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LITERATURA · LITERATURA CONTEMPORÂNEA (SÉC. XX E XXI): · Mistura de tendências estéticas (ecletismo) · União da arte erudita e da arte popular · Prosa histórica, social e urbana · Poesia intimista, visual e marginal · Temas cotidianos e regionalistas · Engajamento social e literatura marginal · Experimentalismo formal · Técnicas inovadoras (recursos gráficos, montagens, colagens, etc.). · Formas reduzidas (minicontos, minicrônicas, etc.) · Intertextualidade e metalinguagem · TROPICALISMO O movimento musical popular chamado Tropicalismo originou-se, ainda na década de 60, nos festivais de M. P. B. realizados pela TV Record, que projetaram no cenário nacional, os jovens Caetano Veloso, Gilberto Gil, o grupo Os Mutantes e Tom Zé, apoiados em textos de Torquato Neto e Capinam e nos arranjos do maestro Rogério Duprat. Com humor, irreverência, atitudes rebeldes e anarquistas os tropicalistas procuravam combater o nacionalismo ingênuo que dominava o cenário brasileiro, retomando o ideário e as propostas do Movimento Antropofágico de Oswald de Andrade. Dessa forma, propunham a devoração e de deglutição de todo e qualquer tipo de cultura, desde as guitarras elétricas dos Beatles até a Bossa Nova de João Gilberto e o "nordestinismo" de Luiz Gonzaga. Características: Ironia e paródia, humor e fragmentação da realidade; enunciação de flashes cinematográficos aparentemente desconexos, ruptura com os padrões tradicionais da linguagem ( pontuação, sintaxe, etc.). Suas influências foram fundamentais na música, mas repercutiram também na literatura e no teatro. Com o AI-5, seus representantes foram perseguidos e exilados. A partir daí, a linguagem artística ou se cala ou se metaforiza ou apela para meios não convencionais de divulgação. · POESIA MARGINAL: Segundo a professora Samira Youssef Campedelli (M Literatura, História e Texto, 3, Saraiva) "a poesia desenvolvida sob a mira da polícia e da política nos anos 70 foi uma manifestação de denuncia e de protesto, uma explosão de literatura geradora de poemas espontâneos, mal-acabados, irônicos, coloquiais, que falam do mundo imediato do próprio poeta, zombam da cultura, escarnecem a própria literatura. A profusão de grupos e movimentos poéticos, jogando para o ar padrões estéticos estabelecidos, mostra um poeta cujo perfil pode ser mais ou menos assim delineado ele é jovem, seu campo é a banalidade cotidiana, aparentemente não tem nem grandes paixões nem grandes imagens, faz questão de ser marginal". Experimentalismo, moralidade, ideologia e irreverência são algumas de suas características. A divulgação dessa obra foge do "circuito tradicional": são textos fechados em muros; jornais, revistas e folhetos mimeografados ou impressos em gráficas de fundo de quintal e vendidas em mesas de restaurantes, portas de cinemas, teatros e centros culturais; happening e shows musicais; até uma "chuva de poesia" foi realizada no centro de São Paulo, da cobertura do edifício Itália, em 1980. Ainda de acordo com a Professora Samira (opuscit, p.354) "Recupera-se alguns laços com a produção do primeiro Modernismo (1922) - poemas -minuto, poemas ¬piada; experimentaram-se técnicas como a colagem e a desmontagem dadaístas; praticaram-se formas consagradas, como o sonetos ou o haicai; tudo foi possível dentro do território livre da poesia marginal, como bem atestam os poemas de Paulo Leminsky, à moda grafite, com sabor de haicai: NÃO DISCUTO COM O DESTINO O QUE PINTAR EU ASSINO Representantes desse grupos: Wally Salomão, Cacaso,Capinam, Alice Ruiz, Charles, Chacal, Torquato Neto e Gilberto Gil (Marginalia e "Geléia Geral") o céu não cai do céu O céu não cai do céu, poema de Régis Bonvicino Não é rara também a paródia, assim como a metalinguagem. Enquanto os concretistas atribuem grande importância à construção do poema, os marginais preocupam-se sobretudo com a expressão, ora de fatos triviais, ora de seus sentimentos. Por isso, boa parte dessa poesia marca-se por um tom de conversa íntima, de confissão pessoal. · LITERATURA E ENGAJAMENTO: Literatura engajada é aquela que tem compromisso ideológico (ou político). Nestes casos, o autor não está preocupado somente com a literatura como arte (técnicas, estilos, símbolos, intertextos,). Na realidade, está preocupado em defender uma ideologia politico-social, em detrimento de outra. No Brasil, a literatura engajada esteve relacionada com a luta contra a ditadura. Um exemplo de livro é "A Festa" (autor: Ivan Angelo). · CONCRETISMO: A poesia concreta surgiu com o Concretismo, fase literária voltada para a valorização e incorporação dos aspectos geométricos à arte (música, poesia, artes plásticas). Em 1952, a poesia concreta tem seu marco inicial através da publicação da revista “Noigrandes”, fundada por três poetas: Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos. Contudo, é em 1956, com a Exposição Nacional de Arte Concreta em São Paulo, que a poesia concreta se consolida como uma nova e inusitada vertente da literatura brasileira. O poema do Concretismo tem como característica primordial o uso das disponibilidades gráficas que as palavras possuem sem preocupações com a estética tradicional de começo, meio e fim e, por este motivo, é chamado de poema-objeto. Outros atributos que podemos apontar deste tipo de poesia são: - a eliminação do verso; - o aproveitamento do espaço em branco da página para disposição das palavras; - a exploração dos aspectos sonoros, visuais e semânticos dos vocábulos; - o uso de neologismos e termos estrangeiros; - decomposição das palavras; - possibilidades de múltiplas leituras. A comunicação através do visual era a forma de expressão de todas as poesias concretas. No entanto, houve particularidades que diferenciavam os poemas deste período em tipos de poesias. · Poesia-Práxis: movimento liderado por Mário Chamie, que a partir de 1961 começou a adotar a palavra como organismo vivo gerador de novos organismos vivos, ou seja, de novas palavras. · Poesia social: movimento de reação contra os formalismos da poesia concreta, os quais eram considerados exagerados por um grupo de artistas. Estes lutavam para o retorno e a inclusão de uma linguagem simples e de temas direcionados à realidade social. Artistas como Ferreira Gullar e Thiago de Mello foram adeptos dessa visão. · Tropicalismo: movimento advindo do universo musical dos anos 67 e 68, que retomava as propostas de Oswald de Andrade com o Manifesto Antropófago e adotou o pensamento de aproveitar qualquer cultura, independente de onde viesse. · Poesia Marginal: surgiu na década de 70 e é chamada de “marginal” porque não possuía vínculos com editoras ou distribuidoras para edição e/ou publicação, ou seja, era produção independente. Os principais poetas concretistas são: Décio Pignatari, Augusto de Campos e Haroldo de Campos. AUTORES: · CAIO FERNANDO ABREU (1948-1996): escritor gaúcho nascido em Santiago, Rio Grande do Sul, Caio escreveu contos, romances, novelas e obras de dramaturgia, das quais se destacam: o livro de contos “Morangos Mofados” (1982) e o romance “Onde Andará Dulce Veiga?” (1990). · CLARICE LISPECTOR: Tratando-se de uma das mais célebres escritoras brasileiras de todos os tempos e uma das autoras de maior sucesso na internet ainda hoje, mesmo depois de décadas da sua morte, Clarice Lispector, na verdade, nasceu na Ucrânia em 1920. Enquanto brasileira, declarava-se pernambucana, já que morou no estado desde os 2 anos de idade. A autora morreu em 1977 no Rio de Janeiro. Suas principais obras foram “Perto do Coração Selvagem”, “Laços de Família” e “Felicidade Clandestina”, entre diversas outras. Clarice chamou a atenção em sua época, especialmente, devido à sua peculiaridade. Seus textos, ensaios, peças teatrais, crônicas e contos falavam de fatos simples do cotidiano, mas com uma visão muito diferenciada de uma mulher que nunca teve medo de “sentir demais” e que discorria sobre temas como amor, traição, amizade e liberdade, entre outros, com uma sutileza difícil de se encontrar. · FERREIRA GULLAR (1930-2016):escritor maranhense nascido em São Luís, Ferreira Gullar é membro da Academia Brasileira de Letras desde 2014. Escreveu poesia, contos, crônicas, ensaios, memórias, biografias, das quais se destacam os livros de poesias “Poema Sujo” (1976) e “Em Alguma Parte Alguma” (2010). Sem dúvida seu ensaio mais conhecido é a “Teoria do não-objeto” (1959). · RUBEM BRAGA (1913-1990): nascido no Espírito Santo, no município de Cachoeiro de Itapemirim, Rubem Braga é considerado um dos maiores cronistas do país. De sua obra destacam-se “Crônicas do Espírito Santo” (1984) e “O Verão e as Mulheres” (1990). · GUIMARÃES ROSA: Autor de algumas das obras mais relevantes da literatura brasileira, como “Sagarana” (1946) e “Grande Sertão: Veredas” (1956), entre diversas outras, João Guimarães Rosa foi um escritor de Minas Gerais que nasceu em 27 de junho de 1908 e faleceu em 19 de novembro de 1967, reconhecido como um dos mais importantes do país em termos de literatura. Com seis anos, o escritor já estudava francês sozinho, além de holandês e alemão. Dez anos depois, Guimarães Rosa entrou para a Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais e tornou-se médico em 1930 – informação importante para entender de que forma a carreira de médico influenciou na literatura do escritor. No mesmo ano, casou-se com Lígia Cabral Penna, com quem teve duas filhas. Nessa época, o autor já surgia na literatura, haja vista que seus primeiros contos foram publicados em 1929.
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