Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ginecologia e Obstetrícia Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Patologia Benigna do Útero ● Leiomiomas; ● Adenomioses; ● Pólipos; ● Hiperplasia de endométrio; ○ Doença benigna, porém considerada como precursora de neoplasia maligna. Leiomiomas: ● Leiomiomas uterinos são os miomas mais comuns nas mulheres; ● Neoplasia da musculatura lisa do útero; ● 25% das mulheres em idade reprodutiva; ○ Mais frequente em pacientes na menacme devido sua relação hormonal. ● Mais comum na raça negra; ● Principal causa de histerectomias o Brasil; ● Transformação maligna → 0,1 - 0,5% dos casos; ○ Crescimento rápido pode sugerir derivação maligna; ○ Leiomiossarcoma. Patogenia: ➢ Etiologia não confirmada; ➢ Relações conhecidas: ○ Evidências de crescimento monoclonal; ○ Estrogênios; ✓ Leiomiomas têm receptores para E2 (endógenos); ⇨ Sem tanta relação com estrogênio e progesterona exógenos, visto que os receptores hormonais presentes nos miomas são endógenos. ✓ Relacionado com o crescimento. ○ Progesterona; ✓ Aumento das mitoses. ➢ Causa de sangramento: ○ Isquemia → Principal hipótese. ✓ Miomas interferem na membrana basal do endométrio, provocando isquemia e processo inflamatório → Isquemia e descamação do endométrio. ➢ Normalmente múltiplos; ➢ Lobulados ou esféricos. Localização: ➢ Submucosos → Mais relacionados com sangramentos. ➢ Intramurais → Grande crescimento. ➢ Subserosos; ○ Compressão de estruturas; ○ Pediculados. 1 Ginecologia e Obstetrícia Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Degenerações/Evoluções Possíveis: ➢ Atrofia: ○ Após a menopausa → Diminuição do aporte hormonal; ○ Calcificação. ➢ Degeneração maligna: ○ Rara; ○ Menos que 1% dos casos; ○ Relacionada com crescimento rápido. Aspectos Clínicos: ➢ Sangramento Uterino Anormal; ○ Mais de 30% das pacientes; ○ Mais nos submucosos; ○ Metrorragia; ○ Hipermenorréia; ○ Anemia. ➢ Dor; ○ Não é um sintoma muito associado com miomas; ○ Ocorre, principalmente, se ocorrer degeneração. ➢ Sensação de peso abdominal; ○ Grandes miomas. ➢ Infertilidade; ○ Possível complicação. ○ Mais relacionado com miomas submucosos → Pode interferir na implantação. ➢ Abortos de repetição. ○ Possível complicação; ○ Mais relacionado com miomas submucosos → Pode interferir na implantação. Exame Físico e de Imagem: ➢ Massa palpável abdominal; ➢ Útero aumentado de volume; ➢ Contorno do fundo distorcido no toque; ➢ Ecografia é o padrão ouro; ➢ Raio X; 2 Ginecologia e Obstetrícia Gabriela Teixeira ATM 2024/2 ➢ Histeroscopia; ○ Também é técnica terapêutica. ➢ RM; ○ Superior, porém com alto custo; ○ Não é realizado de rotina; ○ Diagnóstico diferencial entre massa ovariana e uterina. Complicações: ➢ Gestação: ○ Crescimento exagerado e degeneração; ○ Aborto; ○ TPP; ○ Complicações no TP (quando próximo ao colo). ➢ Anemia; ➢ Metrorragia com choque; ○ Raro. ➢ Obstrução de vias urinárias. Tratamento: ➢ Controle clínico; ○ Controle do crescimento; ✓ US repetida em 6 meses e 1 ano, se descartados maiores problemas → Exames clínicos anuais. ○ Controle do sangramento; ✓ ACO (preferencialmente de uso contínuo → Para que não haja menstruação); ⇨ Vantagem do ACO combinado com os demais métodos é que o ACO com estrogênio possui maior ação sobre o endométrio, provocando maior amenorréia. ✓ Sistema Intrauterino Liberador de Levonogestrel; ⇨ Contra indicação relativa, pois os miomas na cavidade uterina podem ocasionar erros na colocação do DIU. ✓ Medroxiprogesterona 150 mg → Injetável trimestral.. ➢ Análogos do GnRH; ○ Goserelina; ✓ Diminui 50% do volume; 3 Ginecologia e Obstetrícia Gabriela Teixeira ATM 2024/2 ✓ Bloqueia a produção de gonadotrofinas; ⇨ Sem FSH e LH, e consequentemente sem estrogênio e progesterona; ⇨ Sem estrogênio e progesterona → Grande diminuição do tamanho e dos sintomas. ✓ Amenorréia (praticamente 100% dos casos); ✓ Efeitos colaterais → Por isso, não pode ser usado continuamente, apenas por cerca de 6 meses.; ✓ Retorno do crescimento após o tto suspenso; ✓ Pré-cirurgico; ✓ Pré-gestacional. ➢ Embolização; ○ Embolização da artéria uterina (cateterismo). ➢ Cirúrgico; ○ Histerectomia; ✓ Última opção. ○ Miomectomia; ✓ 2 - 3% de recorrência; ✓ Bastante utilizada para miomas subserosos (via laparoscópica ou laparotômica) e submucosos (via histeroscópica). ○ Vias de acesso: ✓ Laparotomia; ✓ Laparoscopia; ✓ Vaginal. ➢ Novos tratamentos: ○ Ainda off-label → Carecem de mais estudos para sua aprovação; ✓ Miólise com radiofrequência; ✓ Miólise com laser; ✓ Miólise com microondas; ✓ Miólise com ultrassom. Adenomiose: ● Praticamente o mesmo conceito de endometriose; ○ A diferença é que na adenomiose as glândulas (parênquima) e o estroma endometrial estão no miométrio, enquanto na endometriose eles estão em local ectópico. ● Glândulas endometriais e estroma endometrial através do miométrio; ● 8 - 40% dos casos de úteros examinados; ● Etiologia desconhecida; ○ Hipótese pós parto (endométrio penetraria entre as fibras do miométrio); ○ Células Müllerianas carreadas (estariam infiltradas no miométrio e cresceriam por estímulo hormonal). ● 25 - 45 anos; ● Causa de infertilidade e desconforto. 4 Ginecologia e Obstetrícia Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Aspectos Clínicos: ➢ 30% assintomáticos; ➢ Hipermenorréia (SUA); ○ Sangramento aumentado no período menstrual; ○ Sangramento crônico; ○ Anemia. ➢ Dismenorréia; ○ Moderada a intensa; ○ Cólicas menstruais intensas. ➢ Aumento simétrico do útero à palpação; ➢ Ecografia; ○ Aumento difuso do útero sem aumentos localizados; ○ Imagens demonstram aspecto heterogêneo do miométrio. ➢ RM; ○ Auxiliar → Não deve ser solicitado como exame de rotina. Tratamento: ➢ Tratar quando sintomático; ➢ Terapia hormonal; ○ Análogos do GnRH; ✓ É um tratamento paliativo, pois pode ser usado por, no máximo, 6 meses; ✓ Após parar com o medicamento, ocorre retorno da doença. ○ Sistema Intrauterino Liberador de Levonogestrel; ○ ACO; ✓ Contínuo; ✓ Podem exacerbar os sintomas. ➢ Histerectomia; ○ Última opção; ○ Único tratamento definitivo; ○ Prole completa; ○ Sintomáticas. Pólipos Endometriais: ● 30 - 60 anos; ● Crescimento focal do endométrio; ● Mais comum em pacientes obesas; ● Relacionado ao uso de Tamoxifeno (CA de mama); ○ Embora tenha efeito anti-estrogênico na mama, no endométrio ele estimula a ação do estrogênio. ● Normalmente únicos; ● Etiologia não conhecida; ○ Estrogênio sensíveis. Aspectos Clínicos: ➢ Sangramento Uterino Anormal Crônico com período de agudização; 5 Ginecologia e Obstetrícia Gabriela Teixeira ATM 2024/2 ○ Normalmente não relacionado com sangramentos muito intensos; ○ Metrorragia; ○ Sangramento pré-menstrual; ○ Sangramento pós-menopausa → Atentar para a possibilidade de estar relacionado com CA de endométrio; ○ Escapes (“spotting”). ➢ Sem sinais no exame físico; ○ Sem aumento do útero. ➢ Potencial de malignidade → 0,2 - 1,7%. Diagnóstico: ➢ Ecografia e Ultrassonografia; ➢ Histerosalpingografia; ➢ Histeroscopia; ○ É um diagnóstico definitivo e terapêutico. ➢ Curetagem e anatomopatológico. Tratamento: ➢ Tratar sempre → Quando sintomático; ➢ Tratar quando suspeita de CA de endométrio → Pós-menopausa; ➢ Discutível → < 40 anos e assintomáticas. ★ Polipectomia → Retirada do pólipo; ○ Curetagem; ○ Histeroscopia (tratamento de escolha). Hiperplasia de Endométrio: ● Proliferação anormal do endométrio; ○ Sem aspecto focal. ● Resultado do aumento da ação do estrogênio; ○ Aumento da produção (Ex.: Obesidade); ○ Sem oposição da progesterona (Ex.: Anovulação); ○ Estrogenioterapia isolada sem progesterona (Não utilizada atualmente). ● 40 - 60 anos; ○ Mais comum em peri e pós-menopausa. ● Precursora de CA de endométrio. Fatores de Risco: ➢ Obesidade; ➢ Uso exógeno de estrogênio sem oposição de progesterona; ➢ Anovulação crônica; ➢ Tumores produtores de E2; ➢ Uso de Tamoxifeno. 6 Ginecologia e Obstetrícia Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Fatores de Proteção: ➢ Uso de ACO (possuem progesterona); ○ Diminui em 30%. ➢ Tabagismo; ➢ Atividade física → Diminui a aromatização periférica do estrogênio.Classificação: ➢ Os sintomas são os mesmos, a diferenciação é feita com biópsia endometrial; ➢ A mais comumente utilizada é a da OMS: ○ Hiperplasia Simples (Sem atipias); ○ Hiperplasia Complexa (Sem atipias); ○ Hiperplasia com Atipias → Relação com CA de endométrio. Histerectomia. Hiperplasia Simples: ❖ Assintomática; ❖ 1% evolui para câncer; ❖ 80% de regressão espontânea. Hiperplasia Complexa: ❖ Sem atipias; ❖ 3 - 5% evolui para câncer; ❖ 85% involui. Hiperplasia com Atipias: ❖ Pré-malignas; ❖ Atipias simples; ○ 10% evoluem; ❖ Atipias complexas; ○ 30 - 40% evoluem; ❖ Podem involuir com progesterona. Aspectos Clínicos: ➢ Sangramento Irregular; ○ Mais comum na perimenopausa. ➢ Sangramento pós-menopausa; 7 Ginecologia e Obstetrícia Gabriela Teixeira ATM 2024/2 ○ Sangramentos pós-menopausa sempre se deve pensar em alteração endometrial. ➢ Sem alterações no exame físico; ➢ Ecografia endovaginal; ○ Maior ou igual a 5 mm na pós-menopausa → Biópsia é necessária.; ○ Antes da menopausa não existe uma medida consensual. ➢ Histeroscopia; ➢ Biópsia de endométrio; ○ Curetagem; ○ Aspiração; ○ Histeroscopia. Tratamento: ➢ Sem atipias: ○ Progesterona (AMP) → Normalmente uso por 6 semanas; ✓ Biópsias semestrais; ✓ Eco endovaginal. ➢ Com atipias: ○ Histerectomia; ✓ Único caso em que a histerectomia deve ser feita imediatamente, antes de tentar outros tratamentos. ✓ Prole definida; ✓ > 50 anos. ○ Progesterona; ✓ Pacientes que não podem ser submetidas naquele momento ou não desejam cirurgia; ✓ Biópsia em 3 meses; ✓ Se persistir por mais 6 meses → Histerectomia. 8
Compartilhar