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PSICOLOGIA 2 – TERMINALIDADE E CUIDADOS PALIATIVOS CONCEITOS · Eutanásia: atos médicos, motivados por compaixão, provocam precoce e diretamente a morte a fim de eliminar a dor. · Mistanásia: omissão de socorro estrutural que atinge milhões. · Mistanásia por negligência: omissão de tratamento e o abandono do paciente crônico ou terminal sem motivo justo. · Distanasa: prolongar ao máximo a quantidade de vida humana, combatendo a morte como o grande e último inimigo. Dificuldade em discernir quando intervenções terapêuticas são inúteis. · Ortotanásia: morte digna e humana na hora certa. · Paciente em condição terminal: um paciente é considerado em condição terminal quando a doença, independente das medidas terapêuticas adotadas, evoluirá de forma inexorável para a morte. · A irreversibilidade da doença é definida de forma consensual pela equipe médica, baseada em dados objetivos e subjetivos. · Estabelecendo este diagnóstico, os cuidados paliativos constituem o objetivo principal da assistência ao paciente. · Pacientes verdadeiramente terminais: · Eles são portadores de alguma condição letal que os levará definitivamente à morte. Sua tratabilidade com intenção de cura foi esgotada. Não existem tratamentos disponíveis que permitam mudar, reverter ou parar o curso da terminalidade. · Pacientes potencialmente terminais: · Todos nós somos, mas, por aspectos peculiares a este grupo, pertencem, sobretudo, os doentes de UTI. · São ao mesmo tempo pacientes potencialmente recuperáveis e potencialmente terminais. · Pacientes pseudoterminais e mentalmente terminais: · São grupos de pacientes em que o processo de terminalidade começa na mente. Pseudoterminais são aqueles que interpretam de modo errôneo a sua realidade. Julgam-se incuráveis e se tornam incuráveis porque se pensam assim. Cuidados Paliativos: OMS · O cuidado paliativo é a abordagem que visa a promoção da qualidade de vida de pacientes e seus familiares, através da avaliação precoce e controle de sintomas físicos, sociais, emocionais, espirituais desagradáveis, no contexto de doenças que ameaçam a continuidade da vida. · A assistência é realizada por uma equipe multiprofissional durante o período do diagnóstico, adoecimento, finitude e luto (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007). · Ações paliativas: · Definidas como medidas terapêuticas, sem intenção curativa, que visam diminuir as repercussões negativas da doença sobre o bem-estar do paciente. · Cuidados ao fim da vida: · Aqueles prestados aos familiares e aos pacientes em fase aguda e de intenso sofrimento, na evolução final de uma doença terminal, num período que pode preceder horas ou dias o óbito. · Tratamento fútil: · É toda intervenção que não atenda ou que seja incoerente com os objetivos propostos no tratamento de um determinado doente. Podem ser: · Nutrição parenteral ou enteral, administração de drogas vasoativas, terapia renal substitutiva, instituição ou manutenção de ventilação mecânica invasiva e, inclusive, a internação ou permanência do paciente na UTI. QUANDO A MORTE COMEÇA? · No reconhecimento dos fatos. · Quando os fatos são comunicados. · Quando o paciente toma consciência ou aceita os fatos. · Quando nada mais poderá ser feito para a preservação da vida. · A comunicação tem que ser profissional, mas mantendo o equilíbrio com a compaixão e a empatia. · Erros na comunicação refletem em traumas pós-morte trazidos aos consultórios pelos familiares. CUIDADOS PALIATIVOS · Na hora H, por maior que seja a possibilidade de controle que se quer ter sobre a hora final, é a resposta às nossas emoções e às da família que se cuida, que são mais importantes quando se define bem os objetivos do tratamento. · Estes são mais importantes que os tratamentos específicos. A BOA MORTE · Sete domínios foram estabelecidos como pertinentes aos cuidados paliativos de doentes ao fim da vida: 1. Decisão centrada na família e no paciente. 2. Comunicação dentro da equipe com o paciente e com os familiares. 3. Continuidade dos cuidados. 4. Suporte emocional e prático dos familiares e dos pacientes. 5. Tratamento dos sintomas e medidas de conforto. 6. Suporte espiritual dos pacientes e da família. 7. Suporte organizacional e emocional para a equipe. · Uma morte descente é livre de desconforto e sofrimento evitáveis para o paciente, os familiares e os cuidadores. · A morte é boa quando ocorre num tempo apropriado; o processo permite controlabilidade por quem morre; os que participam da situação observam princípios morais básicos e o estilo da pessoa. 1. Tratamento da dor e dos sintomas. As medidas de conforto abrangem cuidados físicos, psicológicos, sociais e espirituais. Envolve um time multidisciplinar. 2. Processo decisório claro. Os pacientes e familiares desejam uma boa comunicação com os seus clínicos, e existem clínicos que são temerosos de falar sobre a morte implícita. A grande maioria deseja também deixar sua marca no processo decisório e saber que a sua participação é importante e valorizada. 3. Preparação para a morte. A barganha do tempo em relação à cirurgia perigosa, o temor do diagnóstico que virá. 4. Finitude. A consciência tranquila, o dever cumprido. O exemplo dado. Cumprir ritos, atender as crenças religiosas. 5. Contribuição para os outros. Alguns conselhos, opiniões não solicitadas são extremamente oportunas num timing único em nossas vidas. 6. A afirmação da totalidade da pessoa. O sentimento que todos nós, paciente, médico, enfermeira, fomos, não unicamente o papel que desempenhamos, pelo que representamos profissionalmente, mas que representamos o que somos como pessoa. A MORTE E A EQUIPE DE SAÚDE “Como bate na emoção deles”. · É fundamental ter esclarecimentos sobre os desejos do paciente e suas emoções. · Necessidade de emprenho em: · Atitudes científicas, baseadas em dados empíricos. · Observação e registro dos comportamentos e de sua relação com o ambiente. · Analisar a própria condição emocional em relação à morte para trabalhar conteúdos implícitos e traduzir numa atitude confiável ao paciente.
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