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Resumo OVACE

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1 
Letícia Marques 
Seminário UeE- P8 
OVACE 
INTRODUÇÃO 
• A obstrução das vias aéreas por corpos estranhos 
(OVACE) consiste na obstrução de vias aéreas 
causada por aspiração de corpo estranho, 
geralmente localizado na laringe ou traqueia. 
• Essa condição pode ser um evento potencialmente 
fatal: 
o Diante de um paciente com asfixia, caso as 
funções respiratórias não forem 
restabelecidas dentro de 3 a 4 minutos, as 
atividades cerebrais cessarão totalmente, 
ocasionando a morte. 
o O oxigênio é vital para o cérebro. 
• Ela é mais comum em crianças do que em adultos, 
sendo relados 80% dos casos em paciente 
menores de 15 anos e os 20% restantes em 
maiores de 15 anos, segundo dados do Conselho 
de Segurança Nacional. 
• A incidência parece não ter viés de gênero, sendo 
que, no que diz respeito à faixa etária, nas crianças, 
nozes, sementes e outros materiais orgânicos são 
responsáveis pela maioria dos corpos estranhos. 
• No entanto, em adultos, a natureza dos objetos 
inalados é altamente variável, podendo ser desde 
um material orgânico (alimentos) a inorgânico 
(unha, alfinete, próteses). 
OVACE EM ADULTOS 
• Quando suspeitar? Episódio testemunhado (ou 
referido) de engasgo com tosse e/ ou sinais de 
sufocação. A obstrução no adulto geralmente se 
apresenta como um quadro agudo com sintomas 
variados diante do grau de obstrução, bem como 
da localização e do período em que o corpo 
estranho está nas vias aéreas. 
• Durante a avaliação clínica, o paciente pode 
encontrar-se com as mãos no pescoço tossindo, 
agitado, com dificuldade de respirar e cianose, 
sinais sugestivos de sufocamento. Algumas vezes, 
o paciente pode apresentar-se com sons 
respiratórios agudos (sibilo ou estridor) ou ausência 
de som. Vítimas com obstrução da via aérea, se 
não forem socorridas a tempo ela podem evoluir 
para uma PCR. 
• Avaliar a severidade: 
o Obstrução leve: Os casos leves são aqueles 
em que o paciente se encontra com uma 
obstrução parcial da via aérea. Paciente capaz 
de responder se está engasgado. Consegue 
tossir, falar e respirar; e 
o Obstrução grave: vítima, consciente ou 
inconsciente, apresenta uma obstrução total da 
via aérea. Paciente consciente de que não 
consegue falar. Pode não respirar ou 
apresentar respiração ruidosa, tosse silenciosa 
e/ou inconsciência. 
• Considerar abordagem específica: 
➔ Obstrução leve em paciente responsivo: 
o Não realizar manobras de desobstrução; 
o Acalmar o paciente; 
o Incentivar tosse vigorosa; 
o Monitorar e oferecer suporte de O2, se 
necessário; 
o Observar atenta e constantemente, pois pode 
evoluir para uma obstrução grave 
➔ Obstrução grave em paciente responsivo: 
o Executar a manobra de Heimlich; 
o Repetir a manobra até a desobstrução ou o 
paciente torna-se não responsivo. 
Manobra de Heimlich: 
1. Posicionar-se por trás do paciente, com seus 
braços à altura da crista ilíaca; 
2. Posicionar uma das mãos fechada, com a face do 
polegar encostada na parede abdominal, entre 
apêndice xifóide e a cicatriz umbilical; 
3. Com a outra mão espalmada sobre a primeira, 
comprimir o abdome em movimentos rápidos, 
direcionados para dentro e pra cima (em j); e 
4. Repetir a manobra até a desobstrução ou o 
paciente tornar-se não responsivo. 
Obs: em pacientes obesas e gestantes no último 
trimestre, realize as compressões sobre o esterno 
(linha intermamilar) e não sobre o abdome. 
➔ Obstrução grave em paciente irresponsivo: 
1. Posicionar o paciente em decúbito dorsal em 
uma superfície rígida; 
2. 2. Vítimas com o pulso ausente, deve-se iniciar 
imediatamente a RCP (30:2). 
3. 3. Diante de irresponsividade e ausência de 
respiração com pulso, executar compressões 
torácicas com objetivo de remoção do corpo 
estranho; 
4. 4. Abrir vias aéreas, visualizar a cavidade oral 
e remover o corpo estranho, se visível e 
alcançável (com dedos ou pinça); 
5. 5. se nada encontrado, realizar 1 insuflação e 
se o ar não passar ou o tórax não expandir, 
reposicionar a cabeça e insuflar novamente; e 
6. 6. Considerar o transporte imediato mantendo 
as manobras básicas de desobstrução. 
➔ Situações especiais: 
o A abordagem de paciente obeso ou grávida 
(último trimestre) segue o mesmo padrão, 
sendo adaptada a manobra de Heimlich, para 
que as compressões ocorram em região 
torácica, de modo a não comprimir o processo 
xifoide. Nos pacientes sentados (Posicionar-se 
 
2 
Letícia Marques 
Seminário UeE- P8 
atrás da vítima, abraçando-a em torno do 
abdômen; Segurar o punho da sua outra mão e 
aplicar compressão contra o abdômen, entre o 
apêndice xifóide e a cicatriz umbilical no 
sentido superior (tórax), por quatro vezes; 
Estando a vítima em pé, ampliar sua base de 
sustentação, afastando as pernas, e posicionar 
uma entre as pernas da vítima, para evitar-lhe 
a queda caso fique inconsciente), a 
compressão pode ser feita com o paciente na 
cadeira: 
1. Ficar em pé atrás da vítima com os braços 
sob suas axilas, envolvendo o tórax da 
vítima com os braços. 
2. Posicionar o punho, pelo lado do polegar, 
no terço inferior do osso esterno. 
3. Segurar o punho firmemente com a outra 
mão e impulsionar de maneira brusca para 
trás. Repetir até o objeto ser expelido ou 
até que a vítima perca a consciência. 
4. Se a vítima estiver ou ficar inconsciente, 
colocá-la de costas e ajoelhar-se ao lado 
dela para iniciar as manobras de RCP com 
a relação 30 compressões torácicas e 2 
ventilações. 
o No caso de uma vítima sozinha, ela pode se 
apoiar a uma superfície, como a de uma 
cadeira, inclinando-se sobre ela, e conduzindo 
seu punho em direção a si mesmo, simulando 
as compressões, para tentar expulsar o corpo 
estranho. Diante do insucesso, deve-se fazer o 
movimento sem o uso das mãos, sendo 
diretamente na cadeira. 
OVACE EM CRIANÇAS 
• Obstrução da via aérea nas crianças: de 1 ano até 
a puberdade. 
• Aproximadamente 80% dos episódios pediátricos 
de OVACE ocorrem em crianças menores de 3 
anos, com pico de incidência entre 1 e 2 anos. 
• Esta é uma situação frequente, que na maioria das 
vezes, ocorre durante a alimentação ou quando as 
crianças estão a brincar com objetos de pequenas 
dimensões. 
• Quando suspeitar ou critérios de inclusão: episódio 
testemunhado (ou referido) de engasgo com tosse 
e/ou sinais de sufocação. 
• Reconhecimento da gravidade: 
o Nos casos leves, a vítima apresenta uma 
obstrução parcial da via aérea, responde aos 
comandos do socorrista, tosse, chora e está 
com a respiração preservada (consegue tossir, 
emitir alguns sons e respirar) 
o Já nos quadros mais graves, a vítima, 
consciente ou inconsciente, apresenta uma 
obstrução total da via aérea, não conseguindo 
falar, chorar ou tossir e pode apresentar o sinal 
de angústia (sinal universal de asfixia). 
o Quando um corpo estranho entra na via aérea, 
a criança começa imediatamente a tossir, na 
tentativa de expelir. A tosse espontânea é 
provável que seja mais eficaz e mais segura do 
que qualquer manobra que um reanimador 
execute. No entanto, se a tosse é ausente ou 
ineficaz e o objeto obstruir completamente a via 
aérea, a criança vai ficar asfixiada 
necessitando então de intervenções ativas 
para a sua resolução. 
• Apresentação clínica: 
o A apresentação clínica depende do estado de 
gravidade, associado diretamente ao tipo de 
obstrução como já foi mencionado. 
o Os sintomas podem seguir com evolução. 
✓ Tosse, agitação ou choro. 
✓ Dificuldade de falar e respiração 
ruidosa 
✓ Cianose, dificuldade de respirar e 
rebaixamento do nível de consciência 
• Conduta: 
o Crianças com casos leves de obstrução 
apresentam uma abordagem semelhante ao do 
adulto. 
o Acalmar o paciente. 
o Incentivar o estímulo da tosse. 
o Monitorar o paciente de forma vigilante, pois o 
quadro pode se agravar. 
o Os casos graves em pacientes responsivos 
devem ser abordados através damanobra de 
Heimlich, buscando expulsar o corpo estranho, 
caso a vítima esteja prestes a desmaiar ou não 
demonstrar melhora do quadro, evoluir para 
uma parada respiratória, deve-se iniciar as 
manobras de reanimação. 
o Nos casos não responsivos, deve-se solicitar 
uma ajuda especializada imediatamente, deitar 
o paciente em decúbito dorsal sob uma 
superfície rígida, checar os pulsos e caso 
necessário, iniciar as manobras de RCP, 
lembrando-se de reavaliar a via aérea após 
cada ciclo. As compressões devem continuar 
até o sucesso da expulsão do corpo estranho e 
retorno à respiração espontânea ou chegada 
do suporte avançado de vida. 
OVACE EM BEBÊS 
• A OVACE em crianças com menos de 1 ano é 
frequentemente proveniente da ingestão de 
líquidos, principalmente o leite materno. 
• A suspeita clínica inicial se faz diante de um 
bebê/lactente engasgado que tosse e/ou apresenta 
sinais de sufocamento, com choro fraco ou 
silencioso. 
• Gravidade: 
 
3 
Letícia Marques 
Seminário UeE- P8 
o Casos leves: há obstrução parcial da via aérea, 
então encontramos uma vítima capaz de tossir, 
emitir sons e chorar. 
→ Apresentação clínica: A respiração pode 
apresentar-se ruidosa e o bebê bastante 
agitado. A depender do tempo de obstrução, a 
pele do bebê pode ter coloração azulada, 
acinzentada ou pálida. 
o Casos graves: a vítima apresenta uma 
obstrução total da via aérea, não conseguindo 
tossir ou chorar. 
→ Apresentação clínica: Será possível 
perceber a ausência da movimentação do tórax 
e a apresentação cianótica da pele do bebê, 
principalmente em lábios e extremidades. O 
rebaixamento do nível de consciência 
geralmente estará presente. 
• Conduta: 
➔ Casos leves: não demandam a realização de 
nenhuma intervenção para a desobstrução, apenas 
pegar o bebê no colo em pé e permitir que ele 
tussa. 
✓ Anteriorizar a vítima. 
✓ Permitir a tosse. 
✓ Monitorar o paciente de forma vigilante, 
pois o quadro pode se agravar. 
➔ Quadros graves com bebês responsivos: devem 
ser apoiados sobre o antebraço do socorrista em 
decúbito ventral, estando este apoiado sobre a 
coxa, posicionando a mão próxima ao mento, com 
os dedos próximos às clavículas e fúrcula. O 
socorrista deve realizar uma inclinação da vítima, 
de maneira que a cabeça fique em um nível inferior 
aos membros e posteriormente promover 5 golpes 
com a região hipotênar entre as escápulas, para, 
em seguida, virar o bebê e realizar 5 compressões 
torácicas na região intermamilar com 2 dedos. 
✓ Feita as compressões, vira-se a criança e 
avalia-se a via aérea buscando corpo 
estranho. 
✓ Caso o corpo estranho não seja facilmente 
retirável deve-se retornar a manobra. 
✓ Esse procedimento deve ser repetido até 
que o bebê expulse o corpo estranho ou 
perca a consciência. 
➔ Casos de obstrução grave com o bebê não 
responsivo/inconsciente: a vítima deve ser 
colocada em decúbito dorsal em uma superfície 
rígida, sendo checado o pulso braquial. Se a vítima 
estiver com o pulso ausente, deve-se iniciar a RCP, 
porém, se o pulso estiver presente, deve-se realizar 
compressões torácicas com objetivo de remoção 
do corpo estranho, lembrando-se de abrir vias 
aéreas e realizar inspeção, removendo o corpo 
estranho quando possível, caso contrário, e o corpo 
estranho não seja localizado, realizar uma 
insuflação. 
✓ Diante de insucesso no momento da 
insuflação, pode-se posicionar melhor a 
cabeça e considerar laringoscopia direta e 
remoção com pinça (pinça de Magill). 
OBS. Se o insucesso ocorrer no meio extra-hospitalar, 
manter compressões torácicas até expulsão do corpo 
estranho ou caso evolua para PCR, realizar manobras de 
reanimação cardiopulmonar. 
• Realizar contato com a Regulação Médica e passar 
os dados de forma sistematizada. 
• Aguardar orientação da Regulação Médica para 
procedimentos e/ou transporte para a unidade de 
saúde.

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