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Anamnese e exame físico A anamnese é a base dos atendimentos de saúde. Conhecida como uma entrevista com o paciente, a técnica tem como objetivo otimizar o tempo de consulta para facilitar a chegada ao diagnóstico, coletando dados subjetivos que a pessoa diz sobre si mesma. Ela é importante para começar a identificar os pontos fortes e os problemas de saúde da pessoa servindo de ponte para a etapa seguinte da coleta de dados: o exame físico. O significado da palavra anamnese é trazer à memória. Nesse momento de “entrevista”, cabe ao médico guiar o paciente em busca de informações sobre sua rotina – prática que ajuda a identificar a origem da enfermidade. Anamnese de primeira consulta Identificação Devem constar dados como; idade, sexo, etnia, profissão, estado civil, religião e escolaridade. Queixa do paciente Para que esta etapa seja completa, dê a palavra ao paciente. “O que você sente? O que o trouxe até aqui?”. Ou seja, estimule-o a dar detalhes sobre a evolução do quadro A história da doença atual (HDA) é um relato completo, claro e cronológico dos problemas que motivaram o paciente a buscar atendimento. A narrativa deve incluir dados sobre o aparecimento do problema, a situação em que este surgiu, além de manifestações e eventuais tratamentos sua localização; suas características; a quantidade ou intensidade; a cronologia, inclusive início, duração e frequência; a situação em que ocorre; os fatores que agravam ou aliviam o sintoma; e as manifestações associadas. Cada sintoma principal deve ser caracterizado segundo: Antecedentes pessoais é necessário colher informações clínicas, como cirurgias anteriores, alergias, doenças crônicas, imunização, uso de medicamentos e histórico obstétrico. Esses são dados essenciais para a elaboração da estratégia terapêutica. História familiar Norteiam o médico na pesquisa de fatores genéticos ligados à enfermidade relatada. Deve fazer uma revisão das seguintes doenças e circunstâncias registrando se existem ou não na família: hipertensão arterial, doença coronariana, níveis elevados de colesterol, AVC, diabetes mellitus, doença tireoidiana ou renal, artrite, tuberculose, asma ou doença pulmonar, cefaleia, convulsões, doença mental, suicídio, uso abusivo de drogas ilícitas, bem como alergias; além disso, devem-se revisar os sintomas relatados pelo paciente. Investigar histórias de câncer de mama, de ovário, de cólon ou de próstata. Pergunte sobre doenças de transmissão genética. Histórico social vincula a realidade financeira, social e cultural do paciente com a doença. Norteiam o médico na pesquisa de fatores genéticos ligados à enfermidade relatada. Revisão de sistemas é o momento de aprofundamento da anamnese. Deve-se instigar o paciente a falar sobre o seu quadro geral, incluindo o que não apresenta sintomatologia. Sistema dermatológico, Sistema neurológico, Sistema respiratório, Sistema cardiovascular, Sistema gastrointestinal, Sistema urinário, Sistema genital, Sistema musculoesquelético, Sistema vascular Exame físico O paciente deverá ser informado sobre a necessidade da realização do exame físico, esclarecido sobre como este será feito, e orientado sobre como proceder para que o mesmo possa ser feito. As habilidades técnicas necessárias para a realização do exame físico são inspeção, palpação, percussão e ausculta Inspeção A inspeção é um exame minucioso e criterioso, primeiro da pessoa como um todo e depois de cada sistema do corpo. É preciso comparar os lados direito e esquerdo do corpo. Os dois lados são aproximadamente simétricos. A inspeção requer uma boa iluminação, exposição adequada e o uso ocasional de instrumentos (otoscópio, oftalmoscópio, lanterna de bolso e espéculos nasal e vaginal) para ampliar a sua visão. Palpação utiliza o sentido do tato para avaliar os seguintes fatores: textura, temperatura, umidade, localização e tamanho do órgão; e a presença de qualquer edema, vibração ou pulsação, rigidez ou espasticidade, crepitação, nódulos ou massas e sensibilidade ou dor. As diferentes partes das mãos devem ser usadas para examinar segmentos distintos: Pontas dos dedos – A melhor parte para a discriminação tátil fina, como textura da pele, edema, pulsatilidade e presença de nódulos Ação de preensão dos dedos e do polegar – Utilizada para detectar a posição, forma e consistência de órgão ou massa O dorso (parte posterior) das mãos e dos dedos – Parte mais apropriada para determinar a temperatura, visto que a pele nessa região é mais fina do que na palma das mãos Base dos dedos (articulações metacarpofalangianas) ou superfície ulnar da mão – Para detectar vibração Percussão consiste em dar pequenos tapas na pele da pessoa com batidas breves e penetrantes para avaliar estruturas subjacentes. As pequenas batidas produzem uma vibração palpável e um som característico que retratam a localização, o tamanho e a densidade do órgão subjacente Ausculta Consiste em ouvir os sons produzidos pelo corpo, como o coração, os vasos sanguíneos, os pulmões e o abdome, através de um estetoscópio. Relevância da comunicação verbal e não verbal Na comunicação verbal, as perguntas podem ser abertas, fechadas. Uma pergunta aberta pede informações narrativas, utilize-a para iniciar a entrevista, introduzir uma nova seção de perguntas e sempre que a pessoa introduzir um novo tópico. “Diga-me por que você está aqui hoje” "Fale-me como é o local em que você mora" são alguns exemplos desse tipo de pergunta. As perguntas fechadas ou diretas pedem informações específicas respostas de uma ou duas palavras, um “sim” ou “não”. perguntas diretas são usadas para completar quaisquer detalhes que ela possa ter omitido. Use perguntas diretas também quando houver necessidade de muitos fatos específicos, como ao perguntar sobre problemas de saúde anteriores ou durante a revisão dos sistemas. A comunicação não verbal envolve todas as manifestações do comportamento que não vai ser expressas por palavras. É por meio da linguagem não verbal que, muitas vezes percebemos se uma pessoa está com dor, ansiosa, preocupada. E isso será manifestado por expressões faciais, gestos ou movimentos do corpo. comunicação verbal JARVIS, Carolyn. Guia de exames físicos para enfermagem. 7 ed. Rio De Janeiro: Elsevier Science - Contents Direct , 2016 ANAMNESE MÉDICA Boas práticas para um diagnóstico assertivo. Secad
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