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Universidade Federal de São Paulo – Campus Baixada Santista Engenharia de Petróleo Simulação de Reservatórios Atividade Final Drielly Galhardo Oliveira 112.093 Mateus Guilherme 112.060 Professor(a) Gabriel Piffer 112.101 Mauricio Diaz 112.143 Dra. Liliane Janikian Kananda Mendes 104.759 Renata Camila Gomes 112.153 Dr. Emiliano Costa Leandro Menali 112.121 Victor Enrico 103.185 Dr. Anderson Pereira Luiz Antonio 114.810 Setembro, 2020 INTRODUÇÃO Com base no último relatório, onde foi utilizado os dados de permeabilidade de todas as amostras para a realização das correlações com os dados de granulometria, espessura dos grãos, fácies sedimentares e elementos arquiteturais, os mesmos foram utilizados na presente análise, no entanto, havendo a separação desses dados em 7 poços próximos. Tendo em vista que no último relatório tínhamos um maior número de amostras em relação ao primeiro, já que este não foi utilizado apenas as amostras com os dados de porosidade, mas sim as amostras com todos os dados de permeabilidade, foi possível obter uma maior confiabilidade nas relações estabelecidas. As análises realizadas no último relatório, ajudaram a elaborar as correlações entre os perfis dos poços, já que anteriormente, com a construção dos gráficos tipo "Boxplot", houve a possibilidade de uma maior compreensão para que fosse possível a elaboração de uma correlação entre os perfis atuais. A ferramenta "Inkscape Project" foi utilizada para que pudéssemos elaborar os perfis de cada poço, e consequentemente, correlacionar visualmente os intervalos que possuíam, primeiro, as mesmas fácies sedimentares e granulometria, segundo, os mesmos elementos arquiteturais e, por último, o intervalo de fácies sedimentares com os dados de permeabilidade em conjunto. As discussões e análises realizadas, em associação com as imagens dos perfis levantados e as correlações entre eles, são apresentadas a seguir. 1 CORRELAÇÃO DOS POÇOS QUANTO ÀS FÁCIES SEDIMENTARES Primeiramente, foi realizada a análise do perfil estratigráfico entre os sete poços, correlacionando somente suas fácies sedimentares. Essas correlações foram realizadas de forma sequencial: 1A-1B, 1B-2A, 2A-2B, 2B-3A, 3A-3B, 3B-4, na qual serão discorridas a seguir: 1A-1B: Foi possível correlacionar principalmente as fácies sedimentares Atg - Arenito com estratificação cruzada tangencial (oliva claro), Alc - Arenito com laminação cruzada (amarelo claro) e Sl - Siltito laminado (Cinza 70%), em contrapartida não foi encontrado nenhuma correlação com a fácie sedimentar Atge - Arenito com estratificação tangencial eólica (amarelo escuro), visto 2 que este só se encontra presente no poço 1A. Podemos perceber, portanto, que as fácies sedimentares possuem uma boa continuidade lateral entre os dois perfis, já que foi possível correlacionar praticamente todas as fácies presentes no poço 1A com o poço 1B. 1B-2A: Entre esses dois perfis, foi possível correlacionar apenas as fácies sedimentares Atg - Arenito com estratificação cruzada tangencial (oliva claro), Sl - Siltito laminado (Cinza 70%) e Ap - Arenito com estratificação planar (laranja escuro), não havendo correlação com as fácies At - Arenito com Estratificação Cruzada Tabular (laranja claro) e Alc - Arenito com laminação cruzada (amarelo claro). Foi possível observar, portanto, que não houve uma boa continuidade lateral entre as fácies desses dois perfis, podendo-se supor que pode ter ocorrido um evento que ocasionou a interrupção da sucessão horizontal dessas litologias. De modo geral, foi possível observar também, que os perfis estratigráficos 1A e 1B, são bastante distintos com o restante dos poços, o que aumenta a pressuposição de uma quebra na continuidade das litologias neste local. É notável também, que houve uma alteração na angulação dos arenitos, passando principalmente de uma estratificação cruzada tangencial para planar. 2A-2B: Observando os dois perfis, é possível identificar a correlação das fácies sedimentares Sl - Siltito laminado (Cinza 70%) e Ap - Arenito com estratificação planar (laranja escuro) e At - Arenito com Estratificação Cruzada Tabular (laranja claro), não havendo correlação com a fácie Atg - Arenito com estratificação cruzada tangencial (oliva claro). Neste caso, já foi possível observar uma boa continuidade lateral entre as fácies desses dois poços, mantendo-se inclusive, de forma geral, a angulação das estratificações dos arenitos. 3 2B-3A: Comparando os dois perfis, é possível identificar a correlação das fácies sedimentares Sl - Siltito laminado (Cinza 70%), Ap - Arenito com estratificação planar (laranja escuro) e At - Arenito com Estratificação Cruzada Tabular (laranja claro), não havendo correlação com as fácies Atg - Arenito com estratificação cruzada tangencial (oliva claro) e Alc - Arenito com laminação cruzada (amarelo claro). Foi possível observar que as fácies sedimentares entre esses dois poços, também mantiveram uma boa continuidade lateral, porém, também é possível notar, que houve um aumento de granulometria de forma geral, havendo uma predominância de arenitos com granulometria grossa no poço 3A, sendo que no poço 2B, o predomínio é de arenitos médios. Outro ponto, é a alteração novamente no predomínio de estratificações de arenitos planar e cruzada tabular, sendo notável uma mudança na angulação. 3A-3B: Verificando os dois perfis, é possível identificar a correlação das fácies sedimentares Ap - Arenito com estratificação planar (laranja escuro) e At - Arenito com Estratificação Cruzada Tabular (laranja claro), não havendo correlação com as fácies Sl - Siltito laminado (Cinza 70%). Podemos observar nos perfis que houve uma mudança de granulometria, passando de um sedimento predominantemente grosso para uma sedimentação média. Foi possível observar também que não houve uma grande alteração na angulação da estratificação entre os dois perfis. 3B-4: Considerando os dois perfis, é possível identificar a correlação das fácies sedimentares Ap - Arenito com estratificação planar (laranja escuro), At - Arenito com Estratificação Cruzada Tabular (laranja claro), não havendo correlação com as fácies Sl - Siltito laminado (Cinza 70%) e Alc - Arenito com laminação cruzada (amarelo claro). Podemos observar avaliando os perfis que houve uma mudança de granulometria, passando de um sedimento predominantemente médio para uma sedimentação grossa. Foi possível observar também que não houve uma alteração considerável na estratificação entre os dois perfis. 4 CORRELAÇÃO DOS POÇOS QUANTO ÀS FÁCIES SEDIMENTARES E PERMEABILIDADE Para correlacionar o poço de uma forma mais completa, foi feito uma nova correlação levando em consideração tanto as fácies sedimentares quanto a permeabilidade. 1A-1B:5 1A-1B: Diferenciando da primeira correlação, podemos observar que há uma ligeira diferença quanto às divisões, já que leva em consideração a permeabilidade, como no caso de Atg e Alc que pode ser observado acima. A partir da segunda correlação, há a observação desta mudança. Além disso, no caso da 5º correlação, considerando a permeabilidade, podemos ver que é diferente quando comparado com a correlação observada nesta mesma seção. 1B-2A: 1B-2A: Neste caso, quando correlacionamos os poços 1B e 2A, vemos que, em ambos os casos, a correlação se encontra nas mesmas secções tanto quando considerando a permeabilidade quanto quando não considerada a permeabilidade. Como dito anteriormente, foi possível observar uma boa continuidade lateral entre as fácies desses dois poços em ambos os casos, porém 6 há poucas correlações entre os poços, indicando a possibilidade de mudança do aporte, ou seja, de ter a deposição de um material proveniente de outro aporte sedimentar. 2A-2B: 2A-2B: Comparando agora os poços 2A e 2B, conseguimos observar maiores mudanças quando comparada a correlação sem considerar a permeabilidade, porém levando em conta os poços 1B e 2A, a continuidade das fácies é muito maior , principalmente na parte inferior, onde a espessura das camadas é praticamente a mesma. De forma geral podemos afirmar que se houver um possível reservatório em qualquer um dos poços, poderemos encontrar essa mesma formação no seu “vizinho”, dada as devidas semelhanças. Outro trecho bastante importante e que se mantém continuado, é referente ao siltito, que no poço 2B aparece em uma espessura relativamente maior, porém com permeabilidade muito próxima em ambos os casos. Por outro lado, 7 analisando as fácies na parte mais superior dos poços, no caso do 2B foi encontrada uma maior alternância entre as camadas, o que não é correspondido no poço 2A. 2B-3A: 2B-3A: Dessa vez analisando os poços 2B e 3A, temos uma continuidade lateral bastante interessante, o que confirma a ideia de que os poços estão em locais em que a sedimentação ao longo dos anos foi muito parecida. Por exemplo, na base do poço 2B temos um arenito de estratificação plana (Ap) que mantém sua extensão por quase cerca de 40% do trecho analisado, já no 3A ele aparece em uma extensão bem menor e aparece uma nova estratificação, dessa vez cruzada e com uma granulação de arenito grande, o que nos fornece a informação de que houve uma pequena alteração no sistema deposicional. Essa alteração de 8 granulometria ocorre também na parte mais superior do poço, onde temos um novo aumento na granulometria, que antes era de arenitos finos (2B) e passou a ser arenitos médios (3A). 3A-3B: 3A-3B: Analisando os dois poços seguintes, 3A e 3B, pode-se observar uma continuidade muito grande das camadas referentes aos arenitos de estratificação tabular (At), principalmente na base do poço, e no topo ainda observa essa continuidade porém com camadas de arenito de estratificação plano paralelo também. Além disso, observa-se a não continuidade do siltito porém mantém-se o elemento arquitetural de topo de barra, confirmando a análise correta sobre os dois poços e também é possível ver uma diminuição no tamanho de grão, principalmente na base do reservatório, passando de grande para médio. 9 3B-4: 3B-4: A continuidade das camadas de arenito de estratificação cruzada tabular e plano paralelo se mantém do poço 3B ao 4, no entanto, analisando a espessura, houve um ganho bem grande no poço 4B. Através da permeabilidade foi possível fazer uma caracterização mais precisa sobre os intervalos de sedimentação, conferindo mais confiabilidade na análise. Além disso, ao analisar esses dois poços é possível perceber o quanto o poço 4 é mais profundo que os outros, apresentando regiões propícias a reservatórios muito mais espessas em todo o poço e uma base com granulometria maior, mostrando uma boa seleção de grãos nesta. 10 CORRELAÇÃO DOS POÇOS QUANTO O ELEMENTO ARQUITETURAL Foi realizada a análise dos elementos estruturais entre os sete poços e correlacionando-os. Essas correlações foram realizadas de forma sequencial: 1A-1B, 1B-2A, 2A-2B, 2B-3A, 3A-3B, 3B-4: 1A-1B: Ao correlacionar e analisar esses dois poços é possível observar que houve o abandono do canal, porém até acontecer o abandono total houve uma série de migrações em direção ao fluxo de barras arenosas de meio de canal e deposições de sedimentos arenosos na margem do canal. Isso é possível identificar de acordo com o tipo de elemento arquitetural relacionado ao tipo de litofácie presente nesse segmento e a geometria. 11 1B-2A: Ao correlacionar e analisar esses dois poços é possível notar que ambos obteve a mesma formação com elementos de barra que indica a migração de dunas a favor do fluxo de barras de arenito de meio de canal, seguidas de elementos de topo de base, com predominância de siltito e arenito com estratificação cruzada (poço 1A), o que indica que houve um acùmulo de elementos de planície de inundação, em seguida há uma acresção lateral de elemento de barra. 2A-2B: Semelhante a análise do poço 1B-2A, observa-se a mesma ordem de formação (elementos de barra > topo de barra > barra), indica que na base houve a migração na direção do fluxo de barras arenosas, em seguida uma deposição de sedimentos arenosos na margem do canal e por fim uma acresção lateral. 12 2B-3A: Analisando a correlação entre os dois poços é possível observar uma semelhança na formação barra na base do poço seguida de uma barra de topo, após isso os perfis apresentam discordância o que nos indica um diferente regime de sedimentação na região sendo o poço 2B com alternância entre formação barra e topo de barra que pode estar relacionado com o sucessivo abandono do canal de formação desse poço. 13 3A-3B: Observando a correlação feita entre os poços 3A e 3B, é possível observar uma grande semelhança nos elementos arquiteturais dos poços, seguindo um padrão de formação de topo de barra (Azul) entre duas formações de Barra maiores (Cinza). Com isso é possível observar que eles estavam expostos a condições parecidas de formação. Relacionando as fácies é possível analisar uma diferença já que o Bartop do poço 3B formou arenitos Alc já no poço 3A temos a presença de silte o que impacta diretamente a permeabilidade além do tamanho de grão, com isso é possível perceber que o rio relacionado a formação do poço 3B teve mais força para carrear sedimentos maiores quando comparado ao poço 3A. 14 3B-4: A relação entre o poço 3B e o poço 4 segue a mesma forma da análise anterior, ou seja, presença de uma formação de barra de topo entre duas formações de barra maiores o que nos indica semelhança no padrão de formação, aqui temos novamente uma mudança nas fácies sedimentares na formação barra de topo, com deposição de sedimentos na fração silte e Atcem uma pequena fração, que nos indica que o rio foi perdendo a força durante a deposição e por consequência carregando sedimentos menores com o tempo. CONCLUSÃO . Após realizar a análise dos dados, por meio do software Microsoft Excel, e a construção da estratigrafia dos poços através do software InkScape, foi possível correlacionar os poços, identificando pontos e secções semelhantes para fazermos análises mais aprofundadas e também melhorar o entendimento sobre a formação geológica e a estratigrafia do local de estudo. Ao final, foi possível verificar que há uma ligeira diferença entre as correlações, o que pode ser explicado pelas diferentes considerações feitas em cada uma delas já que foram realizadas as seguintes correlações: (I) a correlação considerando as fácies sedimentares; (II) a correlação considerando tanto as fácies sedimentares quanto a permeabilidade; e a (III) correlação feita utilizando os elementos arquiteturais. Nota-se que quanto mais elementos adicionamos às análises, melhor é a compreensão e correlação sobre os 7 poços, possibilitando uma visão integrada e precisa. Analisando sobre um ponto de vista econômico, a observação da correlação entre os poços possibilita saber onde se localiza reservatórios naquela região, visto que a estratigrafia está intimamente ligada. 15 Com relação aos perfis estudados conclui-se a grande influência do regime de sedimentação (Elemento arquitetural) sobre as propriedades de um reservatório, esse regime tem influência direta na facie sedimentar da rocha que, por sua vez, está ligado à permeabilidade do poço. 16
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