos de planejamento e as escolas de planejamento são inúmeros, mas para a discussão proposta os métodos discutidos serão os planejamentos normativo e estratégico. A escolha de um em detrimento ao outro está pautada no modelo assistencial de saúde e no modelo de gestão adotado pela instituição que elabora o planejamento.
	Lembrando que o planejar é pensar antes, durante e depois de agir. Envolve o raciocínio, portanto é de forma racional observar uma situação indesejada, pensar na forma ideal ou possível e desenvolver um plano em busca da situação desejada, esse plano deve ser monitorado e avaliado.
Agora é importante conhecer as diferenças entre esses dois métodos de planejamento.
	1 PLANEJAMENTO NORMATIVO
	No planejamento normativo, o sujeito planejador está fora da realidade do local que vai ser alvo do plano, desconsiderando a realidade local, os determinantes sociais, os atores sociais e trabalhadores em saúde. O objetivo do plano é um problema técnico. O seu caráter normativo estabelece o planejamento estanque e que generaliza as situações de saúde, desconsiderando a realidade que é complexa.
	2. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL
	O Planejamento Estratégico é uma concepção, em que na elaboração de modelos e planos a dimensão política é central. As relações são analisadas e as orientações e estratégias são definidas, a partir de conjunturas e equilíbrios de poder existentes entre os atores políticos e instituições (MATUS, 1993). O Planejamento Estratégico Situacional passou a ser utilizado como um método que atende melhor as necessidades reais do Planejamento em Saúde. Matus desenvolveu o Planejamento Estratégico Situacional (PES). 
PLANEJAMENTO NORMATIVO x PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
· 
Levantamento de problemas;
· 2
· Explicação/compreensão dos problemas;
· 3
· Escolha de nós críticos para atuação sobre cada problema analisado e escolhido para intervenção;
· 4
· Elaboração de ações;
· 5
· Definição de prazos e responsáveis, e
· 6
· Definição dos indicadores de acompanhamento

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