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EXCELENTÍ SSÍMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DÍREÍTO DA VARA DO TRABALHO DE JOA O PESSOA-PB PROCESSO Nº 98.765 FLORICULTURA FLORES BELAS LTDA, sociedade empresária de direito privado, inscrita no CNPJ XXXXXXXX, com sede na Rua/Av XXXXXXXXX, nº XXXX, bairro XXXXXXX, na cidade de XXXXXX, CEP XXXXXXX, por intermédio de seu advogado devidamente constituído mediante instrumento de procuração anexa, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 847, parágrafo único, da CLT c/c artigo 335 e artigo 343, ambos do CPC/15 apresentar: CONTESTAÇÃO C/C RECONVENÇÃO A reclamação trabalhista ESTELA, já qualificada nos autos, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. DOS FATOS A Reclamante laborou na empresa Reclamada no período de 25/10/2012 à 29/12/2017, exercia a função de floricultora e perfazia a jornada de segunda à sexta- feira, das 10hrs às 20hrs, com 2hrs de intervalo, e aos sábados, das 16hrs às 20hrs e ganhava mensalmente o valor correspondente a dois salários mínimos, foi dispensada sem justa causa. 1 DA PRELIMINAR DE MÉRITO 1.1 DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA DO TRABALHO A Reclamante requer a aplicação da penalidade cominada no art. 49 da CLT contra os sócios da ré. Aduz que foi obrigada a assinar um documento autorizando a subtração mensal, contra a sua vontade, para aderir ao desconto para plano de saúde. Ocorre que, nos termos do art. 114, inciso IX, da CF/88, compete à Justiça do Trabalho processar e julgar controvérsias decorrentes da relação de trabalho, não abrangendo penalidade criminal, sendo esta incompetente para tal. Ademais, segundo o art. 337, II do CPC/15, cabe ao réu, antes de discutir o mérito alegar a incompetência absoluta e relativa. Posto isto, o pedido de aplicação de penalidade criminal contra os sócios da ré não pode ser pleiteado, em razão da incompetência absoluta da Justiça do Trabalho. 2 DA PREJUDICIAL DE MÉRITO 2.1 DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL A Reclamante laborou de 25/10/2012 á 29/12/2017 na Reclamada e ajuizou a reclamação trabalhista em 27/02/2018. Preceitua o art. 7º, inciso XXIX, da Constituição de 1988, e art.11 da CLT, que a pretensão quanto a créditos trabalhistas prescreve em cinco anos após a extinção do contrato de trabalho, e a súmula 308, I, do TST dispõe que respeitando o biênio subsequente à cessação contratual, a prescrição quinquenal conta-se da data do ajuizamento da reclamação trabalhista. Sendo assim, suscita-se a prescrição em relação às pretensões anteriores a 27/02/2013, tendo em vista que o ajuizamento da ação deu-se em 27/02/2018. 3 DO MÉRITO 3.1 DO PLANO DE SAÚDE A Reclamante afirma que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano de saúde, tendo assinado na admissão, contra a sua vontade, um documento autorizando a subtração mensal. Ocorre que, no ato da admissão, a Reclamante assinou o documento autorizando o desconto do plano de saúde, conforme documento em anexo. Sustenta a OJ 160 da SBDI-1 que é inválida a presunção de vício de consentimento resultante do fato de ter o empregado anuído expressamente com descontos salariais na oportunidade da admissão. Vale ressaltar que é de se exigir demonstração concreta do vício de vontade. Nesse diapasão, a Súmula 342 do TST dispõe que são válidos os descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do empregado, para ser integrado em planos de assistência médico-hospitalar, o que não afronta o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico, não sendo este o caso. Ademais, o art. 818, inciso I da CLT, e o art. 373, inciso I do CPC/15, estabelecem que o ônus da prova incumbe ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito. Sendo assim, o desconto a título de plano de saúde ocorreu dentro da legalidade, sem qualquer vício de vontade em relação à assinatura, já que é válida a autorização de desconto feita no momento da admissão, cabendo a Reclamante o ônus de provar qualquer ilegalidade nesse sentido, não devendo prosperar sua alegação. 3.2 DO ADICIONAL DE PENOSIDADE A Reclamante pleiteia o recebimento de penosidade, na razão de 30% sobre o salário- base, porque, no exercício da sua atividade, era constantemente furada pelos espinhos das flores que manuseava. Embora previsto no art. 7º, inciso XXIII, da CF/88, o adicional de remuneração para as atividades penosas, o mesmo não foi regulamentado. Sendo assim, o pedido de pagamento de adicional de penosidade na proporção de 30% sobre o salário-base não deve prosperar, uma vez que não consta previsão na CLT e não foi regulamentado em lei especial. 3.3 DAS HORAS EXTRAS A Reclamante alega que faz jus ao recebimento de horas extras com adição de 50%, em razão da jornada de trabalho, laborava de segunda a sexta-feira, das 10hrs às 20hrs, com intervalo de 2hrs para refeição, e aos sábados, das 16hrs às 20hrs, sem intervalo, totalizando 44hrs semanais. O art. 58 da CLT dispõe que a duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8hrs diárias e o art. 7º, inciso XIII da CF/88 assenta que a duração do trabalho normal não será superior às 8hrs diárias e 44hrs semanais. Sendo assim, a Reclamante não faz jus ao recebimento das horas extras pleiteadas, pois o módulo constitucional de 8hrs diárias e 44hrs semanais não foi ultrapassado. 3.4 DA MULTA DO ARTIGO 477, § 8º DA CLT A Reclamante verbera que o pagamento das verbas resilitórias extrapolou o prazo legal, que somente foi creditada na sua conta 20 dias após a comunicação do aviso prévio. Conforme estabelece o art. 477, § 6º da CLT, o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recebido de quitação deverá ser efetuado até dez dias contados a partir do término do contrato de trabalho. Sendo assim, é infundado o pedido de pagamento da multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT, vez que o pagamento das verbas devidas foi dentro do prazo legal. 4 DA RECONVENÇÃO Conforme disposição expressa do art. 343 do CPC/15, na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção, para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa, o que faz pelas razões de fato e de direito a seguir. A Reclamante ao ser cientificada do aviso prévio, teve uma reação violenta, gritando e dizendo-se injustiçada, sendo necessário que a segurança a contivesse e acompanhasse até a porta de saída. Quando deixava o prédio, a Reclamante correu e pegou uma pedra que arremessou violentamente contra o prédio da Reclamada, vindo a quebrar uma das vidraças. A empresa gastou R$300,00 na recolocação do vidro danificado, conforme nota fiscal em anexo. Conforme disposto no art. 186 do CC/02, aquele que por ação, violar o direito e causar dano a outrem, comete ato ilícito, já o art. 927 do mesmo diploma legal, assegura que, aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Sendo assim, requer o valor de R$300,00, relativo ao vidro quebrado pela Reclamante. 4.1 DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Conforme disciplinado no art. 791-A, da CLT, ao advogado serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% e o máximo de 15% sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. Outrossim, a teor do § 5º, do art. 791-A da CLT, são devidos honorários de sucumbência na reconvenção. Deste modo, requer honorários de sucumbência na ação principal e na reconvenção. 5 DOS PEDIDOS De acordo com os fatos e fundamentos acima apresentados, em sede de Contestação, requer a Vossa Excelência: a) O acolhimento da preliminar de incompetência absoluta da Justiça do Trabalho para apreciação e condenação criminal, conforme art. 337, inciso II do CPC/15 c/c art. 114, inciso IX da CF/88; b) O acolhimento da prejudicial de mérito, quanto àprescrição quinquenal das pretensões anteriores a 27/02/2013, data do ajuizamento da ação, nos termos da Súmula 308, I do TST; c) Por hipótese absurda, ultrapassada as preliminares avençadas, no mérito, requer que as pretensões apresentadas na exordial sejam julgadas totalmente improcedentes, coma consequente condenação da Reclamante em custas processuais e demais cominações legais; Em sede de RECONVENÇÃO, requer: d) O recebimento das razões da reconvenção com seu devido processamento, de acordo com o art. 343, do CPC/15, e a procedência da reconvenção para receber o valor de R$300,00, relativo ao vidro quebrado pela Reclamante, nos termos do art. 186 e art. 927, ambos do CC/02; e) A intimação da Reclamante para apresentar resposta, nos termos do art. 341, § 1º, do CPC/15; f) Honorários de sucumbência na ação principal e na reconvenção, nos termos do art. 791-A, § 5º da CLT; g) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direitos admitidos, em especial, a testemunhal, documental e depoimento da Reclamada, e o que mais for necessário à elucidação dos fatos. Dá-se à causa o valor de R$300,00 Nestes termos, Pede deferimento. João Pessoa-PB, DATA NICOLLAS CASAGRANDE-OAB-XXX. XXX. XXX
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