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04/08/2017 Questionários e Escalas para Avaliação da Dor http://pablomarinho.blogspot.com.br/2011/02/questionarios-e-escalas-para-avaliacao.html 1/3 Autor: Artur Padão Gosling (FT) Esp. A avaliação de um paciente com dor passa por diversos itens importantes: o exame subjetivo, exame físico, diagnóstico, prognóstico e por fim o tratamento. Mesmo com todas essas informações, entender a experiência de dor dependerá também da maneira como o paciente irá relatar os ditos e feitos. Uma boa forma de ajudar não só o Fisioterapeuta, mas também o paciente, é através de instrumentos clínicos de avaliação chamados questionários, escalas, inventários, dentre outros. São ferramentas desenvolvidas para: direcionar o tratamento e comparar os efeitos; trazer dados quantitativos e qualitativos; avaliar como as características da dor mudam durante o tratamento; o paciente reconhecer sua melhora ou piora da dor; ajudar o Fisioterapeuta a encaminhar o paciente a outro profissional; a evolução nas pesquisas científicas. Porém, usar esses instrumentos não é tão simples como assistir ao BBB 11. Pelo menos trazem um pouco de cultura científica. É importante entender a proposta, como você deve usar, se é auto aplicável pelo paciente... e se você for muito nerd, vá ler o artigo de validação. Outro aspecto altamente relevante é escolher de acordo com 4 critérios: Sensibilidade: capacidade de detectar a dor quando está presente no paciente. Ter ou não ter dor, eis a questão. Especificidade: capacidade de não detectar a dor em pessoas que não estão com dor. Simplificando: mostrar o quanto específica pode ser a dor em algumas situações - dor neuropática (nos nervos), dor generalizada (em todo o corpo). Fidedignidade: capacidade de ser aplicado por outras pessoas e com a mesma precisão. O Fisioterapeuta que mora no Amazonas deve ser capaz de ter o mesmo resultado que o Fisioterapeuta aqui no Rio de Janeiro. Não desmerecendo os locais, ok??? É só pela distância dos grandes centros. Validade: capacidade de avaliar exatamente o que se propõe, ou seja, somente dor. Já foram desenvolvidos muitos destes instrumentos para dor em todo o mundo, porém apenas alguns foram traduzidos e validados para o português do Brasil. Um instrumento pode demorar até 3 anos para ser traduzido e validado. Isso, infelizmente, é uma barreira que dificulta termos acesso a essa evolução científica. Sem maiores embromações, vamos ver quais são boas opções para usarmos no dia-a-dia. Isso não tira o mérito de outros. Vamos lembrar também que a dor é um sintoma subjetivo e pessoal, então cada um terá uma maneira única de entender e descrever o que é dor. Escalas de Intensidade: Avaliam a intensidade da dor usando números, cores, palavras ou faces, para facilitar o entendimento: http://dorescronicas.com.br/importancia-da-intensidade-da-dor/ A mais importante de todas é a Escala Visual Analógica, principalmente para as pesquisas. Porém as crianças e idosos podem achar mais fácil a escala de faces. Às vezes, para um paciente, uma dor 6 numa escala de 10 (escala numérica) é considerada insuportável (escala verbal), mas não tem carinha de choro (escala de faces), o que é meio inconsistente no final. Seja um Fisioterapeuta criativo e esperto, e saiba escolher o melhor instrumento para seu paciente. Questionário de Dor de McGill: Este é o único instrumento que avalia as várias dimensões da dor: sensitiva, afetiva, avaliativa... É composto por 20 grupos de palavras onde cada uma delas é um tipo de dor, sendo que os grupos são numerados de acordo com a intensidade, sendo 1 a menor delas. Muitos pacientes vão identificar logo de cara a sua própria dor ou identificar muitas palavras. Confuso??? Nem tanto. Questionários e Escalas para Avaliação da Dor http://dorescronicas.com.br/importancia-da-intensidade-da-dor/ http://pablomarinho.blogspot.com/2011/02/questionarios-e-escalas-para-avaliacao.html 04/08/2017 Questionários e Escalas para Avaliação da Dor http://pablomarinho.blogspot.com.br/2011/02/questionarios-e-escalas-para-avaliacao.html 2/3 Uma maneira de interpretar os resultados é verificar qual a dimensão mais predominante. Por exemplo, podemos ter uma primeira impressão de mecanismos nociceptivos ou neuropáticos de dor. Mesmo que a quantidade de palavras seja inconsistente, vamos imaginar o seguinte cenário: o paciente marca todos os 10 grupos de palavras sensitivas, porém com pouca intensidade, marcando 1 ou 2 em cada grupo. E quando chega nos grupos relacionados à dimensão afetiva, marca as últimas palavras. Isso mostra que existe grande impacto das emoções na dor, que necessitará o envolvimento de outros profissionais no tratamento, como médicos e psicólogos. O Fisioterapeuta deve conhecer os limites de seu trabalho. http://dorescronicas.com.br/dor-dolorido-doido-desvendando-o-questionario-de-dor-de-mcgill/ Questionário DN4 Um dos instrumentos mais recentes é capaz de detectar características neuropáticas na dor. Sâo 7 itens subjetivos e 3 de exame físico. Se o resultado final for no mínimo 4, existem características neuropáticas. É muito interessante, fácil e rápido de aplicar. Outros instrumentos que ajudam a entender aspectos altamente relevantes nos pacientes com dor: Capacidade Funcional: Roland Morris de Incapacidade Funcional relacionada à Dor; Índice de Incapacidade de Oswestry; http://3.bp.blogspot.com/_QGGXwr-q0UA/TVA5AFZqrXI/AAAAAAAAAoM/1j6MrTemGkU/s1600/Question%25C3%25A1rio+McGill+1.png http://dorescronicas.com.br/dor-dolorido-doido-desvendando-o-questionario-de-dor-de-mcgill/ http://3.bp.blogspot.com/_QGGXwr-q0UA/TVA6UyJS-NI/AAAAAAAAAoQ/WcIZ2C50mTI/s1600/Question%25C3%25A1rio+DN4.jpg 04/08/2017 Questionários e Escalas para Avaliação da Dor http://pablomarinho.blogspot.com.br/2011/02/questionarios-e-escalas-para-avaliacao.html 3/3 DASH - Comprometimento do Ombro, Braço e Mão; Índice de Incapacidade Cervical Qualidade de Vida: SF-36 Aspectos Psíquicos: Questionário Tampa de Cinesiofobia; Escala de Pensamentos de Crenças, de Evitação e Medo; Inventários Beck de Depressão e Ansiedade. Enfim, agora é só escolher o seu instrumento de acordo com a necessidade do paciente com dor, ou seja, quase todos. Acompanhe sempre as evidências científicas sobre isso, existem diversos grupos realizando traduções e validações. Não deixe de oferecer o melhor para seu paciente e não tenha medo de encaminhar os casos complicados. Afinal de contas, não vamos estar a espera de um milagre. Abraços, Artur Padão Gosling dorescronicas.com.br Artur é Fisioterapeuta no Centro Multidisciplinar da Dor (RJ), colaborador do Ambulatório de Neurocirurgia Funcional e Dor do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, e Autor do Blog Dores Crônicas. http://dorescronicas.com.br/ http://dorescronicas.com.br/
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