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Livro_GRD-0113 GESTAO TRIBUTARIA

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Prévia do material em texto

Gestão Tributária
Núcleo de Educação a Distância 
www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
Reitor
Arody Cordeiro Herdy
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa 
(PROPEP)
Emilio Antonio Francischetti
Pró-Reitoria de Administração Acadêmica
(PROAC)
Carlos de Oliveira Varella
Núcleo de Educação a Distância
(NEAD)
Márcia Loch
CATALOGAÇÃO NA FONTE 
NÚCLEO DE COORDENAÇÃO DE BIBLIOTECAS – UNIGRANRIO
P289g Passos, Dayse de Lima.
Gestão tributária / Dayse de Lima Passos. – Duque de Caxias, RJ: Unigranrio, 
2019.
257 p. : il. ; 23 cm.
Inclui bibliografia
1. Direito tributário - Brasil. 2. Impostos – Brasil. 3. Planejamento tributário. 
I. Título
CDD – 343.8104
Produção: Fábrica de Soluções Unigranrio Desenvolvimento do material: Josane Mittmann
Copyright © 2019, Unigranrio
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, 
mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio.
Pró-Reitoria de Graduação
(PROGRAD)
Virginia Genelhu de Abreu Francischetti
Pró-Reitoria de Pós-Graduação Lato Sensu e Extensão 
(PROPEX)
Nara Pires
Sumário
Impostos e Contribuições 
Objetivos ........................................................................................... 07
Introdução ......................................................................................... 09
1. Impostos e Contribuições .......................................................... 11
1.1 Tributos: Competência , Fato Gerador e Obrigação Tributária ........ 11
1.2 Normas de Direito Tributário .................................................. 12
1.3 Cobrança: Processo Administrativo e Processo Judicial ............... 25
Síntese ............................................................................................ 29
Referências Bibliográficas .................................................................... 31
Gestão Tributária 
Objetivos ........................................................................................... 35
Introdução ......................................................................................... 37
1. Gestão Tributária ..................................................................... 39
1.1 Pessoas Jurídicas (Previdência e FGTS) .................................... 41
1.2 Tributos sobre o Lucro (NBC TG 32 1.189/09) ........................ 48
1.3 Pessoas Físicas (IRPF) ........................................................... 53
Síntese ............................................................................................. 59
Referências Bibliográficas .................................................................... 61
Simples Nacional
Objetivos ........................................................................................... 65
Introdução ......................................................................................... 67
1. Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das 
 Microempresas e Empresas de Pequeno Porte .......................... 69
2. Prática Contábil do Simples Nacional ....................................... 79
3. MEI - Microempreendedor Individual ........................................ 84
Síntese ............................................................................................. 89
Referências Bibliográficas .................................................................... 91
Aspectos Tributários das Empresas
Objetivos ........................................................................................... 95
Introdução ......................................................................................... 97
1. Aspectos Tributários das Empresas ........................................... 99
1.1 Empresas Tributadas pelo Lucro Presumido ............................... 99
1.2 Pessoas Jurídicas Tributadas com Base no Lucro Real ................. 114
1.3 Sociedades Imunes e Isentas .................................................. 129
Síntese ............................................................................................. 131
Referências Bibliográficas .................................................................... 133
Reflexos dos Tributos nos Processos Gerenciais
Objetivos ........................................................................................... 135
Introdução ......................................................................................... 137
1. Livro de Apuração do Lucro Real .............................................. 139
2. Impostos e Contribuições Retidos na Fonte ............................... 142
3. Obrigações Acessórias, Sped e Outros ...................................... 155
Síntese ............................................................................................. 163
Referências Bibliográficas .................................................................... 165
Operações Fiscais, Tributárias e de Contribuições
Objetivos .......................................................................................... 169
Introdução ......................................................................................... 171
1. Conceitos ............................................................................ 173
2. Cálculo de Impostos (Federais, Estaduais e Municipais) ............. 173
3. Contabilização ...................................................................... 196
Síntese ............................................................................................. 205
Referências Bibliográficas .................................................................... 207
Planejamento Tributário
Objetivos ........................................................................................... 211
Introdução ......................................................................................... 213
1. Planejamento na Esfera Federal .............................................. 215
2. Planejamento na Esfera Estadual ............................................ 225
3. Planejamento na Esfera Municipal ........................................... 231
Síntese ............................................................................................ 235
Referências Bibliográficas .................................................................... 237
Prática Contábil e Ética Profissional
Objetivos ........................................................................................... 239
Introdução ......................................................................................... 241
1. Prática Contábil e Ética Profissional ......................................... 243
1.1 Código de Ética do Contador .................................................. 243
1.2 Legislação e Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicáveis ........ 246
1.3 Aplicação Prática Contábil ...................................................... 250
Síntese ............................................................................................. 255
Referências Bibliográficas .................................................................... 257
7Gestão Tributária
9Gestão Tributária
11Gestão Tributária
12 Gestão Tributária
13Gestão Tributária
14 Gestão Tributária
15Gestão Tributária
16 Gestão Tributária
17Gestão Tributária
https://www.youtube.com/watch?v=4jC3X1j5T-k
18 Gestão Tributária
19Gestão Tributária
20 Gestão Tributária
21Gestão Tributária
https://www.youtube.com/watch?v=4jC3X1j5T-k
22 Gestão Tributária
23Gestão Tributária
24 Gestão Tributária
25Gestão Tributária
26 Gestão Tributária
27Gestão Tributária
29Gestão Tributária
31Gestão Tributária
32 GestãoTributária
33Gestão Tributária
Gestão Tributária 
Objetivos
Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de:
 ▪ Compreender o funcionamento da Gestão Tributária e identificar 
os tipos de Planejamentos Tributários existentes;
 ▪ Identificar e calcular os tributos incidentes sobre a folha de pagamento;
 ▪ Distinguir quais são os efeitos fiscais que ocorrem sobre as empresas, 
por meio da contabilização dos tributos no ativo ou passivo.
35Gestão Tributária
Introdução
A Gestão Tributária é muito importante para as empresas, pois, 
com ela, pode-se economizar no momento da apuração e recolhimento dos 
tributos, por meio do planejamento tributário. Esse planejamento envolve o 
estudo de todos os tributos que a empresa deve recolher para o governo, como 
incidentes sobre o lucro, faturamento e funcionários.
Nesta unidade, você conhecerá diversas formas de regimes tributários, 
de que modo eles funcionam e como são calculados. Ao longo do nosso 
estudo, você estará em contato com conceitos e práticas que envolvem a 
Gestão Tributária das empresas.
Agora, você começará a entender como se faz um planejamento 
tributário correto utilizando a elisão fiscal, bem como o conceito de evasão 
fiscal, que é a maneira incorreta de elaborar esse planejamento. Vamos enfatizar 
os tributos incidentes sobre a folha de pagamento: Imposto de Renda sobre 
Pessoa Física - IRPF; Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e Fundo de 
Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; além disso, você compreenderá como 
são contabilizados os tributos segundo a Norma Brasileira de Contabilidade 
Técnica Geral - NBCTG 32 (R1).
37Gestão Tributária
1. Gestão Tributária
No Brasil, há uma gama de tributos incidentes sobre as empresas 
e pessoas físicas. Essas legislações são complexas e dificultam a correta 
apuração dos impostos; existem diversas obrigações acessórias que, se não 
forem cumpridas, geram multas. Dessa forma, os empresários ficam cada 
vez mais temerosos em fazer algo errado e, por isso, o papel do contador é 
de suma importância para estudar e aplicar corretamente as leis. Além disso, 
se não houver o enquadramento da empresa no melhor regime tributário, 
ela pode sofrer com pagamentos acima dos valores devidos, afetando o seu 
desempenho financeiro, o seu fluxo de caixa ou sua competitividade perante 
os concorrentes; portanto, é evidente a importância de um planejamento 
tributário correto nas empresas.
O planejamento tributário também é conhecido como elisão fiscal, 
que é a forma preventiva de se estudar, de identificar mecanismos que 
permitam a redução de desembolso de recursos financeiros, permitindo o 
menor recolhimento dentro das regras legais. Frequentemente, por meio 
desse estudo, evita-se a incidência tributária, não havendo a ocorrência do 
fato gerador, isto é, o início do processo, que gera um sujeito passivo (quem 
deve pagar) e um sujeito ativo (quem deve receber). Também pode haver o 
estudo no intuito de pagar menor alíquota do imposto ou obter a menor base 
de cálculo (CREPALDI, 2017; FABRETTI, 2017).
A finalidade da elisão fiscal é obter a maior economia fiscal possível, reduzindo a carga 
tributária para o valor realmente exigido por lei. 
“A elisão fiscal é legítima e lícita, pois é alcançada por escolha feita de acordo com o 
ordenamento jurídico, adotando-se a alternativa legal menos onerosa ou utilizando-se de 
lacunas da lei.” (FABRETTI, 2017, p.164)
Todo administrador deve buscar o melhor para a empresa, seja 
estudando meios para aumentar os lucros, seja buscando formas de reduzir 
os prejuízos. O planejamento dos diversos setores, com suas metas e limites 
Importante
39Gestão Tributária
de orçamentos, são recorrentes no dia a dia das organizações. O planejamento 
tributário também deve participar do planejamento da empresa, pois ele 
permite a efetiva economia nos recolhimentos dos tributos, podendo aplicar 
esses valores em outras áreas, como compras de mercadorias para revenda, 
compra de maquinários, marketing etc. O planejamento tributário é exaustivo 
e recorrente, pois constantemente existem modificações nas leis; sendo assim, 
as empresas devem estar sempre atentas às mudanças na legislação tributária, às 
possibilidades de compensações de tributos e às isenções e reduções que podem 
ser oferecidas para determinados produtos a serem ser comercializados. O 
intuito principal é o de sempre maximizar a utilização dos recursos financeiros 
da empresas, por meio da economia no recolhimento dos tributos.
Como existe a forma lícita de se planejar, também existe a forma 
ilícita, que é conhecida como evasão fiscal. Diferentemente da elisão, a 
evasão é contrária à lei, pois não cumpre as determinações legais, sendo 
classificada como crime de sonegação fiscal. Na evasão fiscal, há ocultação do 
fato gerador, para que o Fisco não identifique que o sujeito passivo deveria 
recolher os devidos impostos aos cofres públicos (OLIVEIRA, 2017, p.189). 
O contribuinte, na evasão fiscal, pode também tentar reduzir ou postergar o 
recolhimento dos tributos por meios ilícitos. A Lei nº 8.137/90, que relaciona 
os crimes contra a ordem tributária, em seu artigo primeiro (BRASIL, 1990, 
art. 1) diz que:
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir 
tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as 
seguintes condutas: (Vide Lei nº 9.964, de 10.4.2000)
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades 
fazendárias;
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, 
ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou 
livro exigido pela lei fiscal;
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, 
ou qualquer outro documento relativo à operação tributável;
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que 
saiba ou deva saber falso ou inexato;
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou 
documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação 
de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com 
a legislação.
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
40 Gestão Tributária
O crime pode envolver a obrigação principal (pagar) ou a obrigação 
acessória, em que está prevista a pena de dois a cinco anos, incluindo a 
aplicação de multa.
Entre a elisão e a evasão, existe a Elusão Fiscal. Quanto a isso, os 
autores Biffe Junior e Leitão Junior afirmam que: 
A elusão fiscal é a adoção de mecanismo artificioso ou atípico 
empregado pelo contribuinte para mascarar ou dissimular a 
materialização do fato gerador, visando a não incidência de ônus 
tributário sobre um determinado negócio jurídico. (BIFFE 
JUNIOR; LEITÃO JUNIOR, 2017) 
A elisão é o planejamento dentro das regras e leis – o que parece 
acontecer também na elusão –, mas não é legal, pois o sujeito passivo 
(contribuinte) se utiliza de determinada permissão legal, com o intuito de 
burlar a lei tributária. A elusão difere da evasão, pois, nesse caso, existe a fuga, 
afastamento ou tentativa de não recolhimento dos impostos. A elusão também 
é passiva de pena (OLIVEIRA, 2017; ABRAHAM, 2018).
Para compreender melhor as diferenças entre elisão, evasão e elusão 
fiscal, assista ao vídeo indicado. 
 
1.1 Pessoas Jurídicas (Previdência e FGTS)
A maioria das empresas possuem empregados executando serviços 
para elas, sendo obrigação dessas empresas preparar, mensalmente, suas folhas 
de pagamento, recolhendo os tributos devidos sobre elas.
A folha de pagamento é o documento no qual são relacionados os 
nomes dos empregados e dados, como: cargo, função ou serviço prestado, valor 
Assista agora
Vídeo
41Gestão Tributária
https://www.youtube.com/watch?v=lX2WW2amWqI
bruto dos salários, descontos, valor das cotas do salário-família e valor líquido 
que cada empregado tem a receber. Dessa forma, o salário é a contraprestação 
devida ao empregado pela prestação de serviços em decorrência do contrato de 
trabalho. O salárioe a remuneração são coisas diferentes, pois a remuneração 
é a soma do salário contratualmente estipulado (mensal, por hora, por tarefa 
etc.) com outras vantagens percebidas na vigência do contrato de trabalho. 
Assim, integram a remuneração, além da importância fixa e estipulada, as 
comissões, as percentagens, as gratificações ajustadas, as diárias para viagem e 
os abonos pagos pelo empregador (OLIVEIRA, 2017). 
Sobre a remuneração dos empregados, existem os tributos que são 
despesas da empresa e os tributos que são retidos dos empregados para serem 
recolhidos para o Fisco. Portanto, o empregado é o contribuinte de fato, mas 
a empresa é o contribuinte responsável em recolher os impostos. Do total 
da remuneração, deverão ser retidos e recolhidos dos empregados o INSS e, 
por vezes, de acordo com a tabela de tributação e por faixas de rendimento, o 
Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF. 
Para as empresas, não existe somente a obrigação de recolhimento 
do INSS; elas devem igualmente recolher outros encargos incidentes sobre 
a folha de pagamento, onerando bastante o custo de contratação da mão de 
obra, como pode ser visto no Quadro 1.
Tipo % Aplicada
Contribuição ao INSS - Empregador 20%
Salário-educação 2,5%
Seguro/Risco de Acidentes do Trabalho (SAT/RAT) 1%, 2% ou 3%
SESI (Serviço Social da Indústria), SESC (Serviço Social do Comércio) ou SEST (Serviço Social do Transporte) 1,5%
SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) 
ou SENAT (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte)
1%
SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) 0,6%
INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) 0,2%
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) 8%
Total (com SAT/RAT de 2%) 35,8%
Quadro 1: Encargos sobre a folha de pagamento
Fonte: Pêgas (2017, p.303).
42 Gestão Tributária
Para o Seguro contra Acidentes de Trabalho e Riscos Ambientais 
do Trabalho (SAT/RAT), existem três percentuais de recolhimento, pois a 
tributação depende do risco da atividade da empresa. Quanto mais arriscada 
é a atividade, maior é o percentual recolhido, sendo eles leve, médio ou risco 
grave (OLIVEIRA, 2017). 
Para alguns setores da atividade econômica, houve o benefício conhecido 
como “desoneração da folha de pagamento, em que o percentual de 20% do 
INSS não é recolhido, sendo substituído por percentuais entre 2% e 4,5%, 
que são aplicados sobre a receita bruta, de acordo como o enquadramento por 
setor (PÊGAS, 2017). A empresa pode fazer o planejamento tributário e optar 
pelo regime mais vantajoso para a empresa, permitindo o menor desembolso. 
Veja o seguinte exemplo: 
Uma empresa que optou pelo recolhimento normal e possui uma 
folha de pagamento de R$ 50.000,00, a título de INSS patronal, 
deverá recolher o valor de R$ 10.000,00 (20%). Considere o 
seguinte: se essa mesma empresa estiver enquadrada nos setores 
elencados em lei, fizer recolhimento pelas regras de desoneração 
e possuir uma receita bruta de R$ 200.000,00, se aplicarmos, 
hipoteticamente, o percentual máximo de 4,5%, ela recolherá o 
valor de R$ 9.000,00 em vez de R$ 10.000,00. A economia será de 
R$ 1.000,00.
Em relação à contribuição previdenciária devida pelos funcionários, 
as empresas são obrigadas a calcular o INSS devido, retê-lo do funcionário 
e recolhê-lo para o Governo. Para se calcular o INSS, existe uma tabela 
fornecida pelo Ministério da Previdência Social, que possui as faixas salariais 
e as alíquotas devidas por cada faixa (PÊGAS, 2017). Essa tabela está sempre 
se alterando, de acordo com os aumentos do salário-mínimo vigente a cada 
época; sendo assim, é muito importante que se verifique qual é a tabela vigente 
no momento do cálculo do INSS devido.
O Quadro 2 apresenta a tabela atual, de acordo com a publicação dos 
valores do salário-mínimo, em janeiro de 2018, que passou de R$ 937,00 para 
R$ 954,00. Houve, portanto, um aumento de R$ 17,00, levando a alterações 
43Gestão Tributária
sobre a tabela do INSS. A medida provisória foi assinada pelo Presidente 
Michel Temer, no dia 29 de dezembro de 2017 (G1, 2017). 
Tabela para Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso 2018
Salário de Contribuição (R$) Alíquota
Até R$ 1.693,72 8%
De R$ 1.693,73 a R$ 2.822,90 9%
De R$ 2.822,91 a R$ 5.645,80 11%
Quadro 2: Contribuição previdenciária sobre empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso.
Fonte: INSS (2018).
Vamos ver, agora, um exemplo de cálculo baseado na tabela vigente: 
Um funcionário que recebe R$ 2.000,00 mensais e obteve, em determinado 
mês, R$ 400,00 de horas extras, precisará contribuir para o INSS com R$ 
216,00 (R$ 2.400,00 x 9%), enquadrando-se na segunda faixa.
Se o empregado ultrapassar os seus rendimentos, a última faixa (acima 
de R$ 5.645,80 – teto máximo), deverá recolher o valor fixo de R$ 621,04 
(contribuição máxima), de INSS. Veja no exemplo a seguir:
Exemplo: 
Um Supervisor de Produção possui um salário de R$ 5.500,00 e 
ganhou uma bonificação por metas alcançadas de produção, no 
valor de R$ 1.000,00, em determinado mês. Ele deverá contribuir 
para o INSS com o valor máximo de R$ 621,04, pois o valor de R$ 
6.500,00 ultrapassa o valor da última faixa, e a alíquota máxima 
de 11% não incidirá no valor da remuneração total recebida por 
esse funcionário.
Além da contribuição previdenciária, existe ainda o recolhimento, a 
título de Imposto de Renda - IR, sobre a renda e os proventos recebidos 
44 Gestão Tributária
pelo empregado. A tabela de IR também possui alíquotas variadas de acordo 
com a renda dos contribuintes. Diferentemente do INSS, que incide sobre 
todos os contribuintes, o IR não incide sobre os contribuintes que recebem 
menos que R$ 1.903,99 por mês, como pode ser visto no Quadro 3. A tabela 
do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) tem faixas diferentes para 
assegurar a chamada progressividade da tributação, ou seja, o funcionário 
que ganha menos não paga ou paga por uma alíquota menor em relação aos 
salários mais altos.
Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IRPF(R$)
Até 1.903,98 -
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80
De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80
De Até 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13
Acima 4.664,68 27,5 869,36
Quadro 3: Incidência mensal do Imposto de Renda - IR.
Fonte: Receita Federal (2017).
Para fins de apuração da base de cálculo a ser tributada pelo IR, 
poderão ser deduzidas do rendimento bruto (OLIVEIRA, 2017, p.147): 
 ▪ R$ 189,59 por dependente;
 ▪ Contribuições ao INSS;
 ▪ As importâncias pagas a título de pensão alimentícia, em face das 
normas do direito da família, quando em cumprimento de decisão 
judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação 
de alimentos provisionais.
Veja, a seguir, como calcular o Imposto de Renda Retido na Fonte:
1° Some todos os vencimentos do mês: salário-base, gratificações, 
horas extras etc.;
45Gestão Tributária
2° Subtraia do total de vencimento, a contribuição previdenciária;
3° Subtraia a dedução dos dependentes, se houver (número de 
dependentes X a dedução permitida para cada);
4° Aplique a alíquota sobre esse resultado líquido;
5° Subtraia, do valor obtido, a parcela a deduzir, conforme tabela;
6° O valor encontrado é o Imposto de Renda Retido na Fonte 
do funcionário, que deve ser descontado na folha de pagamento e 
recolhido, junto com o IRRF dos demais, para a Receita Federal.
Para entender esse cálculo, lembre-se do exemplo dado anteriormente, 
referente ao INSS. Um funcionário que ganha R$ 2.000,00 mensais e obteve, 
em determinado mês, R$ 400,00 de horas extras, precisará contribuir para o 
INSS com R$ 216,00 (R$ 2.400,00 x 9%), enquadrando-se na segunda faixa. 
Com base nessa informação, deve-se calcular o valor do IR. Considerando 
que esse funcionário não possui dependentes, a base de cálculo do IR será de 
R$ 2.4000,00 (remuneração total) deduzido do valor do INSS, de R$ 216,00, 
encontrando a base de cálculo de R$ 2.184,00. Em seguida,essa base deve 
ser verificada, por meio da tabela do IR em que ela se enquadra, e utilizando 
a alíquota determinada. Dessa forma, a alíquota a ser aplicada é de 7,5%; 
portanto, R$ 2.184,00 x 7,5% é igual ao valor de R$ 163,80. Consultando, 
ainda, a tabela do IR, existe um valor (parcela) que se permite deduzir do 
valor encontrado; então, finalizando o cálculo, encontra-se o valor de R$ 
21,00 (R$ 163,80 - R$ 142,80) a ser recolhido para a Receita Federal.
O mesmo exemplo será repetido, na Tabela 1, com a hipótese do 
funcionário ter dois dependentes. Nesse caso, não haverá o recolhimento do 
IR, pois o valor da base de cálculo encontrada será isenta.
1 Salário 2.000,00
2 Horas Extras 400,00
3 Total da Remuneração, (1+2) 2.400,00
4 INSS (9%) 216,00
5 Dependentes(2) 379,18
46 Gestão Tributária
Por dependente - R$ 189,59
Base de cáclulo do IR (3 - 4 - 5) 1.804,82
IR Isento
Tabela 1: Exemplo de cálculo do INSS e IR (com dois dependentes).
Fonte: Do autor.
Como listado no Quadro 1, a empresa deve recolher 8% a título de 
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS sobre as verbas salariais do 
empregado, é uma despesa exclusiva da empresa. O FGTS foi instituído pela 
Lei nº 5.107/66 para garantir o tempo de serviço do empregado, objetivando 
a proteção ao trabalhador – atualmente, é regido pela Lei nº 8.036/90. Antes 
da Constituição Federal de 1988, era opcional o seu recolhimento, mas após a 
CF, se tornou obrigatório para todos os empregados regidos pela Consolidação 
das Leis do Trabalho (CLT) (PÊGAS, 2017; FABRETTI, 2017).
Cada empregado devidamente registrado possui uma conta individual 
aberta na Caixa Econômica Federal - CEF, em que são recebidos os valores 
referentes ao FGTS. Essa conta tem atualização monetária pela Taxa 
Referencial - TR. 
É importante lembrar que o valor depositado em conta de FGTS só 
pode ser movimentado nas seguintes situações (PÊGAS, 2017, p.305):
 ▪ Demissão sem justa causa;
 ▪ Término do contrato por prazo determinado;
 ▪ Aposentadoria;
 ▪ Suspensão do trabalho avulso;
 ▪ Falecimento do trabalhador;
 ▪ Ter o titular da conta vinculada idade igual ou superior a 70 anos;
 ▪ Quando o trabalhador ou seu dependente for portador do 
vírus HIV;
 ▪ Quando o trabalhador ou seu dependente for acometido de 
neoplasia maligna (câncer);
47Gestão Tributária
 ▪ Permanência da conta sem depósito por três anos ininterruptos, para os 
contratos rescindidos até 13/JUL/90 e, para os demais, permanência 
do trabalhador por igual período fora do regime do FGTS;
 ▪ Rescisão do contrato por culpa recíproca, força maior, por extinção 
total ou parcial da empresa;
 ▪ Rescisão do contrato por decretação de nulidade do contrato de trabalho 
nas hipóteses previstas no art. 37 § 2o, da Constituição Federal, quando 
mantido o direito ao salário, ocorrida após 28/JUL/01;
 ▪ Utilização na compra da casa própria;
 ▪ Necessidade pessoal, urgente e grave, decorrente de desastre natural 
causado por chuvas ou inundações que tenham atingido a área de 
residência do trabalhador, quando a situação de emergência ou o 
estado de calamidade pública for assim reconhecido, por meio de 
portaria do Governo Federal;
 ▪ Pagamento/prestação/amortização/liquidação de saldo devedor 
do SFH; 
 ▪ Em estágio terminal decorrente de moléstia grave.
Quando o funcionário é despedido sem justa causa, como visto na 
lista acima, o empregador deve depositar mais 40% sobre o valor existente 
de saldo em conta de FGTS, a título de multa, enquanto o empregado pode 
retirar todo o valor da conta.
1.2 Tributos sobre o Lucro (NBC TG 32 1.189/09)
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) elaborou, em 
2009, o CPC 32 em consonância com o IAS 12 (International Accounting 
Standards 12), desenvolvido pelo International Accounting Standards Board 
- IASB, que é o Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade. O 
IASB tem como objetivo fixar padrões internacionais de contabilidade 
para os países-membros, sendo o responsável por divulgar as Normas 
Internacionais de Informação Financeira ou International Financial 
Reporting Standards - IFRS, que são Normas Internacionais de Informação 
48 Gestão Tributária
Financeira. O Brasil é um dos países-membros, e desde o ano de 2008, vem 
harmonizando as normas brasileiras às normas internacionais, por intermédio 
do Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC. Dessa forma, o Conselho 
Federal de Contabilidade (CFC) recepcionou o CPC 32 emitido pelo Comitê 
de Pronunciamentos Contábeis e emitiu a NBC TG 32 (Norma Brasileira de 
Contabilidade Técnica Geral). Essa norma permite que todas as empresas, 
desprovidas de órgãos reguladores específicos para suas atividades, sigam as 
determinações do CPC 32, que estabelece o tratamento contábil para os tributos 
sobre o lucro. O CPC 32 também foi recepcionado pelos órgãos reguladores, 
entre eles: a Comissão de Valores Mobiliários - CVM; a Agência Nacional 
de Energia Elétrica - ANEEL; a Agência Nacional de Saúde Suplementar - 
ANS; a Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, e a Agência Nacional 
de Transportes Terrestres - ANTT. O Conselho Monetário Nacional - CMN, 
que é o órgão regulador das instituições financeiras brasileiras, ficou de fora 
da aplicação do CPC 32; portanto, as Instituições Financeiras não adotam as 
regras listadas no CPC 32.
A questão principal na contabilização dos tributos sobre o lucro, 
conforme o CPC 32 (2009, p.2), é como calcular os efeitos fiscais atuais e 
futuros nas seguintes situações: 
(a) Futura recuperação (liquidação) do valor contábil dos ativos 
(passivos) que são reconhecidos no balanço patrimonial da entidade; 
(b) Operações e outros eventos do período atual que são econhecidos 
nas demonstrações contábeis da entidade.
Existem impostos que podem ser recuperados e que serão reconhecidos 
no Ativo da empresa; e existem os impostos que devem recolhidos. Estes 
deverão ser reconhecidos no Passivo e, posteriormente, liquidados na data 
estabelecida em lei, que são conhecidos como Ativos Fiscais Correntes e 
Passivos Fiscais Correntes (referentes aos períodos correntes) (CPC, 2009, 
p.6). Existem, também, os valores diferidos, podendo ser um Ativo ou um 
Passivo. Cada entidade deve reconhecer todos os valores que possam ter efeitos 
fiscais e, assim, demonstrar a real situação econômica da empresa.
Segundo a definição do CPC 32 (2009, p.3) o “Passivo Fiscal Diferido 
é o valor do tributo sobre o lucro devido em período futuro relacionado às 
49Gestão Tributária
diferenças temporárias tributáveis”; e o “Ativo Fiscal Diferido é o valor do 
tributo sobre o lucro recuperável em período futuro” (CPC 32, 2009, p.3), 
que pode estar relacionado às diferenças temporárias dedutíveis, que, por 
sua vez, resultam em valores dedutíveis para determinar o lucro tributável 
(prejuízo fiscal) de futuros períodos quando o valor contábil do ativo ou 
passivo é recuperado ou liquidado. Pode estar relacionado, também, com uma 
compensação futura de prejuízos fiscais não utilizados, ou com a compensação 
futura de créditos fiscais não utilizados.
Ainda sobre a diferença temporária tributável, um passivo fiscal 
diferido deve ser reconhecido para todas as diferenças temporárias tributáveis, 
salvo algumas exceções, como: o reconhecimento inicial de ágio derivado da 
expectativa de rentabilidade futura (goodwill); ou o reconhecimento inicial 
de ativo ou passivo em transação, que seja combinação de negócios; e no 
momento da transação, não afeta nem o lucro contábil nem o lucro tributável 
(prejuízo fiscal) (CPC, 2009). 
Um exemplo clássico da diferença temporária tributável reconhecida 
no ativo ou no passivo é a da depreciação de bens imobilizados. A contabilidade, 
atualmente, analisa a vida útil do bem e se haverá valor residual ao final do 
tempo de depreciação. Assim, é possível reconhecer a depreciação de 
determinado bem, em que se dá a depreciação contábil (essa despesa vai para 
a Demonstração de Resultado do Exercício das empresas). Porém, pela 
legislação fiscal(Receita Federal), os diversos bens possuem prazo de 
depreciação preestabelecidos, de acordo com a Nomenclatura Comum do 
Mercosul (NCM) de cada um. A depreciação fiscal, dessa forma, acontecerá e 
geralmente difere-se da depreciação fiscal, ocasionando ajustes. As diferenças 
temporárias podem ser tributáveis (geram passivos; fiscais diferidos) ou 
dedutíveis (geram ativos; fiscais diferidos). A geração de um ativo fiscal diferido 
significa um direito que a empresa deve receber do governo, tornando-se 
corrente em períodos futuros, da mesma forma, a geração de um passivo fiscal 
diferido é uma obrigação da empresa, que deve ser liquidada em períodos 
futuros (RIBEIRO, 2013).
Os ativos e passivos fiscais diferidos geram muitas dúvidas e confusões, 
mas que podem ser facilmente resolvidas, por meio da leitura e 
aplicação dos conceitos na prática. Para compreender melhor esse 
assunto, assista ao vídeo indicado. Assista agora
Vídeo
50 Gestão Tributária
https://www.youtube.com/watch?v=QM7UAYWAiMw
Para entender melhor esses conceitos, vamos a um exemplo de Ativo 
Fiscal Diferido:
Suponha que o Lucro Contábil de uma empresa foi de R$ 6.000,00, 
sendo que deve haver uma adição de R$ 3.000,00 de Perda Estimada em 
Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD). Essa perda ainda não pode ser 
reconhecida, de acordo com o Fisco, por não terem sido cumpridas todas 
as exigências do Regulamento do Imposto de Renda - RIR e, dessa forma, 
o Lucro Fiscal é de R$ 9.000,00. Essa empresa deverá contabilizar, como 
pode ser visto na Tabela 2, de acordo com o CPC 32 (R3). Nesse exemplo, 
utilizaremos, apenas o cálculo do IRPJ, pois também deveria incidir a CSLL 
sobre o lucro.
Tabela 2: Cálculo de IRPJ (PECLD).
Fonte: Do autor.
Dessa forma, a contabilização deve ser efetuada conforme o Quadro 
4, gerando um Ativo Fiscal Diferido, pois a base contábil é menor do que 
a base fiscal:
D- Provisão para IRPJ (Conta de Resultado) 900,00
D- IRPJ diferido a recuperar (conta do Ativo) 450,00
C- IRPJ a recolher (conta do Passivo) 1.350,00
O Fisco entende que o valor de imposto sobre o PECLD deve ser 
recolhido, e somente com o cumprimento de todas as regras do Regulamento 
do Imposto de Renda, o PECLD pode ser considerado. Assim, haverá uma 
exclusão da base contábil, e ocorrerá a baixa do crédito existente no ativo, na 
conta “IRPJ diferido a recuperar”. Esse ajuste deve ser controlado na Parte B 
do e-Lalur, que é o Livro de Apuração do Lucro Real eletrônico. 
Lucro Contábil (1) 6.000,00 15% IP1 900,00
Adições
PECLD (2) 3.000,00 15% IPJ 450,00
Lucro Fiscal 9.000,00
IRPJ (1.5%) 1.350,00
51Gestão Tributária
Base Contábil > Base Fiscal Gera um Passivo Fiscal Diferido
Base Contábil > Base Fiscal Gera um Ativo Fiscal Diferido
Quadro 4: Base contábil x base fiscal.
Fonte: Pêgas (2017, p.432).
O exemplo a seguir de Passivo Fiscal Diferido utilizará a depreciação 
como base. Veja, então, como ficaria esse cálculo:
A depreciação contábil deve se basear na vida útil estimada para 
determinado bem adquirido. Vamos analisar um bem que teve sua vida 
estimada em 14 anos, sem valor residual ao final desse período. Com o 
custo R$ 140.000,00, a depreciação anual desse bem será de R$ 10.000,00, 
porém, o Fisco divulga uma tabela com as depreciações aceitas por ele, de 
acordo com cada tipo de bem adquirido pelas empresas. Hipoteticamente, 
considerando que esse bem para o Fisco tenha sua vida útil estimada em 
10 anos, a sua depreciação anual seria de R$ 14.000,00, R$ 4.000 a mais do 
que na depreciação contábil; dessa forma, esses R$ 4.000,00 poderiam ser 
excluídos da base contábil, conforme pode ser visto na Tabela 3.
Lucro Contábil 50.000,00 15%IPJ 7.500,00
Exclusões Êxodo
Depreciação Fiscal -4.000,00 15%IPJ 600
Lucro Fiscal (1+2) 46.000,00
IRPJ(15%) 6.900,00
Tabela 3: Cálculo de IRPJ (depreciação).
Fonte: Do autor.
Com base no exposto, a contabilização que deve ser efetuada, conforme 
o Quadro 4, indica que a base contábil é menor do que a base fiscal, gerando, 
dessa forma, um passivo fiscal diferido:
52 Gestão Tributária
D- Provisão para IRPJ (Conta de Resultado) 7.500,00
D- IRPJ diferido a recuperar (conta do Ativo) 600,00
C- IRPJ a recolher (conta do Passivo) 6.900,00
Esse também é um ajuste temporário, que findará ao final dos quatro 
anos excedentes de vida útil estimada, contabilmente, para esse bem. 
1.3 Pessoas Físicas (IRPF)
O Imposto de Renda (IR) incide sobre os rendimentos do capital, do 
trabalho e da combinação de ambos. Em se tratando das pessoas físicas, são 
tributados todos os rendimentos provenientes do trabalho, de aluguel, de 
pensão alimentícia, de aplicações financeiras e demais proventos definidos em 
lei (Imposto de Renda Pessoa Física - IRPF).
Na maioria das situações relativas à remuneração do trabalho 
(contratação como funcionário ou autônomo) e em alguns casos relativos 
à remuneração do capital (aplicações realizadas em instituições financeiras), 
o Imposto de Renda devido deve ser calculado e retido pela fonte pagadora 
(empresa contratante ou instituição financeira), à medida que os pagamentos 
são efetuados.
Como o contribuinte pode saber se está obrigado a entregar a declaração 
anual? Ele deve estar atento aos valores divulgados pela Receita Federal, pois 
eles variam de ano para ano. No ano de 2017, foram obrigados a apresentar 
declaração de ajuste anual, até o dia 30 de abril, os contribuintes enquadrados 
em pelo menos uma das seguintes situações abaixo (PÊGAS, 2017, p.492):
1. Recebeu rendimentos tributáveis na declaração, cuja soma foi 
superior a R$ 28.559,70 ou recebeu rendimentos isentos, não 
tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi 
superior a R$ 40 mil;
2. Obteve, em qualquer mês, ganho de capital (tributável ou isento 
por conta da compra posterior em até 180 dias) na alienação de bens 
ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações 
em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas;
53Gestão Tributária
3. Relativamente à atividade rural:
a) Obteve receita bruta em valor superior a R$ 142.798,50;
b) Pretenda compensar, no ano-calendário de 2015 ou 
posteriores, prejuízos de anos-calendário anteriores ou do 
próprio ano-calendário de 2015;
4. Teve a posse ou a propriedade, em 31/12/15, de bens ou direitos, 
inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300 mil;
5. Passou à condição de residente no Brasil em qualquer mês e, nessa 
condição, se encontrava em 31 de dezembro.
A declaração de ajuste deve ser entregue nos meses de março e 
abril do ano seguinte (especificamente, até 30 de abril), possibilitando ao 
declarante consolidar suas fontes de renda, contabilizar as despesas dedutíveis 
e calcular o imposto devido, que, comparado ao imposto pago ao longo do 
ano, resultará em um saldo a pagar ou a restituir. Essa é uma obrigação 
acessória das pessoas físicas, e o seu não cumprimento é passível de multa 
(PÊGAS, 2017, p.491). 
Vejamos mais um exemplo: você pagou Imposto de Renda sobre o seu 
salário durante todo o ano de 2017; porém, só nos meses de março ou abril 
de 2018 você deverá fazer sua declaração. Nessa declaração, são consolidadas 
todas as informações relativas ao ano específico, sendo inseridas diversas 
informações, como: salário recebido do ano inteiro, outras fontes de receita, 
contribuição previdenciária, abonos recebidos, Imposto de Renda retido pelo 
empregador e recolhido para o Fisco. Adicionalmente, dependendo da forma 
da declaração que está sendo feita, que pode ser simplificada ou completa, 
você pode declarar despesas que o fisco considera como dedutíveis, como 
pagamento de plano de saúde, dentista, hospitais, educação (com algumas 
regras) entre outras que são computadas somente na declaração completa.
A declaração de imposto de renda pessoa física pode ser efetuada 
em dois modelos: completo ou simplificado. Vejamos as características de 
cada uma:
A declaração simplificada é uma opção permitida a todos os 
contribuintes, exceto aqueles que desejemcompensar um resultado positivo 
54 Gestão Tributária
da atividade rural com um resultado negativo (prejuízo) ou compensar 
imposto pago no exterior. O contribuinte que precisar retificar a declaração 
após o prazo de entrega (30 de abril do ano seguinte) não poderá modificar 
o modelo da declaração original entregue; dessa forma, se optar pela entrega 
da declaração simplificada, não poderá fazer a declaração retificadora como 
completa. No modelo simplificado, as empresas utilizam um desconto 
(padrão) de 20% sobre o total de rendimentos tributáveis, que substitui todas 
as deduções legais cabíveis (INSS, Previdência Privada, dependentes, saúde, 
educação, pensão alimentícia e livro-caixa). O percentual de 20% representa 
uma estimativa da Receita Federal do Brasil - RFB para as deduções feitas 
pela maioria dos contribuintes. No ano de 2016, esse valor estava limitado a 
R$ 16.754,34, com entrega das declarações feitas em 2017 (PÊGAS, 2017).
Fique atento, pois os valores são alterados todos os anos!
Para saber se a melhor opção é o modelo simplificado ou o modelo 
completo, o contribuinte deve somar as deduções permitidas no modelo 
completo e verificar se o valor encontrado é maior do que a dedução-padrão 
aceita pelo modelo simplificado. Aquele que apresentar maior valor de 
deduções permitidas, deve ser o escolhido; mas não se preocupe, pois, hoje, 
o cálculo é feito automaticamente pelo programa da RFB, demonstrando 
o efeito das duas regras (simplificada e completa), para que você opte pelo 
modelo mais adequado à sua realidade: imposto a restituir em vez de pagar; 
imposto a restituir maior do que na outra regra ou mesmo imposto menor a 
recolher das duas regras (PÊGAS, 2017).
A declaração completa tem um grau de complexidade maior em relação 
à simplificada, em função de sua exigência de informações mais detalhadas. 
A declaração completa representa uma prestação de contas, com mais 
detalhes e informações dos contribuintes junto às autoridades fazendárias, 
que acompanham a evolução patrimonial de cada um.
 
É importante que você saiba quais são as receitas tributadas e as deduções permitidas pelo 
Fisco na hora de fazer a sua declaração. Anualmente, a RFB desenvolve uma apostila em 
formato eletrônico (PDF), disponibilizada no site http://idg.receita.fazenda.gov.br/. Nela, 
Importante
55Gestão Tributária
http://idg.receita.fazenda.gov.br/
você encontrará perguntas e respostas sobre o IRPF. A cada ano, surgem novidades nos 
programas, nos valores e limites que devem ser utilizados para o correto preenchimento da 
sua declaração, por isso, não deixe de consultar esse material.
Lembre-se de que você não é o único com a obrigação de fazer a 
declaração; a empresa em que você trabalha também deve enviar informações 
dos seus empregados. Os médicos, dentistas e instituições financeiras 
também devem fornecer informações de seus clientes para o Fisco. Por isso, 
as autoridades possuem várias informações que são cruzadas para verificar se 
você está fornecendo as informações corretas, e saber realmente quanto é o 
seu débito de imposto. Cuidado ao fornecer informações sem as devidas notas 
e recibos que comprovem as suas despesas, pois o Fisco pode lhe intimar a 
comprovar tais informações.
Ficha de Tributação Alíquota Parc. a Deduzir
Até R$ 22.847,76 Isento -
De R$22.847,77 até 33.919,80 7,5% 1.713,58
De R$33.919,81 até 45.012,60 15% 4.257,57
De R515.012,61 até R55.976,16 22,5% 7.633,51
Acima de R$55.976,16 27,5% 10.432,32
Quadro 5: Tabela de Imposto de Renda Pessoa Física Anual.
Fonte: Pêgas (2017, p.434).
A tabela progressiva anual, conforme o Quadro 5, está em vigor desde 
abril de 2015.
O IR devido será confrontado com o valor do IR pago durante o ano. 
Caso o IR desembolsado durante o ano seja maior que o IR devido, a pessoa 
física apresentará IR a restituir; se o valor devido for maior, apresentará IR a 
pagar quando houver a entrega da declaração.
56 Gestão Tributária
O IR a pagar poderá ser parcelado em até oito vezes, segundo a Lei nº 
11.311/06 (BRASIL, 2006), com a cobrança de juros a partir do pagamento 
da 2ª parcela. A taxa Selic mensal será aplicada, com a inclusão de juros 
de 1% no mês do pagamento. O valor da cota não poderá ser inferior a 
R$ 50,00, não havendo parcelamento em saldo a pagar até R$ 100,00. A 
RFB diz que o pagamento poderá ser debitado diretamente na conta-corrente 
do contribuinte, se este desejar, caso ele entregue a declaração em março, 
a opção pelo débito em conta poderá ser paga já na primeira cota, mas se a 
declaração for entregue em abril, a opção se dará a partir da segunda cota. 
Para o pagamento da primeira cota, é gerado um Documento de Arrecadação 
de Receitas Federais (DARF) para o recolhimento do tributo até o último 
dia útil do mesmo mês. Além disso, existe a cobrança de multa do IR das 
pessoas físicas, que segue o mesmo modelo adotado para as multas cobradas 
nos tributos das pessoas jurídicas. A multa diária é de 0,33% ao dia, a partir 
do dia útil seguinte ao dia do vencimento, contando todos os dias a partir daí. 
A multa máxima espontânea é de 20%, ou seja, atrasos a partir do 60º dia 
limitam a cobrança da multa em 20%, não aumentando mais.
Vejamos um exemplo de parcelamento: Um contribuinte pessoa física 
identificou, ao fazer sua declaração de Imposto de Renda anual, que ainda 
devia ao Fisco o valor de R$ 260,00. Ele viu que poderia haver o parcelamento 
em até 8 vezes, mas quando clicou nessa opção no programa da RFB, este 
informou que não poderia pelo seguinte motivo, R$ 260,00 divididos por 8, 
daria um valor de R$ 32,50, que seria menor que a cota mínima estipulada 
em R$ 50,00. Então, o contribuinte pegou sua calculadora e fez o seguinte 
cálculo R$ 260,00 dividido por R$ 50,00 dá 5,2, então o máximo que poderei 
parcelar o pagamento do imposto será em 5 parcelas de R$ 52,00. Quando ele 
clicou na opção em “5 vezes”, o sistema aceitou prontamente seu comando. 
Lembrando que sobre a primeira parcela, não haverá incidência de juros; na 
segunda parcela será de R$ 52,00 + 1% de juros, e na terceira parcela será de 
R$ 52,00 + 1% de juros + taxa SELIC.
57Gestão Tributária
Síntese
Nesta unidade de aprendizagem, vimos as formas existentes de 
planejamento tributário, sendo a Elisão Fiscal a forma lícita de analisar e planejar 
o melhor regime a ser adotado pelas empresas, e a Evasão e Elusão Fiscais as 
formas ilícitas, que não devem ser utilizadas pelos profissionais de contabilidade.
Você conheceu os tributos que são retidos, pelas empresas, na fonte 
dos empregados e recolhidos para o Governo, aprendendo a calcular o IRPF e 
o INSS incidentes sobre a folha de pagamento dos funcionários. Além disso, 
aprendemos quais são os tributos incidentes sobre a folha de pagamento 
(SESC, SENAT, INCRA, FGTS etc.), que são de responsabilidade única e 
exclusiva das empresas, e vimos como é feito o cálculo do FGTS, incluindo 
a multa de 40% a ser recolhida pela empresa, se caso o funcionário seja 
demitido sem justa causa. Além disso, em nosso estudo, vimos que existem 
possibilidades de o funcionário movimentar o saldo em conta de FGTS.
Mais adiante, aprendemos sobre o CPC 32, uma norma emitida 
pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis específica para os Tributos 
Incidentes sobre o Lucro; e a NBC TG 32, emitida pelo Conselho Federal 
de Contabilidade aprovando a adoção do CPC 32. Por meio dos exemplos 
práticos, compreendemos a geração de Ativos Fiscais Diferidos e Passivos 
Fiscais Diferidos.
Por fim, vimos que as pessoas físicas também têm obrigatoriedade, 
em algumas situações, de declarar as suas rendas, anualmente, para o Fisco, 
gerando, assim, ajustes a serem pagos pelo contribuinte ou a restituídos a ele.
Referências Bibliográficas
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CREPALDI, Silvio. Planejamento tributário. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade tributária. 16 ed. São Paulo: 
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61Gestão Tributária
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RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade geral fácil. 9 ed. São Paulo: 
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62 Gestão Tributária
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http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/tributos/irpf-imposto-de-renda-pessoa-fisica#tabelas-de-incid-ncia-mensal
Simples Nacional
Objetivos
Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de:
 ▪ Reconhecer os principais aspectos característicos do Simples Nacional;
 ▪ Identificar e calcular os tributos incidentes sobre o Simples Nacional;
 ▪ Reconhecer os principais aspectos característicos do 
Microempreendedor Individual - MEI.
65Gestão Tributária
Introdução
O Brasil possui vários regimes tributários vigentes, como o Lucro 
Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado e o Simples Nacional. Nesta 
unidade de aprendizagem, entenderemos como funciona o Simples Nacional 
(micro e pequenas empresas) e o Microempreendedor Individual (MEI), que 
também faz parte do Simples Nacional. A pesquisa feita pelo Sebrae (2017) 
mostrou que, no Brasil, existem 6,4 milhões de estabelecimentos; desse total, 
99% são micro e pequenas empresas (MPE), sendo que as MPEs respondem 
por 52% dos empregos com carteira assinada no setor privado (16,1 milhões).
Por meio dessa unidade de aprendizagem, você será capaz de reconhecer 
quem pode ou não optar por esse regime e aprenderá sobre os limites existentes. 
Veremos, também, como são calculados os tributos no Simples Nacional, 
pois já existem novas regras válidas a partir de 2018. Os procedimentos foram 
totalmente reformulados em comparação às regras vigentes até o ano de 2017. 
Trataremos, ainda, do procedimento a ser utilizado para cálculo da alíquota 
efetiva para posterior aplicação sobre a receita bruta para, assim, identificar 
o valor a ser recolhido. Em seguida, compreenderemos as repartições dos 
tributos a serem repassados após o recolhimento único, para cada ente 
tributário, ou seja, União, Estado e Município.
Aproveite os exemplos demonstrados ao longo desta unidade, a fim de 
entender como funcionam os cálculos no dia a dia das empresas.
67Gestão Tributária
1. Sistema Integrado de Pagamento de Impostos 
 e Contribuições das Microempresas e Empresas 
 de Pequeno Porte
O Brasil possui vários regimes tributários, entre eles: o Lucro Real, 
que tributa sobre o lucro real da empresa; o Lucro Presumido, que utiliza 
percentuais de presunção para achar a base de cálculo do lucro que será 
tributado; e o Lucro Arbitrado, que tem os percentuais de presunção iguais aos 
do Lucro Presumido, majorados para o cálculo do IRPJ, sendo esta última uma 
das duas opções existentes do Lucro Arbitrado, que será visto posteriormente.
Considerando todos esses tributos e para que as Microempresas (MEs) 
e Empresas de Pequeno Porte (EPPs) alcançassem uma vantagem competitiva 
diante das empresas de grande porte, que podem recolher mais tributos em 
virtude do faturamento mais alto, houve a necessidade de criar um tratamento 
diferenciado para elas. Para tal, foi criado o Simples Nacional, que está previsto 
na Constituição Federal de 1988, no artigo 179:
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, 
assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a 
incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, 
tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou 
redução destas por meio de lei. (BRASIL, 1988)
O marco na regulamentação de lei específica para as micro e pequenas 
empresas foi a Lei Complementar nº 123/06. As modificações na regulamentação 
após essa lei foram feitas por meio das Leis Complementares nº 127/07, nº 
128/08, nº 133/10, nº 139/11, nº 147/14, nº 154/16, e, por último, da LC nº 
155/16, que serão vistas ao longo desta unidade.
O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização 
de tributos aplicáveis às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei 
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. 
Importante
69Gestão Tributária
Ele abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios) e é administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da 
Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois 
dos Municípios (SIMPLES NACIONAL, 2017).
Um grande diferencial na legislação do Simples Nacional é a permissão 
de recolhimento de percentuais de tributos mais baixos, em documento único 
e na inclusão dos encargos previdenciários nesse documento, havendo redução 
no custo do pessoal e incentivo a mais contratações. O ICMS (estadual) e o 
ISS (municipal), juntamente com os tributos federais, são recolhidos nesse 
documento único, facilitando o controle das empresas (PÊGAS, 2017).
Vejamos, a seguir, os tributos recolhidos em documento único, de 
acordo com cada atividade exercida pela empresa:
 ▪ Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ);
 ▪ Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
 ▪ Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
 ▪ Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social 
(COFINS);
 ▪ Contribuição para o PIS/PASEP;
 ▪ Contribuição Patronal Previdenciária (CPP);
 ▪ Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias 
e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e 
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS);
 ▪ Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
A opção pelo Simples Nacional deve ser formalizada pela internet e é 
válida para todo o ano-calendário. A opção pode ser feita até o último dia útil 
do mês de janeiro, para o próprio ano-calendário, e se a opção for deferida 
(aceita), retroagirá a 1º de janeiro daquele determinado ano. Se a empresa 
desejar mudar de regime tributário, só poderá realizar talopção em janeiro do 
ano seguinte. As empresas que estão em início de atividade têm o prazo de 
30 dias, contados do último deferimento de inscrição (municipal ou estadual, 
70 Gestão Tributária
caso exigíveis), para solicitação, desde que não tenham decorridos 180 dias 
da data de abertura constante do CNPJ. Quando deferida, a opção produz 
efeitos a partir da data da abertura do CNPJ. Ultrapassados os prazos, a opção 
pelo Simples Nacional só poderá ser realizada, como dito anteriormente, em 
janeiro do ano seguinte (SIMPLES NACIONAL, 2017).
Deferido é o particípio passado do verbo deferir, cujo significado é dar parecer favorável a 
uma solicitação de algo. Dar deferimento é o ato de aprovação ou concessão de um pedido 
ou requerimento (SIGNIFICADOS, 2017).
Existem algumas restrições a respeito do Simples Nacional, descritas 
no artigo 3º, parágrafo 4º da LC 123/06 (BRASIL, 2006, art.3):
Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado previsto 
nesta Lei Complementar, incluído o regime de que trata o art. 12 desta 
Lei Complementar, para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica:
 I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica;
 II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, 
de pessoa jurídica com sede no exterior;
 III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita 
como empresário ou seja sócia de outra empresa que 
receba tratamento jurídico diferenciado nos termos 
desta Lei Complementar, desde que a receita bruta 
global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do 
caput deste artigo;
 IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez 
por cento) do capital de outra empresa não beneficiada 
por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta 
global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do 
caput deste artigo;
 V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado 
de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que 
a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o 
inciso II do caput deste artigo;
Importante
71Gestão Tributária
 VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de 
consumo;
 VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica;
VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos 
e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade 
de crédito, financiamento e investimento ou de crédito 
imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, 
valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento 
mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de 
previdência complementar;
 IXI - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra 
forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha 
ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores;
 XI - constituída sob a forma de sociedade por ações;
 XII - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, 
com o contratante do serviço, relação de pessoalidade, 
subordinação e habitualidade (Incluído pela Lei 
Complementar nº 147, de 2014).
Além das restrições acima, existem restrições de atividades elencadas 
na LC 123/06 e na LC nº 147/14 (BRASIL, 2006; BRASIL, 2014). Dessa 
forma, não podem optar pelo Simples Nacional as empresas:
 ▪ Que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual 
de passageiros, exceto quando na modalidade fluvial ou quando 
possuir características de transporte urbano ou metropolitano ou 
realizar-se sob fretamento contínuo em área metropolitana para o 
transporte de estudantes ou trabalhadores;
 ▪ Que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora 
de energia elétrica;
 ▪ Que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e 
motocicletas;
 ▪ Que exerça atividade de importação de combustíveis;
 ▪ Que exerça atividade de produção ou venda no atacado de: cigarros, 
cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições 
e pólvoras, explosivos e detonantes, cervejas sem álcool e bebidas 
72 Gestão Tributária
alcoólicas (exceto, a partir de 2018, as produzidas ou vendidas 
no atacado por micro e pequenas cervejarias, micro e pequenas 
vinícolas, produtores de licores e micro e pequenas destilarias);
 ▪ Que realize cessão ou locação de mão de obra;
 ▪ Que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis;
 ▪ Que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando 
se referir a prestação de serviços tributados pelo ISS (BRASIL, 
2006; BRASIL, 2014). 
No ano de 2018, entra em vigor o novo limite, de acordo com a 
LC nº 155/16 (BRASIL, 2016). Para considerar que uma empresa seja 
enquadrada como Empresa de Pequeno Porte (EPP), ela deve auferir, em 
cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e 
sessenta mil reais) igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e 
oitocentos mil reais). Até 2017, o limite máximo era de R$ 3.600.000,00 (três 
milhões e seiscentos mil reais). As microempresas (MEs) continuam tendo o 
mesmo limite de receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e 
sessenta mil reais).
A empresa que ultrapassar o limite máximo, em 2018, de R$ 4.800.000,00, será 
desenquadrada do Simples Nacional no próximo ano-calendário. Essa empresa deve fazer o 
planejamento tributário adequado e analisar qual é o melhor regime tributário para o ano de 
2019: Lucro Real ou Lucro Presumido.
De acordo com o tipo de atividade (comercial, industrial ou serviço), 
a empresa deve utilizar tabelas diferenciadas (veja os Anexos do I ao V) 
para cada tipo de atividade que ela desenvolve. As tabelas são usadas 
para calcular devidamente os tributos que serão recolhidos mensalmente 
para o Fisco. Se a empresa atua em diversas atividades, como comercial e 
industrial, por exemplo, a receita bruta de cada atividade deve ser controlada 
separadamente, para que haja o correto cálculo dos tributos. Os anexos 
estão disponibilizados na LC nº 123/06, atualizados recentemente pela LC 
nº 155/16, como veremos a seguir.
Importante
73Gestão Tributária
Uma empresa comercial enquadrada no Simples Nacional como ME ou 
como EPP e que apresenta receita com revenda de mercadorias, seguirá a tabela 
constante do Anexo I da LC nº 123/06, que foi alterada pela LC nº 155/16 
(vigente a partir de 01/01/2018), conforme podemos observar no Quadro 1:
Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)
1ª Faixa Até 180.000,00 4,00% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,30% 5.940,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,50% 13.860,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,70% 22.500,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,30% 87.300,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,00% 378.000,00
Quadro 1: Alíquotas partilha do Simples Nacional – Comércio.
Fonte: Anexo I da LC nº 123/06 (BRASIL, 2006).
A tabela vigente até o ano de 2017 já contemplava quais alíquotas 
seriam recolhidas referentes a cada tributo incidente, mas a partir de 2018, 
existem dois quadros que se complementam. O primeiro é utilizado para 
o cálculo da alíquota efetiva dos tributos a serem recolhidos, enquanto o 
segundo demonstra o percentual que será repartido para cada tributo 
incidente, conforme nos mostra o Quadro 2:
Faixas
Percentual de Repartição dos Tributos
IRPJ CSLL- Cofins PIS/Pasep CPP ICMS
1ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 41,50% 34,00%
2ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 41,50% 34,00%
3ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%
4ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%
5ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%
6ª Faixa 13,50% 10,00% 28,27% 6,13% 42,10% -
Quadro 2: Percentual de repartição dos tributos do Simples Nacional – Comércio. 
Fonte: Anexo I da LC nº 123/06 (BRASIL, 2006).
74 Gestão Tributária
O mesmo é válido para as outras atividades das micro e pequenas 
empresas, além da comercial citada no Quadro 2. O Quadro 3 mostra as seis 
faixas de Receita Bruta e as respectivas alíquotas para atividades industriais. Já 
o Quadro 4 mostra o percentual de repartição dos tributos para essa atividade. 
Estes quadroscorrespondem ao anexo II da LC nº 123/06. 
Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)
1ª Faixa Até 180.000,00 4,00% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,80% 5.940,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 10,00% 13.860,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 11,20% 22.500,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,70% 85.500,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,00% 720.000,00
Quadro 3: Alíquotas e partilha do Simples Nacional – Indústria.
Fonte: Anexo II da LC nº 123/06 (BRASIL, 2006).
Faixas
Percentual de Repartição dos Tributos
IRPJ CSLL- Cofins PIS/Pasep CPP IPI ICMS
1ª Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00%
2ª Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00%
3ª Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00%
4ª Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00%
5ª Faixa 5,50% 3,50% 11,51% 2,49% 37,50% 7,50% 32,00%
6ª Faixa 8,50% 7,50% 20,96% 4,54% 23,50% 35,00%-
Quadro 4: Percentual de repartição dos tributos do Simples Nacional – Indústria.
Fonte: Anexo II da LC nº 123/06 (BRASIL, 2006).
O anexo III da LC nº 123/06 (BRASIL, 2006) abrange diversas 
atividades de prestação de serviço, como: creche, pré-escola e estabelecimento 
de ensino fundamental, escolas técnicas, profissionais e de ensino médio, de 
línguas estrangeiras, de artes, cursos técnicos de pilotagem, preparatórios para 
concursos; agência terceirizada de correios; agência de viagem e turismo; centro 
de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de 
75Gestão Tributária
passageiros e de carga; agência lotérica; transporte municipal de passageiros; 
escritórios de serviços contábeis etc. Dessa forma, as empresas atuantes nessas 
atividades serão enquadradas na tributação demonstrada nos Quadros 5 e 6.
Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)
1ª Faixa Até 180.000,00 6,00% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 11,20% 9.360,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 13,50% 17.640,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 16,00% 35.640,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 21,00% 125.640,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 648.000,00
Quadro 5: Alíquotas e partilha do Simples Nacional - Receitas de locação de bens móveis e 
de prestação de serviços não relacionados no § 5º-C do art. 18 desta Lei Complementar. 
Fonte: Anexo III da LC nº 123/06 (BRASIL, 2006).
Faixas
Percentual de Repartição dos Tributos
IRPJ CSLL- Cofins PIS/Pasep CPP ISS
1ª Faixa 4,00% 3,50% 12,82% 2,78% 43,40% 33,50%
2ª Faixa 4,00% 3,50% 14,05% 3,05% 43,40% 32,00%
3ª Faixa 4,00% 3,50% 13,64% 2,96% 43,40% 32,50%
4ª Faixa 4,00% 3,50% 13,64% 2,96% 43,40% 32,50%
5ª Faixa 4,00% 3,50% 12,82% 2,78% 43,40% 33,50%
6ª Faixa 35,00% 15,00% 16,03% 3,47% 30,50% -
(*) O percentual efetivo máximo devido ao ISS será de 5%, transferindo-se a diferença, de forma proporcional, aos tributos federais da mesma faixa 
de receita bruta anual. Sendo assim, na 5ª faixa, quando a alíquota efetiva for superior a 14,92537%, a repartição será:
IRPJ CSLL- Cofins PIS/Pasep CPP ISS
5ª Faixa, 
com alíquota 
efetiva superior 
a 14,92537%
(Alíquota 
efetiva - 5%)
x 6,02%
(Alíquota 
efetiva - 5%)
x 5,26%
(Alíquota 
efetiva - 5%)
x 19,28%
(Alíquota 
efetiva - 5%)
x 4,18%
(Alíquota 
efetiva - 5%)
x 65,26%
Percentual 
de ISS fixo 
em 5%
Quadro 6: Percentual de repartição dos tributos do Simples Nacional – Receitas de locação de bens móveis e de prestação 
de serviços não relacionados no § 5º-C do art. 18 desta Lei Complementar. 
Fonte: Anexo III da LC nº 123/06 (BRASIL, 2006).
76 Gestão Tributária
Para as atividades que estão sujeitas ao Anexo IV da LC nº 123/06 
(BRASIL, 2006), temos como exemplo: construção de imóveis e obras de 
engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, execução de 
projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores; serviço 
de vigilância, limpeza ou conservação; e serviços advocatícios. A sua tributação 
pode ser vista nos Quadros 7 e 8.
Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)
1ª Faixa Até 180.000,00 4,50% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 9,00% 8.100,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 10,20% 12.420,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 14,00% 39.780,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 22,00% 183.780,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 828.000,00
Quadro 7: Alíquotas e partilha do Simples Nacional – Receitas decorrentes da prestação 
de serviços relacionados no § 5º-C do art. 18 desta Lei Complementar. 
Fonte: Anexo IV da LC nº 123/06 (BRASIL, 2006).
Faixas
Percentual de Repartição dos Tributos
IRPJ CSLL- Cofins PIS/Pasep ISS
1ª Faixa 18,80% 15,20% 17,67% 3,83% 44,50%
2ª Faixa 19,80% 15,20% 20,55% 4,45% 40,00%
3ª Faixa 20,80% 15,20% 19,73% 4,27% 40,00%
4ª Faixa 17,80% 19,20% 18,90% 4,10% 40,00%
5ª Faixa 18,80% 19,20% 18,08% 3,92% 40,00%(*)
6ª Faixa 53,50% 21,50% 20,55% 4,45% -
(*) O percentual efetivo máximo devido ao ISS será de 5%, transferindo-se a diferença, de forma proporcional, aos tributos federais da mesma faixa 
de receita bruta anual. Sendo assim, na 5ª faixa, quando a alíquota efetiva for superior a 12,5%, a repartição será:
IRPJ CSLL- Cofins PIS/Pasep ISS
5ª Faixa, com 
alíquota efetiva 
superior a 12,5%
(Alíquota 
efetiva - 5%)x 
31,33%
(Alíquota 
efetiva - 5%)x 
32,26%
(Alíquota 
efetiva - 5%)x 
30,13%
(Alíquota 
efetiva - 5%)x 
6,54%
Precentual de 
ISS fixo em 5%
Quadro 8: Percentual de repartição dos tributos do Simples Nacional – Receitas decorrentes 
da prestação de serviços relacionados no § 5º-C do art. 18 desta Lei Complementar. 
Fonte: Anexo IV da LC nº 123/06 (BRASIL, 2006).
77Gestão Tributária
Já os Quadros 9 e 10 são referentes ao anexo V da LC nº 123/06 
(BRASIL, 2006), sendo enquadradas as seguintes atividades: medicina 
veterinária; serviços de comissária, de despachantes, de tradução e de 
interpretação; engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, 
geodésia, testes, suporte e análises técnicas e tecnológicas, pesquisa, design, 
desenho e agronomia etc.
Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)
1ª Faixa Até 180.000,00 15,50% -
2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 18,20% 4.500,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 19,50% 9.900,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,50% 17.100,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23,00% 62.100,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,00% 540.000,00
Quadro 9: Alíquotas e partilha do Simples Nacional – Receitas decorrentes 
da prestação de serviços relacionados no § 5º-I do art. 18 desta Lei Complementar. 
Fonte: Anexo V da LC nº 123/06 (BRASIL, 2006).
Faixas
Percentual de Repartição dos Tributos
IRPJ CSLL- Cofins PIS/Pasep CPP IPI ICMS
1ª Faixa 25,00% 15,00% 14,10% 3,05% 37,50% 28,85% 14,00%
2ª Faixa 23,00% 15,00% 14,10% 3,05% 37,50% 27,85% 17,00%
3ª Faixa 24,00% 15,00% 14,92% 3,23% 37,50% 23,85% 19,00%
4ª Faixa 21,00% 15,00% 15,74% 3,41% 37,50% 23,85% 21,00%
5ª Faixa 23,00% 12,50% 14,10% 3,05% 37,50% 23,85% 23,50%
6ª Faixa 35,00% 15,50% 16,44% 3,56% 23,50% 29,50%-
Quadro 10: Percentual de repartição dos tributos do Simples Nacional – Receitas decorrentes da 
prestação de serviços relacionados no § 5º-I do art. 18 desta Lei Complementar. 
Fonte: Anexo V da LC nº 123/06 (BRASIL, 2006).
As atividades de prestação de serviços que não estiverem, explicitamente, 
enquadradas nos Anexos IV e V, conforme LC nº 123/06 (BRASIL, 2006), 
estarão automaticamente enquadradas no Anexo III.
78 Gestão Tributária
2. Prática Contábil do Simples Nacional
Toda e qualquer empresa deverá manter escrituração contábil regular, 
porém, pela legislação fiscal, o contribuinte fica desobrigado da escrituração 
contábil, bastando escriturar o livro-caixa e o livro-registro de inventário. 
Neles, deverão constar os estoques existentes no final de cada ano, mas é 
importante frisar que a escrituração contábil é importante por inúmeros 
motivos (PÊGAS, 2017): 
a. O Código ComercialBrasileiro exige escrituração contábil completa 
para servir de instrumento de prova em juízo e em eventuais acertos 
de direitos dos sócios, acionistas, seus herdeiros ou sucessores;
b. No Livro-Caixa, somente poderá ser contabilizada a movimentação 
financeira, não se registrando as compras e vendas a prazo, os 
empréstimos e demais valores a pagar e a receber;
c. O levantamento de balancetes e balanços de forma adequada, 
reduzindo a insegurança e os prejuízos que podem ser acarretados 
pela falta de registro de seus direitos e suas obrigações.
As empresas optantes pelo Simples Nacional devem emitir nota fiscal, 
como obrigação acessória, de acordo com suas vendas ou prestações de serviços. 
As empresas devem entregar declaração acessória anual, por meio do Programa 
Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional - Declaratório 
(PGDAS-D) e da Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais 
(Defis). Para os anos-calendário a partir de 2012, não existe mais a Declaração 
Anual do Simples Nacional (DASN). As informações importadas do antigo 
PGDAS passam a ter cunho declaratório no próprio Programa Gerador do 
Documento de Arrecadação do Simples Nacional - Declaratório (PGDAS-D); 
já as informações econômicas e fiscais passam a ser declaradas na Declaração 
de Informações Socioeconômicas e Fiscais (Defis), que têm como prazo o 
último dia útil de março do ano seguinte (SIMPLES NACIONAL, 2017).
A LC nº 123/2006 diz que o prazo de pagamento do Simples Nacional 
será o último dia útil da primeira quinzena do mês seguinte ao mês de apuração, 
contudo, a Resolução nº 51/08 (art. 18) definiu o prazo de pagamento para o 
dia 20 do mês seguinte.
79Gestão Tributária
Para fins de cálculo, segundo artigo 18 da LC nº 123/2006 (BRASIL, 
2006, art. 18):
Art. 18. O valor devido mensalmente pela microempresa ou 
empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional será 
determinado mediante aplicação das alíquotas efetivas, calculadas 
a partir das alíquotas nominais constantes das tabelas dos Anexos 
I a V desta Lei Complementar, sobre a base de cálculo de que 
trata o § 3o deste artigo, observado o disposto no § 15 do art. 3o. 
(Redação dada pela Lei Complementar nº 155, de 2016).
Para obter a alíquota efetiva, é utilizada a seguinte fórmula:
Em que: 
RBT12: Receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao período 
de apuração;
Alíq: Alíquota nominal constante dos Anexos de I a V;
PD: Parcela a deduzir constante dos Anexos de I a V.
Assim, os percentuais efetivos de cada tributo serão calculados a partir 
da alíquota efetiva, multiplicada pelo percentual de repartição constante dos 
Anexos de I a V.
Vamos trabalhar com um exemplo real para melhorar o entendimento?
Exemplo 1: Uma empresa que é puramente comercial deve utilizar o 
Anexo I da LC nº 123/2006; ela teve a sua Receita Bruta apurada, no mês de 
Janeiro de 2018, no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais). A sua Receita 
Bruta Total (RBT) dos últimos 12 meses (de janeiro a dezembro de 2017) 
é de R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais). Com esse valor 
de RBT, a empresa se enquadra na 4ª faixa, em que é utilizada a alíquota 
de 10,70% e uma parcela a deduzir de R$ 22.500,00. Portanto, já temos 
informações suficientes para calcular a alíquota efetiva, conforme podemos 
observar na resolução a seguir:
12 .
12
RBT Alíq PD
RBT
× −
80 Gestão Tributária
A alíquota calculada acima (8,83%) é a alíquota efetiva que deve ser 
aplicada sobre a Receita Bruta do mês (R$ 100.000,00), para obtermos o valor 
do tributo a ser recolhido, conforme podemos observar a seguir:
Como a empresa se enquadrou na quarta faixa de receita bruta, 
conforme vimos no Quadro 1 (Anexo I da LC nº 123/2006), ela também 
se enquadrará na 4ª faixa no quadro de repartição dos tributos, de acordo 
com o Quadro 2 (Anexo I da LC nº 123/2006). Utilizando os percentuais de 
repartição, podemos ver os valores e alíquotas que serão repassados para cada 
ente federativo (União, Estado e Município), de acordo com cada tributo 
incidente, no Simples Nacional, conforme podemos observar no Quadro 11.
Receita 
Bruta
R$100.000,00
Alíquota 
efetiva
8,83%
Total a 
recolher
R$8.830,000
IRPJ CSLL- Cofins PIS/Pasep CPP ICMS Total
4ª Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,75% 42,00% 33,50% 100,00%
Alíquota 0,49% 0,31% 1,12% 0,24% 3,71% 2,96% 8,83%
Valor R$485,65 R$309,05 R$1.124,94 R$243,71 R$3.708,60 R$2.958,05 R$8.830,00
Quadro 11: Repartição dos tributos, de acordo com o Exemplo 1. 
Fonte: Do autor.
No momento do rateio, se houver diferença centesimal entre o total 
dos percentuais e a alíquota efetiva (a alíquota efetiva foi de 8,05%, mas 
quando houve o rateio, a soma totalizou 8,04%, sobrando a diferença de 
12 . 1.200.000 10,70% 22.500 0,08825 100 8,83%
12 1.200.000
RBT Alíq PD
RBT
× − × −
= = × =
100.000 8,83% 8.830,00× =
81Gestão Tributária
0,01%, por exemplo), essa diferença será transferida para o tributo com 
maior percentual de repartição na respectiva faixa de receita bruta (BRASIL, 
2006). No caso exemplificado no Quadro 11, não houve diferença, mas caso 
houvesse diferença de 0,01% para alcançar a alíquota total efetiva, de 8,83%, 
essa diferença deveria ser adicionada à alíquota do CPP, que é a maior.
Quando a empresa inicia suas atividades, ela não possui informação 
referente aos últimos 12 meses para poder calcular a alíquota efetiva, pois ela não 
estava funcionando ainda. Então, os valores de receita bruta acumulada constantes 
dos Anexos de I a V devem ser proporcionalizados ao número de meses de 
atividade no período (BRASIL, 2006). Por exemplo, uma empresa que inicia sua 
atividade em determinado mês, com uma Receita Bruta mensal de R$ 50.000,00, 
proporcionalizando, isso equivale a uma Receita Bruta Total de R$ 600.000,00 
(R$ 50.000,00 x 12 meses). Dessa forma, ela conseguirá se enquadrar em alguma 
faixa dos Anexos de I a V (de acordo com a atividade), permitindo, assim, que o 
cálculo da alíquota efetiva seja feito.
Existem algumas regras a serem observadas, após a verificação das 
alíquotas que serão realmente recolhidas para cada tributo, a partir da repartição. 
O Imposto Sobre Serviços (ISS) tem sua alíquota máxima estipulada em 5% 
(cinco por cento); se, após a verificação das repartições, a alíquota de ISS for 
maior do que 5%, o excesso deverá ser distribuído proporcionalmente aos 
tributos federais da mesma faixa de receita bruta anual (BRASIL, 2006). Como 
seria a tributação de uma empresa, nesse mês especificamente, que tem uma 
Receita Bruta Total de R$ 3.200.000,00 (três milhões e duzentos mil reais), 
exercendo a atividade de transporte municipal de passageiros, enquadrada no 
Anexo III (Quadros 5 e 6), com uma Receita Bruta mensal de R$ 270.000,00? 
Utilizando a forma que você já aprendeu a calcular, a taxa efetiva encontrada 
será de 17,07%, sendo esse cálculo enquadrado na quinta faixa:
Então, observe o Quadro 12 e veja que existe a necessidade de ajuste 
para obter as alíquotas corretas dos tributos, pois o ISS não pode ultrapassar 
o recolhimento de 5%:
12 . 3.200.000 21% 125.640 0,17074 100 17,07%
12 3.200.000
RBT Alíq PD
RBT
× − × −
= = × =
82 Gestão Tributária
Receita Bruta R$270.000,00
Alíquota 
efetiva
8,83%
Total a 
recolher
R$46.089,00
IRPJ CSLL- Cofins PIS/Pasep CPP ICMS Total
5ª Faixa 4,00% 3,50% 12,74% 2,75% 42,00% 33,50% 100,00%
Alíquota 0,68% 0,31% 1,12% 0,24% 3,71% 2,96% 17,07%
(Alíquota 
efetiva - 5%)x 
6,02%
(Alíquota 
efetiva - 5%)x 
5,26%
(Alíquota 
efetiva - 5%)x 
19,28%
(Alíquota 
efetiva - 5%)x 
4,18%
(Alíquota 
efetiva - 5%)x 
65,26%
Percentual de 
ISS fixo em 
5%
Alíquota 
(acerto 
proporcional)
0,73% 0,63% 2,33% 0,50% 7,88% 5,00% 17,07%
Valor R$1.843,56 R$1.613,12 R$5.908,61 R$1.281,27 R$20.002,63 R$15.439,82 R$46.089,00
Quadro 12: Repartição dos tributos em empresa prestadora de serviço enquadrada no Anexo III. 
Fonte: Do autor.
Observe que, se fizéssemos o cálculo sem o acerto, conforme vimos no 
Quadro 12, estaríamos recolhendo

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