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Trabalho de toxicologia - PRAGUICIDAS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
FACULDADE DE FARMÁCIA 
TOXICOLOGIA 
 
 
Bianca Helena dos Santos Lima 
Cristiano Max Celestino Negrão 
Giovanna Carolinny Diniz da Silva 
Letícia Rocha Dias Góes 
Rafael da Silva Medeiros 
Wanessa Modesto Costa 
 
 
 
 
 
 
 
Toxicologia dos Praguicidas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém - Pará 
2020 
 
 
Bianca Helena dos Santos Lima 
Cristiano Max Celestino Negrão 
Giovanna Carolinny Diniz da Silva 
Letícia Rocha Dias Góes 
Rafael da Silva Medeiros 
Wanessa Modesto Costa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Toxicologia dos Praguicidas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém - Pará 
2020 
 
 
RESUMO 
Por muito tempo os alimentos consumidos não apresentavam nenhum tipo de 
intervenção humana. Com o crescimento da humanidade e a necessidade de maior 
produção, surgiram diversas substâncias capazes de controlar os danos causados à 
agricultura, os praguicidas. Compostos como os organofosforados e carbamatos 
passaram a ser bastante utilizados devido sua eficácia como inseticidas agrícolas 
agindo contra uma variedade de pragas. Além disso, compostos raticidas 
desempenham papel importante no controle de roedores, seja no ambiente doméstico 
como na produção agrícola. Estas classes merecem atenção e deve-se conhecer 
suas manifestações de intoxicação, bem como seu manejo clínico. Contudo, o uso 
desenfreado trouxe consequências pois tais substâncias químicas apresentam riscos 
ambientais e humanos, sendo imprescindível a regulação para o uso dos mesmos. 
Uma das principais formas de se avaliar o risco humano é através da classificação 
toxicológica, a qual separa os produtos por grau de toxicidade, regulada no Brasil pela 
ANVISA. Apesar de diversas normas e legislações, ainda há muito o que fazer para 
evitar a contaminação e intoxicação por meio de exposições indevidas a estes 
insumos. 
Palavras Chaves: Praguicidas, Pesticidas, Intoxicação, Carbamatos, Rodenticidas 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1 
1.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS .................................................................................. 1 
1.2 CLASSIFICAÇÃO ........................................................................................................ 2 
1.3 PRINCIPAIS CLASSES ............................................................................................... 4 
1.4 EPIDEMIOLOGIA ........................................................................................................ 6 
2 INSETICIDAS ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS .............................................. 7 
2.1 ESTRUTURA QUÍMICA .............................................................................................. 9 
2.2 MECANISMO DE TOXICIDADE ................................................................................ 11 
2.3 TOXICOCINÉTICA E TOXICODINÂMICA ................................................................. 11 
2.4 EMPREGO DOS ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS ................................. 13 
2.5 INTOXICAÇÃO AGUDA POR ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS ............. 14 
2.6 MANIFESTAÇÕES TARDIAS .................................................................................... 17 
2.7 TRATAMENTO DAS INTOXICAÇÕES POR ORGANOFOSFORADOS E 
CARBAMATOS ............................................................................................................... 18 
2.9 CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL E HUMANA POR PRAGUICIDAS ........................... 21 
3 RODENTICIDAS – RATICIDAS ....................................................................................... 22 
3.1 RODENTICIDAS DE USO AGUDO ........................................................................... 23 
3.2 RODENTICIDAS DE USO CRÔNICO ....................................................................... 24 
3.2.1 CUMARÍNICOS................................................................................................... 25 
3.2.2 INDADIÔNICOS .................................................................................................. 25 
3.2.3 MECANISMO DE AÇÃO E SINTOMATOLOGIA ................................................. 26 
3.2.4 TÓXICOCINÉTICA .............................................................................................. 26 
3.2.5 ATENDIMENTO CLÍNICO ................................................................................... 26 
4 LEGISLAÇÃO .................................................................................................................. 27 
5 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 31 
6 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 32 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
1 INTRODUÇÃO 
Por muito tempo os alimentos consumidos pelos povos eram originados da 
produção própria da natureza, sem nenhuma intervenção humana. No entanto, há 
registros das civilizações antigas que apontam para o uso de substâncias químicas 
no controle de pragas. A civilização egípcia e uso de metais para controlar pragas 
domésticas e na agricultura é descrito na literatura, bem como chineses e romanos, 
os quais utilizavam substâncias como arsênio e enxofre. Além disso, há registros dos 
séculos XVII e XIX do uso de nicotina e compostos das folhas de crisântemo com 
propriedades inseticidas, respectivamente (MOSSINI; NISHIYAMA, 2017). Com o 
passar dos anos a humanidade cresceu e a necessidade emergente de produzir 
alimentos em maior quantidade acelerou a busca por substâncias capazes de 
aumentar a produtividade da agricultura, controlando os danos causados por pragas 
e organismos daninhos (GODINHO; ALMEIDA, 2009). Assim, a indústria dos 
praguicidas ganhou força pelo mundo e principalmente nas lavouras, com o 
surgimento dos primeiros praguicidas sintéticos como o DDT. 
No Brasil, o período crescente de uso destes agrotóxicos foi marcado pela 
Revolução Verde, ocorrida entre as décadas de 40 e 70. Esse movimento trouxe 
mudanças nas produções agrícolas e consequentes impactos para a saúde humana 
e ambiental. Diversos agentes químicos, conhecidos hoje como agrotóxicos ou 
praguicidas, passaram a ser usados amplamente como incentivo à expansão 
alimentar (SANTOS; POLINARSKI, 2012; BORSOI et al, 2014). Contudo, o uso 
desenfreado trouxe consequências pois tais substâncias químicas apresentam riscos 
ambientais e humanos, sendo imprescindível a regulação para o uso dos mesmos. 
Apesar de diversas normas e legislações, ainda há muito o que fazer para evitar a 
contaminação e intoxicação por meio de exposições indevidas a estes insumos. 
1.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS 
Diante da importância de estudar os agrotóxicos e os efeitos consequentes de 
seu uso, é primordial conhecer e distinguir todos os termos empregados na literatura, 
muitas vezes de forma errônea, como sinônimos para tal conceito. É quase unânime 
entre os estudiosos que o termo mais correto é “agrotóxico”, empregado pela Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA e previsto em lei. Do grego ágros (campo) 
2 
 
e toxicon (veneno), termo originado na obra de um escritor brasileiro (GRIGORI, 
2019), descreve a natureza tóxica dos produtos químicos. Pela lei são definidos como: 
os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, 
destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e 
beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de 
florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de 
ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a 
composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de 
seres vivos considerados nocivos;substâncias e produtos, empregados 
como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento 
(BRASIL, 1989). 
 
Ocorre ainda o uso dos termos praguicida e pesticida, os quais não condizem 
e nem expressam o verdadeiro significado dessas substâncias. Quando se usa 
“praguicida” como definição entende-se que tal produto serve para matar pragas e 
com isso não se pode aplicá-lo a todos as substâncias, pois possuem formas de ação 
diferente e não somente voltadas para pragas. Por outro lado, “pesticida”, comumente 
adotado fora do país, é também criticado por expressar um significado de matar 
pestes, e não abrange os diversos organismos envolvidos nos danos (DE SOUZA; 
BELAIDI, 2016). 
Já o termo defensivo agrícola é adotado principalmente no ramo das indústrias 
produtoras. Contudo, restringe o significado pois induz pensar apenas na “defesa” da 
agricultura em detrimento da toxicidade de tais substâncias. Segundo a Associação 
Brasileira de Saúde Coletiva tal expressão fomenta a ideia de proteção aos cultivos e 
omite os riscos potenciais à saúde humana e ambiental (CARNEIRO, 2015). 
 
1.2 CLASSIFICAÇÃO 
Existem diversos tipos de classificação para os praguicidas. O Ministério da 
Saúde (2001, p. 11) explica a importância de conhecer tais classificações para 
garantir a aplicação correta dos produtos com os menores riscos para a saúde 
humana e ambiental, afinal, por sua diversidade podem ser aplicados em diversas 
áreas como na agricultura e até mesmo no ambiente doméstico. 
3 
 
● Quanto à origem: os praguicidas podem ser originados de diversos materiais e 
classificam-se em naturais ou sintéticos. Os naturais incluem compostos de 
origem vegetal ou mineral, enquanto os sintéticos abrangem praguicidas como 
organoclorados, piretroides e àqueles de origem inorgânica (BRASIL, 2001). 
● Quanto o agente alvo: passa a identificar os praguicidas a partir dos seus alvos 
de ação, como insetos, fungos, roedores e outros (KLAASSEN; WATKINS, 
2012). As classes mais abordadas pelos estudiosos são Inseticidas, 
Acaricidas, Moluscicidas, Rodenticidas, Avicidas, Piscicidas, Herbicidas, 
Reguladores de crescimento e desfolhantes, Fungicidas e Algicidas. 
● Modo de penetração: recebem classificação segundo a via de exposição, ou 
seja, a forma como penetram no organismo. O Ministério da Saúde (BRASIL, 
2001) os classifica de três maneiras: pela via dérmica, quando são absorvidos 
por contato, através da pele. Também, pela via oral, ao penetrar no organismo 
pela da ingestão através do aparelho bucal. É possível também serem 
absorvidos pela via respiratória, por meio de vapores, sendo chamados 
fumigantes. 
● Toxicidade: nem sempre são seletivos e podem causar danos à saúde. Por 
isso, existe uma preocupação em relação à intoxicação da população e 
trabalhadores expostos. A classificação adotada pela ANVISA foi reavaliada e 
atualmente segue padrões internacionais a partir do Sistema Globalmente 
Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos – GSH 
(ANVISA, 2019a). As novas medidas ampliaram as categorias e também 
trazem um novo item, identificando os produtos como “não classificados” 
conforme tabela a seguir. 
 
Tabela-1. Classificação Toxicológica Aguda 
Categoria 1 Produto extremamente tóxico Faixa vermelha 
Categoria 2 Produto altamente tóxico Faixa vermelha 
Categoria 3 Produto moderadamente tóxico Faixa amarela 
4 
 
Categoria 4 Produto pouco tóxico Faixa azul 
Categoria 5 Produto improvável de causar dano agudo Faixa azul 
Categoria 6 Produto não classificado Faixa verde 
Fonte: ANVISA, 2019. 
 
É fundamental salientar que tal classificação leva em conta a toxicidade aguda, 
e irá promover a indicação dos danos que podem surgir conforme a via de contato 
com o produto (ANVISA, 2019). 
 
1.3 PRINCIPAIS CLASSES 
● Inseticidas: os inseticidas são produtos usados há bastante tempo com a 
finalidade de proteger as produções de pragas sob a forma de insetos. 
Atualmente, todos estes praguicidas agem no Sistema Nervoso do organismo-
alvo, sendo, portanto, neurotóxicos. Os grupos de inseticidas mais utilizados 
são os Organofosforados e Carbamatos, os quais serão abordados 
posteriormente. Além destes, existem os Piretróides cujo uso advém da 
antiguidade; comumente aplicados no meio doméstico, como medicamentos 
para escabiose. Também, os organoclorados que inclui compostos como o 
DDT, Aldrin, Lindano e outras substâncias, representam um grande risco de 
toxicidade quando expostos cronicamente. Um de seus principais 
representantes, o DDT, foi amplamente usado em campanhas de erradicação 
da malária, contudo, seu emprego foi descontinuado por conta dos riscos que 
apresentava (BORSOI et al, 2014; KLAASSEN; WATKINS, 2012). 
● Herbicidas: são substâncias químicas usadas para o controle de plantas, 
capazes de matar ou provocar danos naquelas consideradas prejudiciais ao 
cultivo (MARCHI; MARCHI; GUIMARÃES, 2008). Ainda, são classificados 
conforme seu mecanismo, o qual é de amplo espectro, ou conforme sua forma 
de aplicação. Podem também ser seletivos, para a planta nociva, e não 
seletivos, matando toda a vegetação. Um dos herbicidas mais comercializados 
no mundo é o glifosato, não seletivo e atua inibindo a enzima EPSPs, e no 
5 
 
geral demonstra baixa toxicidade aguda, mas significativa toxicidade crônica e 
potencial carcinogênico (AMARANTE JUNIOR, 2002). 
● Fungicidas: são compostos químicos utilizados no controle de doenças 
causadas por fungos e bactérias. Nem sempre os fungicidas matam os fungos, 
em alguns casos, eles apenas inibem temporariamente a germinação dos 
esporos, e são denominados fungistáticos (MOTARJEMI, 2014). Há também 
os antiesporulantes, fungicidas que inibem a produção de esporos, sem afetar 
o crescimento vegetativo do fungo, cada fungicida é constituído por um ou mais 
princípios ativos, que são responsáveis pela ação do produto, e um ingrediente 
inerte, que serve de veículo e diluente para o princípio ativo. Um dos fungicidas 
amplamente utilizados são os Etilenobisditiocarbamatos (EBDC), são de amplo 
espectro, boa eficácia e baixo custo, utilizados na prevenção e controle de 
doenças fúngicas, em muitos vegetais, pequenas frutas e flores ornamentais 
(GULLINO et al., 2010). 
● Rodenticidas: São os compostos utilizados na agricultura e no controle urbano 
de roedores, e são responsáveis por um elevado número de intoxicações em 
cães e em gatos, podendo levar a um aumento da morbilidade e mortalidade 
destes animais (OGA, 2003). Os rodenticidas, nomeadamente os 
anticoagulantes, são compostos classificados geralmente segundo a sua 
estrutura química em hidroxicumarínicos e indanodionas, estes químicos são 
comercializados sob a forma de produtos que possam atrair os roedores, ao 
serem inodoros e apresentarem um sabor agradável causado pelo teor de 
sacarose. Os rodenticidas agem acumulam-se no fígado e vão inibir tanto a 
ação da vitamina K epoxido redutase como da vitamina K redutase e 
consequentemente interferindo no ciclo de carboxilação dos fatores de 
coagulação II, VII, IX e X. Pela ação anticoagulante dos rodenticidas, há uma 
diminuição destes fatores de coagulação no sangue cerca de 12-14h após a 
administração de rodenticidas, resultando em graves hemorragias e levando 
ao óbito (OGA, 2003). 
● Fumigantes: São compostos utilizados para combater insetos, nematóides, 
ervas daninhas e fungos, principalmente em locais de armazenagem de 
cereais, vegetais, frutas e roupas. São compostos voláteis e bem absorvidos 
pelas vias respiratória, cutânea e digestiva. Podem ser encontrados em 
diferentes estados: líquido, sólido ou gasoso. Um dos fumigantes mais usados 
6 
 
é o Brometo de Metila, gás incolor associado a cloropicrina, ele tende a ser 
lacrimogêneo e provocar odor intenso. A alta toxicidade desse agente acarreta 
depressão do sistema nervoso central e lesões dos túbulos renais o que pode 
acarretarum quadro de intoxicação aguda onde são apresentados os quadros 
de edema pulmonar, insuficiência circulatória e perturbações nervosas uma 
tríade característica desse tipo de intoxicação. 
1.4 EPIDEMIOLOGIA 
A pesquisa epidemiológica sobre as intoxicações por agrotóxicos ainda é uma 
área com várias lacunas a serem preenchidas e em consequência disso, tornou-se 
um sério problema de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial de 
Saúde (OMS), ocorrem, aproximadamente, três milhões de envenenamentos 
humanos anualmente em todo o mundo, principalmente nos países em 
desenvolvimento e emergentes. O Brasil se destaca no cenário mundial como um dos 
maiores consumidores de agrotóxicos, respondendo na América Latina por 86% dos 
produtos. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa 
Agrícola (SINDAG), do total de agrotóxicos consumidos no país, 58% são herbicidas, 
21% inseticidas, 12%, fungicidas, 3% acaricidas e 7% outros. 
A Organização Internacional do Trabalho estima que agrotóxicos causam 
anualmente cerca de 70.000 intoxicações agudas e crônicas fatais entre os 
trabalhadores rurais e um número ainda maior de intoxicações não fatais. Além da 
intoxicação de trabalhadores que têm contato direto ou indireto com esses produtos, 
a contaminação de alimentos tem-se mostrado crescentes (TRAPÉ, 1993). Esses 
números de casos ainda têm sua procedência comprometida pelos elevados índices 
de subnotificações dos casos de intoxicações por agrotóxicos, uma vez que, segundo 
a OMS, para cada caso notificado de intoxicação têm-se outros 50 não notificados. 
A notificação é ferramenta imprescindível à vigilância epidemiológica, por 
constituir fator desencadeador do processo, informação/decisão/ação, tríade que 
sintetiza a dinâmica de suas atividades, propiciando o monitoramento constante da 
saúde da população local (TRAPÉ, 1993). Além disto, deve disponibilizar o suporte 
necessário para que o planejamento, decisões e ações dos gestores baseiam-se em 
dados concretos para encontrar as devidas soluções para os casos. 
7 
 
 
2 INSETICIDAS ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS 
Os organofosforados foram desenvolvidos primeiramente nas décadas de 
1930 e 1940 para serem utilizados como armas químicas durante a Segunda Guerra 
Mundial (BRAIBANTE e ZAPPE, 2012). O primeiro organofosforado surgiu na 
Alemanha com a finalidade de substituir a nicotina que estava em falta no país durante 
a Segunda Guerra Mundial, conhecido como tetraetilpirofosfato (TEPP). Em 1936, 
descobriu-se acidentalmente o “tabun'', um gás tóxico que causa sérios danos ao 
sistema nervoso central, sendo conhecido por este motivo como “gás dos nervos”. A 
substância possui absorção cutânea, sem necessidade de inalação para a 
contaminação, além de apresentar a vantagem de ser quatro vezes mais eficiente que 
o gás mostarda como gás de guerra (COLASSO e AZEVEDO, 2011). 
Posteriormente, em 1944, foi sintetizado o principal produto o Paration com o 
intuito de substituir os compostos organoclorados em virtude de sua toxicidade e 
outras características indesejáveis, tais como a bioacumulação. Sua comercialização 
iniciou-se a partir de 1960, sendo que em 1999, já eram responsáveis por 40% do 
mercado mundial de agrotóxicos (BARBOZA et al., 2018; SOUZA, 2017). 
Esses compostos, juntamente com os carbamatos passaram a ser bastante 
utilizados devido sua eficácia como inseticidas agrícolas agindo contra uma variedade 
de pragas. Outro fato é que são pesticidas baratos e mais práticos já que se degradam 
rapidamente na natureza tendo um impacto ambiental menos significativo (Ex.: baixa 
bioacumulação) quando comparado aos organoclorados. No entanto, o fato de se 
degradarem rapidamente implica aplicações mais frequentes, o que associado à sua 
alta toxicidade faz destes compostos uma causa comum de intoxicação (SILVA, 
2015). Alguns desses compostos estão listados na Tabela 1 e 2 abaixo: 
 
 
 
 
8 
 
Tabela 2. Exemplos de organofosforados disponíveis no mercado 
Nome Genérico Nome Comercial 
Cianofos Cyanox 
Clortion Chlorthion 
Malation Cythion, Malatol 
Metamidofos Tamaron, Filitox 
Menazon Sayfos 
Acefato Orthene 
Ciantoato Tartan 
 
Tabela 3. Exemplos de carbamatos disponíveis no mercado. 
Nome Genérico Nome Comercial 
Aldicarb Temik 
Aminocarb Metacil 
9 
 
Carbaril Sevin 
Metiocarb Mesurol 
Carbofuran Furadan 
Mexacarbato Zectran 
Propoxur Unden, Baygon 
 
2.1 ESTRUTURA QUÍMICA 
Os organofosforados são, principalmente, ésteres de ácido fosfórico e seus 
derivados (LINHARES, 2013). A estrutura química geral de um organofosforado 
representada pela Figura 1, compreende um átomo central de fósforo e a ligação 
característica envolvendo um grupo fosforila (P=O) ou um grupo tiofosforila (P=S), 
grupos R1 e R2 que podem ser alquilas, arilas, alcoxi (geralmente OCH3 ou OC2H5) 
ou grupos substituintes amina (grupos lipofílicos). O grupo X representa Oxigênio, 
Enxofre ou Selênio. E, por fim, o grupo L é liberado pelo átomo de fósforo após 
hidrólise e pode pertencer a uma variedade de grupos, tais como halogênios, alquila, 
arila ou heterocíclicos (ELERSEK, et al., 2011; SILVA, 2015). 
 
Figura 1. Estrutura química geral de organofosforados (SANTOS, et al, 2007). 
Com base nas características estruturais, essa classe é subdividida em pelo 
menos 12 tipos que incluem: fosfina, fosfonito, fosfinito, fosfito, amino fosfina, diamino 
10 
 
fosfinas, triamino fosfinas, sal de fosfônio, oxido de fosfina, fosfinato, fosfonatos e 
fosfato, podendo ter as seguintes variações pela troca do oxigênio (P=O) pelo enxofre 
(P=S) ou selênio (P=Se) (ELERSEK, et al., 2011; BARBOZA et al., 2018) como mostra 
a Figura 2: 
 
Figura 2. Exemplos das classes mais importantes dos compostos organofosforados. 
 
Já os carbamatos, também conhecidos como uretanos, apresentam a 
estrutura química geral representada pela Figura 3. Os carbamatos são ésteres ou 
derivam do ácido carbâmico, o grupo R são geralmente, substitutos orgânicos como 
metil ou etil. Os carbamatos possuem um pequeno espectro de atividade inseticida 
quando se comparado aos organofosforados. Três classes de carbamatos são 
conhecidas: Carbamatos inseticidas e nematicidas, carbamatos herbicidas e 
carbamatos fungicidas (LINHARES, 2013). 
 
Figura 3. Estrutura química geral dos Carbamatos. 
11 
 
A razão que torna os carbamatos menos perigosos que os organofosforados é 
o fato de que a diferença entre a dose requerida para produzir os efeitos mínimos e a 
dose letal é significativamente maior nos carbamatos (LINHARES, 2013). 
 
2.2 MECANISMO DE TOXICIDADE 
A principal ação tóxica dos organofosforados no organismo humano é a 
inibição da enzima acetilcolinesterase (AChE) nas sinapses químicas através de uma 
ligação irreversível. Esta é uma enzima cuja função é a degradação do 
neurotransmissor acetilcolina (ACh) presente na fenda sináptica durante a 
transmissão do impulso nervoso (BORSOI, et al., 2014). 
A administração de organofosforados faz com que esses compostos se liguem 
ao sítio ativo da enzima inibindo sua ação. Consequentemente, ocorre o acúmulo de 
acetilcolina nos colinoreceptores provocando alto grau de toxicidade no organismo 
como sinais e sintomas muscarínicos, nicotínicos e no Sistema Nervoso Central 
(KATZUNG, 2014). 
O mecanismo pelo qual os carbamatos inibem a acetilcolinesterase é idêntico 
aos organofosforados, entretanto, para os carbamatos essa inibição é mais reversível. 
Isso ocorre primeiramente, com a formação de um complexo reversível carbamato-
colinesterase, seguido da reação de carbamilação irreversível da enzima, e, 
finalmente a descarbamilação, por hidrólise, sendo liberada a acetilcolinesterase 
original e o carbamato fica dividido e sem atividade da acetilcolinesterase (OGA, 
2003) ao contrário do que acontece com os organofosforados em que a enzima sofre 
fosforilação. 
 
 
 
2.3 TOXICOCINÉTICAE TOXICODINÂMICA 
Absorção e distribuição 
Os organofosforados e carbamatos são absorvidos pelo organismo pelas vias 
cutânea, respiratória e digestiva, ressaltando o fato de que mais de 90% da absorção 
ocorre através da pele e o restante por via digestiva. As vias respiratória e cutânea 
12 
 
são mais frequentes nos casos acidentais. O trato gastrointestinal é comum em casos 
de tentativa de suicídio, ingestão de água e alimentos contaminados (PARRA, et al., 
2017). A via dérmica, contudo, é a via mais comum de intoxicações ocupacionais 
seguida da via respiratória. 
Os organofosforados, dependendo de sua solubilidade nos tecidos, vão 
apresentar mais rapidamente ou lentamente os sinais clínicos da intoxicação. Desse 
modo, por exemplo, por inalação de vapores do produto no ambiente os primeiros 
sintomas aparecem em poucos minutos, enquanto pela ingestão oral ou exposição 
dérmica pode haver o aparecimento tardio dos sintomas. Se ocorrer uma exposição 
cutânea localizada, o efeito tende a se limitar a área exposta, sendo a reação 
exacerbada se houver lesão cutânea ou dermatite. Exemplo: sudorese intensa e 
miofasciculações localizadas no membro afetado; visão borrada e miose do olho 
exposto; ou sibilância e tosse no caso de exposição pulmonar de pequenas 
quantidades. A absorção prolongada e insidiosa dos organofosforados pode causar a 
agudização da resposta à doses baixas deste praguicida (CALDAS, et al., 2000). 
No caso dos carbamatos, a exposição dérmica torna-se crítica quando o 
organismo se encontra em temperatura ambiente elevada. Experimentalmente, 
quantidades apreciáveis de alguns carbamatos e seus metabólitos têm sido 
encontradas no leite de mães a eles expostas. Pode-se também esperar a presença 
de resíduos de carbamatos em produtos comestíveis quando estes forem aplicados 
como inseticidas em hortifrutigranjeiros (CALDAS, et al., 2000). 
A distribuição nos tecidos depende da lipossolubilidade do composto. Se a 
lipossolubilidade for alta, o composto atinge o sistema nervoso central e o tecido 
adiposo, surgindo efeitos de acumulação de acetilcolina no SNC. Se a 
lipossolubilidade for baixa, os músculos são os primeiros a serem afetados pelo 
excesso de acetilcolina, surgindo os sintomas musculares (SILVA, 2015; GUEVARA 
& PUEYO, 1995). 
 
Biotransformação 
Após absorvidos, os organofosforados e seus metabólitos são rapidamente 
distribuídos por todos os tecidos. Destes, os compostos mais lipofílicos podem atingir 
concentrações significativas no tecido nervoso, e/ou outros tecidos ricos em lipídios. 
As reações de biotransformação de organofosforados em mamíferos ocorrem de 
modo acelerado incrementando a detoxificação destes compostos e, no caso dos 
13 
 
tiofosforados (P=S), o tempo necessário para sua bioativação, sem a qual abole-se 
ou reduz-se muito a sua atividade inibitória enzimática, ou seja, a toxicidade do 
composto. Ainda, dependendo da persistência da forma bioativada no organismo, 
pode-se inferir que a mesma poderá interagir com os seus sítios de ação vários dias 
após a última exposição. São basicamente os fatores metabólicos e toxicocinéticos 
que determinam a toxicidade e resistência aos organofosforados (CALDAS, et al., 
2000). 
As principais reações de biotransformação dos organofosforados são: 
Oxidações bioquímicas, Clivagem hidrolítica e redução. Já os carbamatos possuem 
como principais reações: hidrólise, hidroxilação do grupo metil, do anel aromático, N-
demetilação e conjugação com UDPGA e PAPS (CALDAS, et al., 2000). 
Excreção 
A eliminação dos organofosforados e carbamatos ocorre principalmente pela 
urina e fezes. No caso da eliminação pela via biliar, ocorre circulação entero-hepática, 
prolongando a sintomatologia (no caso do Aldicarb, cerca de 30% é excretado 
conjugado pela bile) (CALDAS, et al., 2000). 
 
2.4 EMPREGO DOS ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS 
Tais produtos que anteriormente eram empregados como armas químicas em 
guerras, atualmente, são muito utilizados como inseticidas fitossanitários, 
nematicidas, larvicidas e acaricidas sistêmicos ou como zoossanitários, no campo ou 
no lar, sendo responsáveis por intoxicações humanas e em animais domésticos 
(CALDAS, et al., 2000). Os organofosforados são extremamente importantes para as 
atividades agrícolas em todo o mundo, compondo uma família muito diversificada de 
produtos químicos orgânicos com muitas utilidades. Os herbicidas são os mais 
utilizados, no entanto, a toxicidade deste grupo de substância, geralmente, é inferior 
à dos inseticidas (BARBOZA et al., 2018). 
Os inibidores da acetilcolinesterase estão sendo desenvolvidos com o intuito 
de atuarem como fármacos combatendo diversas patologias. Como exemplo, pode-
se citar o bisfosfonato (um organofosforado) que têm sido utilizados no tratamento de 
doenças ósseas, assim como alguns fosfatos e fosforamidatos que possuem ação 
eficaz como anti-retrovirais. Alguns organofosforados e carbamatos têm sido usados 
14 
 
como agentes anti-helmínticos em animais domésticos. Pois, estes compostos afetam 
parasitas por acumulação de ACh atribuídos à inibição da AChE, conduzindo à 
interferência com a transmissão neuromuscular e, consequentemente, a paralisia, 
seguido de expulsão de parasitas do corpo do animal (BARBOZA, et al., 2013). 
Além do amplo emprego como pesticidas, alguns organofosforados têm 
potencial medicamentoso, com ações que os tornam passíveis de serem utilizados 
no tratamento do glaucoma e da miastenia gravis, embora sejam subutilizados, por 
serem medicamentos de risco, pois possuem sua dose tóxica próxima à dose 
terapêutica. Estes compostos são ainda utilizados em saúde pública no controle de 
vetores como o da malária e dengue (MORAES,1999). 
Além dessas aplicações, recentemente se tem dado atenção à doença de 
Alzheimer. A doença é marcada pela diminuição das concentrações de ACh no córtex 
cerebral especialmente devido a disfunção e perda de neurônios colinérgicos. Essa 
situação é ainda acentuada pela presença de AChE na fenda sináptica por causa da 
hidrólise da ACh. Para melhorar as diminuições cognitivas, os inibidores da AChE são 
clinicamente prescritos em quantidades moderadas. Estes podem competir com ACh 
para ligação no sítio ativo do AChE e assim limitar a taxa de ACh hidrolisada. Dessa 
maneira, pode-se manter a quantidade de ACh disponíveis nos receptores pós-
sinápticos para a potencialização a longo prazo (ISLAM, et al., 2018; MATOS, 2012). 
Os carbamatos também são empregados na produção de polímeros como o 
poliuretano, encontrados comercialmente sob a forma de espumas, adesivos de alto 
desempenho, selantes, fibras, vedações, preservativos, carpetes, tintas, peças de 
plásticos rígidos e elastômeros (MARCILIO, et al., 2016). 
 
2.5 INTOXICAÇÃO AGUDA POR ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS 
A intoxicação por inibidores da acetilcolinesterase têm um quadro clínico 
característico de hiperestimulação colinérgica. Podem provocar três tipos de 
intoxicação ao homem: aguda, subaguda, crônica. A intoxicação aguda é 
caracterizada por sinais que surgem rapidamente, cerca de algumas horas após a 
exposição excessiva aos produtos e a sintomatologia atinge o seu pico 5-8 horas após 
o contato dependendo da via de administração. Ainda assim, a intoxicação pode ser 
15 
 
leve, moderada ou grave, que dependerá da quantidade de substância tóxica 
absorvida (VINHAL, et al., 2018). 
Os efeitos clínicos devem-se à estimulação dos receptores muscarínicos e 
nicotínicos. No estágio leve aparecem sintomas como fadiga, cefaleia, vertigem, 
dormência nas extremidades, dores abdominais, náuseas, vômitos, sudorese 
excessiva e salivação. No estágio moderado já envolve fraqueza, dificuldade para 
falar, miose e fasciculação muscular. No estágio severo, ocorre inconsciência, 
paralisia flácida, dificuldade respiratória, cianose, e em alguns casos morte (SILVA, 
2015). 
Em alguns casos, após a exposiçãoaguda de alguns organofosforados 
altamente lipofílicos como o fention, dimetoato e monocrotofos, pode surgir a 
“síndrome do intermediário” que se desenvolve entre 24 a 96 horas e apresenta 
sintomas como uma fraqueza muscular difusa que afeta principalmente os músculos 
respiratórios e os músculos proximais dos membros, sendo que pode ocorrer uma 
paralisia suficientemente intensa para provocar falência respiratória. A síndrome 
intermediária geralmente desaparece espontaneamente nos dias subsequentes, 
podendo a sua evolução prolongar-se até 21 dias (KING & AARON, 2015). 
De uma a seis semanas após a exposição aguda ao organofosforado, pode-se 
ocorrer a síndrome denominada de neuropatia tardia, devido a inativação da enzima 
neurotoxicoesterase, causando fraqueza muscular distal, câimbras musculares 
dolorosas, formigamento, reflexos diminuídos e um quadro caracterizado por 
incoordenação motora, hipertonia ou espasticidade e parkinsonismo. Porém, a 
recuperação pode ser lenta, variando de meses a anos podendo não haver a 
completa reversão dos sintomas. Geralmente, essa síndrome está associada ao uso 
de malation, paration, metamidofos e pesticidas usados no combate a pragas em 
lavouras e combate a vetores de doenças (LOZA, 2015; VINHAL, et al.,2018). 
Já nos casos de intoxicações agudas por carbamatos, os sinais e sintomas 
incluem diarreia, náuseas, vômitos, dores abdominais, salivação e sudorese 
excessivas, visão borrada, dificuldade respiratória, dor de cabeça, fasciculações 
musculares. A maioria dos carbamatos não causam sintomatologia exuberante a nível 
de sistema nervoso central, possivelmente devido esses compostos terem maior 
dificuldade de atravessar a barreira hematoencefálica. Entretanto, quando esses 
sinais estão presentes são considerados sinais de gravidade (SILVA, 2015; CALDAS 
et al., 2000). 
16 
 
 
Tabela 4. Sintomas resultantes do excesso de ACh (King & Aaron 2015). 
LOCAL DE AÇÃO SINAIS E SINTOMAS 
SINTOMAS MUSCARÍNICOS 
Glândulas Sudoríparas Sudorese 
Pupilas Miose 
Corpo Ciliar Visão Turva 
Glândulas Lacrimais Lacrimejo 
Glândulas Salivares Sialorreia 
Árvore Brônquica Pieira, Broncorreia, Broncoespasmos 
Sistema Gastrointestinal Cólicas, Vômitos, Diarreia, Tenesmo 
Sistema Cardiovascular Bradicardia, Hipotensão 
Sistema Urinário Incontinência urinária 
 SINTOMAS NICOTÍNICOS 
17 
 
Músculo Estriado Fasciculações, Cãibras, Fraqueza, 
Espasmos, Paralisia 
Gânglios Simpáticos Taquicardia, Hipertensão 
EFEITOS SOBRE O SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 
Sinapses do SNC 
Cefaleias, Ansiedade, Ataxia, 
Convulsões, Insônia, Arreflexia, Coma, 
Depressão respiratória e circulatória 
 
2.6 MANIFESTAÇÕES TARDIAS 
Síndrome Intermediária 
Ocorre em pacientes extubados precocemente (ou não intubados) após longo 
período de hiperestimulação colinérgica dos músculos cervicais, pares cranianos 
(motores) e da respiração. Esta síndrome consiste de uma sequência de sinais 
neurológicos que surgem de 24 a 96 horas após a crise colinérgica aguda. 
Clinicamente, esta síndrome não foi descrita em intoxicações por carbamatos, apenas 
experimentalmente em ratos. Os óbitos são incomuns e podem ocorrer por 
insuficiência respiratória por hipoventilação (CALDAS et al., 2000). 
Neuropatia Tardia 
“Neurotóxica Tardia” ou “Polineuropatia Retardada” é uma síndrome induzida 
por alguns organofosforados como mipafós, triclorvon, clorpirifós, leptofós, entre 
outros, a qual relaciona-se à inibição da enzima esterase. Caracteriza-se por uma 
neuropatia sensitivo-motora que se manifesta de modo ascendente nas extremidades 
de membros superiores e inferiores em até quatro semanas após a exposição. O 
paciente primeiramente apresenta um formigamento e queimação dos dedos que vai 
tomando todos os membros superiores seguido por fraqueza e ataxia dos membros 
inferiores. A sensibilidade cutânea é pouco afetada. Possui relatos de ocorrência 
principalmente em aplicadores de pesticidas de áreas agrícolas ou por ingestão de 
18 
 
hortaliças contaminadas. Esta síndrome foi descrita também com alguns carbamatos: 
Carbofuram e Carbaril (CALDAS et al., 2000). 
 
2.7 TRATAMENTO DAS INTOXICAÇÕES POR ORGANOFOSFORADOS E 
CARBAMATOS 
O diagnóstico dessas intoxicações é baseado em anamnese e na 
sintomatologia típica do paciente, no entanto, nem sempre é revelada a exposição 
durante a análise. Dessa forma é necessário realizar exames laboratoriais como por 
exemplo, a dosagem de AChE eritrocitária, da qual são detectados níveis diminuídos 
em pacientes intoxicados devido a exposição a esses tipos de inseticidas (LOZA, 
2015). 
O tratamento das intoxicações agudas a organofosforados e carbamatos pode 
ser dividido em medidas gerais e medidas específicas, que conforme a gravidade do 
caso, deverão ser realizadas simultaneamente (CALDAS et al., 2000). 
Medidas de ordem geral 
Nos casos graves, deve-se manter a função cardiovascular e respiratória, 
desobstruir e aspirar as secreções para uma boa oxigenação e evitar possíveis 
convulsões. Deve-se realizar a ventilação mecânica sempre que necessário em 
pacientes torporosos (CALDAS et al., 2000). 
O procedimento de lavagem gástrica é indicado nos casos em que ocorra 
ingestão de até 24 horas. Não é recomendado provocar êmese por causa da 
toxicidade dos compostos, cujo vapores ao serem aspirados e/ou inalados podem 
resultar no desenvolvimento de uma pneumonite química. Para limitar a adsorção 
gástrica desses compostos, o carvão ativado deve ser administrado após o término 
da lavagem. Após uma hora da administração do carvão ativado, deve-se infundir 
catártico salino (REBELO, 2006). 
No caso de exposição dérmica, é necessário remover roupas, calçados, lavar 
pele, cabelo, unhas, área genital, com muita água e sabão durante 20-30 minutos. 
Pode ser usada uma solução de bicarbonato, pois os organofosforados e carbamatos 
são instáveis em meio alcalino. Caso os olhos tenham entrado em contato com o 
agente tóxico, deve-se lavar com água ou solução salina morna durante 15-20 
19 
 
minutos. Para facilitar o procedimento, previamente pode-se administrar gotas de 
anestésico (REBELO, 2006). 
Medidas específicas 
No tratamento farmacológico de intoxicação por organofosforados geralmente 
utiliza-se três tipos de fármacos. Primeiro é administrado um fármaco anticolinérgico, 
em especial a atropina, para antagonizar os efeitos muscarínico provocados pelo 
acúmulo de acetilcolina, seguido da administração de um depressor do SNC para 
prevenir as convulsões, como por exemplo o Diazepam. Caso não ocorra o 
envelhecimento enzimático, é usada uma oxima para reativar a acetilcolinesterase 
(PETRONILHO; FIGUEROA-VILLAR, 2014). 
Para reverter a clínica proveniente da toxicidade muscarínica é usada a 
atropina, que é um fármaco inibidor competitivo dos receptores muscarínicos tanto no 
sistema nervoso central como no sistema nervoso periférico. Não reverte os sintomas 
nicotínicos sendo administrada somente quando os sintomas muscarínicos são 
evidentes. Este composto é indicado para reverter principalmente dificuldades 
respiratórias causadas pela broncorreia, broncoespasmo e edema pulmonar (KING & 
AARON, 2015). 
O esquema de administração é por via intravenosa na dose de 2-4 mg para 
adultos e de 0,05 mg/kg para crianças, sendo necessário a repetição a cada cinco a 
dez minutos até o paciente atingir a atropinização caracterizada por permeabilidade 
traqueobronquial, ressecamento de secreções e das mucosas, rubor facial, não 
excedendo pulso de 120 batimentos por minuto. A retirada do medicamento é feita 
com cautela e caso as manifestações colinérgicas retornem é necessário voltar ao 
tratamento que dura em média 24 horas (DALL’ACQUA et al., 2011). Em doses 
elevadas pode causar delírios que duram de 24 a 48 horas, entretanto se voltarem os 
sinais de intoxicação é necessário retornar o tratamento com a atropina (LOZA, 2015). 
Para evitar ou cessaras convulsões e outras manifestações do SNC usa-se o 
diazepam ou midazolam em doses de 0,1-0,2 mg/kg, intravenosa, para crianças 
durante três minutos e para adultos 10 mg, intravenosa, não ultrapassando 5 
mg/minuto, podendo repetir a dose, caso necessário, a cada 4 horas (DALL’ACQUA 
et al., 2011). 
A terapia com oxima tem como principal objetivo reverter os sintomas 
nicotínicos e a fraqueza/paralisia muscular nas intoxicações por organofosforados. A 
oxima mais utilizada e disponível no Brasil é a pralidoxima. Este fármaco libera a 
20 
 
acetilcolinesterase para sua função normal. A administração de oximas deve ser 
preferencialmente em fase precoce da intoxicação, pois é incapaz de reativar a AChE 
quando envelhecida; sugere-se que deve ser usada entre as primeiras 24 até 48 
horas após intoxicação. O uso de pralidoxima pode não ser necessário nos casos de 
intoxicação leve devendo ser reservado para casos de intoxicações moderadas e 
severas (KING & AARON, 2015). 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é indicado a administração 
de pralidoxima na dose inicial de 30 mg/kg, intravenosa (IV), seguido de infusão IV de 
8 mg/kg/h e de 20 a 50 mg/kg inicialmente para crianças, de acordo com a gravidade 
dos sintomas, seguido de uma infusão IV de 10 a 20 mg/kg/h. Caso não seja possível 
realizar a infusão contínua, deve-se administrar 30 mg/kg de pralidoxima por via 
intramuscular ou intravenosa de 4 em 4 horas. A velocidade de administração deve 
ser lenta com duração de cerca de 30 minutos para evitar efeitos adversos como 
parada cardíaca bem como prevenir a fraqueza muscular (LOZA, 2015). 
O uso de oximas não substitui a atropina, já que elas atuam sinergicamente e 
devem ser utilizadas ao mesmo tempo. 
No caso de intoxicação por carbamatos, o tratamento é idêntico ao dos 
organofosforados, com exceção do uso de oximas, visto que estas substâncias não 
são tão eficazes, já que elas não interagem com a acetilcolinesterase envelhecida 
(GUEVARA & PUEYO, 1995). 
2.8 O “Chumbinho” 
Dentre os carbamatos, há um composto químico com uma situação bem 
característica: o aldicarb, conhecido com o nome vulgar de “Chumbinho”. É um 
produto clandestino cujo aspecto físico geralmente é de grânulos cinza escuro ou 
grafite. Consiste em um veneno agrícola o qual é usado na agricultura como 
inseticida, acaricida e nematicida. Também é utilizado ilegalmente como raticida 
(ANVISA, 2015). 
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, cancelou o 
registro do Temik 150, cujo princípio ativo é o aldicarb pois apresenta elevada 
toxicidade e tinha aprovação para uso exclusivamente agrícola para aplicação em 
culturas de batata, café, citros, cana de açúcar e feijão. Os motivos para o banimento 
consistem na alta incidência de intoxicações humanas, seja nas tentativas de suicídio 
ou por ingestão acidental, e de envenenamento de animais, principalmente cães e 
gatos, devido ao desvio de uso como agrotóxico. O produto está relacionado com 
21 
 
quase 60% dos 8 mil casos de intoxicação relacionados a chumbinho, no Brasil, todos 
os anos (ANVISA, 2015). 
Os sintomas típicos de intoxicação por chumbinho ocorrem em menos de uma 
hora após a ingestão e os principais sinais clínicos são: náuseas, vômitos, sudorese, 
salivação excessiva, visão borrada, contração da pupila, dor abdominal, diarreia, 
tremores, taquicardia, entre outros (ANVISA, 2015). 
 
2.9 CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL E HUMANA POR PRAGUICIDAS 
As exposições podem ser ocupacionais e/ou ambientais. Os trabalhadores do 
setor agropecuário são o grupo principal, mais sujeitos aos efeitos danosos dos 
praguicidas, tanto os que têm contato direto (Ex.: aplicadores, preparadores da calda 
e almoxarifes) quanto os de contato indireto como capinadores, roçadores, 
colhedores. Visto que, no trabalho agrícola, ocorre a combinação de 
agrotóxicos/pesticidas e/ou ainda a multi-exposição (MURAKAMI et al., 2017). 
Os trabalhadores de indústrias químicas e da área da saúde que também 
utilizam inseticidas organofosforados como no combate de vetores da dengue Aedes 
aegypti e malária Anopheles spp., também estão expostos a riscos de contaminação 
por estes praguicidas. Apesar da exposição normalmente ocorrer com produtos de 
baixa toxicidade, o contato com esses produtos é contínuo durante muitos anos 
(VALE et al., 2017; VINHAL et al., 2018). 
A sensibilização ocorre durante a pulverização, transporte, armazenamento, 
preparo das caldas, manuseio e limpeza dos equipamentos e durante o descarte de 
embalagens vazias. Os trabalhadores que aplicam os agrotóxicos ficam expostos a 
esses produtos, principalmente sem o uso de equipamentos de proteção individual 
(EPI’s) (VINHAL et al., 2018). 
As exposições ambientais ocorrem devido a capacidade destes agrotóxicos 
em se acumular no solo, ar, água, podendo causar danos aos seres humanos (VALE 
et al., 2017). Quando aplicados de forma inadequada na lavoura, essas substâncias 
podem contaminar cursos de água, além de gerarem resíduos em produtos agrícolas. 
Animais que ingerem água ou alimentos contendo essas substâncias podem 
depositá-las na gordura e músculos podendo ser encontradas também no leite 
(BORSOI et al., 2014). 
22 
 
Córdova et al. (2017) identificaram alterações clínicas e neurológicas em 
agricultores de tomate (Solanum lycopersicum L.) expostos a praguicidas 
organofosforados e carbamatos dos quais apresentaram instabilidade 
psiconeurovegetativa, irritabilidade, astenia e déficit de concentração e memorização. 
A exposição prolongada, em especial de organofosforados, pode acarretar desordem 
neuropsiquiátrica crônica que alteram as funções neurocomportamentais, cognitivas 
e neuromusculares, provocando uma síndrome psicológica e sintomas 
neuropsiquiátricos gerais, desenvolvimento de câncer, efeitos teratogênicos e 
toxicidade reprodutiva (VINHAL et al., 2018). 
A exposição aos agrotóxicos pode desencadear diversas alterações celulares 
e, geralmente, pode estar relacionada a alguns tipos de câncer, como neoplasias no 
cérebro, Linfoma Não-Hodgkin (NHL), melanoma cutâneo, câncer no sistema 
digestivo, sistemas genitais masculino e feminino, sistema urinário, sistema 
respiratório, câncer de esôfago e câncer de mama (LOPES e ALBUQUERQUE, 
2018). Boccolini et al (2017) encontraram relações positivas entre mortalidade por 
NHL de agricultores quando comparados ao grupo não exposto. 
A perda auditiva é outra consequência provocada pela exposição de 
agrotóxicos em trabalhadores rurais. Em estudos de Kós et al (2013) mostraram que 
a exposição aos agrotóxicos induz a prejuízos nas vias auditivas. 
Em relação ao impacto dos praguicidas no meio ambiente, Chelinho et al 
(2014), encontraram indícios de danos causados sobre os insetos, água, solo e os 
peixes pelo emprego desses compostos que, consequentemente, provocam uma 
alteração em seu habitat natural. Outro estudo realizado por Sanches et al (2017), no 
estado de São Paulo, constatou que os peixes também podem ser intoxicados pela 
exposição em águas contaminadas por agrotóxicos, principalmente se elas 
contiverem mais de uma substância simultaneamente. Já Mendez et al (2016), Rabitto 
et al (2011) e Mendes et al (2016) identificaram acumulações do praguicida DDT em 
solo e peixes destinados ao consumo humano em algumas cidades brasileiras. 
 
 
 
 
 
3 RODENTICIDAS – RATICIDAS 
 
23 
 
Factualmente, com o advento e criação da agricultura para o consumo 
humano, o desenvolvimento e de cidades, metrópoles e megalópoles, além da alta 
taxa de subdesenvolvimento humano criou-se o ambiente mais propício a relação 
comensal entre roedores e o ser humano. Devido a precariedade dos processos de 
urbanização, com problemas cada vez maiores de disposição e deposição de 
resíduos sólidos, drenagem inadequada de águas pluviais e detrimento da rede de 
saneamento urbana – os esgotos, estimulou o desenvolvimento de roedores nomeio 
urbano (FUNASA, 2003). 
O desenvolvimento desenfreado de ninhadas de roedores, ocasionou em: 
perigos em saúde pública, no qual os roedores são transmissores de doenças como 
a Leptospirose; e de prejuízo comercial, onde os roedores são responsáveis por 
perdas de produtos na agricultura ou no comércio urbano. Atualmente, os roedores 
sinantrópicos são considerados pragas urbanas, no qual faz-se necessário o uso de 
métodos para o controle de tais pragas. O principal controle a ser explanando neste 
trabalho será o controle químico, abrangendo a classe chamada de Rodenticida. 
Essencialmente os Rodenticidas/Raticidas/Muricida são pesticidas utilizados 
no controle de roedores, agindo como venenos de alta toxicidade para o extermínio 
de ratos e roedores em geral. A utilização de tais compostos é datado desde a 
antiguidade onde grupos de lavradores do mediterrâneo sabendo que ao cultivar uma 
cebola típica da região (Scilla maritima) os casos de roedores que atacavam as 
plantações diminuíam. Esta cebola apresentava um composto chamado cilirosida, 
composto altamente tóxico do qual foi originado a Cila Vermelha, um dos primeiros 
Raticidas registrados (FUNASA, 2003). 
O termo mais correto quando se aprofunda nesta classe de compostos é 
“rodenticida”, no entanto no Brasil são chamados genericamente como Raticidas. 
Segundo o Manual de Controle de Roedores, publicado em dezembro de 2002, 
classifica esses compostos quanto a rapidez de sua ação: Agudos, provocam a morte 
nas primeiras 24 horas após a ingestão; e Crônicos, provocam a morte após as 
primeiras 24 horas após a ingestão. 
 
3.1 RODENTICIDAS DE USO AGUDO 
 
24 
 
O grupo desenvolvido de forma inicial ao combate de roedores, foram 
amplamente utilizados até metade do século XX, altamente tóxicos, são agentes que 
atuam bloqueando o sistema nervoso central do animal afetado. São compostos 
inespecíficos, ou seja, não há uma semelhança química ou estrutural entre os 
componentes deste grupo e a sua maioria não possui antídotos para o combate a 
intoxicação. 
Entre os exemplos podem ser citados: a Estricnina, o Arsênico, o Antu (Alfa-
naftil-til-ureia), o Sulfato de Tálio, o Fosfeto de Zinco, o Monofluoroacetato de Sódio 
(1.080) e a Fluorocetamida (1.081). Devido a sua elevada taxa de toxicidade, e seus 
frequentes acidentes fatais ocorridos no Brasil, em 1982, todos os rodenticidas de uso 
agudo foram proibidos de serem utilizados no Brasil. 
Devido ao inicio das substâncias serem proscritas ao longo dos anos, foram 
utilizados como forma alternativa ao combate às pragas urbanas (especificamente 
aos roedores), o uso de agentes fumigantes. Os Fumigantes são compostos tóxicos, 
na forma gasosa, entre os mais utilizados como raticidas encontram-se: o Monóxido 
de Carbono, o Bissulfeto de Carbono, a Cloropicrina, o Brometo de Metila, o Fosfeto 
de Alumínio, etc. 
No entanto, apesar da maioria dos fumigantes apresentarem um ótimo 
resultado entre as famílias de roedores, principalmente em ratazanas, eles 
compartilham de um grave problema operacional. Por se tratarem de gases, nem 
sempre havia a possibilidade de controle total sobre os gases empregados no 
ambiente ocasionando em consequências imprevisíveis. Devido a este risco, o uso 
de fumigantes como Raticidas está proibido em todo o território nacional, segundo a 
Portaria n° 321, do Ministério da Saúde/SNVS, de 08/08/1997. 
 
3.2 RODENTICIDAS DE USO CRÔNICO 
Desenvolvido durante a II Guerra Mundial, a partir da casca de uma árvore africana 
denominada de cumaru (Haba tonka), o composto de ação coagulante denominado de 
Warfarina (Cumafeno, no Brasil) se tornou o precursor de um série de substâncias correlatas 
que findaram o grupo dos Hidroxicumarínicos ou Cumarínicos e tem sido amplamente 
utilizados como rodenticidas com enorme sucesso. 
A descoberta dos raticidas anticoagulantes, trouxe uma nova era de combate aos 
roedores, que até então não agia de forma massiva e era praticamente impossível de ser 
25 
 
praticado. Esses novos raticidas trouxeram os resultados mais notáveis encontrados neste 
grupo de pesticidas, envolvendo a relativa segurança de uso e a confiabilidade trazida pela 
presença de um antídoto (a Vitamina K1), dominando o mercado de pesticida doméstico até 
os dias atuais. 
O grupo de rodenticidas anticoagulantes são dividos em dois grupos: os Cumarínicos, 
derivados do 4-hidroxicumarina e os Indadiônicos, derivados da Indadiona 
 
3.2.1 CUMARÍNICOS 
O primeiro grupo anticoagulante descoberto como raticida, divido em dois grupos (1° 
e 2° geração) representam os compostos mais notáveis entre os pesticidas contra roedores. 
 
A) 1° GERAÇÃO OU DE DOSE MÚLTIPLA 
Neste subgrupo se apresentam substâncias que devem ser ingeridas de forma 
múltipla, e em grandes proporções, pois seus efeitos são acumulativos fazendo-se necessário 
ingestão sucessiva das doses. A quantidade de doses utilizadas para se notar um efeito 
satisfatórios é uma medida de segurança para evitar altas taxas de intoxicação por seres 
humanos, no entanto, no âmbito doméstico é comum encontrar casos que ocorreram com 
crianças devido a seu baixo peso e concentração da dose intoxicante (REBELO, 2006). 
Entre seus representantes comercias, encontram-se: a Warfarina (Cumafeno), 
Cumatetralil, o Cumaclor e o Bromadiolone. São eficazes nas formulações de iscas e pós de 
contato, e são bem tolerados por aves e ovelhas, mas cães, gatos e suínos são altamente 
sensíveis (FUNASA, 2003). 
 
B) 2° GERAÇÃO OU DE DOSE ÚNICA 
Em 1958 na Escócia, colônias de ratos em algumas vilas demonstraram resistência à 
Warfarina. Devido a este processo de sensibilidade genética, pesquisas foram desenvolvidas 
para suprir essa necessidade de combater esses “Super Ratos”. Assim entre 1976 e 1977, 
foram lançados no mercado as Supervarfarinas, anticoagulantes de efeito duradouro e mais 
eficaz contra as superpopulações de ratos. 
Entre seus principais representantes comerciais, verificam-se: o Bradifacum e o 
Difenacum. São encontrados formulados principalmente como iscas de cor rosa, onde a dose 
necessária para o efeito desejado é única. Possui efeito prolongado de mais ou menos 7 
semanas, com ampla Meia-Vida e coagulopatia de início rápido. 
 
3.2.2 INDADIÔNICOS 
Seu primeiro composto foi descoberto em 1963 (Pindona), com efeitos análogos aos 
do grupo dos cumarínicos, ou seja, são anticoagulantes. Seus principais representantes são: 
26 
 
a Pindona, a Clorfacinona e a Difacinona. Apresentam-se em formulações de iscas na cor 
amarela, com DL 50 aproximada de 2,1 mg/Kg. 
 
 
3.2.3 MECANISMO DE AÇÃO E SINTOMATOLOGIA 
Os raticidas anticoagulantes são agonistas da vitamina K, atuam inibindo a etapa 
dependente da vitamina, a qual é necessária na formação e atuação de vários fatores de 
coagulação no fígado. O bloqueio da enzima vitamina K epóxido redutase, que converte a 
vitamina K epóxido em vitamina K1, reflete em processos de hemorragias para ratos os 
levando ao óbito. Os anticoagulantes ainda aumenta a fragilidade dos vasos sanguíneos pelo 
processo de vasodilatação e Ingurgitamento. 
Entre os sintomas é possível se observar: epistaxes, hemorragia conjuntival, 
hematomas, hematúrias, sangramento excessivo em pequenos cortes; em casos mais 
graves: sangramento gastrointestinal severo, hemorragia retroperitoneal, acidente vascular 
encefálico e hemorragia interna – choque. 
 
3.2.4 TÓXICOCINÉTICA 
A) Absorção: estudos demonstram boa absorção no trato gastrointestinal, com tempo 
de 2-4 horas. A absorção cutânea é incrivelmente baixa. 
B) DISTRIBUIÇÃO: a distribuição é elevada nos tecidos cutâneos. 
C) METABOLIZAÇÃO: são constantemente metabolizados pelo citocromo P450, 
conjugando-se com o ácido glicurônico e liberação Biliar. 
D) EXCREÇÃO: A principal via é a renal. 
E) SUBSTÂNCIAS POTENCIALIZADORAS: Aluperidol, Amiodarona, Antidepressivos 
Triciclos, AINE’s Cefalosporinas, Etanol, Metronidazol,Paracetamol, Propranolol, 
Sulfoniureia. 
D) SUBSTÂNCIAS MINIMIZADORAS: Anticoncepcionais, Barbitúricos, 
Carbamazepina, Vitamina C, Vitamina K. 
 
3.2.5 ATENDIMENTO CLÍNICO 
Casos de intoxicação, são tratados de imediato nos hospitais seguindo um esquema 
de atendimento clínico. O primeiro passo para que o atendimento ocorra de maneira rápida e 
eficaz, seria o questionamento sobre como ocorreu a intoxicação com as seguintes 
perguntas: 
1. O intoxicante é legal ou Ilegal? 
2. A exposição ao intoxicante foi intencional ou não? 
3. A dose tomada foi única ou Múltipla? 
27 
 
4. O paciente intoxicado possui coagulopatias? 
5. O paciente intoxicado apresenta algum sangramento ativo? 
 
Sendo feita a investigação relacionada a Intoxicação, seguimos para a forma de 
tratamento, que varia dependendo se foi uma intoxicação acidental ou intencional: 
1. Conduta em caso acidental: nesse aspecto, sem presença de sangramento, a 
conduta é orientar o paciente e os acompanhantes para o retorno ao domicílio. 
Não há nenhuma parâmetro laboratorial para acompanhamento. E não é 
administrado o Kanakion (Antídoto – Vitamina K1). 
2. Conduta em caso intencional ou com sangramento ativo: neste caso, é obrigatorio 
a dosagem do Tempo de Ativação de Protrombina (TAP)/Tempo de Protrombina 
(TP) de 24h ou 48h. Em casos assintomáticos, o paciente recebe alta após 6h. 
Quando há alteração de TAP/TP é administrado o Kanakion. 
 
 
4 LEGISLAÇÃO 
 
A Lei N° 7.802/1989 é a lei dos agrotóxicos que dispõe sobre a pesquisa, a 
experimentação, a produção, a embalagem, a rotulagem, o transporte, o 
armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a 
exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o 
controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá 
outras providências. 
O Art. 2 considera os agrotóxicos como produtos e agentes de processos 
físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no 
armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção 
de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de 
ambientes urbanos, híbridos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição 
da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos 
considerados nocivos. Assim como substâncias e produtos empregados como 
desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores do crescimento. Já os 
componentes são considerados como princípios ativos, produtos técnicos, matérias-
primas, ingredientes inertes e aditivos usados na fabricação de agrotóxicos e afins. 
Os agrotóxicos, seus componentes e afins só poderão ser produzidos, 
exportados, importados, comercializados e utilizados, se previamente registrados em 
28 
 
órgão federal, de acordo com as diretrizes e exigências dos órgãos federais 
responsáveis pelos setores da saúde (Anvisa), do meio ambiente (Ibama) e da 
agricultura (Ministério da Agricultura), conforme prevê o Art. 3. 
A lei ainda prevê sobre o registro, cancelamento ou impugnação, embalagens, 
rótulos, bulas, propagandas, competências do poder público, fiscalização, vendas, 
entre outros fatores relacionados ao uso dos agrotóxicos. 
No Brasil, a Lei N° 7.802/1989, surgiu após intensas manifestações por parte 
de ambientalistas e foi um ganho retórico para a população brasileira, embora a 
fiscalização da lei seja pouco eficiente. A discussão gerada acerca dos agrotóxicos 
ganha cada vez mais importância e espaço, uma vez que a discussão referente a 
novos modelos de produção que possam ser sustentáveis e limpos começam a 
ocupar espaços. 
O Projeto de Lei N° 6.299/2002 trata da alteração dos Art. 3 e Art. 9 da lei de 
N° 7.802/1989, que regulamenta, até então, basicamente tudo o que está relacionado 
aos agrotóxicos. As principais propostas do projeto envolvem: 
I. A segurança jurídica: simplifica os procedimentos e evita inovações não 
previstas ou pretendidas, como o decreto, etc, propondo eficiência e 
aplicabilidade. 
II. A adequação a acordos internacionais: deixa claro que as exigências 
para o controle de pesticidas, de produtos de controle ambiental e afins 
deverão observar os acordos internacionais dos quais o país é 
signatário. 
III. Sistema informatizado: atualmente qualquer pedido feito aos órgãos 
registrantes de pesticidas precisam ser protocolados em papel, 
portanto, a nova lei propõe agilidade e transparência, onde qualquer 
pessoa poderá acompanhar o processo, criando o Sistema Unificado de 
Informação, Petição e Avaliação Eletrônica (SISPA) e Sistema Unificado 
de Cadastro de Utilização de Pesticidas e Produtos para Controle 
Ambiental Informatizado. 
IV. Competência dos órgãos técnicos: reduz processos e burocracias na 
tramitação de pedidos de registros de pesticidas, o que evita o 
retrabalho entre os órgãos durante o processo. O Ministério da 
Agricultura passará a centralizar a decisão de autorizar registros de 
novas substâncias. A Anvisa e o Ibama, que antes dividiam a 
29 
 
autorização de registros com o Ministério da Agricultura, ficarão 
responsáveis pela avaliação do risco ambiental e toxicológico. 
V. Análise de risco: o Brasil ainda está atrasado na prática. A avaliação de 
risco é um conjunto de procedimentos que possibilita avaliar com 
profundidade e identificar quais os possíveis efeitos indesejáveis que o 
emprego de defensivos agrícolas pode causar à saúde e ao meio 
ambiente. É uma ferramenta científica de sistematização das 
informações disponíveis para a tomada de decisões. A categoria do 
risco aceitável será criada para os novos agrotóxicos. 
VI. Prazos mais curtos: atualmente demora cerca de 8 anos para um novo 
produto ser aprovado. A nova lei estabelece como 24 meses o tempo 
máximo para aprovação para que produtos melhores, mais seguros e 
mais modernos possam ser incluídos no mercado. 
VII. Agrotóxico - termo polêmico: substituição do termo “agrotóxico” para 
“pesticidas/defensivos agrícolas/produtos fitossanitários” para nomeá-
los no mesmo formato da comunidade internacional. 
O Projeto de Lei foi aprovado na Câmara pelos parlamentares, no entanto é 
alvo de muitas críticas. É chamado pelos grupos contrários de “PL do veneno”. Eles 
afirmam que o projeto beneficiará a bancada ruralista do Congresso Nacional, os 
grandes produtores agrícolas do Brasil e prejudicará a população com alimentos 
menos saudáveis. 
O primeiro ponto que causa discórdia é a mudança do termo, porque o sufixo 
“tóxico” representa a ideia de algo que não faz bem à saúde, dessa maneira, o nome 
alerta para o perigo da substância. 
A Anvisa, um dos órgãos competentes responsáveis pela regulamentação do 
uso dos agrotóxicos, é contrária ao PL N° 6.299/2002, uma vez que a nova lei exclui 
a instituição do processo de registro, normatização e reavaliação dos agrotóxicos. O 
PL delega ao Ministério da Agricultura uma série de ações que são competências 
estabelecidas, atualmente, para os setores da saúde e do meio ambiente. Além disso, 
o substitutivo apresentado desvaloriza todo o trabalho de monitoramento realizado 
pela Anvisa e pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), que coleta 
alimentos nas redes atacadistas e varejistas, locais cujo escopo de atuação da 
agricultura não alcança, para verificar os níveis de agrotóxicos presentes nos 
alimentos consumidos pela população. Para a Anvisa, o PL não contribui com a 
30 
 
melhoria, disponibilidade de alimentos mais seguros ou novas tecnologias para o 
agricultor e nem mesmo com o fortalecimento do sistema regulatório de agrotóxicos, 
não atendendo, dessa forma, a quem deveria ser o foco da legislação: a população 
brasileira. 
Outra instituição contrária ao projeto de lei é o Ministério Público Federal, onde 
afirma que é inconstitucional os estados brasileiros não terem a possibilidade de 
legislar sobre o tema. ONGs (OrganizaçõesNão Governamentais) que trabalham com 
o meio ambiente, artistas, cozinheiros renomados e o Instituto do Câncer (Inca) 
também se posicionaram contra as propostas do PL do agrotóxico. 
Em contrapartida, quem é a favor afirma que o PL desburocratiza a criação e 
o uso de agrotóxicos novos e mais modernos. O debate é importante, uma vez que o 
uso de agrotóxicos no Brasil afeta diretamente a alimentação do dia a dia do brasileiro, 
portanto, é importante que o cidadão se inteire sobre o tema. 
O Brasil é o país que mais consome agrotóxicos no mundo e acredita-se que 
isso se dá por diversas razões. A mais óbvia é que o país é um dos maiores 
produtores agrícolas do mundo, de soja principalmente. Uma outra é que as sementes 
melhoradas já são pensadas para usar agrotóxicos. São selecionadas até um certo 
ponto em que, realmente, dependem destes produtos. E, para dar a produtividade 
que se espera, demandam grandes quantidades. Em terceiro lugar, vale reforçar que 
o país não tem mais pragas, mas, por usar agrotóxicos há tantos anos, as pragas 
ficaram mais resistentes. É um espiral que vai aumentando. 
Diferente do Brasil, os demais países limitam o uso de agrotóxicos mais 
tóxicos. Aqui usamos agrotóxicos que foram proibidos em 1985 na União Européia 
(UE), Estados Unidos e Canadá. No Brasil, estamos tentando revisar o uso de 14 
tipos há dois anos e não conseguimos, porque dependemos do parecer do Ministério 
da Agricultura, do Ministério do Meio Ambiente e o parecer do próprio sindicato dos 
produtores. 
Na UE existe uma fiscalização mais rigorosa. Aqui aplicamos dezenas de 
agrotóxicos por avião, coisa que é proibida lá. Jogamos agrotóxicos por avião perto 
de casas, animais, gado, nascentes de rios e córregos. Outro fator importante é a 
conscientização da população europeia, que cobra este tipo de cuidado do governo 
e dos produtores. 
Nos cinco primeiros meses de 2020, em plena pandemia, o Ministério da 
Agricultura já havia publicado o registro de 150 agrotóxicos para uso no Brasil. Destes, 
31 
 
118 agrotóxicos foram liberados só entre março a maio, com 84 deles destinados à 
agricultura e 34 para usos na indústria. A Anvisa aponta que parte dessas novas 
mercadorias devem ser reavaliadas pelas possíveis ligações a casos de câncer. O 
número de aprovações é preocupante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 CONCLUSÃO 
32 
 
Os praguicidas têm desempenhado um papel importante nas últimas décadas devido 
a necessidade de garantir uma produção com menores perdas devido aos 
organismos invasores. Contudo, é necessário pensar nos riscos que essas mesmas 
substâncias causam à saúde humana e ambiental. Com regras aparentemente menos 
rígidas, cada vez mais somos expostos a níveis diferentes de toxicidade, tudo para 
garantir o produto perfeito na mesa, com poucos esforços para manter o meio 
ambiente saudável. Além disso, a falta de compromisso com os registros de 
intoxicações no país leva a uma falsa redução dos números reais, escondendo o 
perigo destes produtos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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